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terça-feira, 31 de outubro de 2017

DEVOCIONAL - 31 DE OUTUBRO DE 2017

E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. (Rm 8.26,27.)

Este é o grande mistério da oração. Este é o delicado mecanismo divino que as palavras não podem interpretar e que a teologia não pode explicar, mas que o humilde crente conhece, mesmo sem entender. Ah! os pesos de oração que gostamos carregar, mesmo sem os entender! Quantas vezes o nosso coração se derrama sem mesmo articular palavras, com uma intensidade que nem podemos compreender! E contudo, sabemos que isto é um eco do trono e um segredar do coração de Deus. É muitas vezes antes um gemido do que um cântico, um peso, mais que um voo. Mas é um peso bendito, e um gemido cujos meios-tons encerram louvor e um gozo inexprimível.

É um gemido inexprimível, como diz o texto. Nós mesmos não o podemos expressar sempre, e às vezes não podemos senão entender que é Deus que está orando em nós por algo que precisa do Seu toque, e que Ele entende.

E assim podemos simplesmente derramar tudo o que está no nosso coração, o peso que oprime nosso espírito, a tristeza que nos esmaga, sabendo que Ele ouve, Ele ama, Ele entende, Ele recebe; e Ele separa da nossa oração tudo o que é imperfeito, ignorante e errado, e apresenta o restante como o incenso do grande Sumo Sacerdote, diante do trono, nas alturas; e a nossa oração é ouvida, aceita e respondida em Seu nome. — A. B. Simpson

Não é necessário estar sempre falando com Deus e ouvindo Sua voz, para estarmos em comunhão com Ele. Há uma comunhão inarticulada, mais doce do que palavras. A criança pequena pode sentar-se o dia inteiro ao lado da mãe atarefada e, embora poucas palavras sejam trocadas e ambas estejam ocupadas — uma com os brinquedos, e outra com o serviço — podem ambas estar em perfeita comunhão.

A pequena sabe que a mãe está ali, e sabe que está tudo bem. Assim, o santo e o Salvador podem passar horas em silenciosa comunhão de amor; mesmo ocupado com as coisas mais comuns, ele está consciente de que cada coisa pequena que faz é tocada pela cor da Sua presença e o sentimento da Sua aprovação e bênção.


Então, quando pressionados por fardos e dificuldades complicados demais para serem postos em palavras, ou misteriosos demais para serem expressos ou compreendidos, como é bom cair nos Seus braços de amor e simplesmente soluçar ali a tristeza que não podemos exprimir!


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

DEVOCIONAL - 23 DE OUTUBRO DE 2017

Nem uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras. (1 Rs 8.56)

Um dia entenderemos que Deus tem uma razão em cada NÃO que Ele fala através do lento movimento da vida. "De alguma forma, Ele nos dá alguma coisa no lugar desse NÃO." Quantas vezes, quando Seu povo está-se inquietando, perplexo, a respeito da falta de resposta a suas orações, Deus lhes está respondendo de forma bem mais rica! Podemos ter vislumbres disto ocasionalmente, mas a revelação completa pertence ao futuro.

Como precisamos da fé que não se apressa, mas que espera pacientemente pelo Senhor, espera a explicação de tudo, a qual virá no fim, na revelação de Jesus Cristo! Quando é que Deus já tomou alguma coisa de alguém, sem lhe dar em troca muito mais? Mas, e se o que Ele dá em troca não se manifestar imediatamente?... Bem, será que o hoje é o limite do tempo de Deus? Não tem Ele províncias além deste pequeno mundo? A porta do túmulo não se abre para nada, a não ser infinitas trevas e silêncio?

Contudo, mesmo limitando o julgamento ao tempo desta vida, podemos saber que Deus nunca envia uma prova a um coração, sem intentar trazer sobre ele um dom maior, alguma bênção mais preciosa. Aquele que sabe esperar, já chegou a um alto grau de graça cristã.


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

DEVOCIONAL - 19 de outubro de 2017

A arca da aliança do Senhor ia adiante deles. (Nm 10.33)

Deus nos dá impressões no coração, mas isto não quer dizer que devamos agir mediante impressões. Se a impressão for divina, Ele mesmo dará evidências suficientes para confirmá-la, para que não haja sombra de dúvida.

Como é bonita a história de Jeremias quanto à impressão que lhe veio para comprar o campo de Anatote. Mas Jeremias não seguiu a impressão, senão no dia seguinte, quando o filho de seu tio veio a ele e lhe trouxe a evidência externa, com uma proposta de venda. Então Jeremias disse: "Entendi que era a palavra do Senhor."

