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sábado, 30 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 31 de Julho de 2016

E os dirigiu com mãos precavidas. (Sl 78.72.)
Quando você estiver em dúvida sobre que direção tomar, submeta o seu poder de julgar inteiramente ao Espírito de Deus e peça-Lhe para fechar todas as portas, menos a certa. ...Enquanto isso continue a agir como sempre, e considere a ausência de orientação, como sendo uma indicação de Deus de que você está no trilho certo. ...

Quando estiver descendo o longo corredor da vida, você descobrirá que o Senhor já o precedeu, e fechou muitas portas, por onde você certamente teria entrado; mas esteja seguro de que mais além dessas existe uma que Ele deixou aberta. Entre por ela, e se encontrará face a face com uma curva do rio da oportunidade, que é mais largo e profundo do que você teria imaginado em seus melhores sonhos. Lance-se nele: ele conduz para o oceano.

Deus nos guia muitas vezes pelas circunstâncias. Em certo momento, o caminho pode parecer totalmente bloqueado; e então, logo a seguir, acontece uma coisa simples, que pode não parecer nada aos outros, mas que para os olhos da fé significa um mundo. Às vezes, essas coisas se repetem de várias maneiras, em resposta à oração. Não são meros resultados do acaso, e sim a abertura de circunstâncias na direção do nosso alvo, exatamente como acontece com as luzes quando nos aproximamos de uma cidade populosa num expresso noturno. —F. B. Meyer

Se buscarmos a orientação do Senhor, Ele nos guiará; mas não alimentará nossa desconfiança ou meia confiança nEle, mostrando a nós o mapa de todos os propósitos que tem a nosso respeito. Mostrará apenas um caminho, o qual Ele irá abrindo aos nossos olhos mais e mais, se seguirmos animados e confiantes.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 30 de Julho de 2016

Ainda que seja um copo de água fria. (Mt 10.42.)


O que é para eu fazer? Passamos por este mundo uma só vez. Qualquer boa obra, qualquer ato de bondade ou qualquer serviço que eu possa prestar a uma alma humana ou a algum animal, tenho que fazê-lo agora. Que eu não o negligencie, nem adie, pois não passarei por aqui outra vez. — Velho Provérbio dos Quakers

Tinha apenas uns pães e alguns peixinhos,
Mas os deu a Jesus,
Que os abençoou e alimentou milhares!
Faça o mesmo, e então
Há de ver que o que É posto em Sua mão
Muita bênção produz.
Pois de um copo que seja, de água fria,
Dado em nome de Deus,
Muitas bênçãos virão, muita alegria;
E a quem deu, galardão!

Dê aos outros o que tem; para eles poderá representar muito mais do que você pensa. — Longfellow

terça-feira, 26 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 26 de Julho de 2016

Nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. (Gl 5.5.)

Não há paciência mais difícil que a do que fica firme, "como quem vê aquele que é invisível": é a espera pela esperança.

Tu, Senhor, fizeste bela a espera; Tu fizeste divina a paciência. Tu nos ensinaste que a vontade do Pai pode ser recebida, simplesmente porque é a Tua vontade. Tu nos revelaste que uma alma pode ver no cálice apenas tristezas, e contudo tomá-lo, sabendo que o olho do Pai vê melhor do que o seu.

Dá-me esse Teu poder divino, o poder do Getsêmani. Dá-me o poder de esperar pela própria esperança, de ficar olhando pela janela, embora não haja estrelas. Mesmo que se afaste a própria alegria que me foi dada, concede-me o poder de ficar invicto no meio da noite e dizer: "Aos olhos de meu Pai ainda deve haver razão para alegria." Alcançarei o clímax da força, quando tiver aprendido a esperar a esperança. — George Matheson
 


Esforce-se para ser um daqueles — bem poucos! — que andam na terra com a consciência vívida de que o desconhecido que os homens chamam de Céu está "ali mesmo atrás da cena visível das coisas".
 
