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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Esaú e Jacó

Prof. Anísio Renato de Andrade – Bacharel em Teologia.
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Os filhos gêmeos de Isaque e Rebeca.

Aos 40 anos de idade, Isaque casou-se com Rebeca. O tempo foi passando e os filhos não vinham. Concluíram, então, que ela era estéril. Mesmo nos lares constituídos sob a direção de Deus, pode haver problemas e dificuldades, mas, em tudo isso, o Senhor tem um propósito.
Ter uma descendência era imprescindível para as pessoas naquela época e, principalmente, para o herdeiro das promessas. Afinal, sua linhagem deveria ser numerosa como as estrelas do céu e como os grãos de areia da praia (Gn.22.17). Onde estava o cumprimento da promessa? Será que o Senhor havia abandonado Isaque? Tudo parecia contrário à palavra de Deus. O que poderia ser feito? Separar-se? Arrumar outra mulher, como fizera Abraão? A poligamia era uma alternativa plausível na ocasião. Entretanto, Isaque decidiu orar e esperar a solução divina. Diante dos desafios da vida, precisamos tomar cuidado para não adotarmos soluções mundanas, que priorizam o egoísmo e o imediatismo. Ele não desistiu de Rebeca, não desistiu de Deus nem das promessas, mas foi perseverante na busca ao Senhor durante 20 anos (Gn.25.19-21). No tempo de Deus, sua palavra se cumpre. Não sejamos apressados ou precipitados.
Depois de tanta espera e oração, Deus abençoou Rebeca e ela engravidou de gêmeos. A bíblia diz que, ainda no ventre, os filhos lutavam (Gn.25.22). Rebeca foi perguntar ao Senhor por quê isso acontecia. Notamos o quanto aquela família dependia de Deus. Não apenas o patriarca tinha comunhão com o Senhor, mas a esposa também. E Deus falou com ela, dizendo:
“Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor”. (Gn.25.23).
Quando não entendemos o que está acontecendo, estejamos certos de que o Senhor sabe e está no controle da situação. Esse texto bíblico nos chama a atenção para a diferença entre a visão humana e a visão divina da realidade. Para Rebeca, havia dois filhos em seu ventre, mas, para Deus, eram duas nações. Temos dificuldade para ver todo o nosso potencial, mas Deus já contempla a plena realização do seu propósito em nós. Quando oramos, temos a oportunidade de sermos respondidos, podendo tomar conhecimento da perspectiva divina ao nosso respeito. Quem não ora, fica limitado à visão humana.
“Invoca-me e te responderei. Anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes” (Jr.33.3).

OS GÊMEOS
Jacó e Esaú deveriam ser muito semelhantes, mas o texto bíblico coloca em evidência suas diferenças. Esaú recebeu este nome por ter nascido com o corpo coberto de pelos. Ele veio a ser especialista na caça, homem forte, ousado, habilidoso com as armas. Jacó, porém, era simples, pacato e caseiro. Mais tarde demonstrariam profundas diferenças de personalidade.
Tendo nascido primeiro, Esaú estava em posição de vantagem sobre seu irmão. Para a família e a sociedade, a primogenitura era motivo de honra, dando direito a porção dobrada da herança e autoridade sobre a casa quando o pai morresse. No caso específico daquela família, o primeiro filho herdaria ainda as bênçãos que Deus prometera a Abraão, inclusive a honra de trazer o Messias ao mundo por meio da sua descendência. Esaú não tinha consciência da amplitude da glória que lhe estava reservada. Nós também não conseguimos visualizar toda a extensão dos propósitos de Deus, e isto pode se tornar um problema.

TEMPO DE RISCO
Na época em que aconteceu o episódio narrado em Gênesis 25.29-34, Esaú não possuía a bênção da primogenitura. Os fatos ainda não correspondiam ao direito. Ele tinha apenas a expectativa da bênção. Um dia, quando Isaque estivesse próximo da morte, o primogênito seria chamado para que bênção fosse pronunciada pelo pai. Depois, deveria ainda aguardar o falecimento de Isaque para que começassem os efeitos práticos da primogenitura. Havia ainda aspectos espirituais da bênção que não tinham data marcada para acontecer. Era preciso esperar, esperar, esperar...
A expectativa da bênção marca um tempo propício às tentações. Não existe posse concreta de coisa alguma. É semelhante à situação de quem comprou um imóvel na planta. É um tempo de fé, mas pode haver também dúvidas e desvalorização do que se espera.
Vivemos na expectativa de muitas bênçãos, sejam nesta vida ou no porvir. Precisamos ser cautelosos para não abrirmos mão dos nossos direitos e da nossa herança espiritual.

A NECESSIDADE
Durante o longo tempo de espera, existem momentos de fragilidade, quando a vigilância precisa ser redobrada. É nessa hora que o tentador age. Esaú chegou do campo exausto e faminto. É provável que, naquele dia, sua caçada não tenha sido bem sucedida. Entrando em casa, encontrou pronto e fumegante o prato de lentilhas. A tentação foi forte. A visão e o olfato provocavam o paladar.
Podemos fazer uma analogia daquele episódio com os nossos momentos de crise, fraqueza, fracasso, decepção ou necessidade física, financeira, emocional, etc. O mundo nos apresenta pratos prontos, mas o que parece oportunidade pode ser uma cilada. Nossas carências imediatas encontram soluções instantâneas, porém malignas. Foi o que aconteceu quando Jesus sentiu fome, após 40 dias de jejum (Mt.4).