Esperou até que Deus confirmasse a impressão com uma providência, e então agiu na plena visão dos fatos concretos, que podiam trazer convicção tanto a ele como aos outros. Deus quer que ajamos de acordo com a Sua mente. Não devemos ignorar a voz pessoal do Pastor, mas como Paulo e seus companheiros em Troas, devemos ouvir todas as vozes que falam e "juntar" de todas as circunstâncias, como fizeram eles, a plena mente do Senhor. — Dr. Simpson

"Aonde o dedo de Deus aponta, nessa direção a Sua mão abre o caminho."

Não diga no seu coração o que você quer ou não quer, mas espere em Deus até que Ele lhe revele Seu caminho. Enquanto esse caminho estiver oculto, está claro que não há necessidade de agir, e Ele Se responsabilizará por todas as consequências de conservá-lo onde você está.



segunda-feira, 16 de outubro de 2017

DEVOCIONAL - 16 DE OUTUBRO DE 2017

Deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta. (Hb 12.1)

Há embaraços que, em si mesmos, não são pecado, mas que se tornam distrações e pedras de tropeço em nosso crescimento espiritual. Um dos piores é o desânimo. Um coração pesado é de fato um embaraço que certamente nos fará descer em nossa santidade e utilidade.

O processo que resultou em Israel não poder entrar na terra da promessa começou com a murmuração. Apenas um leve desejo de se queixarem e estarem descontentes. Isto foi adiante até florescer e frutificar em rebelião e ruína. Não condescendamos jamais em duvidar de Deus ou de Seu amor e fidelidade para conosco em tudo e para sempre.

Nós podemos tomar posição contra a dúvida, assim como contra qualquer pecado. E enquanto ali estamos, recusando duvidar, o Espírito Santo virá ao nosso auxílio e nos dará a fé que vem de Deus e nos coroará de vitória.

É muito fácil cair no hábito de duvidar, de ficar inquieto imaginando que Deus nos esqueceu e que afinal nossas esperanças terminarão em fracasso.

Recusemos o desânimo. Recusemos ficar infelizes e acabrunhados. Contemos tudo como gozo, mesmo quando não estivermos sentindo emoções de felicidade. Alegremo-nos por fé, resolutos, reconhecendo os fatos da Palavra; e sem dúvida descobriremos que Deus porá em operação esses fatos.

O inimigo tem duas ciladas. Uma é fazer-nos desanimar, então, pelo menos por algum tempo, não seremos de utilidade para os outros, e assim estaremos derrotados. A outra é fazer-nos duvidar, quebrando assim o elo da fé, que nos liga ao Pai. Atenção! Não caia em nenhuma delas. 

Alegria! Eu gosto de cultivar o espírito de Alegria! Ela recoloca a alma no tom certo, e conserva-a afinada, de modo que o inimigo se intimida ao tocá-la; pois as cordas da alma ficam aquecidas demais ou cheias demais de eletricidade celeste, para os dedos infernais. E ele vai para outro lugar! Ele sempre se intimida em vir me atacar quando meu coração está cheio de alegria e gozo do Espírito Santo.

Meu plano é tocar para longe o espírito de tristeza, como a Satanás. Ah, mas nem sempre tenho êxito. Às vezes, no caminho do serviço, a tristeza vem ao meu encontro como o próprio inimigo, e me olha tão de frente que a minha pobre alma muda de cor! A tristeza descora tudo; deixa os objetos sem encanto; envolve em trevas as perspectivas futuras; tira as aspirações da alma, acorrenta os seus poderes e produz uma paralisia mental.

Um crente idoso comentou certa vez que o ânimo na vida de fé faz com que todos os serviços se desenrolem com prazer; e que nunca somos levados avante tão depressa no caminho do dever, como quando transportados nas asas do contentamento. E acrescenta que a melancolia amarra essas asas; ou, para mudarmos a figura, que a tristeza tira as rodas do nosso carro que segue na trilha do dever, e faz com que ele ande pesadamente, como os carros dos egípcios, que se afundaram no mar Vermelho.


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

DEVOCIONAL - 09 de Outubro de 2017

Por isso o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós. (Is 30.18)

Onde há mais chuva, a grama é mais verde. Penso que são as neblinas e névoas da Irlanda que fazem dela a "Ilha de Esmeralda"; e toda vez que encontrarmos grandes neblinas de aflição e névoas de tristeza, acharemos corações verde-esmeralda — cheios da linda verdura da consolação e amor de Deus. 

Ó crente, que você não seja encontrado a dizer: "Para onde se foram as andorinhas? Elas se foram de uma vez!..." Não, elas não se foram de uma vez; elas cruzaram o mar e foram para uma terra distante; mas logo voltarão. 

