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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Descoberta de moedas antigas deve mudar história do Muro das Lamentações


DA REUTERS, EM JERUSALÉM

Arqueólogos israelenses anunciaram o achado de moedas antigas que podem subverter as crenças largamente mantidas sobre as origens do Muro das Lamentações de Israel, um dos locais mais sagrados para o Judaísmo. O anúncio da descoberta foi feito nesta quarta-feira.

Por séculos, muito do que se pensava sobre o muro era que ele fora construído pelo rei Herodes (que detém má fama, no Cristianismo, por ser algoz nos esforços de perseguição do bebê).

Moedas achadas sob o Muro das Lamentações, em Jerusalém, devem mudar história da construção do local. Mas arqueólogos afirmaram ter encontrado moedas enterradas sob os alicerces do muro, e que foram cunhadas 20 anos depois da morte do rei Herodes, em 4 d.C. - o que demonstra que a estrutura foi completada pelos reinados sucessores.
A descoberta pode significar uma revisão nos guias turísticos para as multidões que visitam a cidade.

Cada guia turístico baseado na história de Jerusalém responde 'Herodes' quando perguntado sobre quem construiu o muro", disse a autoridade de antiguidades de Israel, em comunicado.

Essa partícula da informação arqueológica ilustra o fato de que a construção do muro foi um projeto enorme que levou décadas e que não foi completado durante a vida de Herodes", disse a autoridade israelense.

A autoridade disse que os historiadores acadêmicos já tinham conhecimento, a partir de fatos narrados pelo historiador judeu Flávio Josefo (37 ou 38 d.C. - 100 d.C), de que o muro fora completado pelo bisneto de Herodes. Mas esse relato não ajudou a dissipar a história popular de que Herodes concluiu o Muro das Lamentações. As moedas foram a primeira evidência concreta para fazer uma atualização da versão de Flávio Josefo.

A santificação cristã

Santificação é a obra da graça divina através da qual o crente é separado do ego e da pecaminosidade interior e, pela concepção do Espírito Santo, separado para o servi-lo de Deus. É um marco subseqüente à experiência da conversão, quando o pecador é levado a ver sua necessidade e a se aproximar da provisão que o Senhor preparou para ele.

I. OS OBJETIVOS DA SANTIFICAÇÃO

Santificação literalmente quer dizer "tornar santo". Conseqüentemente, o Espírito Santo é o agente necessário à santificação, e Cristo é a adequada provisão: Jesus "foi feito para nós ...santificação" (1 Co 1.30). Não há santificação alguma, moralmente, no sentido bíblico, sem o contato e a união com Cristo.

1. A santificação não é para o mundo. Uma vez que o incrédulo não pode ver e nem conhece o Espírito santificador (Jo 14.16,17), de igual modo não poderá experimentar a santificação. De acordo com o ensino de Paulo em Efésios 4.17-19, os "gentios" (tipo do pecador que ainda não é convertido) acham-se presos "na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; os quais, havendo perdido o sentido, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda impureza".

2. A santificação é para a Igreja. A Igreja, a noiva e futuramente esposa de Cristo, é o recipiente dessa obra do Espírito Santo. Quanto a isso, diz o apóstolo Paulo que "Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa e sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5.25-27). É, pois, apropriado e necessário que a esposa de Cristo, o Cordeiro, seja santa em toda a sua maneira de viver, pois "a si mesma já se ataviou" (Ap 19.7).

3. A santificação é para o membro da Igreja de Cristo. Um membro enfermo poderá afetar todo o corpo, o qual só goza de saúde quando todos os seus órgãos são sadios. Cristo orou para que, como indivíduos, nós, os seus discípulos, fôssemos santificados: "Santifica-os na verdade..." (Jo 17.17). De igual modo orou o apóstolo Paulo para que o crente fosse santificado na totalidade do seu ser (1Ts 5.23).

Paulo discute a santificação individual do cristão como: despojar do velho homem, renovar no espírito do entendimento, revestir do novo homem, deixar a mentira, trabalhar e viver honestamente, só falar o que edifica, e não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.22-30).

II. PROPÓSITOS DA SANTIFICAÇÃO

Dentre os principais propósitos da santificação cristã, destacam-se os seguintes:

1. A santificação tem por finalidade atender a necessidade mais profunda da criatura humana. Esta necessidade está graficamente registrada em Romanos 7. De acordo com este texto existe um inimigo no interior do homem, chamado de "lei do pecado" (v.23); por isso há necessidade da obra regeneradora do Espírito para que o pecador "tenha prazer na lei de Deus" (v.22). Também é preciso que o Espírito Santo revele a pecaminosidade de cada um de nós, de sorte que individualmente possamos dizer a respeito de nós mesmos: "em mim... não habita bem nenhum" (v.18).

2. A santificação é uma provisão feita por Deus. Mas, como podemos experimentar a apropriação dessa provisão? Pela identificação com Cristo em sua morte. Devemos consentir em morrer com Jesus em sua morte. Precisamos subir à cruz com Ele, e de toda a nossa vontade renunciar o ego, que nos tem causado os maiores distúrbios. A nossa crucificação com Cristo é o único meio de libertação. Só assim podemos dizer como se expressou o apóstolo Paulo: "Estou crucificado com Cristo" (Gl 2.20).

3. A santificação capacita e aparelha o crente para o serviço cristão. Neste particular a santificação identifica-se com a obra do Espírito Santo, a fim de capacitar o crente para testemunhar do Evangelho. Conquanto Jesus soubesse muito bem que a seara era grande, e chegasse a seus ouvidos o clamor da necessidade de mais obreiros, ordenou a seus discípulos que permanecessem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos do poder do Espírito para testemunhar de Cristo (Lc 24.49; At 1.8).

III. ASPECTOS DA SANTIFICAÇÃO

Quanto à sua natureza doutrinária, devemos estudar a santificação sob os seguintes aspectos:

1. Aspectos ritualísticos e morais. O lugar em que Moisés esteve junto à sarça era ritualisticamente santo porque Deus estava lá. Da mesma forma o tabernáculo e os artigos e objetos que o ornamentavam, e posteriormente o templo, eram santos. Também certos dias eram santos, por terem sido separados para ritos e cerimônias especiais.

2. Aspectos negativos e positivos. Negativamente analisada, santificação é separação de, ao colocar-se o recipiente à parte. Isso se relaciona intimamente com o lado positivo da santificação, que é dedicação a, ou para algo. O propósito da separação de é fazer com que a dedicação tenha lugar. Na santificação de pessoas, essa separação é do pecado e do ego, para a dedicação ou consagração a Deus.

3. Aspectos objetivos e subjetivos. O não perceber esta distinção de aspectos, muitas vezes confunde certas pessoas que deixam de compreender a obra da santificação. Objetivamente, toda essa obra é em Cristo. É um obra completa. "Cristo foi feito santificação para nós" (1Co 1.30). Mas subjetivamente essa obra completa torna-se real para nós mediante nossa apropriação pessoal. Objetivamente, vemos o que Cristo fez por nós (Hb 10.10). Mas, subjetivamente isso deve tornar-se experiência em nós; daí a necessidade constante de nos rendermos a Ele.

IV. MEIOS DA SANTIFICAÇÃO

Deus mesmo estabeleceu os meios próprios através dos quais Ele opera a nossa santificação. Entre tantos outros, destacaríamos apenas os seguintes:

1. Pela Palavra de Deus. Jesus assim orou: "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17). A Palavra de Deus tem efeito purificador, e lava (Ef 5.26). A Palavra de Deus tem efeito penetrante (Hb 4.14). Desse modo nenhuma parte do crente (espírito, alma e corpo) foge ao alcance e ação da Palavra sondadora de Deus.

2. Pelo sangue de Jesus. "E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta" (Hb 13.12). O sangue de Jesus é a base de toda a nossa pureza e vitória. Sempre que o Espírito Santo lida conosco, seja por causa dos nossos atos pecaminosos ou devido à nossa natureza transgressora, Ele nos faz voltar à cruz donde o sangue purificador jorra para todos quantos buscam a purificação.

3. Pela Santíssima Trindade. Somos santificados por Deus, o Pai: "E o mesmo Deus de paz vos santifica em tudo..." (2 Ts 5.23). Somos santificados por Jesus Cristo: "Porque, assim o que santifica [o contexto refere-se a Jesus], como os que santificados, são todos um" (Hb 2.11). Somos santificados pelo Espírito Santo: "Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2 Ts 2.13).

CONCLUSÃO

A santidade é uma realidade religiosa que transcende o "eu" em seus termos de referência " Richard Shelley Taylor.

Santidade é ouvirmos as desgraças de alguém, e não respondermos contando as nossas " Dr. Andrew V. Mason.

O ouro jamais fica totalmente isento de escória: a luz nunca brilhará sem a presença de alguma sombra, enquanto não chegarmos à Jerusalém celestial. O próprio Sol tem manchas em seu disco. Os homens mais santificados mostram máculas e defeitos, quando pesados na balança do santuário. A vida deles é uma contínua luta contra o pecado, o mundo e o diabo. E, algumas vezes, podemos vê-los não vencedores, mas vencidos. A carne não cessa de lutar contra o espírito e o espírito contra a carne, e "... todos tropeçamos em muitas coisas" (Gl 5.17; Tg 3.2) " J. C. Ryle.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

HERESIAS PRIMITIVAS

“O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos antes de nós”(Ec 1.10).

Você sabia que o batismo pelos mortos foi uma heresia apregoada pelo menos cerca de 1600 anos antes da “revelação” que é atribuída pelos mórmons a Joseph Smith Jr.? Esse é apenas um dos muitos desvios doutrinários que atravessaram séculos e foram incorporados pelas seitas pseudocristãs.

A “revelação” baseada na necessidade de restaurar a igreja e a rejeição ao Antigo Testamento remonta a mesma época e fluíram dos ensinamentos de Marcion. Montano pregou que o fim do mundo ocorreria em sua geração e atribuiu a si o fato de iniciar e findar o ministério do Espírito Santo. Sabélio, com seu modalismo, foi outra fonte de distorções bíblicas que até hoje é disseminada entre os evangélicos. Ainda fazem parte desse grupo Mani, com sua doutrina reencarnacionista; Ário, que deturpou a natureza de Jesus apresentando-o como um ser criado, gravíssimo engano sustentado pelas testemunhas de Jeová; Apolinário, que ao contrário do antecedente, negou a humanidade de Cristo; Nestório, que ensinava a existência de duas pessoas distintas em Cristo; Pelágio, que como os islâmicos e outros, negava a doutrina do pecado original; e Eutiquio, que afirmava que a natureza humana de Cristo havia sido absorvida pela divina.