A PROPOSTA
Vencido pela fome, Esaú pediu que o irmão lhe desse um pouco daquele guisado saboroso. Porém, não seria de graça. Jacó lhe propôs então, que o prato fosse trocado pelo direito da primogenitura.
Quantas propostas temos recebido em nossas vidas? Algumas delas são tentações perniciosas.
Estava aberta uma rápida negociação. “Vende-me”, disse Jacó (Gn.25.31). Uma transação comercial estava prestes a acontecer, seguida de uma refeição. Em princípio, comércio não é pecado, a não ser que estejamos vendendo o que não pode ser vendido. Era esse o caso. Nossas bênçãos, mesmo as futuras, nossos direitos espirituais, nossa posição de filhos e o compromisso com Deus são inegociáveis. Seja qual for a oferta, precisamos ter a ousadia de dizer “não” àqueles que nos assediam.
Comer lentilhas não é pecado, mas, naquele caso, tornou-se, em função da renúncia ao direito de primogenitura. Esaú poderia comer lentilhas mais tarde, ou em outro dia, mas não soube esperar. Assim também, o mundo nos propõe satisfações naturais para os nossos desejos e necessidades. Porém, não é o tempo certo. O modo está errado, e o preço é injusto.
Muitos abrem mão dos valores cristãos em troca de um emprego, uma promoção, um namoro, um casamento, ou apenas por alguns momentos de prazer. As necessidades podem ser legítimas, mas isso não significa que devam ser atendidas a qualquer custo ou de qualquer maneira.

VALORES
Em qualquer transação comercial justa, existe a troca de coisas com valores equivalentes. No caso de Esaú e Jacó, os valores eram absolutamente discrepantes.
Quais são os nossos valores? O que é mais importante para nós?
As coisas materiais, visíveis, terrenas, presentes, imediatas e temporárias são, geralmente, mais valorizadas do que as espirituais, invisíveis, celestiais, futuras e eternas. Trata-se de uma grave distorção que o inimigo sabe aproveitar muito bem.
Todo semeador renuncia à sua semente no presente para ter uma grande colheita no futuro. É uma questão de visão estratégica. Quem só enxerga o aqui e o agora come todas as sementes, anulando as possibilidades de multiplicação. Esaú desvalorizou sua bênção futura, vendendo-a por um prato de lentilhas (Gn.25.33-34).

NEGÓCIO FECHADO
Esaú não poderia ter o prato de lentilhas e a primogenitura ao mesmo tempo. Não é possível ter tudo, fazer tudo, aproveitar-se de tudo ao mesmo tempo. Como disse Jesus: “ninguém pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt.6.24). É preciso escolher.
Diante da proposta de Jacó, Esaú tomou sua decisão, fez sua escolha, manifestando seu caráter e sua vontade. Deus não interferiu, nem antes nem depois. No pleno exercício do livre-arbítrio, os homens determinam seu destino. Depois, reclamam de Deus e da sorte.
Decisões rápidas e aparentemente simples podem mudar o rumo da história pessoal e familiar. Foi o que aconteceu.
A força foi vencida pela astúcia. Esaú, que era um vencedor no campo (vida profissional), foi derrotado em casa (vida familiar). Ele, que vencia os animais, foi derrotado por uma refeição de origem vegetal.

PAGAMENTOS E CONSEQUÊNCIAS
Tendo concordado em ceder sua primogenitura, Esaú recebeu o prato de lentilhas. A refeição foi imediata, mas o pagamento não aconteceria naquele instante. (É o tipo de ilusão que envolve as modernas operações com cartão de crédito. Não sendo imediato o desembolso, tem-se a ilusão de que não há pagamento, o que pode tornar-se motivação para o gasto excessivo).
Muitos pecados também não são cobrados imediatamente (Ec.8.11). Por isso, tem-se a sensação de impunidade, o que leva à reincidência, mas está avisado: “Tudo que o homem semear, isto também ceifará” (Gal.6.7).
Acabada a refeição, Esaú levantou-se e saiu, seguindo o seu caminho (Gn.25.34). Tudo parecia normal. Sua rotina continuaria inalterada. Afinal, seu pecado não trouxe consequências imediatas. Continuando a leitura bíblica, percebemos que o capítulo 26 de Gênesis trata de outros assuntos. Depois de muitos anos, conforme deduzimos de Gn.27.1, é que o acerto de contas aconteceu.
As conseqüências do pecado podem demorar, mas serão inevitáveis, implacáveis, fortes, dolorosas, duradouras e, talvez, eternas. No caso de Esaú não houve remédio, nem arrependimento, nem perdão.
A rápida refeição trouxe satisfação provisória, como tudo que o pecado proporciona, mas uma marca permanente. Esaú passou a se chamar “Edom”, que significa “vermelho”, em referência à cor do guisado de lentilhas. O mesmo nome seria usado depois para identificar o povo descendente de Esaú. Através daquele ato individual e egoísta, seus filhos e toda a sua descendência foram prejudicados. O pecado funciona assim.