Filho de Deus, não diga que as flores morreram ou que o inverno as matou e se acabaram. Ah, não, embora o inverno as tenha coberto com o arminho de neve, elas ainda surgirão outra vez e estarão vivas, dentro em pouco. 

Filho de Deus, não diga que o sol se apagou, porque as nuvens o esconderam. Não; ele está lá atrás, preparando o verão para você; pois quando surgir outra vez, ele terá preparado as nuvens para caírem em chuvas de primavera, que vão ser as mães das mais belas flores. E sobretudo isto, quando Deus esconde a Sua face, não diga que Ele Se esqueceu de você. Está apenas demorando um pouco, para que você O ame mais; e quando vier, você terá alegria no Senhor e se regozijará com gozo inefável. A espera exercita as nossas graças; a espera prova a nossa fé; portanto, espere em esperança; pois embora a promessa demore, nunca chegará tarde demais. — C. H. Spurgeon


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

DEVOCIONAL - 07 DE OUTUBRO DE 2017

Quem há entre vós que tema a Jeová, e ouça a voz do seu servo? quando andar em trevas, e não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor, e firme-se sobre o seu Deus. (Is 50.10)

Que deve fazer o crente em tempos de trevas — trevas de perplexidade e confusão, não no coração, mas na mente? Tempos de trevas podem atingir o discípulo fiel e crente, que está andando obedientemente na vontade de Deus; ocasiões em que ele não sabe o que fazer nem que rumo tomar. O céu está nublado. A clara luz do Céu não brilha sobre a sua vereda. E ele se sente como tateando no escuro.

Amado leitor, é este seu caso? Que deve fazer o crente em tempos de trevas? Escute! "Confie no nome do Senhor e firme-se sobre o seu Deus."

A primeira coisa a fazer é não fazer nada. Isto é difícil para a natureza humana. Há um provérbio americano que diz mais ou menos assim: "Se estiver cambaleando, não corra" — em outras palavras: quando não souber que rumo tomar, fique onde está.

Quando entrar numa nuvem espiritual, não procure abrir caminho; diminua a marcha da máquina de sua vida. Se necessário, ancore o seu barco ou deixe-o amarrado. O que devemos fazer é simplesmente confiar em Deus.

Enquanto confiamos, Deus pode operar. Nossa ansiedade impede que Ele faça qualquer coisa para nós. Se nossa mente está perturbada e o nosso coração angustiado; se as trevas ao redor nos aterrorizam; se corremos para cá e para lá, no vão esforço de achar algum meio de fugir àquela prova que a providência de Deus nos enviou, o Senhor não pode fazer nada para nós.

É preciso que a paz de Deus aquiete a nossa mente e faça descansar o nosso coração. Temos que pôr a mão na mão de Deus, como uma criança, e deixar que Ele nos guie para dentro do Seu amor. Aí há plena luz.

Ele conhece o caminho de saída da mata. Subamos no Seu regaço e confiemos em que Ele nos tirará da situação pelo caminho mais curto e seguro. — Dr. Pardington

Lembre-se de que nós não sabemos pilotar, mas que temos um Piloto.
 

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

DEVOCIONAL - 05 DE OUTUBRO DE 2017

E sucedeu que... o ribeiro se secou. (1 Rs 17.7.)

O preparo da nossa fé será incompleto se não entendermos que há uma providência na perda, um ministério na falha e enfraquecimento das coisas, uma dádiva no vazio. 

As inseguranças materiais da vida contribuem para a sua firmeza espiritual. A tênue correnteza junto à qual Elias estava assentado e meditando, é uma figura da vida de cada um de nós. "E sucedeu que... o ribeiro se secou" — eis a história do nosso ontem e a profecia dos nossos amanhãs.

De uma forma ou de outra, teremos que aprender a diferença entre confiar no dom e confiar no Doador. O dom pode ser bom por um tempo, mas o Doador é o Amor Eterno.

Querite representava um sério problema para Elias, até que chegou a Sarepta. Então tudo ficou claro como o dia. As palavras duras de Deus nunca são Suas últimas palavras. Os ais, as perdas e as lágrimas da vida fazem parte do interlúdio, não do fim.

Se Elias tivesse sido levado diretamente a Sarepta, teria perdido uma experiência que ajudou a fazer dele um profeta mais sábio e um homem melhor. Junto a Querite ele viveu pela fé. E quando em nossa vida se secar algum ribeiro de recursos terrenos, aprendamos que a nossa esperança e socorro estão no Deus que fez o céu e a terra. — F. B. Meyer