Há momentos em que tudo nos parece muito escuro — tão escuro que temos de esperar até mesmo a esperança. Esperar já não é agradável, mesmo tendo esperança. A demora em se realizar uma esperança nos faz sofrer; mas esperar a própria esperança, não ver nenhum lampejo no horizonte, e contudo recusar o desespero; nada ver ante a janela senão noite, e contudo conservá-la aberta para um impossível aparecimento de estrelas; ter um lugar vazio no coração e contudo não consentir que o ocupe uma presença inferior — nisto consiste a maior paciência do universo. É Jó na tempestade. É Abraão no caminho de Moriá. É Moisés no deserto de Midiã. É o Filho do homem no jardim do Getsêmani.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Nota de falecimento.

Dr. Augusto César Vieira Mendes faleceu ontem (24/07/2016), às 16:00 horas.
 
Quero deixar registrado que ele sempre foi uma pessoa sincera e agradável, sempre me tratando com educação, respeito e amizade. Gostava de conversar com ele, depois do expediente, sobre as coisas de Deus. Falei muito de Jesus para ele. Não sei se no seu íntimo houve uma conversão. Creio que passou do ateísmo para uma busca à Deus. Creio também que o tenha encontrado, ainda que no hospital. Da primeira vez que foi ao hospital por ter caído da escada entrou ateu e saiu crendo. Desta segunda e última vez já entrou crendo e buscando. Espero em Deus que tenha sido tocado e remido.
Deus o tenha no paraíso.
Com certeza, desde já, tenho saudades.
Fica na paz do Senhor.
 
 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 18 de Julho de 2016

Quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração É totalmente dele. (2 Cr 16.9.)

Deus está procurando um homem cujo coração esteja sempre voltado para Ele e que confie nEle, para fazer seja o que for que o Senhor deseje. Ele está ansioso para operar maravilhas ainda maiores, através de nós. O relógio do tempo está indicando que chegamos à 11ª  hora.

"O mundo ainda está esperando para ver o que Deus pode fazer através de uma alma consagrada! E não somente o mundo, mas Deus mesmo está esperando alguém que seja mais devotado a Ele do que qualquer outra pessoa que já viveu; que esteja pronto a não ser nada, para que Cristo seja tudo; que compreenda os propósitos de Deus; e que, tendo a humildade de Cristo e a Sua fé, Seu amor e Seu poder, permita que Deus continue a operar poderosamente." — C. H. P.

Não há limites ao que Deus pode fazer através de um homem, desde que este não toque a glória do Senhor.

Numa palavra dirigida a pastores e obreiros após seu 90° aniversário, George Müller falou o seguinte sobre sua vida: 

George Müller
"Converti-me em novembro de 1825, mas só cheguei a uma plena entrega do coração, quatro anos mais tarde, em julho de 1829. O amor ao dinheiro desapareceu; perdi o amor a lugares, a posições, aos prazeres e compromissos com o mundo. Deus, e somente Deus, tornou-se a minha porção. NEle encontrei tudo; não precisei de nada mais. E, pela graça de Deus, isto permaneceu e me tornou muito feliz, extremamente feliz, e me levou a me ocupar unicamente das coisas de Deus. Eu lhes pergunto com muito amor, meus queridos irmãos: vocês já entregaram plenamente seu coração a Deus, ou ainda há alguma coisa com que estão ocupados, sem consideração para com Deus? Antes eu lia um pouco das Escrituras, mas preferia outros livros. Depois daquela ocasião a revelação que Ele me fez de Si mesmo tornou-se inefavelmente maravilhosa para mim, e posso dizer de coração que Deus é um Ser infinitamente desejável. Não fiquem satisfeitos enquanto não puderem dizer, do íntimo de sua alma, que Deus é um Ser infinitamente desejável!" — Selecionado
 



Eu peço a Deus que faça de mim hoje um crente fora do comum. — Whitefield

domingo, 17 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 17 de Julho DE 2016

Estarei quieto, olhando desde a minha morada. (Is 18.4.)

A Assíria estava marchando contra a Etiópia, cujo povo é descrito como alto e de pele brunida. E enquanto os exércitos avançam, Deus não Se move para detê-los; parece que vai permitir que executem o seu plano. Ele os está contemplando de Sua morada. O sol ainda brilha sobre eles. Mas antes de colher os frutos deste trabalho, o orgulhoso exército da Assíria é batido, e com tanta facilidade como o são os ramos do arbusto, quando cortados pela podadeira do agricultor.