O DIA DA BÊNÇÃO
Esaú, mesmo depois de fazer o acordo verbal com Jacó, ainda pretendia receber a bênção paterna, mesmo porque Isaque não sabia do negócio realizado entre os irmãos. Sendo o filho predileto do pai, Esaú estava convicto de que a venda da primogenitura não seria levada em conta por Isaque.
Seu raciocínio estava correto, mas ele não contava com a astúcia do irmão, que foi ajudado pela mãe, com a permissão de Deus.
Esaú sempre agradou ao seu pai, mas desagradava ao Senhor. Não podemos viver confiados nas recompensas humanas supostamente garantidas por meio de agrados pessoais.
Jacó chegou primeiro e recebeu a bênção da primogenitura. Quando Esaú veio do campo, e descobriu que Jacó tinha sido abençoado em seu lugar, desesperou-se. Diante de sua reação, Isaque lhe disse: “Que farei por ti, agora, meu filho?” (Gn.27.37). Nada poderia ser feito. Algumas vezes, queremos ajudar as pessoas a se livrarem de tantas situações terríveis, mas nem sempre conseguimos. Sentimo-nos incapazes, mas a questão é que não podemos impedir que colham o mal que semearam.
Era tarde demais para voltar atrás. A bênção perdida não podia ser recuperada. Não podemos nos iludir com a idéia de que sempre haverá uma nova chance. No caso de Esaú, não houve. É verdade que as nossas vidas envolvem muitas situações diferentes daquela. Entretanto, precisamos estar atentos para a possibilidade de cairmos em semelhante experiência. É o que se conclui do que foi dito aos Hebreus do Novo Testamento: “Ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou.” (Heb.12.16-17).
O que é perdido nem sempre será recuperado. O que é vendido, ou voluntariamente renunciado, dificilmente será retomado. Em alguns casos, será impossível, ainda que se peça restituição.
Estamos acostumados a enfatizar o amor e a misericórdia de Deus, mas não podemos nos esquecer da sua justiça. Precisamos valorizar nossa posição diante de Deus, não deixando que nada venha nos tirar dela.
Não podemos trocar nossos valores espirituais pelas coisas do mundo, imaginando que um dia possamos recuperá-los. Esaú não conseguiu.
Creio que o grande problema daquele filho foi não ter procurado o pai para colocá-lo a par da situação e consertar tudo em tempo hábil. Deixou o mal em segredo até o dia do pronunciamento da bênção. Era tarde demais para ele. Seja qual for a sua situação, fale hoje mesmo com o Pai celestial. Não deixe para o dia do juízo, pois será muito tarde.
“Buscai ao Senhor enquanto se pode achar. Invocai-o enquanto está perto” (Is.55.6).

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

PRIMEIRA EPISTOLA DE JOÃO

Pastor e Mestre Adaylton de Almeida Conceição

AUTORIA – João, o apóstolo. Seu nome não é mencionado em suas três epístolas. Não obstante, sua autoria foi confirmada por Policarpo, Papias, Eusébio, Irineu, Clemente de Alexandria e Tertuliano. O nome "João" significa "graça de Deus".
Era judeu, pescador (Mt.4.21, Mc. 1.17-20), irmão de Tiago, filho de Zebedeu e Salomé (Compare Mt.27.56 e Mc.15.40).
Foi chamado de discípulo amado – Jo. 13.23; 19.26; 21.20. Foi o discípulo mais íntimo do Mestre. Até no momento da crucificação, João estava presente. Isso mostra sua disposição de correr risco de vida para ficar ao lado de Jesus.
Foi um dos três que estavam com o Senhor quando a filha de Jairo foi levantada dos mortos (Mc. 5:35–42); no Monte da Transfiguração (Mt. 17:1–9); e no Getsêmani (Mt. 26:36–46).
Cinco livros do Novo Testamento são atribuídos ao apóstolo João: Evangelho de João, o Apocalipse e as chamadas três Epístolas de João. Estes cinco livros, conhecidos como literatura joanina, contém três tipos de literatura encontrada no Novo Testamento: história, epístolas e apocalíptica. As três Epístolas estão incluídas no grupo de escritos neotestamentários denominados Epístolas Gerais.
Existem diferenças entre o evangelho e a epístola de João, mas isso não constitui base sobre a qual fundamentar uma teoria de autoria diferente,, uma vez que o autor tinha propósitos diferentes ao escrever cada uma dessas obras. Ele escreveu o evangelho para incrédulos e a epístola para crentes. No evangelho os inimigos são judeus incrédulos, na epístola, os inimigos são cristãos professos.
O tema da carta é a comunhão da vida divina. Pelo testemunho daqueles que ouviram, viram, contemplaram e tocaram a "Palavra de vida", os crentes chegaram a nascer de novo, tornar-se filhos de Deus, e gozar da Comunhão com o Pai, com o Filho e com todos aqueles que também creram. Por meio dessa vida divina, os fiéis andam na luz e observam o mandamento do mútuo amor.