Como podemos inferir as heresias combatidas pela igreja contemporânea foram enfrentadas pela igreja primitiva, cujo esforço conseguiu por meio de concílios e credos defender a fé que de uma vez por todas entregue aos santos. Continuemos a defendê-la!

Márcion (aprox. 95-165)

Informações indicam que Márcion nasceu em Sinope, no Ponto, Ásia Menor. Fora um proprietário de navios, portanto, muito próspero, e aplicou sua vida à fé religiosa, primeiramente como cristão, e finalmente aplicou-se no desenvolvimento de congregações marcionitas.

Foi um influente líder cristão até que suas idéias lhe conduziram a exclusão em 144 d.C. Então, formou uma escola gnóstica. Tendo uma mente prolífera, desenvolveu muitas idéias, as quais foram lançadas em uma obra apologética que foi alvo de combate de apologistas, especialmente Tertuliano e Epifânio.

Procurou ter uma perspectiva paulina, contudo, incluiu muitas idéias próprias e conjecturas sem respaldo bíblico. Tinha convicção de uma missão pessoal, restaurar o puro Evangelho. Antes, rejeitou o Antigo Testamento como inútil e ultrapassado, também afirmou que foi produzido por um deus inferior ao Deus do Evangelho. Para Márcion, o Cristianismo era totalmente independente do Judaísmo, e uma nova revelação. Através de Cristo, o deus do Antigo Testamento foi pego de surpresa e teve de entregar as chaves do inferno a Cristo. Além disso, Cristo não era Deus, apenas uma emanação do filho de Deus. O único Apóstolo que fora fiel ao Evangelho, segundo Márcion, fora Paulo, em detrimento dos demais apóstolos e evangelistas. Conseqüentemente, a Igreja primitiva havia desviado, e havia necessidade de uma restauração. O homem deve levar uma vida asceta, o casamento, embora legal, também era aviltador, afirmava Márcion. Entre outros ensinos de Márcion, encontramos o batismo pelos mortos, o cânon de Márcion restringia-se a dez epístolas de Paulo e a uma versão modificada do Evangelho de Lucas.

Gnosticismo

Nome derivado do termo grego gnosis (conhecimento), os gnósticos tornaram-se uma seita que defendia a posse de conhecimentos secretos que, segundo eles, tornava-os superiores aos cristãos comuns que não tinham o mesmo privilégio. O movimento surgiu a partir das filosofias pagãs anteriores ao Cristianismo, que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia (Macedônia). Ao combinar filosofia pagã, alguns elementos da astrologia e mistérios das religiões gregas com as doutrinas apostólicas do Cristianismo, o gnosticismo tornou-se uma forte influência na igreja.

A premissa básica do gnosticismo é uma cosmovisão dualista. O supremo Deus Pai emanava do mundo espiritual “bom”. A partir dele, procediam sucessivos seres finitos (Éons), quando um deles (Sofia) deu à luz a Demiurgo (Deus criador), que criou o mundo material “mau”, juntamente com todos os elementos orgânicos e inorgânicos que o constituem.

Cristãos gnósticos, como Marcion e Valentim, ensinavam que a salvação vem por meio desses éons, Cristo, que se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo material terreno, para conduzi-los ao mundo material mais elevado. Cristo, embora parecesse ser um homem, nunca assumiu um corpo; portanto, não foi sujeito às fraquezas e emoções humanas.

Algumas evidencias sugerem que uma forma incipiente de gnosticismo surgiu na era apostólica e foi o tema de várias epístolas do Novo Testamento (1 João, epístolas pastorais). A maior polêmica contra os gnósticos apareceu, entretanto, no período patrístico, com os escritos apologéticos de Irineu, Tertuliano e Hipólito. O gnosticismo foi considerado um movimento herético pelos cristãos ortodoxos. Atualmente, é submetido a muita pesquisa, devido às descobertas dos textos de Nag Hammadi, em 1945/46, no Egito. Muitas seitas e grupos ocultistas demonstram alguma influência do antigo gnosticismo (Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. George A. Mather & Larry A Nichols. Vida.2000, pp 175-6).

Montano (aprox. 120–180)

Por volta do ano 150 d.C. surgiu na Frígia um profeta, chamado Montano que juntamente com Prisca e Maximilia, se anunciaram portadores de uma nova revelação. Inicialmente foi um movimento que reagiu contra o gnosticismo, contudo, ele mesmo se caracterizou por tendências inovadoras. As profecias e revelações de Montano giravam em torno da segunda vinda, e incentivavam o ascetismo.

Salientava fortemente a proximidade do fim do mundo, esperavam para a sua própria geração. Insistiam sobre estritas exigências morais, como o celibato, jejum, rígida disciplina moral. Exaltavam o martírio e proibiam que se fugisse das perseguições. Alguns pecados eram imperdoáveis, independente do arrependimento demonstrado.

Montano finalmente afirmou ser o Paracleto, nele iniciaria e findaria o Ministério do Espírito Santo. Prisca e Maximilia abandonaram seus respectivos maridos para se dedicarem a obra profética de Montano. Algumas vezes procurava esclarecer que ele era um agente do Espírito Santo, mas sempre retornava a posição de afirmar que ele era o Consolador prometido. Sua palavra deveria ser observada acima das Escrituras, era a palavra para aquele tempo do fim.

Esse movimento desvaneceu-se no terceiro século no ocidente, e no sexto século no oriente.

Ascetismo

Autonegação, visão de que a matéria e o espírito estão em oposição um ao outro. O corpo físico, com suas necessidades e desejos inerentes, é incompatível com o espírito e sua natureza divina. O ascetismo defende a idéia de que uma pessoa só alcança uma condição espiritual mais elevada, se renunciar à carne e ao mundo.

O ascetismo foi amplamente aceito nas religiões antigas e ainda hoje é uma filosofia proeminente, sobretudo nas seitas e religiões orientais. Platão idealizou-o. As seitas judaicas, como os essênios, praticavam-no fervorosamente, e o cristianismo institucionalizou-o, com o desenvolvimento de várias Ordens monásticas. O gnosticismo foi o maior defensor desta filosofia (Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. George A. Mather & amp; Larry A Nichols. Vida.2000, p. 23).

Sabélio (aprox. 180–250)

Nasceu na Líbia, África do Norte, no terceiro século depois de Cristo. Depois se mudou para Itália, e viveu em Roma. Conhecendo o Evangelho, logo se tornou um pensador respeitado em suas considerações teológicas. Recebeu influência do Modalismo que já estava sendo divulgado na África.

O Modalismo iniciou como movimento asiático com Noeto de Esmirna. Os principais expoentes do movimento foram: Noeto, Epógono, Cleômenes e Calixto. Na África foi ensinado por Práxeas e na Líbia foi defendido por Sabélio. Hoje, o Modalismo é muito conhecido pelo nome sabelianismo devido a influência intelectual fornecida por Sabélio. O objetivo de Sabélio era preservar o monoteísmo a qualquer custo. Tinha um objetivo em vista, que, pensava, justificava os meios.

Ensinava que havia uma única essência na Divindade, contudo, rejeitava o conceito de três Pessoas em uma só essência. Afirmava que isso designaria um culto triteista, isto é, de três deuses. A questão poderia ser resolvida, afirmava, por meio do conceito de que Deus se apresentaria com diversas faces ou manifestações. Primeiramente, Deus se apresentara com Deus Pai, gerando, criando e administrando. Em seguida, Deus se apresentou como Deus Filho, mediando, redimindo, executando a justiça. E finalmente e sucessivamente, Deus se apresentou como Deus Espírito Santo, fazendo a manutenção das obras anteriores, sustentando e guardando. Uma só Pessoa três manifestações temporárias e sucessivas.

Mani (aprox. 216 – 277)

Nasceu por volta de 216 d.C. na Babilônia. Foi considerado por alguns como o último dos gnósticos. Diferente dos demais hereges desenvolveu-se fora do Cristianismo, contudo era um rival do Evangelho.

Seus ensinos buscavam respaldo no Cristianismo. Afirmava, por exemplo, ser o Paracleto, o profeta final. Em seus ensinos enfatizava a purificação através de rituais. Em 243 d.C. o profeta Mani teve seus ensinamentos reconhecidos por Ardashir, rei sassânida (Índia) então a nova fé teve o seu “pentecostes”, analogia traçada pelos maniqueístas.

Durante 34 anos Mani e seus discípulos intensificaram seu trabalho missidevo aponário pelo leste da Ásia, o sul e o oeste da África do Norte e a Europa.

A base do maniqueísmo engloba: um Deus teísta, que se revela ao homem. Deus usou diversos servos, como Buda, Zoroastro, Jesus e finalmente Mani. Deveriam seus discípulos praticar o ascetismo, evitar contribuir em alguma morte, mesmo de animais ou plantas. Deveriam evitar o casamento e manterem-se celibatários. O universo é dualista, existem duas linhas morais em existência, distintas, eternas e invictas: a luz e as trevas.

A remissão ocorre através da gnosis, conhecimento especial que os iniciados conquistavam. Entre os remidos há duas classes, os eleitos e os ouvintes. Os eleitos não podiam nem mesmo matar uma planta, por isso eram servidos pelos ouvintes que podiam matar plantas, mas nunca matar animais ou até mesmo comer animais. Os eleitos subiriam, após a morte para a glória, enquanto os ouvintes passariam por um longo processo de purificação. Quanto aos ímpios continuariam reencarnando na terra. Recebeu grande influência de Márcion.

Ário (aprox. 256–336)

Presbítero de Alexandria entre o fim do terceiro e início quarto século depois de Cristo. Foi excluído em 313, quando era diácono, devido atitude que apoiava o cisma da Igreja no Egito. Após a morte do patriarca da Igreja em Alexandria, foi recebido novamente como diácono. Depois foi nomeado presbítero, e começou a ensinar que Jesus Cristo era um ser criado, não possuindo nenhum dos atributos incomunicáveis de Deus, por exemplo, eternidade, onisciência, onipotência etc. Isto lhe custou um censura em 318 e exclusão em 321 d.C., contudo, já havia sido propagada sua influência e diversos bispos da Igreja no Oriente já haviam aceitado o novo ensino.