Este quadro de Deus — quieto mas alerta — não é maravilhoso? Seu silêncio não quer dizer que Ele esteja concordando ou dando Seu consentimento ao que acontece. Não. Ele está apenas aguardando a Sua hora; e Se levantará no momento adequado quando os desígnios do maligno parecerem a ponto de obter sucesso, a fim de arruiná-los.

Quando olharmos para o mal que há no mundo, e pensarmos no seu aparente sucesso; quando estremecermos debaixo da opressão dos que nos odeiam, lembremo-nos destas maravilhosas palavras que nos falam de um Deus quieto, mas vigilante.

Ainda há outra mensagem nisto. Jesus viu Seus discípulos lutando com as ondas, numa noite tempestuosa. Ele contemplou, embora ausente, os sucessivos graus da angústia vivida em Betânia, quando Lázaro adoeceu e passou pelos vários estágios da enfermidade, e morreu, e foi para o túmulo. Mas Ele estava apenas esperando o momento em que poderia intervir da maneira mais eficaz. Será que Ele está quieto para você? Ele não está ignorando a situação; está contemplando tudo; está com o dedo no seu pulso, atento a todas as suas flutuações. Chegado o momento preciso, Ele virá salvá-lo. — Daily Devotional Commentary

Embora Ele possa demorar e Se alongar, podemos estar inteiramente certos de que o nosso Salvador não fica confuso, nem desanima.

sábado, 16 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 16 de Julho

Porquanto fizeste isso, e não me negaste o teu único filho, ...multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus... porquanto obedeceste à minha voz. (Gn 22.16-18.)

E desde aquele dia até hoje os homens têm aprendido que, quando, em obediência à voz de Deus, eles Lhe entregam aquilo que lhes é mais caro, essa mesma coisa lhes é devolvida por Ele, multiplicada em mil vezes. Abraão, atendendo ao pedido de Deus, entrega-lhe seu único filho — e com isto, como que desaparecem todas as suas esperanças com respeito à vida e desenvolvimento do rapaz e à formação de uma descendência nobre, com seu nome. Mas o filho lhe é restituído; a família torna-se numerosa como as estrelas do céu e a areia do mar, e dela, na plenitude dos tempos, procede Jesus Cristo.

Essa é a maneira como Deus recebe cada sacrifício de Seus filhos. Entregamos tudo e aceitamos pobreza; e Ele manda riqueza.

Renunciamos a um rico campo de serviço; Ele nos manda um ainda mais rico, e com o qual jamais sonhamos. 

Deixamos todas as nossas mais caras esperanças e morremos para o eu; Ele nos manda vida abundante e alegria. 

E a coroa disso tudo é o Senhor Jesus Cristo. Pois não podemos conhecer a plenitude da vida que está em Cristo enquanto não tivermos feito o supremo sacrifício de Abraão. 

Ele, o pai terreno da família de Cristo, precisou começar perdendo a si mesmo e a seu próprio filho, como fez o Pai Celeste. Nós só podemos ser membros daquela família gozando de todos os privilégios e alegrias de membros dela, nas mesmas bases: — C. G. Trumbull

Às vezes parecemos esquecer que o que Deus toma Ele consome com fogo; e que o único caminho que leva à vida de ressurreição e ao monte da ascensão passa pelo Getsêmani, pela cruz e pelo túmulo.

Não pensemos que Abraão foi um exemplo único e um caso isolado. Ele foi simplesmente uma ilustração, um modelo da maneira como Deus lida com o homem que se dispõe a obedecer-Lhe a qualquer preço. Depois de ter suportado tudo pacientemente, ele receberá a promessa. 

O momento de supremo sacrifício será de suprema bênção, de bênção transbordante. O rio de Deus, que está sempre cheio, transbordará e virá sobre ele com abundância de riqueza e graça. Deus tudo fará para o homem que dá o passo da fé, ainda que pareça um passo no vazio; pois ali, debaixo dos seus pés, ele encontrará a rocha firme. — F. B. Meyer

quinta-feira, 14 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 15 de Julho de 2016

Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. (1 Jo 5.4.)