Objetivo
O objetivo de João ao escrever era expor a heresia dos falsos mestres e confirmar a fé dos verdadeiros crentes. João declara ter escrito para dar garantia da vida eterna àqueles que Crêem “no nome do Filho de Deus (5.13). A incerteza de seus leitores sobre sua condição espiritual foi causada por um conflito desordenado com os mestres de uma falsa doutrina. João refere-se ao ensinamento como enganosos (2.26; 3.7) e aos mestres como “falsos profetas” (4.1), mentirosos (2.22) e anticristos (2.18,22; 4.3). Eles um dia tinha estado com a igreja, mas tinha se afastado (2.19) e tinha se “levantado no mundo” (4.1) para propagar sua perigosa heresia.
Este falso ensinamento me parece ser precursor do Gnosticismo (do termo grego gnosis, que significa conhecimento), e reivindicavam possuir um conhecimento especial sobre Deus, a teologia e Jesus Cristo. Sua base doutrinária incluía:
I) que Jesus fosse realmente o Cristo (2:22),
II) a pré-existência do Filho de Deus (1:1; 4:15 e 5:5,10),
III) eles negavam a Encarnação de Cristo (4:2) IV) que seu objetivo fosse vir para salvar os homens (4:9).

Porém, segundo alguns estudiosos, a forma exata dessa heresia, é incerta. Geralmente é afirmado que tinha alguma afinidade com os pontos de vista mantidos por Cerinto, na Ásia Menor, no fim do primeiro século, ainda que não fosse inteiramente idêntico com aquilo que se sabe sobre seu ensino. De acordo com Cerinto, Jesus foi um homem bom, no qual o Cristo celestial viera habitar desde o tempo de seu batismo até pouco antes de sua crucificação.
Isto é combatido em diversas passagens da epístola, que afirma que Jesus é o Cristo (5:6) o Filho de Deus (2:22, 5:1,5). O ensino de Cerinto baseava-se no dualismo gnóstico entre o espíritual e o material, que negava a possibilidade de Deus (Espírito) ter se tornado homem (Matéria). Outra versão desta heresia, o Docetismo (do grego dokeo, parecer) afirmava que a Encarnação foi aparente, não uma realidade concreta. A posição de Cerinto, que fica entre essas duas, afirma que a Encarnação foi temporária, ou seja, desde o batismo até o momento da crucificação.
O método de João em expor os erros dos hereges e confrontá-los com a verdade.
Este falso ensinamento me parece ser precursor do Gnosticismo (do termo grego gnosis, que significa conhecimento), e reivindicavam possuir um conhecimento especial sobre Deus, a teologia e Jesus Cristo. Sua base doutrinária incluía:
I) que Jesus fosse realmente o Cristo (2:22),
II) a pré-existência do Filho de Deus (1:1; 4:15 e 5:5,10),
III) eles negavam a Encarnação de Cristo (4:2) IV) que seu objetivo fosse vir para salvar os homens (4:9).

A primeira Epístola de João começa sem uma introdução formal. Por alguma razão, o autor não se apresenta. A segunda e a terceira epístola mencionam como autor uma pessoa chamada apenas como “o presbítero”. Elas também nos informam a quem elas são endereçadas — uma senhora eleita e também alguém chamado Gaio. Essas informações não são extensas e deixam várias perguntas sem resposta; não obstante, nas próprias epístolas, podemos saber algo sobre quem as escreveu.
João tinha muita intimidade com seus destinatários.
- O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida (Porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e nos foi manifestada); O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.
- Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.
- Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.
- Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo.
- O presbítero à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade,
- Tendo muito que escrever-vos, não quis fazê-lo com papel e tinta; mas espero ir ter convosco e falar de face a face, para que o nosso gozo seja cumprido.
- O presbítero ao amado Gaio, a quem em verdade eu amo.
- Tinha muito que escrever, mas não quero escrever-te com tinta e pena. Espero, porém, ver-te brevemente, e falaremos de face a face.
Obviamente, o autor era testemunha ocular de Jesus. Ele também parecia ter mantido uma comunhão próxima com os membros da igreja a quem escrevia, porque os chamava de “filhinhos”, expressão de estima. Ele mantinha posição de liderança na igreja e, mais de uma vez disse que posteriormente esperava visitar aqueles a quem estava escrevendo. A semelhança íntima das frases e temas com o Evangelho de João, bem como o testemunho dos pais da igreja, revelam que ele foi o apóstolo João.
Tudo isso apresenta uma lição muito importante. Como é importante desenvolver um relacionamento bondoso, atencioso e amoroso com os que nos rodeiam! Nessas epístolas, fica muito claro que João amava e se importava com todos e que desejava vê-los fortalecidos no Senhor.
João nos diz repetidamente por que escreveu sua primeira epístola. Quais foram os motivos?
R. = Para completar sua alegria; pelo crescimento cristão dos seus destinatários; pela certeza da salvação.