Em 325 ocorreu o concílio de Nicéia, onde Ário, apesar de já excluído, teve ratificação de sua exclusão sendo banido. Ário preparou uma resposta ao Credo Niceno, o que impressionou muito o imperador Constantino. Atanásio resistiu a ordem de Constantino de receber Ário em comunhão, sendo deposto e sofrendo exílio em Gália. Mas faleceu no dia em que entraria em comunhão em Constantinopla.

A base de seu ensino era estabelecer a razão natural como meios de entender a relação Deus e Cristo. Haveria uma só Pessoa na Divindade. O Logos foi não apenas gerado, mas literalmente criado, seria apenas um intermediário entre Deus e os homens. Devido sua elevada posição, receberia adoração e glória.

Apolinário (aprox. 310–390)

Bispo de Laodicéia da Síria, nos fins do quarto século. Cooperou na reprodução das Escrituras. Fez oposição a afirmação de Ário quanto a criação e mutabilidade de Cristo.

Por outro lado, se opôs ao conceito da completa união entre as naturezas divina e humana em Jesus. Afirmava que Jesus não tinha um espírito humano, mas o espírito de Cristo manipulava o corpo humano. Sua posição inicial era contra o arianismo, que negava a divindade de Cristo. Em sua opinião, seria mais fácil manter a unidade da Pessoa de Cristo, contanto que o Logos fosse conceituado apenas como substituto do mais elevado princípio racional do homem. Contrapondo-se a Ário, ele advogava a autêntica divindade de Cristo, e tentava proteger Sua impecabilidade substituindo o pneuma (espírito) humano pelo Logos, pois julgava aquele sede do pecado.

Conseqüentemente, Apolinário negava a própria e autêntica humanidade de Jesus Cristo.

Em 381, o sínodo de Constantinopla declarou contundentemente, entre outros sínodos, herética a cristologia de Apolinário. Formou um grupo de discípulos que manteve seus ensinos, contudo, não demorou muito o movimento se desfez.

Nestório (aprox. 375–451)

Patriarca da Igreja em Constantinopla na metade do quinto século d.C. com o objetivo de expurgar heresias na região de seu controle encontrou problemas em expressar sua cristologia. Encontrava-se em seu tempo idéias divergentes sobre a natureza de Cristo. Alguns aparentemente negavam a existência de duas naturezas em Cristo, postulando uma única natureza. Outros afirmavam, como Teodoro de Mopsuéstia, que o entendimento deveria partir da completa humanidade de Cristo. Teodoro negava a residência essencial do Logos em Cristo, concedendo somente a residência moral. Essa posição realmente substituía a encarnação pela residência moral do Logos no homem Jesus. Contudo, Teodoro declinava das implicações de seu ensino, que inevitavelmente levaria a dupla personalidade em Cristo, duas pessoas entre as quais haveria uma união moral. Nestório foi fortemente influenciado pelo seu mestre, Teodoro de Mopsuéstia.

O nestorianismo é deficiente, não quanto à doutrina das duas naturezas de Cristo, e sim quanto à Pessoa de cada uma. Concorda com a autêntica e própria deidade e a autêntica e própria humanidade, mas não são elas concebidas de forma a comporem uma verdadeira unidade, nem a constituírem uma única pessoa. As duas naturezas seriam igualmente duas pessoas. Ao invés de mesclar as duas naturezas numa única autoconsciência, o nestorianismo as situava lado a lado, sem outra ligação além de mera união moral e simpática entre elas. Jesus seria um hospedeiro de Cristo.

Nestor foi vigorosamente atacado por Cirilo, patriarca de Alexandria, sendo condenado pelo Terceiro Concílio de Éfeso em 431 d.C.

O movimento Nestoriano sobreviveu até o século catorze! Adotaram o nome de cristãos caldeus, a Igreja persa aceitou claramente a cristologia nestoriana. Atingiu sua expressão culminante no décimo terceiro século, quando dispunha de vinte e cinco arcebispos e de cerca de duzentos bispos. Nos séculos doze e treze formou-se a Igreja Nestoriana Unida, e atualmente seus membros são conhecidos como Caldeus Uniatos. Na Índia, são conhecidos como cristãos de São Tomé. Hoje esse movimento está em declínio.

Pelágio (aprox. 360–420)

Teólogo britânico que teve uma vida piedosa e exemplar. Exatamente nesta questão desenvolveu conceitos sobre a hamartiologia (doutrina que estuda o pecado) que lhe trouxe resistência e finalmente a exclusão foram ratificadas em diversos sínodos (Mileve e Catargo). Sendo ainda condenado no Concílio de Éfeso em 431 d.C.

Os seus ensinos afirmavam que o homem poderia viver isento do pecado. Ensinava que o homem foi criado a imagem de Deus, e, apesar da queda, essa imagem é real e viva, do contrário, o homem não seria aquele homem criado por Deus. No pelagianismo a morte é uma companheira do homem, querendo dizer que, pecando ou não, Adão finalmente morreria, ainda que não pecasse. O ideal do homem é viver obedecendo.

O pecado original é uma impossibilidade, pois o pecado depende de uma ação voluntária do pecador. Também através de uma vida digna os homens podem atingir o céu, mesmo desconhecendo o Evangelho. Todos serão julgados segundo o que conheciam e o que praticavam. O livre-arbítrio era enfatizado em todas suas afirmações, excluindo a eleição. Um século depois, desenvolveu-se o semipelagianismo que amortecia alguns ensinos extravagantes de Pelágio.

Eutíquio (aprox. 410–470)

Viveu em um mosteiro fora de Constantinopla durante a primeira metade do quinto século. Discípulo de Cirilo de Alexandria teve grande influência e chefiava mosteiros na Igreja oriental. Oponente ao nestorianismo, afirmava que por ocasião da encarnação, a natureza humana de Cristo foi totalmente absorvida pela natureza divina.

Ele era de opinião que os atributos humanos haviam sido assimilados pelo divino em Cristo, pelo que Seu corpo não seria consubstancial com o nosso e Ele mesmo não seria humano no sentido restrito da palavra.

Esse extremo doutrinário teve apoio temporário do chamado Sínodo dos Ladrões (em 449 d.C.); essa decisão foi anulada mais tarde pelo Concílio de Calcedônia em 451 d.C., foi chamado de sínodo dos Ladrões, pois roubavam características da doutrina cristocêntrica, então Eutíquio foi afastado de suas atividades eclesiásticas. A Igreja egípcia continuou apoiando a Eutíquio e manteve os seus ensinos por algum tempo. O eutiquianismo surge novamente no movimento monofisista.

FONTE: Revista Defesa da Fé

AS PORTAS DE JERUSALÉM

Por Gilson Barbosa

Deus nunca nos deixa só e coloca em nosso caminho pessoas certas para auxiliar-nos na frente da “batalha”, no labor, no ministério, nos projetos, planos, etc, pois assim como fez com Neemias Ele faz conosco. Até mesmo em nossos negócios particulares, no casamento, na faculdade, em nosso cotidiano, Deus nos agracia com pessoas que estarão ao nosso lado e nos ajudarão. No trabalho da reconstrução dos muros e portas de Jerusalém muita gente “pôs as mãos na obra”. Neemias recebeu ajuda dos sacerdotes (3.1), dos ourives e perfumistas (3.8), dos líderes e mulheres (3.12), levitas (3.17) e mercadores (3.32). Apesar do nome de Neemias não aparecer no capítulo 3, pelo contexto (2.18-20; 4.13-23) depreendemos que ele liderou todo o pessoal na execução do projeto.

O grupo dos sacerdotes foi o primeiro mencionado por Neemias. Eliasibe, o sumo sacerdote, recebeu a incumbência de Neemias para liderar seu respectivo grupo e reparar a Porta das Ovelhas. Ressalto a importância desse grupo visto que o sumo sacerdote, depois do governador, era a segunda pessoa mais importante em Judá e seu engajamento certamente motivou outros (os próprios sacerdotes) a trabalharem também. Isso nos remete ao entendimento de que o líder deve ser o primeiro a empreender esforços no sentido de ver a situação caótica restabelecida e não apenas delegar tarefas. O sumo sacerdote e os sacerdotes deviam servir de exemplo aos demais.

A NATUREZA DA PORTA NOS TEMPOS BÍBLICOS

Antes de mencionarmos as portas de Jerusalém é importante anotar a relevância das portas naquele tempo. Segundo a Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia (p. 328) a “arqueologia e as referências literárias tem ilustrado amplamente a natureza das portas antigas, as quais variavam segundo o tipo de estrutura a que serviam, os materiais envolvidos e as posses do construtor. Assim, a porta de uma tenda consistia apenas em um pedaço de pano, ou em uma pele de animal, que cobria a entrada a mesma. A maioria das portas eram feitas de madeira. Nas residências dos ricos, a porta de madeira podia ser coberta de metal, o que também ocorria no caso das portas das cidades e dos quartéis. Havia portas feitas de pedras, ou inteiramente de metal. Não havia dobradiças como as que conhecemos atualmente; no lugar de dobradiças haviam pivôs que eram ajustados em soquetes, na parte de baixo e na parte de cima da porta. Também haviam portais com portas dobradiças (Isa. 45.2; Sal. 107.16). Como medida de segurança, havia trancas de metal ou madeira (II Sam. 13.17). Também haviam fechaduras e chaves (Jui. 3.23). Os portais tinham três partes: o limiar; as ombreiras aos lados e a verga ou peça horizontal, do alto da porta”.

As portas das cidades eram locais extremamente importantes para a sociedade da época: “Eram os lugares de maior afluência do povo para negócios, processos judiciais, conversação, passatempo na ociosidade (Gn 19.1; Dt 17.5; 25.7; II Sm 15.2; II Rs 7.1; Ne 8.1; Jó 29.7; Pv 31.23)” BUCKLAND. Dicionário Bíblico Universal.

No livro de Neemias nos deparamos com doze portas. São elas: Porta do Vale (3.1, 2); Porta da Fonte (3.15); Porta das Ovelhas, ou do Gado (3.1); Porta do Peixe (3.3); Porta Velha (3.6); Porta do Monturo (3.14); Porta das Águas (3.26); Porta dos Cavalos (3.28); Porta da Guarda ou Mifcade (3.10); Porta de Efraim (8.16); Porta Oriental (3.29) e a Porta da Esquina (II Rs 14.13; II Cr 25.23).