Quando a tempestade
Com furor invade
Teus caminhos, teu viver,
No Senhor vai-te esconder!


Ele está presente;
NEle crê, somente.
Diz-te fielmente:
"Eu contigo estou."


Andas carregado?
Lança o teu cuidado
Sobre os ombros do Senhor;
Quer levar teu peso e dor.

Se o teu ser murmura,
Sai da noite escura,
Pois Deus te assegura:
'Eu contigo estou”'

Vês que a vida passa?
— Vai, recorre à graça.
Se te vêm temores vãos,
Deixa tudo em Suas mãos!


Ele É a fortaleza
Onde a alma em fraqueza
Acha paz, certeza;
E conosco está.

Deus nos vivifica,
Deus nos purifica;
Temos dEle, ao pé da cruz,
Toda a graça de Jesus!

Seu amor não cessa,
Por nós Se interessa.
Temos a promessa: '
Eu contigo estou."    H.E.A.

Confiar, embora parecendo estar abandonado; continuar clamando, embora a voz pareça perder-se na imensidão, sem nenhum eco; ver a máquina do mundo rodando sem pausa, como movida por si mesma e sem se importar com ninguém nem mudar em nada sua marcha, ante rogos e clamores, e contudo crer que Deus está alerta e nos ama imensamente; não desejar nada, senão o que nos vem da Sua mão; esperar pacientemente, pronto a morrer de fome, vigiando para que não falhe a fé — tal é a vitória que vence o mundo; isso é realmente fé. — George MacDonald

quarta-feira, 13 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 14 de Julho de 2016

Atai a vítima... com cordas, e levai-a até os ângulos do altar. (Sl 118.27.)

Este altar não parece convidativo? Não seria bom pedir para ser atado a ele, para que nunca se pudesse voltar atrás na atitude de consagração? Há ocasiões em que a vida é cheia de rosas, e então vamos à cruz; mas em outras ocasiões, quando o céu é cinzento, nós nos retraímos dela. Por isso, seria bom estarmos atados a ela.

Vem atar-nos, bendito Espírito, e faze-nos cativos da cruz, e que nunca a deixemos. Ata-nos com o cordão vermelho da redenção, e com a corda dourada do amor, e com a corda prateada da esperança da Sua vinda, de modo que não nos afastemos dela nem desejemos outra sorte que a de humildes compartilhantes da dor e dos sofrimentos do Senhor!

Os ângulos do altar o convidam. Você quer vir? Quer habitar sempre ali, num espírito de conformada humildade, e entregar-se totalmente ao Senhor? 

Conta-se que um certo homem queria entregar-se a Deus num acampamento. Todas as noites, na hora do apelo, ele se consagrava; mas pouco depois, antes mesmo de sair da reunião, o inimigo vinha a ele e o convencia de que ele não se sentia diferente, e que portanto não estava consagrado. Várias vezes ele foi vencido pelo adversário. Finalmente, uma noite, foi à reunião trazendo um machado e uma estaca. Depois de se ter apresentado em consagração a Deus, tomou a estaca e a fincou no chão, bem onde tinha estado ajoelhado. Quando se retirava da reunião, o inimigo o assaltou como de costume e procurou fazê-lo crer que nada acontecera. Imediatamente, voltando para o lugar onde tinha fincado a estaca, disse: "Olhe, Satanás, você está vendo essa estaca? Pois isto é o testemunho de que Deus me aceitou." No mesmo instante o inimigo o deixou e ele não teve mais dúvidas naquele assunto. — The Still Small Voice.

Amado irmão, se você está sendo tentado e tem dúvidas sobre essa mesma questão, crave uma estaca em algum lugar e sirva ela de testemunho na presença de Deus e mesmo diante do inimigo, de que o assunto está resolvido de uma vez por todas.

sábado, 9 de julho de 2016

Heróis da Fé

Jerônimo Savonarola
Precursor da Grande Reforma
(1452-1498)

O povo de toda a Itália afluía, em número sempre crescente, a Florença. A famosa Duomo não mais comportava as enormes multidões. O pregador, Jerônimo Savonarola, abrasado com o fogo do Espírito Santo e sentindo a iminência do julgamento de Deus, trovejava contra o vício, o crime e a corrupção desenfreada na própria igreja. O povo abandonou a leitura das publicações torpes e mundanas, para ler os sermões do ardente pregador: deixou os cânticos das ruas, para cantar os hinos de Deus. Em Florença, as crianças fizeram procissões, coletando as máscaras carnavalescas, os livros obscenos e todos os objetos supérfluos que serviam à vaidade. Com isso formaram em praça pública uma pirâmide de vinte metros de altura e atearam-lhe fogo. Enquanto o monte ardia, o povo cantava hinos e os sinos da cidade dobravam em sinal de vitória.