I Jo. 1.4 = “Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra.”
I Jo. 2.12-14 =“Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados. Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevi, filhos, porque conhecestes o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.”
I Jo. 5.13 = “Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.”
Todas estas declarações são positivas e afirmativas. Porém, o contexto mostra que devem ser entendidas tendo em vista os problemas sérios existentes nas igrejas a que 1 João foi dirigida. A epístola faz declarações fortes sobre falsos mestres. Eles são chamados de anticristos. O termo é encontrado quatro vezes em 1 João e uma vez em 2 João. Além dessas aplicações, não é usado em nenhum outro lugar da Bíblia.
Esses anticristos tinham idéias errôneas sobre ¬Jesus Cristo, que também afetavam seu estilo de vida cristã. Naturalmente, João sentiu a necessidade de enfrentar esses ensinos, e fez isso de maneira poderosa e inflexível.
Apesar disso, o autor pinta um quadro positivo do verdadeiro cristianismo e destaca sua natureza positiva. Ao enfrentar o erro teológico e o erro ético dos falsos mestres, João argumenta em favor da unidade entre Pai e Filho, aceitação do perdão divino e uma vida governada pelo princípio do amor.
Enquanto encoraja os membros da igreja e os adverte contra visões equivocadas de Cristo e do comportamento cristão, ele pode até esperar re¬cuperar alguns daqueles que haviam deixado a igreja.
O capítulo 1 da primeira epístola de João admoesta os santos a comungarem com Deus. O capítulo 2 enfatiza que os santos conhecem Deus pela obediência e instrui-os a não amarem o mundo. O capítulo 3 exorta todos a se tornarem filhos de Deus e a amarem-se uns aos outros. O capítulo 4 explica que Deus é amor e está naqueles que o amam. O capítulo 5 explica que os santos são nascidos de Deus através da crença em Cristo.
A segunda epístola é semelhante à primeira. Nela João se regozija em virtude da fidelidade dos filhos da “senhora eleita.”
Na terceira epístola João elogia um homem chamado Gaio por sua fidelidade e auxílio aos que amam a verdade.
Havia, na época do apóstolo João, os hereges do “Gnosticismo” , cuja preocupação era libertar-se da “carne”, que eles consideravam a prisão da alma.
O verso 6 trata-se, pois, de uma oposição à doutrina e provavelmente à prática de hereges gnósticos.
Sobre esta passagem William Barclay diz o seguinte:
O propósito imediato desta passagem aponta aos falsos mestres gnósticos. Como temos visto, os gnósticos apresentavam mais de uma razão para justificar o pecado. Diziam que o corpo é mal e que, por isso mesmo, não havia nenhum perigo em satisfazer suas luxúrias e saciar seus prazeres. Estes homens diziam que o homem verdadeiramente espiritual está tão protegido pelo Espírito, que podem pecar para satisfazer a seu coração, sem perigo algum.
O texto de 1 João 3: 6 sofre diferentes interpretações em diferentes versões no português, algumas dão o sentido de ato isolado , outras, dão o sentido de uma prática contínua , ou também, um estado .
Ver por exemplo:
Na Bíblia de Jerusalém encontramos: “não peca”.
Na Bíblia Tradução Ecumênica encontramos: “não peca mais”.
Na Almeida Revista e Corrigida encontramos: “não peca”.
Na Tradução Novo Mundo encontramos: “não pratica pecado”.
Na Almeida Revista e Atualizada encontramos: “não vive pecando”.
Na Bíblia na Linguagem de Hoje encontramos: “não continua pecando”.
Na Nova Versão Internacional encontramos: “não está no pecado".
É o único escrito do Novo Testamento que fala de Jesus Cristo como Advogado para com o Pai, quando o crente peca. (2.1)
O termo grego aqui utilizado é para,klhtoj, que significa consolador, ajudador, advogado.
Influenciadas pela Vulgata, que traduziu o termo grego por advocatus, quase todas as traduções colocaram aqui Jesus como Advogado, dando a falsa idéia que podemos pecar à vontade que Jesus sempre vai nos defender diante do Pai.
A Bíblia na Linguagem de Hoje particularmente é bem explícita nisso: “Meus filhinhos e minhas filhinhas, escrevo isso a vocês para que não pequem. Porém, se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é certo; ele nos defende diante do Pai”.
A ênfase deve ser dada na primeira afirmativa – “não pequeis! Mas, se pecarmos, visto ser isso desastroso para a vida cristã, temos não um advogado para justificar nossa atitude pecaminosa, e sim um consolador, pra curar as feridas deixadas pelo pecado’’.
“E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o Seu Filho como Salvador do mundo.” I Jo 4:14
Falsos mestres espalhando erro entre os santos! Posições estranhas sobre a natureza de Cristo! Brigas por posições na igreja! Erros teológicos se espalhando entre os membros! Pessoas precisando da certeza da salvação! Outros precisando saber que a fé deve levar à obediência à lei!
Entretanto, João não se concentrou apenas em problemas. Ele apontou para ¬Deus, o Pai e o Filho; descreveu quem são Eles e o que Eles fizeram por nós, e assim, o que devemos fazer em resposta.
O conhecimento de Deus é sempre visto nas escrituras e por essa razão cativa seus leitores a um envolvimento mais intenso e profundo com esse Deus.
Talvez esse seja um ponto alto da concepção joanina sobre Deus exposto em sua primeira epístola: Deus pode ser conhecido pessoalmente, pois é possível existir um relacionamento entre um ser humano regenerado e seu Redentor. Entretanto, mais importante do que essa observação, é que para João essa cognicibilidade em Deus pode ser verifica como certeza. Observe: “Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai”. (2.14) Nesse texto, João apresenta de modo convicto que seus leitores primários já haviam estabelecido um relacionamento com Deus. O verbo que descreve essa certeza é “gnosko“, que pode contribuir em muito com nossa compreensão dessa afirmação joanina.
Na primeira epístola de João temos algumas indicações sobre o significado dessa expressão quando relacionada com Deus: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”. (4.7)
É possível, ainda, que essa expressão de conhecimento do Pai tenha estrita relação com o recebimento do ensino dos apóstolos: “Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve[1]; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve”. (4.6) Em sua discussão sobre o problema do surgimento das heresias sobre Cristo que assolavam a comunidade primitiva a quem João endereçara sua carta, ele transparece com intensidade que esses “anticristos” teriam saído de meio da comunidade cristã, mas evidenciam com seu ensino pernicioso que nunca fizeram parte dessa comunidade. (2.19) João chega a identificá-los como pessoas que negam o Pai e o Filho (2.22), e ainda são apresentados como pessoas que não tem o Pai por negarem o Filho. (2.23) Pouco a frente João ainda incentiva os cristãos a não darem ouvidos para outras pessoas com ensinos contraditórios (4.1) ao que ouviram do próprio João. (2.20)
Dessa forma, João afirma que as pessoas que tem inclinação ao ensino dos apóstolos são pessoas que apresentam um relacionamento pessoal com Deus. Assim, esse conhecimento não é mero acúmulo de informações teológicas, mas a prática cristã saudável da busca pela vida com Deus. Por isso que é evidente na visão de João que aquele que não demonstra amor, não pode conhecer a Deus: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (4.8). Isso não significa que essas pessoas não tem acesso a salvação, mas que por sua imaturidade não tem um relacionamento consistente estabelecido com Deus, ou que por sua falta de relacionamento com Deus permanecem em sua imaturidade.