Segundo o pastor Elyseu Queiroz de Souza (Israel por dentro, p. 134) “cada nome tinha um significado especial. É bom notar que o número era também simbólico e correspondia ao número das portas da Santa Cidade, a Nova Jerusalém (Ap 21.12-14)”. Ele escreveu ainda fatos interessantíssimos sobre as atuais portas de Jerusalém, em sua viagem a Israel em julho de 1985, que merece ser redigido:

“A cidade velha de Jerusalém tem 3 quilômetros de extensão e é cercada por uma muralha de 13 metros de altura, quase igual a um prédio de 4 andares. É dentro desta cidade fortificada que se acham os principais santuários de Jerusalém. Tem 8 portões de entrada cujos nomes são: 1) A Porta Nova. 2) A Porta de Damasco. 3) A Porta de Herodes (estas três ficam na parte norte das muralhas). 4) A Porta de São Estêvão. 5) A Porta Dourada (esta porta foi fechada pelos turcos em 1590 e permanece fechada até o dia de hoje. Foi por esta porta que Jesus entrou na cidade, grandemente aclamado como rei, pela multidão, quando muita gente estendia os seus vestidos à sua passagem, e outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pelo caminho, e a multidão que ia adiante e a que o seguia clamava, dizendo: ‘Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas’ (Mt 21.8-11). Foi mesmo uma grande apoteose. Muitos dizem que por esta Porta Dourada, que está fechada, Jesus entrará na sua segunda vinda em glória. Eles fecharam a porta para bloquear a entrada de Jesus. Estultícia deles, que não merece nem comentário. E com isso Deus cumpre as profecias de Ezequiel 44.1,2. 6) A Porta do Lixo. 7) A Porta de Sion, na muralha sul. 8) Finalmente, a Porta de Jafa, na muralha ocidental”.

O pastor Elyseu Queiroz prossegue dizendo que é bom que o leitor atente para o fato de que estas portas atuais não correspondem àquelas que foram reedificadas por Neemias quando da volta do cativeiro; nem nos nomes nem em número e nem em significado.

METÁFORA DAS PORTAS

Na lição desse domingo (16/10/2011) as portas serão usadas como metáforas para ilustrar profundas verdades espirituais. Segundo os estudiosos no assunto muitas vezes estabelecemos comparações de uma forma sintética, isto é, sem usar conjunções que estabeleçam a comparação. Por exemplo, a frase ‘o violeiro estava bravo como uma onça’ poderia ser escrita assim: ‘O violeiro estava uma onça’. Desse modo, a comparação é transformada em metáfora. A palavra metáfora vem do grego mataphorá que significa transferência (isto é, transferência de sentido de uma área para outra).

PORTA DAS OVELHAS
(vs 1,32) – Esta é a primeira porta mencionada. Foi chamado de Porta das Ovelhas, porque por ela entravam as ovelhas e cordeiros utilizados no sacrifício. Essa porta fala da primeira experiência que temos em nossa vida cristã - ou seja, uma percepção de que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. A Porta das Ovelhas, em seguida, fala-nos da cruz e do sacrifício que Jesus fez pelos nossos pecados. É o ponto de partida de tudo, porém numa leitura atenta do capítulo 3 notamos que a esta porta também é mencionada no final do capítulo, perfazendo assim um círculo completo. Isso é porque tudo começa e termina com a morte de Jesus na cruz.

PORTA DOS PEIXES
(vs 3) – Por esta porta os pescadores traziam os peixes capturados para serem vendidos. Ela nos remete a pensar no evangelismo, pois o Senhor nos comissionou para sermos “pescadores de homens”. É uma progressão natural em nossa vida cristã, que, depois da morte de Cristo pelos nossos pecados, e depois de usufruirmos os benefícios espirituais dela, que contemos às demais pessoas a alegria de termos recebido o Senhor Jesus em nossas vidas. Cabe a nós testemunharmos da simplicidade do evangelho e “pescarmos almas” para Cristo. 
E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens
Mateus 4.19
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 
Marcos 16.15

PORTA VELHA (vs 6) – Essa porta nos fala das velhas formas da verdade cristã. Em nossa caminhada espiritual a primeira experiência é receber a Cristo; a segunda é falar aos outros de Jesus; a terceira é a necessidade de fundamentarmos nossa fé nas doutrinas essenciais da fé cristã – que são verdades. Isso significa aprender e manter os velhos caminhos da verdade que nunca mudam. O profeta Jeremias (6.16) disse: “Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele”. Existem coisas que até necessitam de mudanças, progressos, alternâncias, outras, não devem sofrer alteração alguma.

PORTA DO VALE (vs 13) – Olhando na figura ao lado perceberemos que há uma longa distância que separa a Porta Velha da próxima porta que é a Porta do Vale. Quando aceitamos a Cristo como Salvador e começamos a andar na fé cristã parece que estamos numa espécie de “lua de mel”. Esse é um dos melhores períodos na vida do novo convertido, pois a presença de Jesus é muito forte em todos os segmentos da sua vida. Por um bom tempo nos beneficiaremos do gozo desse começo na jornada espiritual. Porém, mais cedo ou mais tarde nos depararemos com a Porta do Vale. Ela nos fala de dificuldades, oposições, e nos leva ao processo de nos humilharmos diante de Deus. Na nossa caminhada espiritual nem tudo será uma “mar de rosas” e certamente teremos experiências desagradáveis. Cabe estarmos preparados e prontos para enfrentarmos essas situações.

PORTA DO MONTURO (vs 14) – Por essa porta saía todos os resíduos e lixos para fora de Jerusalém até ao Vale de Hinom para ser queimado. Isto é o que acontece em nossa própria vida. Literalmente falando quase todos nós temos um quartinho ou um cômodo externo em nossas casas onde guardamos alguns dos “lixos” que acumulamos ao longo de certo tempo – revistas e jornais velhos, objetos que não usamos mais, etc. Da mesma maneira muitos têm entulhado seus corações com os lixos pecaminosos: pornografia, imoralidades, conceitos relativistas, ódio fraternal, etc. É necessário limparmos o nosso coração e lançar fora o lixo acumulado. A Bíblia diz que “sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). Jesus disse que “o que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7.20-23).

PORTA DA FONTE (vs 15) – A partir da imagem acima, notaremos que a porta da fonte fica muito próximo a Porta do Monturo. Em outras palavras, depois de uma experiência onde é retirado o “lixo das nossas vidas” usufruímos da verdadeira fé e daí por diante “fontes” límpidas começam a fluir dentro de nós. Isso nos fala das águas vivas do Espírito Santo que limpam nossas vidas e nos fortalece mais ainda nossa vida cristã”. Certa vez Jesus disse: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (Jo 7.37-39).

PORTA DAS ÁGUAS (vs 26) – Essa porta é uma imagem que retrata a Palavra de Deus e seu efeito em nossa vida. Paulo escrevendo aos Efésios (5.26) afirma que Cristo purificou Sua igreja com a lavagem da água, pela palavra. Não é por acaso que esta porta estava localizada ao lado da Porta da Fonte; é como se as duas andassem juntas. O Espírito Santo é aquele que torna a Palavra de Deus viva para nós permitindo que a limpeza (Porta da Fonte) e a direção pela Palavra (Porta das Águas) tomem lugar na nossa vida.

PORTA DOS CAVALOS (vs 28) - A porta dos cavalos nos fala de “guerra”, pois como os cavalos foram usados ​​na batalha, se tornaram um símbolo da guerra. Em Apocalipse 19.11 está registrado: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça”. Podemos notar no livro de Neemias seu abnegado esforço numa luta travada contra seus opositores e isso demandou muita força moral, psicológica e espiritual. Da mesma forma cada cristão está numa batalha, quer saibamos ou não, quer queiramos ou não. Assim como o cavalo é símbolo de força, cada cristão também deve lutar com todas as suas forças espirituais contra as hostes do mal (Ef 6.12-17).

PORTA DOURADA OU ORIENTAL
(vs 29) – Essa porta é singular para os judeus, pois esperam acontecer nela um evento particular - a vinda do Messias! (Ez 44.1,2). “Então me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, que olha para o oriente, a qual estava fechada. E disse-me o SENHOR: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o SENHOR, o Deus de Israel entrou por ela; por isso permanecerá fechada”. O portão leste abre e olha para o Monte das Oliveiras e sabemos que quando Jesus voltar Ele irá retornar a esse lugar: “E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul” (Zc 14.4). O Senhor Jesus entrará em Jerusalém pela porta leste. Para a nossa vida cristã ela mostra-nos a necessidade de mantermos a esperança de que ele retornará.

PORTA DA GUARDA OU MIFCADE (vs 31) – Essa é a porta da inspeção. Ela fala-nos do bema de Cristo, onde nossas vidas serão inspecionadas e recompensadas de forma apropriada. Em nossa experiência cristã, devemos viver com isso em mente. Somos chamados a viver a nossa vida com a eternidade em vista, por isso devemos cuidar mais das coisas eternas do que as temporais que vemos ao nosso redor.

SEU ESFORÇO NÃO É VÃO NO SENHOR

As referencias bíblicas às portas queimadas (1.3; 2.3, 13, 17) retratam o estado vergonhoso em que estava a cidade de Jerusalém, porém, com muito ânimo e organização Neemias juntamente com seus liderados conseguiram restaurá-las e tirar “a vergonha de Judá”. Nas nossas vidas também acontece da mesma forma. Somos servos do Senhor, reconhecemos sua Soberania e Governo, desfrutamos da sua Graça, mas, de vez em quando, por inúmeras razões que desconhecemos, somos alçados a um “estado ou posição de vergonha” e acabamos servindo de zombaria aos nossos inimigos e opositores. Contudo, temos a garantia de que assim como Deus agiu no projeto de reconstrução dos muros e portas, por intermédio de Neemias, e abriu o coração das pessoas para ajudá-lo, Ele há de abençoar sua vida, ministério, projetos e planos, estimado leitor. Apenas sê forte e corajoso!

sábado, 19 de novembro de 2011

VOCÊ SABIA?