Se o ambiente político fosse o mesmo que depois veio a ser na Alemanha, o intrépido e devoto Jerônimo Savonarola teria sido o instrumento usado para iniciar a Grande Reforma, em vez de Martinho Lutero. Apesar de tudo, Savonarola tornou-se um dos ousados e fiéis arautos para conduzir o povo à fonte pura e às verdades apostólicas registradas nas Sagradas Escrituras.

Jerônimo era o terceiro dos sete filhos da família. Nasceu de pais cultos e mundanos, mas de grande influência. Seu avô paterno era um famoso médico na corte do duque de Ferrara e os pais de Jerônimo planejavam que o filho ocupasse o lugar do avô. No colégio, era aluno esmerado. Mas os estudos da filosofia de Platão e de Aristóteles, deixaram-lhe a alma sequiosa. Foram, sem dúvida, os escritos de Tomaz de Aquino que mais o influenciaram (a não ser as próprias Escrituras) a entregar inteiramente o coração e a vida a Deus. Quando ainda menino, tinha o costume de orar e, ao crescer, o seu ardor em orar e jejuar aumentou. Passava horas seguidas em oração. A decadência da igreja, cheia de toda a qualidade de vício e pecado, o luxo e a ostentação dos ricos em contraste com a profunda pobreza dos pobres, magoavam-lhe o coração. Passava muito tempo sozinho, nos campos e à beira do rio Pó, em contemplação perante Deus, ora cantando, ora chorando, conforme os sentimentos que lhe ardiam no peito. Quando ainda jovem, Deus começou a falar-lhe em visões. A oração era a sua grande consolação; os degraus do altar, onde se prostrava horas a fio, ficavam repetidamente molhados de suas lágrimas.

Houve um tempo em que Jerônimo começou a namorar certa moça florentina. Mas quando ela mostrou ser desprezo alguém da sua orgulhosa família Strozzi, unir-se a alguém da família de Savonarola, Jerônimo abandonou para sempre a ideia de casar-se. Voltou a orar com crescente ardor. Enojado do mundo, desapontado acerca dos seus próprios anelos, sem achar uma pessoa compassiva a quem pudesse pedir conselhos, e cansado de presenciar injustiças e perversidades que o cercavam, coisas que não podia remediar, resolveu abraçar a vida monástica.

Ao apresentar-se no convento, não pediu o privilégio de se tornar monge, mas rogou que o aceitassem para fazer os serviços mais vis, da cozinha, da horta e do mosteiro. Na vida do claustro, Savonarola passava ainda mais tempo em oração, jejum e contemplação perante Deus. Sobrepujava todos os outros monges em humildade, sinceridade e obediência, sendo apontado para lecionar filosofia, posição que ocupou até sair do convento.

Depois de passar sete anos no mosteiro de Bologna, frei (irmão) Jerônimo foi para o convento de São Marcos, em Florença. Grande foi o seu desapontamento ao ver que o povo florentino era tão depravado como o dos demais lugares. (Até então ainda não reconhecia que somente a fé em Deus salva o pecador.)

Ao completar um ano no convento de São Marcos, foi apontado instrutor dos noviciados e, por fim, designado pregador do mosteiro. Apesar de ter ao seu dispor uma excelente biblioteca, Savonarola utilizava-se mais e mais da Bíblia como seu livro de instrução.

Sentia cada vez mais o terror e a vingança do Dia do Senhor que se aproxima e, às vezes, entregava-se a trovejar do púlpito contra a impiedade do povo. Eram tão poucos os que assistiam às suas pregações, que Savonarola resolveu dedicar-se inteiramente à instrução dos noviciados. Contudo, como Moisés, não podia escapar à chamada de Deus!