CONCLUSÃO
A maior lição que podemos tirar para os nossos dias está em 4.8: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”. O amor aqui não possui um alvo específico: este alvo é indefinido, pois deve ser direcionado a todos indistintamente.
Isto é importante frisar: os gnósticos contemplavam o conhecimento como um meio de salvação, e aqueles que não possuíam tal conhecimento eram desprezados. Nós, que pela graça de Deus adquirimos um pouco mais de conhecimento teológico, não podemos desprezar os irmãos mais humildes. Isto é um perigo dentro de nossas igrejas.
Devemos nos colocar como instrumentos nas mãos de Deus para levar a estes, conhecimento. E, mais do que conhecimento, o amor. Sem o amor, o Cristianismo seria uma religião como outras. Mas Jesus enfatizou: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”. (Jo 13.35) Se não formos capazes de amar a todos que nos cercam, teremos perdido todo o tempo do mundo na busca do conhecimento teológico. Teremos falhado mesmo no objetivo de descobrir Deus, conforme a versão da Tradução Ecumênica para I Jo 4.8: “quem não ama não descobriu a Deus, porque Deus é amor”.
A mais fantástica revelação sobre a natureza de Deus completa este versículo supracitado: “Deus é amor”. O amor deixa de ser uma opção em nossas vidas, para ser uma obrigação nossa. O amor não pode ficar intelectualizado, restrito às discussões acadêmicas: antes deve ser exercitado. Se devemos ser santos porque Deus é santo (Lv 19.2), também devemos amar porque Ele ama. (Jo 13.34)

DEMANDAS JUDICIAIS ENTRE IRMÃOS

Pastor e Mestre Adaylton de Almeida

Texto Áureo: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas” (Ex 14:14).
Esta lição é uma belíssima exortação para que, no meio da santa igreja de Cristo, sejamos capazes de resolver nossas pendências e discordâncias, sem a necessidade de recorrermos à justiça dos homens (secular).