O Senhor quer saúde e bem estar para o povo. Os missionários que estão espalhados pelo mundo podem tentar conseguir essas máquinas para gerar receita para suas missões, a fim de ajudar os necessitados, dando consciência sobre a necessidade de limpeza e do reaproveitamento do lixo no mundo.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Perfect Liberty

Autor : Prof. Paulo Cristiano 
Mishirassê, Hoshô, Mioshiê, Makoto, você as conhece? Creio que não! Esses são vocábulos japoneses que para nós não possuem nenhum significado especial, mas que para certo grupo religioso é o divisor de águas entre o caos e a harmonia, a morte e a salvação, a benção e a maldição. Estamos falando da seita japonesa conhecida como Perfect Liberty.

O nome "Perfect Liberty" significa "Perfeita Liberdade" e as suas iniciais formam a sigla da Instituição - "PL".

Antes de adentrarmos ao exame desta religião gostaria de chamar a atenção para o verdadeiro foco da questão, isto é, o real motivo da PL estar sendo pesquisada. É que de vez em quando somos interpelados, por adeptos de algumas destas seitas japonesas, do porquê questionarmos suas doutrinas. Ora, não se trata de julgamento e tampouco perseguição ou preconceito. Quem pensa assim desconhece o verdadeiro objetivo da apologética cristã. O que ocorre é que a PL posa não como uma simples religião, mas "a religião", "a verdade" e por vezes faz reivindicações que vai além de um movimento que prega uma simples filosofia de vida como veremos no desenrolar do texto. É óbvio que com tais confissões mirabolantes como estas, é justo que tal movimento deva ser investigado para que se possa averiguar objetivamente a veracidade de suas declarações. A matéria a seguir é justamente isto, um confronto das doutrinas peelistas com os ensinamentos cristãos legado por Jesus Cristo à humanidade; levando em consideração o axioma que pressupõe que duas verdades não podem coexistir quando ambas estão bilateralmente oposta uma à outra. Somente uma delas é verdadeira, no caso em questão a PL ou o Cristianismo.

Isto posto adentremos à análise crítico-teológica das doutrinas e práticas da religião Perfect Liberty.

HISTÓRICO

A Instituição Religiosa Perfect Liberty - PL foi fundada no dia 29 de setembro de 1.946, na cidade de Tossu, no Japão.

Tokumitsu Kanada
A PL nasceu com base na religião " Mitakekyo-Tokumitsu Daikyokai" fundada em 1.912, sob os ensinamentos de Tokumitsu Kanada, ex-monge budista da seita Shingon, nascido em 1.863 na cidade de Yao, Osaka. Kanada diz ter recebido a iluminação de "uma verdade" para fundar sua seita.

O Primeiro Kyosso da PL, Tokuharu Miki após largar o zen-budismo (sua antiga seita antes de fundar a PL) torna-se discípulo de Kanada. Com a morte deste, obedecendo ao seu testamento, Miki que já era seu sucessor, planta uma árvore no local de seu falecimento, zelando como morada de Deus, orando perante ela todos os dias. Após cinco anos, diz ter sido contemplado com a iluminação recebendo de Mioyaookami, mais três preceitos que juntando aos 18 que lhe foram transmitidos por Kanada , perfizeram os 21 preceitos sagrados da PL.

Em 1925 estabelece a Igreja "Hito-No-Michi" (Caminho do Homem).

Após uma perseguição religiosa no Japão, a "Hito-No-Michi" foi fechada e seus dirigentes presos sob a acusação de lesa majestade. Em 9 de outubro de 1.945, com o término da Segunda Grande Guerra, foi libertado. No ano seguinte no dia 29 de Setembro, Toruchira Miki , filho de Tokuharu Miki, II Patriarca, mudou o nome da seita para "Instituição Religiosa Perfect Liberty". A escolha do nome sem dúvida foi um "reflexo" deste acontecimento.

A "Sede Eterna" ou como costumam denominar "Terra Sagrada" da PL encontra-se atualmente em Tondabayashi próxima a Osaka , no Japão. Afirmam que possuem milhões de adeptos em todo o mundo. Os verdadeiros seguidores precisam tomar parte numa caravana religiosa pelo menos uma vez até esta sede para comemorar a memória do primeiro patriarca.

No Brasil a PL teve início em 16 de fevereiro de 1958 com a chegada em 24 de março de 1957, do Assistente de Mestre Ryozo Azuma e se espalhou principalmente entre as colônias japonesas. Somente no Brasil , a PL tem mais de trezentos mil adeptos espalhados nas suas 200 sedes sendo que destes, 95% é de procedência não japonesa.

O PERFIL PEELISTA

À primeira vista a PL não apresenta nada demais, dá a impressão que seus ensinamentos são apenas mais uma filosofia de vida, pois só falam de coisas boas e positivas. Tanto é que em alguns lugares foi considerada como utilidade pública.

Este é um aspecto positivo que merece nosso louvor.

Contudo, a verdadeira questão se encontra em outro patamar. É que ao aprofundarmos num exame mais detalhado percebemos que a PL reivindica ser muito mais que mera religião ou filosofia.

Como as demais seitas japonesas acreditam que cada religião teve "uma verdade" ou iluminação para sua época e que agora na época atual Deus enviou a PL para salvar a humanidade. É uma religião relativista de auto-salvação e com forte influência do budismo e Xintoísmo.

Dizem: "A fundação da PL, significa o fim das superstições e ilusões da humanidade, sendo aberto um caminho verdadeiro para o ser humano trilhar" (Revista PL 30 Anos pág. 32)

"pois este é o caminho que sobrepõe a época, a raça, o credo e a ideologia para felicitar todos os seres humanos, indistintamente. É o caminho que todos os homens devem conhecer..." (Boletim Assistente de Mestre nº 20 julho/agosto de 1996 pág. 3)

A PL se diz ecumênica, seu líder atual é Conselheiro Honorário da Liga das Novas Religiões do Japão e Presidente Honorário da Federação das Religiões Japonesas. Mas apesar deste perfil ecumênico (Folheto 'Vida é Arte' - verso), acreditam, contudo que só a PL possui o caminho para a verdadeira salvação:

"Excluindo o ensinamento da PL, nenhum outro é capaz disso [...] A não ser o ensinamento peelista, não existe nenhum outro que possa fazer com precisão essa orientação individual" (Instruções para a Vida Religiosa PL pág. 186)

"Ao observar as religiões tradicionais, sob vários aspectos, não posso concordar com absolutamente nada." (Boletim Assistente de Mestre nº 008 - 1983)

Cabe aqui um comentário oportuno: é que com essa filosofia Jesus Cristo e de resto todo o cristianismo é considerado ultrapassado para nossa época. Isso se choca frontalmente com o que disse Jesus sobre suas palavras, as quais afirmou: nunca iriam passar (Mt. 24.35), pois Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Heb. 13.8).

Continuando, a PL baseia toda a sua crença em 21 preceitos. Seu lema é viver na "perfeita liberdade", isto é, sem reprimendas de sentimentos ou expressão. Um dos objetivos da seita é levar as pessoas ao caminho da felicidade através dos ensinamentos dos fundadores pela expressão do próprio "eu" preparandoA PL possui várias literaturas, mas o principal livro, considerado como de cabeceira (praticamente a bíblia deles), chama-se "Instruções para a Vida Religiosa PL". São 21 instruções falando sobre gratidão, espírito de reclamação, teimosia, preocupação, cobiça, saber utilizar os cinco sentidos, não magoar os outros, etc.Coisas óbvias, que a Bíblia cita há milhares de anos. Mas nessas instruções, as soluções são sempre as colocações do ponto de vista peelista. As 3 últimas instruções, principalmente, não tem nenhum fundamento cristão: só se referem à gratidão que precisamos ter para com a PL.

A ORGANIZAÇÃO

A PL possui vários departamentos internos como Depto. de senhoras, juventude, divulgação etc...

A divisão administrativa compreende as regiões as quais englobam distritos. Estes coordenam as igrejas, sedes e locais de expansão. Cada um desses setores é dirigido por um mestre regional ou distrital, ou mestre chefe de igreja.

A seita obedece a uma hierarquia definida: no topo do comando está o patriarca. Ele é o responsável pela Instituição, é o instrutor, o líder máximo dentro da seita.

Depois vem os mestres e assistentes de mestres. Enquanto os primeiros se dedicam integralmente às atividades da instituição, os últimos via de regra continuam suas atividades profissionais normais.

Cerimônias

A PL possui várias cerimônias importantes, divididas em anuais e mensais.

Cerimônias anuais:

1. Cerimônia de ano novo (1º de janeiro)

2. Cerimônia de Kiosso-Sai (1º de agosto)

3. PL-Sai (29 de setembro dia de fundação da PL)

4. Cerimônia de Aniversário Natalício do patriarca (2 de dezembro)

Cerimônias mensais:

1. Dia da paz (1º de cada mês)

2. Dia dos antepassados (11 de cada mês)

3. Dia de agradecimento (21 de cada mês)

O PATRIARCA

O Patriarca da PL é chamado de Oshieoyá-Samá, que nesta geração dizem estar representado por Takahito Miki o terceiro fundador.

Apesar de declararem que Takahito ocupa a posição de "um ser humano e não Deus." Porém, acreditam que ele "está num estado que pode ser chamado de "Estado Uno a Deus", considerado o único intermediador entre Deus e os homens, "representa Deus perante os homens".

A bem da verdade, na prática, ele se transforma num semi-deus dentro da seita e seus adeptos o consideram o centro de sua fé.
Quem entra numa sede da PL pode verificar facilmente que na parede acima do altar fica o Omitamá e à direita fica um retrato do patriarca, ao qual prestam agradecimentos pelas graças alcançadas.

O tratamento que dão a ele ultrapassa a simples reverência dada a um líder.

Seus adeptos não fazem questão de esconder as lisonjas dispensadas a este homem que é praticamente idolatrado dentro da instituição.

Para melhor comprovação observe as reivindicações feitas pelo patriarca da PL:

Fonte da Verdade -"Oshieoyá-Samá é também uma pessoa que esclarece todas as verdades conforme a necessidade do momento, baseando-se no ponto de vista "Vida é Arte"... Em outras palavras, Oshieoyá-Samá é a fonte da Verdade."