Certo dia, ao dirigir-se a uma feira, viu, repentinamente, em visão, os céus abertos e passando perante seus olhos todas as calamidades que sobrevirão à igreja. Então lhe pareceu ouvir uma voz do Céu ordenando-lhe anunciar estas coisas ao povo.

Convicto de que a visão era do Senhor, começou novamente a pregar com voz de trovão. Sob a nova unção do Espírito Santo a sua condenação ao pecado era feita com tanto ímpeto, que muitos dos ouvintes depois andavam atordoados sem falar, nas ruas. Era coisa comum, durante seus sermões, homens e mulheres de todas as idades e de todas as classes romperem em veemente choro.

O ardor de Savonarola na oração aumentava dia após dia e sua fé crescia na mesma proporção. Freqüentemente, ao orar, caía em êxtase. Certa vez, enquanto sentado no púlpito, sobreveio-lhe uma visão, durante a qual ficou imóvel por cinco horas, quando o seu rosto brilhava, e os ouvintes na igreja o contemplavam.

Em toda a parte onde Savonarola pregava, seus sermões contra o pecado produziam profundo terror. Os homens mais cultos começaram então a assistir às pregações em Florença; foi necessário realizar as reuniões na Duomo, famosa catedral, onde continuou a pregar durante oito anos. O povo se levantava à meia-noite e esperava na rua até a hora de abrir a catedral.

O corrupto regente de Florença, Lorenzo Medici, experimentou todas as formas: a bajulação, as peitas, as ameaças, e os rogos, para induzir Savonarola a desistir de pregar contra o pecado, e especialmente contra a perversidade do regente. Por fim, vendo que tudo era debalde, contratou o famoso pregador, Frei Mariano, para pregar contra Savonarola. Frei Mariano pregou um sermão, mas o povo não prestou atenção à sua eloqüência e astúcia, e ele não ousou mais pregar.

Nessa altura, Savonarola profetizou que Lorenzo, o Papa e o rei de Nápoles morreriam dentro de um ano, e assim sucedeu.

Depois da morte de Lorenzo, Carlos VIII, da França, invadiu a Itália e a influência de Savonarola aumentou ainda mais. O povo abandonou a literatura torpe e mundana para ler os sermões do famoso pregador. Os ricos socorriam os pobres em vez de oprimi-los. Foi neste tempo que o povo fez a grande fogueira, na "piazza" de Florença e queimou grande quantidade de artigos usados para alimentar vícios e vaidade. Não cabia mais, na grande Duomo, o seu imenso auditório.

Contudo, o sucesso de Savonarola foi muito curto. O pregador foi ameaçado, excomungado e, por fim, no ano de 1498, por ordem do Papa, foi queimado em praça pública. Com as palavras: "O Senhor sofreu tanto por mim!", terminou a vida terrestre de um dos maiores e mais dedicados mártires de todos os tempos.

Apesar de ele continuar até a morte a sustentar muitos dos erros da Igreja Romana, ensinava que todos os que são realmente crentes estão na verdadeira Igreja. Alimentava continuamente a alma com a Palavra de Deus. As margens das páginas da sua Bíblia estão cheias de notas escritas enquanto meditava nas Escrituras. Conhecia uma grande parte da Bíblia de cor e podia abrir o livro instantaneamente e achar qualquer texto. Passava noites inteiras em oração e foram-lhe dadas revelações quando em êxtase, ou por visões. Seus livros sobre "A Humildade", "A Oração", "O Amor", etc., continuam a exercer grande influência sobre os homens. Destruíram o corpo desse precursor da Grande Reforma, mas não puderam apagar as verdades que Deus, por seu intermédio, gravou no coração do povo.
9 de Julho
Escolhi-te na fornalha da aflição. (Is 48.10.)
Não é a Palavra como uma chuva suave, amenizando a fúria das chamas? Não é ela uma armadura de asbesto, contra a qual o fogo não tem poder? Que venha a aflição — Deus me escolheu. 