À guisa do texto Áureo
- Os santos julgarão o mundo e os anjos. Esta declaração se refere aos eventos escatológicos descritos abaixo, sendo apresentados por Paulo com uma maior abrangência, principalmente em relação ao julgamento do mundo: “Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Mt 19:28)
“Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lc 22:29-30)
Em lições anteriores, estudamos que a igreja de Corinto padecia de grandes problemas em virtude da falta de comunhão, entre eles o Partidarismo. (I Co 1:10-13)
“Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer. Pois a respeito de vós, irmãos meus, fui informado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo. será que Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por amor de vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
Devemos observar que a exortação contra demandas judiciais entre os irmãos decorria diretamente desta falta de comunhão:
Os servos de Corinto, pela falta de comunhão, não conseguiam resolver pessoalmente, e internamente (na igreja), suas demandas e problemas, razão pela qual recorriam à justiça dos homens.
Observa-se, no estudo histórico do direito (leis e normas dos homens), que a lide (demanda judicial) pode ser caracterizada como “O Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”. (Carnelutti)
Em síntese, isso significa que alguém, julgando-se detentor de determinado direito, busca usufruí-lo (utilizá-lo em seu benefício), e, tendo oposição de outra pessoa, busca algum meio para resolver esse impasse.
Demandas judiciais entre os irmãos, era uma prova de que a unidade do corpo de Cristo estava sendo comprometida. A comunhão (Gr. Koinonia) que foi o forte da Igreja primitiva (At. 2:42-47), agora, ao que parece estava sendo esquecida pela neófita igreja de Corinto. O próprio Jesus ensinou que “o reino dividido contra si mesmo não prevalece”. (Mt 12:25; Lc 11:17)
Litígio entre os irmãos evidenciava a fragilidade doutrinária e a superficialidade da compreensão do que é estar em uma nova posição (Ef 2:6) e sob o governo do filho do seu amor. (Cl 1:15)
Pressuposto Básico: A comunhão entre os irmãos traz entendimento.
O texto áureo da Lição nos traz a passagem esculpida em Sl 133:1: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”. Esta passagem relata uma característica essencial dos servos de Cristo para que a Igreja sempre seja irrepreensível: A comunhão.
A igreja de Corinto padecia de grandes problemas em virtude da falta de comunhão. (I Co 1:10-13)
Assim, observa-se que, ao tempo de Paulo, muitas eram as lides entre os homens, sendo que a maior parte das demandas judiciais versavam sobre questões patrimoniais, como bens móveis, imóveis (casas e terras), pactos (contratos), dentre outras coisas.
Para os homens que viviam fora do seio da Igreja, utilizar a justiça era um meio válido, pois evitava que as discórdias acabassem em meio brutais de resolução, como a autotutela (justiça pelas próprias mãos), em que determinada pessoa fazia à força aquilo que julgava correto, prevalecendo sempre o mais forte contra o mais fraco. Entretanto, para os irmãos em Cristo, utilizar a justiça dos homens era algo extremamente prejudicial, pois comprometia a comunhão entre os servos. A comunhão entre os irmão faz parte da espiritualidade da Igreja, e aproxima o povo de Deus do ideal traçado por Cristo. Sl 133.1
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Uma igreja verdadeiramente espiritual é alicerçada, dentre outras coisas, na comunhão entre os irmãos. A partir do momento em que os irmãos se encontrem em plena comunhão, o entendimento prevalece em meio à discórdia.
I - O QUE SE ENTENDE POR “DEMANDAS JUDICIAIS”?
O Dicionário Jurídico conceitua “Demanda” como “ação judicial, causa, litígio, processo”. A palavra litígio (vem do latim - litigium), significando “disputa judicial”. O mesmo que lide, questão, querela. Conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos litigantes e pela resistência do outro.

- A FALTA DE COMUNHÃO ENTRE OS CRENTES DE CORINTO
Os membros de uma igreja carnal deixam-se facilmente levar pelos interesses egocêntricos. Por isso, em Corinto, havia quem tivesse “algum negócio contra o outro”, e o pior, levavam uns aos outros aos tribunais pagãos, acionavam os juízes incrédulos para resolverem suas disputas, escandalizando o evangelho de Cristo. Aquela igreja não sabia o significado da palavra comunhão.
A koinonia, comunhão em grego, é uma premissa para a congregação que celebra o nome de Cristo. Esse termo significa também a partilha entre os fiéis da igreja. Tal sentimento recíproco é descrito em At 2:42 em que os cristãos, como discípulos do Senhor, permaneciam juntos em comunhão.
A doutrina da comunhão é recorrente nas epístolas paulinas. Para o apóstolo dos gentios a comunhão envolve a partilha de coisas materiais - ao suprimento das necessidades dos santos (Rm 15:26; II Co 8:4; 9:13).
Para desenvolver o ministério da koinonia é preciso aprender a abrir mão dos interesses próprios em prol dos outros (Fp 2:1). Portanto, se há alguma exortação em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão do Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões.
Somente quando somos guiados pelo Espírito (Gl 5:19-22), podemos viver a verdadeira espiritualidade, e, assim fazendo, não daremos lugar aos interesses egoístas. Por essa razão João admoesta os crentes para que vivam em comunhão uns com os outros. (I Jo 1:3,7) “Sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo... mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.” Tal comunhão está fundamentada no Pai e em Seu Filho Jesus Cristo. (I Jo. 1:6)
Em comentário a I Co 6:1, assim nos traz a Bíblia de Estudo Pentecostal: “Quando ocorrem disputas banais entre os cristãos, isso deve ser julgado na igreja e não na justiça secular. A igreja deve julgar entre aquilo que é certo ou errado. Dar seu veredito e disciplinar o culpado, se necessário for”.
Cabe analisar que, em caso de injustiças praticadas pelos irmãos (má-fé), cabe sim, disciplina para o culpado. Entretanto, nem todas as pendências entre irmãos são causadas por má-fé. Por vezes, ambos se acham em sincera verdade, mas, por falta de resignação, negam-se a dar um passo atrás.

VI – Conclusão.
A comunhão e a justiça devem prevalecer nas relações entre irmãos em Cristo, para que a nossa vida seja espelho da Justiça Divina! Amém!

Prof. Pr. Adaylton de Almeida

CONSULTAR SEMPRE À DEUS

O PERIGO DOS GIBEONITAS (de Gebeão)
Prof. Adaylton de Almeida Conceição

Escola dominical
ASSEMBLÉIA DE DEUS EM SANTOS (Ministério do Belém)

Objetivo: Mostrar que precisamos estar vigilantes para que não sejamos levados por aqueles que, com seus artifícios ardilosos, infiltram-se em nosso meio, visando impedir a concretização das promessas de Deus e para que façamos conchavos com o mundo.
Na lição de hoje estudaremos, a partir da infiltração gibeonita entre o povo de Israel, as conseqüências da falta de vigilância. A princípio, veremos que por causa daquele acordo, a autoridade do povo enfraqueceu.
O quadro que agora se apresenta surpreende novamente, pois o que ocorrera na batalha anterior deveria ter soado com um alerta para o líder Josué. (Pv 14:12) Lamentavelmente, Josué, uma vez mais, deixou-se levar pela “lógica” humana ou pela emoção do momento, trazendo prejuízos duradouros a Israel (Jz 3:1-3). O erro nesta lição está evidente: a não-orientação divina faz toda a difença quando se trata de tomar decisões. (Js 9:14) A ética maquiavélica “dos meios justificados pelos fins”, não serve para ninguém (principalmente para o cristão), mas muito menos para quem está sob o comando de Deus.