Centro da Fé - "Sim, na PL é tudo assim. Tudo envolve e gira em torno de Oshieoyá-Samá" (Hoshi-in - nº 1 - out./nov./dez. - 1996, pág.2)

Fundamento da PL - "Sem Oshieoyá-Samá a existência da PL é inconcebível" (Instruções para a Vida Religiosa PL pág. 186)

Digno de veneração - dizem que precisam "Ter fé em Oshieoyá-Samá e veneração por ele"

Alicerce espiritual - "Em outras palavras, não é exagero dizer que, se não nos basearmos em Oshieoyá, nós peelistas, perderemos o apoio espiritual." (Boletim Palavras do Mestre nº 109 31/07/88)

Salvador - "A obra sagrada do patriarca é de "salvar pessoas e, através delas, melhorar a vida na sociedade." (ibdem p. 4)

Mediador - "Para os que estão nessa situação, Oshieoyá-Samá abre o caminho de 'Pedido de Perdão'" (Revista PL 30 Anos pág. 42)

"E quem nos ensina o sentimento divino, quem nos transmite a vontade de Deus é Oshieoyá-Samá" (Instruções para a Vida Religiosa PL pág. 195)

Sacrifica-se pela humanidade - A cura das doenças implica em o patriarca tomar as dores e doenças do adepto em seu corpo e no juramento deste em obedecer seus ensinamentos.

"Oshieoyá-Samá ora a Deus, suplicando a salvação de toda a humanidade, sacrificando-se misericordiosamente. Os atos sagrados tais como: Mioshiê, Oyashikiri e Omigawari concretizam-se através do sacrifício de corpo e alma de Oshieoyá-Samá e da virtude dos Espíritos dos Antecessores da PL. Portanto, através desses atos, nós adeptos aliviamo-nos dos sofrimentos porque Oshieoyá-Samá responsabiliza-se perante Deus por esses nossos sofrimentos." (Boletim Ass. de Mestre Ensinamentos gerais p. 6)

"O motivo do Omigawari ser atendido por Deus, decorre do fato de Oshieoyá-Samá arcar com a responsabilidade perante Deus, durante o dia e a noite, sacrificando o seu corpo.

Diariamente, no mundo inteiro, muitas pessoas estão sendo salvas através do Oyashíkiri e Omigawari. Essas preces surgem no corpo de Oshieoyá-Samá como sofrimentos e vão acumulando-se gradativamente. Na Cerimônia de Agradecimento, Oshieoyá-Samá restitui todos os sofrimentos acumulados no seu corpo e faz o Shikiri para poder retornar ao estado original de pureza física. Nesse momento, Oshieoyá-Samá agradece a Deus por ter podido substituir os adeptos em seus sofrimentos e transmitir os ensinamentos e, ao mesmo tempo, devolve a Deus todos esses sofrimentos físicos acumulados durante o mês e renova o Shikiri no sentido de poder receber novamente os sofrimentos dos adeptos por mais um mês. Isso é o ato sagrado de receber a obra divina de Oshieoyá-Samá." (Manual de Ass. de Mestre p. 27,28)

Como podemos observar Takahito Miki, furta títulos e funções que só pertencem a Jesus Cristo. Jesus é nosso único salvador (At. 4.12), ele sofreu por nossos pecados e enfermidades (Is. 53.4) é o único que transmite a vontade de Deus e perdoa pecados (Heb. 1.1; Mat. 9.6), é o caminho a verdade e a vida (João 14.6).

Contudo, Jesus Cristo deu provas de tudo isso. Quanto ao patriarca da PL, já não podemos dizer o mesmo.

IDOLATRIA, SUPERSTIÇÕES E CRENDICES

A PL não poupa esforços em atacar o que eles consideram as superstições das outras religiões:

"Com o passar do tempo, em muitos casos, equivocaram-se, simplesmente com as pinturas e os ídolos, causando o surgimento de muitas superstições" (Boletim Assistente de Mestre nº 20 julho/agosto de 1996 p. 5)

Contudo, se existe uma religião cheia de crendices e superstições, esta com certeza é a PL. Ao ingressar na seita o adepto recebe um pacote de amuletos de vários modelos, altares, rezas e juramentos que precisam ter e praticar para adquirir proteção tanto, física como espiritual. É flagrante o caráter fetichista da PL. Veja:

Amuletos

Os amuletos na PL tem muita importância como podemos ver nas declarações logo abaixo:

"Trata-se de um protetor físico de quem o usa, foi-lhe inserido o Shikiri para que Deus sempre o acompanhe e proteja...o Amuleto, desde que pratiquemos os ensinamentos, protege-nos mesmo em estado de inconsciência."

"O amuleto é exclusivamente individual, e o Shikiri foi inserido de modo a proteger somente a quem o solicitou. Não terá valor para outra pessoa. E como é utilizável apenas para aquela pessoa, em caso de falecimento, deverá ser purificado através de incineração. Entretanto, se o adepto desejar, poderá solicitar reinserimento para algum parente próximo. Não se deve esquecer disso, principalmente em se tratando de Amuleto Anelar."(Manual de Assistente de Mestre - ensinamentos gerais)

Fora estes há também o "Tesouro da sorte", uma espécie de amuleto, distribuído no início do ano, dentro do qual há a seguinte oração: "Que o portador deste Tesouro da Sorte seja agraciado com a providencia divina do decorrer do ano". Tal amuleto deve ser guardado na carteira do adepto.

Essa tendência animista da PL a coloca em nível muito inferior ao verdadeiro cristianismo. O trabalho da PL de tentar levar o homem à liberdade tem falhado, posto que ao mesmo tempo lhe promete liberdade, ele se prende ainda mais no ocultismo. Depositar nossa fé em objetos é desvia-la do Deus vivo. Somente Jesus pode libertar a humanidade de tais práticas escravizadoras ensinadas pela PL (João 8.32,36).

Altares e Imagens

A PL possui também um altar para fazer suas rezas o qual denominam de "Omitamá".

Acreditam que através deste objeto os desejos e pedidos dos adeptos serão ouvidos por Deus, abrindo-lhes o caminho da felicidade."

O adepto, logo ao ingressar cultua um Omitamá, chamado "Aramitama" iniciando assim sua vida religiosa. Este altar é sagrado, havendo até cerimônias especiais para entroniza-lo (no lar, loja ou empresa) ou transferi-lo em caso de mudanças.

A maneira de cultuar o Omitamá

1) Entronizar no local mais puro da casa.

2) A base que suporta a redoma de vidro deve estar na mesma altura ou pouco acima dos olhos (para evitar desrespeito).

3) Não entronizar o Omitamá junto a outros altares ou imagens.

4) Não há necessidade de oferecer ao Omitamá, flores ou qualquer outra coisa (procede-se de modo semelhante ao altar da sede).

5) Não se deve entronizá-lo desrespeitosamente sobre estantes ou mesas velhas.

6) proibido abrir as colunas do Omitamá.

Sobre a proteção do Oniitamá

"Através da convicção da fé absoluta que tivermos no Omitamá e por intermédio da virtude do Patriarca, podemos sentir e perceber a resposta evidente ao nosso pedido. Quanto maior a nossa fé no Omitamá, como conseqüência, maior serão as graças divinas."

Acreditam que o Omitamá é a verdadeira imagem de Deus, representa Deus.

Há vários tipos de Omitamás. Há o Omitamá oficial que uma vez introduzido não poderá ser trocado a não ser em caso de mudanças, para desfazer este inconveniente inventaram o omitamá portátil que pode ser transportado dentro do lar. Há também o Omitamá tipo A,B e C considerados especiais.

O tipo B só poderá ser concedido depois que o Kyoto já possui o tipo A, sendo um pouco menor que este, é destinado para aberturas de filiais de empresas.

Já o de tipo C é para carros motorizados de 3 ou 4 rodas, motocicletas, helicópteros, barcos. Para receber o Omitamá tipo C, o adepto não precisa ser Kyoto. Este Omitamá se destina a garantir a segurança do veículo.

Contudo a Bíblia proíbe terminantemente o uso de quaisquer objetos no culto a Deus. Isso que a PL pratica na verdade não passa de idolatria que é condenada pela lei de Deus (Ex. 20.4,5 - Is. 44.17). E oda e qualquer idolatria trás maldição e escravidão para a vida da pessoa. Só Jesus dá a verdadeira liberdade (Gl 5.1)

Palavras mágicas

Os peelistas são levados a crer que "nas cinco sílabas "O-YA-SHI-KI-RI", está inserida, em sua totalidade, a força do poder de salvação da PL." Ao proferi-las, com fé, acreditam poder se livrar da infelicidade e do sofrimento. (Boletim Assistente de Mestre nº 24 março/abril de 1997)

Para receber a prece de Oyashikiri é necessário fazer juramentos para cumprir duas normas;

1. perseverar na prática da fé e devoção peelista até o fim da vida.

2. cumprir sem falta , tudo que for ensinado na PL

Isto porque acreditam que o patriarca arca com os sofrimentos dos pedintes perante Deus.

Corrigindo mais este erro é bom ressaltar que as palavras não possuem nenhum poder mágico. Mas os líderes peelistas procuram persuadir seus adeptos de que tais palavras possuem virtude em si mesmas. Isto é outra forma disfarçada de superstição que é condenada pelas Escrituras. A única palavra que possue poder no mundo é a Palavra de Deus.

TEOLOGIA INCONSISTENTE

À guisa de outras seitas japonesas a PL não possui uma teologia definida. Seus ensinamentos são vagos e ambíguos ou até mesmo contraditórios. Eis alguns conceitos doutrinários vistos pela ótica peelista:

Sobre a vida após a morte.

Apesar de acreditarem na existência dos espíritos a PL não possui uma definição exata sobre a vida após a morte. Dizem:

"As religiões tradicionais, que se proclamam as verdadeiras, asseguram a existência da vida "post-mortem". Eu, porém, acho essa questão um tanto duvidosa." (Boletim Ass. De Mestre nº 008 - 1983)

Contudo a Bíblia Sagrada nos dá uma perspectiva muito mais clara da vida no além (Lucas 16.19-31); e para aqueles que seguem a Jesus, bastante positiva (Lc. 23.43). Mas os adeptos da Pl que confiam em seu patriarca não possuem nenhuma segurança após a morte, pois sua religião é imediatista, para aqui e agora tipo "bebamos e comamos que amanhã morreremos".

Quão diferente Quão diferente é a promessa de Jesus! Além de prover salvação em todos os sentidos nesta vida, ainda promete uma nova vida junto a ele no céu (Jo. 14.1).