Pobreza, você pode bater à minha porta, pois Deus já está nesta casa, Ele me escolheu. 
Doença, você pode intrometer-se, pois eu tenho um bálsamo pronto — Deus me escolheu. Venha o que me vier neste vale de lágrimas, eu sei que Ele me escolheu.

Não tema, ó crente; o Senhor Jesus está com você. Em todas as suas ardentes provações, a presença dEle é o seu conforto e segurança. Ele nunca abandonará a quem escolheu para Si mesmo. 

"Não temas, porque eu sou contigo" é a promessa segura que ele dá aos Seus escolhidos que estão "na fornalha da aflição".
— C. H. Spurgeon

O fardo do sofrimento parece uma lápide pendurada ao nosso pescoço, quando na verdade é o peso necessário para conservar no fundo um mergulhador, que está em busca de pérolas. — Richter

sexta-feira, 8 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 8 de Julho de 2016


Sobem com asas como águias. (Is 40.31.)

Há uma lenda que conta como foi que os pássaros criaram asas. Diz que eles haviam sido criados sem asas. Depois, Deus fez as asas e as colocou diante deles, dizendo: "Venham, peguem esses pesos e os carreguem."

Os pássaros possuíam linda plumagem e doce canto; gorjeavam belamente, e suas penas cintilavam ao sol; mas não sabiam o que era cortar os ares. A princípio, hesitaram ante a ordem de apanharem aqueles pesos e os carregarem, mas logo obedeceram; pegaram as asas com o bico, e puseram-nas nos ombros, para melhor carregá-las.

 Durante algum tempo, o fardo pareceu-lhes muito pesado e difícil, mas, de repente, quando iam carregando os pesos, suas pontas dobradas sobre o coração, as asas grudaram-se-lhes nas costas, e logo descobriram que podiam utilizá-las, e foram levantados por elas nos ares — os pesos se tornaram em asas.

Isto é uma parábola. Nós somos os pássaros sem asas, e nossos deveres e tarefas são os pequenos cotos de asa que Deus fez para nos erguer e levar em direção às alturas. Nós olhamos para os nossos fardos e cargas pesadas e nos retraímos; mas quando as tomamos e colocamos sobre o coração, elas se nos tornam em asas, e com elas nos elevamos e cortamos as alturas em direção a Deus.
Todo e qualquer fardo que nos é dado por Deus, se o tomarmos de bom ânimo e o levarmos sobre o coração com amor, virá a tornar-se uma bênção para nós. A intenção de Deus é que nossas tarefas nos sejam como auxiliares; se nos recusarmos a abaixar os ombros para recebê-las, estaremos deixando passar uma oportunidade de nos desenvolvermos. — J. R. Miller
  
Bendito seja qualquer peso, por mais esmagador que pareça, que Deus tenha bondosamente atado com Suas mãos aos nossos ombros. — E. W. Faber

terça-feira, 5 de julho de 2016

DEVOCIONAL - 5 de Julho DE 2016


Eu a atrairei e a levarei para o deserto... e lhe darei, dali, as suas vinhas. (Os 2.14,15.)

Que lugar estranho para se acharem vinhas — o deserto! E será que as riquezas de que uma alma precisa podem ser encontradas no deserto, que é um lugar de solidão, e onde, se perdidos, dificilmente achamos a saída? Parece que sim! E não é só isto, mas o "vale de Acor" (que significa amargura) é chamado, no texto, de "Porta de Esperança". E ali ela cantará como nos dias da sua mocidade!

Sim, Deus conhece a nossa necessidade desta experiência no deserto. Ele sabe como e quando trazer para fora aquilo que está dentro de nós. A alma era idólatra, rebelde; esqueceu-se de Deus e disse, voluntariosamente: "Irei atrás de meus amantes." Contudo, ela não os alcançou. E quando já estava desesperada e sozinha, Deus disse: "Eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração." Que Deus cheio de amor é o nosso! 

Nós nunca sabemos onde Deus esconde as Suas águas. Vemos uma rocha, e não podemos imaginar que ela abrigue uma fonte. Vemos um lugar pedregoso, e não sabemos que esconde um manancial. Deus me guia a lugares difíceis, e depois eu descubro que entrei na habitação das fontes eternas.