Sobre a salvação

A PL é uma religião de auto-salvação onde cada um se redime através de seus próprios esforços com a ajuda de seu fundador. Contudo, o conceito de salvação para a PL não é o mesmo do cristianismo, como já demonstramos sua soteriologia é hedonista, isto é, voltada para a busca da felicidade aqui e agora. Ao morrer a pessoa retorna ao além; não há inferno ou punição, todos são salvos, não sendo levado em conta o que tenham feito aqui na terra, pois pressupõem que todos são filhos de Deus. Por isso salvação implica em ter uma vida livre de sofrimentos mesmo quando falam em salvação "espiritual".

"Ser salvo através da fé religiosa significa, receber o Shikiri de Oshieoyá-Samá" (Manual de Ass. de Mestre - ensina mentos gerais pág. 9)

" Por Oshieoyá-Samá foram esclarecidas as verdades "Vida é Arte" e Mishirassé e Mioshiê" e os homens obtiveram uma salvação verdadeira. Isto não significa salvação somente espiritual ou então física e material, mas sim em ambos os sentidos, ou seja, salvação total como ser humano."

"O ato de receber Oyashikiri é nossa devoção e o caminho para sermos salvos."

É lógico que este tipo de salvação é de origem humana. Nenhum ensinamento, prece ou obras poderá garantir a salvação da humanidade. Ressaltando que o homem possui uma alma que pode se perder eternamente. Sendo assim a Bíblia afirma que Jesus é o nosso único salvador (At. 4.12). Somente Ele foi o escolhido para salvar-nos dos nossos pecados (Mt. 1.21). Se alguém se coloca nessa posição, faz de si mesmo um "anticristo". Somente alguém puro e sem pecados poderia tomar o lugar dos culpados (I Ped. 3.18). Nenhum homem por mais sábio ou abnegado que seja poderá fazer isso, pois todos são pecadores e carecem igualmente da salvação oferecida por Jesus, e o patriarca da PL não é exceção.

Sobre Deus

A doutrina de Deus na PL é ambígua, ora panteísta, ora deísta. Todavia, em algumas declarações encontradas em sua literatura seu panteísmo fica totalmente descoberto:

"Compreendemos que DEUS é a "Fonte", a "Força" que rege o UNIVERSO...Vivemos pois, como parte deste UNIVERSO e, portanto, como parte de Deus..." (Folheto: Vida é Arte - em busca da paz)

"Na PL ouvimos dizer que "Deus é tudo". A sociedade, os fenômenos naturais do planeta, além de todo o mundo espacial juntos, denominamos de Deus." (Boletim de Assistente nº 30 março/abril - 1998 p.5)

"Sobre esta força que concordamos existir, na PL, nós a denominamos de "Mioyaookami" ou, simplesmente, de "Deus"." (Boletim de Assistente nº 30 março/abril - 1998 p.4)

Seja qual for o deus adorado na PL, uma coisa é certa: ele não se preocupa com o ser humano porque afirmam que "Deus em si mesmo é completamente frio" (Boletim Assistente de Mestre nº 10 - 1983)

"Alheio às emoções humanas, Ele tão só existe silenciosa e profundamente por toda a eternidade".

O Deus panteísta da PL se fundo com a própria criação, por isso é um deus "frio" que no fundo é um ídolo.

Muito embora saibamos que o verdadeiro Deus é transcendente à sua criação, isso não implica de modo algum que Ele esteja longe de nós como afirma o deísmo. Segundo a Bíblia o Deus verdadeiro, se compadece do seu povo (Ex. 3.7); e está presente em todos os momentos de nossa vida (Mt. 28.20). Apesar dessa imanência ser tão forte a ponto de vir morar dentro de nós (Jo. 14.23), o Deus verdadeiro está fora da criação não se confundindo com ela. Demais disso Deus é uma pessoa e não meramente uma força e como pessoa ele sabe o que se passa dentro do íntimo de outra pessoa. Já o deus da PL não apresenta nenhum dessas características, sendo um deus frio e alheio às emoções humanas. Pergunto: qual a vantagem de um deus assim?

Só Jesus veio revelar-nos o verdadeiro Deus. (Jo. 17.3)

DINHEIRO É A SALVAÇÃO

É difícil ouvir dos lábios de um peelista o conceito de que "dinheiro não trás felicidades", isso devido a importância que o dinheiro tem dentro da organização. Na verdade isso se tornou uma importante doutrina entre eles.

A ênfase financeira é tão grande que chega ser obsessiva. Devido a prática financeira em altos valores a maioria das pessoas que ingressam na PL são oriundas da classe média.

Quase tudo na seita envolve cobrança financeira: desde o ingresso (o adepto precisa pagar uma taxa de adesão) até a uma simples prece dada pelo Doshi.

Isso nada mais é que vender orações; não importa os eufemismos que o camuflem sempre vai ser comércio.

"Pergunta: Quando uma pessoa deseja receber Prece de Oyashikiri, mas não tem dinheiro para fazer hoshô, como podemos orienta-la, para que não se afaste ou fique insatisfeito, por não receber a prece?" (Boletim Assistente de Mestre março/abril de 1986 perguntas & respostas)

Na PL existem vários tipos de contribuições, à título de conhecimento eis algumas delas:

Hoshô - é a principal delas. Consiste numa contribuição financeira do adepto à seita.

Mas não pense que isto é apenas uma simples contribuição. Não. A prática do hoshô garante graças espetaculares e infinitas tanto materiais como espirituais. O hoshô não pode ser praticado de qualquer maneira, há todo um ritual de reverencia em cima desta prática. A promessa de retribuição é tentadora, sendo sempre acima de três vezes; pode ser trinta, cem ou mil vezes mais para quem contribui.

Mas para isso o adepto é incentivado a contribuir a todos os momentos do dia. Na prece da manhã assim como na da noite precisa fazer hoshô. Se for aconselhar o filho precisa fazer hoshô. Se for viajar precisa fazer hoshô. Até mesmo para fazer compras e vender algum produto o hoshô é necessário.

Supõe que doando dinheiro para a seita os adeptos adquiram virtudes para uma maneira correta de viver e assim progredir espiritualmente.

Hoshi-in - uma outra contribuição é o Hoshi-in que é uma contribuição destinada à expansão da seita. Só podem ser (ou fazer) de fato Hoshi-in os Kyotos. Existem vários graus de Hoshi-in, quanto maior for o grau (de contribuição) mais o peelista recebe graças.

Bem-ativo financeiro - eGokafu - era um empréstimo que se fazia à PL por um ano sem juros (não é mais praticado)

Com toda essa teologia financeira não é de admirar que muitos afirmam que a PL "é só dinheiro".

"Muitos confundem e dizem que a PL "é só dinheiro". Já ouviram falar disto?" (Palestra - O Ato Sagrado de Hoshô da PL, proferida no Lensei de Comerciantes 17,18 DE julho de 1993 p. 15)

A Bíblia tem muito a dizer sobre dinheiro. O cristianismo não minimiza o benefício do dinheiro quando é empregado de maneira correta através dos dízimos e das ofertas para manutenção da obra de Deus.

Contudo ela condena o amor ao dinheiro (I Tm. 6.10). O dinheiro não trás salvação, proteção espiritual e felicidade como ensina a PL chegando até a cobrar certos tipos de preces. As coisas espirituais não se compra com dinheiro (At. 8.18-20).

Isso só serve para fomentar o enriquecimento ilícito dos líderes que não medem esforços para construírem seus impérios financeiros.

CULTO AOS MORTOS

As três principais seitas japonesas no Brasil Seicho-No-Iê, Messiânica Mundial e a PL praticam o culto aos antepassados, mostrando assim sua faceta xintoísta.

Este culto é muito importante para a felicidade do adepto, pois acreditam que ao morrer, os antepassados podem deixar para seus descendentes uma herança de desvirtudes, que como um tipo de maldição hereditária alcança os membros da família, só sendo tirada quando se presta culto a eles agradecendo e pedindo perdão.

Ao acordar e ao deitar o peelista precisa fazer uma prece contida no seu livro de oração que começa com as seguintes palavras:

"Perante Mioyaookami e os espíritos dos ancestrais de todas as gerações da família..." (Livrete de orações da PL - prece da manhã - individual)

Na PL existem até cultos oficiais para várias ocasiões:

Há duas vezes por ano, duas grandes cerimônias de culto aos antepassados: no 1º domingo de maio e dia 2 de novembro.

Fora estes existe também as cerimônias mensais que compreendem:

1) O culto mensal na capela do Cemitério "Pousada da Paz". Aliás, o cemitério da PL "não foi feito somente com o intuito de guardar os restos mortais, mas sim para cultuar corretamente os antepassados." (O que é Pousada da Paz 03/03/1995)

2) Aos primeiros domingos do mês e,

3) Mensalmente ainda, no dia 11 com cerimônia consagrada aos antepassados" (Revista PL nº 63/Novembro-Dezembro p. 4)

Desta maneira a PL ensina três condições de culto:

1º. Para agradecer-lhes, lembrando o que fizeram, podendo até conversar com eles.

2º. Tomando a decisão de seguir o caminho correto, para acumular virtudes.

3º. Pedindo a proteção deles, em todas as nossas necessidades, aflições ou objetivos." (ibdem)

Como o culto aos mortos é uma parte do segredo para o adepto adquirir boas virtudes e assim viver uma "vida com arte", todos sem exceção precisam cultuar um Omitamá, pois dentro deste objeto acreditam estar os espíritos dos ancestrais.

"Na igreja está entronizado o Omitamá da igreja (indicar o local) no qual foi inserido o Shikiri de Oshieoyá-Samá. Neste Omitamá são cultuados Mioyaookami, os Espíritos dos Antecessores da PL (Kakurioyá-SalTlá e Kyosso-Samá, cultuados como os Espíritos Protetores da PL) e também os espíritos dos ancestrais dos adeptos que aqui freqüentam. Reverenciando o Omitamá da igreja, será purificado tanto física como espiritualmente (rezar com a reverência peelista)." ((Manual de Ass. de Mestre - ensina mentos gerais p. 24)

E pasmem! Eles acreditam que podem transportar a alma da pessoa falecida para dentro deste altar, observe:

"Principalmente, quando do falecimento de algum membro da família, deve ser realizada a Cerimônia de Transladação da alma do extinto, através da qual se translada o espírito da pessoa que faleceu, para o Omitamá de Kyoto. (deve ser efetuado dentro de 24 horas após a morte.)"

Esses são os absurdos de uma religião que promete a liberdade ao ser humano, mas que está presa até ao pescoço no pecado da superstição, feitiçaria e idolatria.

A Bíblia condena este tipo de atitude para com os mortos por diversas razões:

Primeiro porque os mortos não podem voltar ao mundo dos vivos (Lc. 16.26) e não sabem de nada que se passa por aqui (Ec. 9.5).

Segundo, por que invocar espíritos de mortos é feitiçaria, e isto é condenado pela Bíblia (Deut. 18.11; Is 8.19-20)

O único que leva vantagem nisso tudo é o príncipe das trevas que para enganar as pessoas pode até se transformar em anjo de luz (II Co. 11.14).

LITERATURA DA PL

A Editora Vida Artística fica na Rua Dr. Fabrício Vampré, 97 - Vila Mariana - SP. Nas sedes podemos encontrar também os livros e demais publicações.

Livros:

"O Amor" (orientações para casais viverem em harmonia);

"A Expressão da mulher" (orientações para a mulher seguir o caminho da mulher e ser feliz);

"A Arte de educar os filhos" (orientações para os pais orientarem os filhos);

"Vida é arte" (coletânea das orientações diárias que o segundo patriarca enviava aos seus discípulos"; "Dialogando com a juventude" (orientação para jovens, com diversos testemunhos);

"Vença desapegando-se" (ensina o segredo de desapegar-se de tudo para vencer, pois o homem só manifesta o verdadeiro eu, sem ter apego).

Esses livros são de autoria de Tokuchika Miki, segundo fundador.

"Instruções para a vida religiosa PL" traduzido pelo Departamento de Estudos Doutrinários PL.

"Você ainda pode e deve ser feliz" (coletânea de alguns boletins redigidos por Kaor Tanida, que é mestre regional no Rio de Janeiro).

No site da PL você encontra esses boletins explicados, assim como os folhetos "Vida é Arte" (que não têm relação com o livro do mesmo nome).

Nessas literaturas estão contidos os ensinamentos dos patriarcas que supostamente tem o poder de tirar o homem da infelicidade, muitos dos quais não passam de mero ecoar de ensinamentos bíblicos. Contudo Jesus deixou bem claro que somente a Palavra de Deus é a verdade (Jo. 17.17 ; Sl 19-119).

As filosofias e religiões humanas por mais impressionantes do ponto de vista ético e moral que seja não possui virtude para libertar o homem do pecado (Col. 2.8)

CONTRADIÇÕES

São muitas as contradições que se encontra nos ensinamentos da PL. Por exemplo:

A PL aponta o formalismo e as superstições nas outras religiões dizendo:

"As religiões que até hoje existiram terminaram, não sei quando, por se apegar ao formalismo..." (Boletim Ass. De Mestre nº 008 - 1983).

Não obstante se esquece que ela mesma é cheia de formalismos.

É digno de nota que na PL o formalismo é parte integrante de seu culto, essa é uma característica do próprio povo japonês. Existem posições marciais para determinados tipos de preces e juramentos. Por exemplo, para fazer a "cerimônia do chá" há um verdadeiro ritual, pois "quem prepara o chá necessita de um curso e treino intenso para realizar toda a seqüência de movimentos, bem como para realizá-los com delicadeza e precisão." (site)

A forma de ser realizada a prece de oyashikiri, segue um ritual esmerado: o doshi deverá estar paramentado com capa preta, sobrepeliz e chapéu roxos, luvas brancas e portar o seiju (urna esfera dourada, pendurada numa corrente) no pescoço. Ao fazer a reverência, no momento em que fica de mãos postas e pronuncia oyashikiri duas vezes, segura o seiju entre as mãos e faz o pedido de maneira que o solicitante, postado às suas costas, possa ouvir. Há um momento, quando está fazendo a reverência final em que o doshi faz o harai: uma espécie de corte transversal feito do ombro aos quadris: primeiro com a mão direita e depois com a esquerda, entregando tudo nas mãos de Deus e Oshieoyá-Samá. Após o harai, faz os agradecimentos de praxe e volta-se para o solicitante curvando-se e agradecendo.

Se isto não for formalismo tenho para mim então que essa palavra tenha perdido seu sentido usual.

Outra contradição é que o adepto é ensinado a se livrar das desvirtudes e corrigir seus maus pensamentos por obedecer a uma vida rígida religiosa com preces juramentos, makotos etc...

Embora preguem uma impressionante conduta ética, a PL não deixa de fazer jus ao seu caráter extremamente liberal. (Boletim Assistente de Mestre nº 008/1983)

Pergunta: "Nas cerimônias, o Assistente de Mestre é obrigado a usar "Kyofuku" e luvas? Quando está de "Kyofuku" poderá fumar, comer ou beber?

Resposta: Enquanto está usando as vestes sagradas, deve respeita-las, não fumando, não indo ao sanitário, não bebendo...Fora disso, tirar antes a veste sacra.(Boletim Assistente de Mestre março/abril de 1986 perguntas & respostas)

O caso é que muitos mestres bebem cerveja, fumam etc... Isso é contradição! É coar um mosquito e deixar passar um camelo.

Também enquanto que por um lado ensinam que a mulher está em pé de igualdade com o homem, por outro acreditam que há um caminho para o homem e outro para a mulher. A figura feminina na PL segue os moldes da cultura japonesa, ou seja, a mulher sujeita-se ao marido em tudo, é uma figura passiva. São incentivadas a receber percepção divina para saberem o que seus maridos desejam não lhes cobrando nada, aceitando passivamente a atitude do esposo. Por exemplo alguns mioshiês dados pelos mestres ensinam que se o marido é alcoólatra e diariamente vai beber no botequim, a esposa deve procurar servir-lhe bebida em casa, aceitando o marido e seus vícios e dispensando gentileza, acreditam que com isso ele largará a bebida e se voltará para ela. Se o marido arruma uma amante, a esposa não deve questiona-lo, mas ajuda-lo a se arrumar para sair com a outra.

Vocabulário:

Alguns termos e citações mais relevantes na PL:

Mishirassê - "é um aviso divino que surge quando manifestamos sentimentos errôneos".

Oyashikiri - não tem significado próprio "é a prece da PL para se obter graças.

Oshieoyá -Samá - significa Pai dos Ensinamentos é o patriarca da PL que dizem estar representado nesta geração por Takahito Miki

Hoshô - oferta em dinheiro colocada em um envelope (existe 1 para se praticar no lar e outro na igreja), também destinada às obras de expansão "para salvar milhões de pessoas".

Shikiri = tomar decisão, postura, palavra. Em relação ao patriarca pode ter o significado de benção.

Mioshiê = orientações dadas pelos mestres. Quando um peelista recebe um mishirassê ele pede uma orientação que é enviada ao Japão. Em resposta, ele recebe o mioshiê, que aponta as falhas na sua conduta que podem ter contribuido para o problema. Praticando as orientações todos os problemas ficam resolvidos.

Mishirassê = é um aviso divino de que algo não está correto na nossa conduta. São considerados mishirassê: doenças, desventuras e alguns acontecimentos na vida cotidiana.

Doshi = mestre ou assistente de mestre

Missassaguê = autodedicação, ato de fazer algo de bom em benefício das pessoas. Na PL todos são orientados a fazer missassaguê dentro da igreja: servir cafezinho, limpar a igreja, lavar os banheiros, lavar as fossas, etc. Quanto mais humilde o trabalho, maior o aprimoramento espiritual.

(Há uma diferença em fazer missassaguê e espírito de missassaguê. Enquanto o primeiro utiliza o físico para serviços dentro da igreja o segundo é o sentimento de fazer algo que felicite o próximo.

Mioyaookami = significa Deus.

Hoshô = significa 'gerar tesouro', é o envelope de contribuições da PL.

Lensei = retiros espirituais visando o elevo espiritual dos adeptos através de palestras, aulas etc...

Omitama = altar sagrado da PL onde estão os espíritos dos fundadores, dos antepassados e de Deus.

Artina - Apresentar a ingressar uma pessoa na PL. É um tipo de evangelismo.

Mitodokea - visitar os peelistas afastados, para trazê-los de volta à PL.

Seiti - Terra sagrada onde são realizados os lenseis. Fica na cidade de Arujá em S.Paulo e é o único na América do Sul.

Makoto = dedicação, empenho

Aramitama = Omitamá provisório p/ o novo adepto

Kyoto = o adepto que cultua um omitamá. É considerado um verdadeiro peelista.

Kyosso = fundador

Os 21 PRECEITOS DA PL

1º - Vida é Arte.

2º - A vida do homem é auto-expressão.

3º - O Eu é a manifestação de Deus.

4º - Há sofrimento se não se expressar.

5º - Ao se deixar levar pela emoção, perde-se o Eu.

6º - Você existe na ausência do ego

7º - Tudo existe em relatividade.

8º - Viva radiante como o sol.

9º - Todos os homens são iguais.

10º - Felicite a si e aos outros.

11º - Faça tudo confiando em Deus.

12º - Há uma função conforme o nome.

13º - Há um caminho para o homem e um para a mulher.

14º - Tudo é e existe para a Paz Mundial.

15º - Tudo é espelho.

16º - Tudo progride e se desenvolve.

17º - Capte o ponto central.

18º - Postamo-nos sempre na bifurcação entre o bem e o mal.

19º - Faça ao perceber.

20º - Viva no estado de perfeita união material-espiritual.

21º - Viva na Verdadeira Liberdade.

CONCLUSÃO

Depois desta breve análise feita nas doutrinas peelista podemos dizer com certeza que ela não tem capacidade de cumprir o que promete ou como diz Pedro, "prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção..." (II Pd. 2.19).

Ainda Este rápido confronto que fizemos entre as doutrinas peelistas e os ensinamentos cristãos foram o bastante para provar a superioridade dos ensinamentos de Jesus, os quais continuam atuais, pois suas palavras são "espírito e vida", portanto não morrem e nem ficam obsoletos (Jo.6.63). Reafirmamos que a doutrina de Cristo é a única capaz de levar o homem a verdadeira felicidade e salvação livre de erros superstições, crendices e idolatrias tão presentes na PL.

E é por isso que conclamamos com amor a todos os peelistas que abandonem essa religião enquanto é tempo e encontrem a perfeita liberdade em Cristo Jesus, pois "para a liberdade Cristo nos libertou" e "onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade" (II Co. 3.17; Gl. 5.1).

Presbitero da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, professor de religiões, vice-presidente do CACP e escritor.