1. A PROPOSTA ARDILOSA DOS GIBEONITAS. A cidade dos gibeonitas era maior que a cidade de Ai, e tinhas muitos guerreiros. Os gibeonitas, temendo o poder do exército israelita, propuseram uma aliança amigável com o povo de Israel, a fim de preservar a vida.
2. Eles ouviram falar das conquistas de Josué e imaginaram que, caso lutassem contra ele, seriam derrotados. Para evitar que isso acontecesse, se aproximaram de Israel para fazer um pacto, na verdade, tratava-se de uma manobra ardilosa, com o intuito de enganar o exército de Deus.
3. Os gibeonitas, como os demais povos de Canaã, deveriam ser destruídos, conforme haviam recebido instrução divina (Dt. 7:1-6). Mesmo assim, Israel fez uma concessão, indo contra a Palavra de Deus, fizeram um acordo com os gibeonitas.
4. Em Js 9:4 e 5, está escrito que eles “tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados; e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento”.
5. Com essa falácia, queriam demonstrar que faziam parte de um povo distante, carente e desprovido de força. Na verdade, estavam ocultando sua verdadeira identidade a fim de tirar proveito do povo de Deus.
Como conseqüência do acordo, por não mais poder quebrar a aliança feita em nome do Senhor (v. 15), os israelitas tiveram que honrar os inimigos, deixando de cumprir a ordenança de Deus.
Como o assunto não é sobre o amor de Deus, mas acaba o envolvendo, é preciso entender que Moisés já havia recebido a ordem de como proceder com os habitantes da Terra Prometida, e a transmitiu ao povo:
(Dt 7:1-4) Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto nem terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria”.
Se a ordem do Senhor, que é justo e reto, era de não fazer concerto nem ter piedade delas, Josué jamais poderia ter feito o que fez.
Aquelas nações afrontaram a Deus e deveriam ser desapropriadas pelo exército israelita (Dt 9:1-29).
= Neste caso o certo (que é ajudar) passou a ser errado (que é negligenciar).
= Não se trata de ética situacional, mas de obedecer a ordem de quem é maior do que nós. Se tudo naquela trajetória advinha de Deus, logo, todos os atos, vale a pena repetir, desde os espirituais até os mais “seculares” (como obras de caridade, por exemplo), deveriam ser executados sob a égide do Eterno.

A IGREJA PRECISAR VIGIAR
A igreja contemporânea, como a de todos dos tempos antigos, se encontra em situação de risco. Os inimigos da fé cristã, em alguns momentos, afrontaram os discípulos de Jesus, como fizeram com os mártires do coliseu romano ou na inquisição religiosa. Mas em certas circunstâncias, a estratégia tem sido outra, fazem o mesmo que os gibeonitas e tentam se infiltrar em nosso meio a fim de se misturar e nos enfraquecer.
Por que Israel teve de manter a aliança com os gibeonitas, mesmo depois de descobrir que eles obtiveram o acordo por meio de fraude?
Josué 9 conta de novo o engano e a mentira praticados pelos delegados gibeonitas (v.4,5), quando chegaram ao acampamento de Israel a fim de celebrar uma aliança de paz. Mentiram, dizendo que chegavam “de uma terra muito distante” (v.9), por causa de sua admiração pelo Deus de Israel, que de modo tão maravilhoso concedera prosperidade ao seu povo. Alegaram ter vindo de tão longe que o pão que traziam ficara envelhecido e duro, na jornada até Gilgal. Na verdade, Gibeom ficava a menos de um dia de distância. Sem a menor dúvida, os gibeonitas eram culpados; haviam enganado Israel, induzindo o povo de Deus a uma aliança mediante artifícios enganosos.
= Em condições normais, portanto, os hebreus não seriam obrigados a manter aquele acordo. Qualquer tribunal tê-los-ia absolvido e livrado das promessas, à vista do engano proposital praticado pelos cananeus.
No entanto, não se tratava de um compromisso comum, um contrato ordinário, pois fora selado solenemente em nome de Iavé, o Senhor Deus.
= Visto que Israel não havia primeiramente consultado o Todo-Poderoso a respeito do assunto antes de celebrar o acordo com os pagãos cananeus, foi obrigado a cumprir as promessas e juramentos feitos em nome de Iavé (v. 15).
Os israelitas preferiram confiar em seu próprio julgamento, na evidência do pão seco e embolorado.
Deixaram de dirigir-se a Deus em oração a respeito da proposta gibeonita (v. 14). Por isso, ficaram presos a seu juramento, até mesmo quanto ao futuro incerto.
= Quando Israel mais tarde deixou de acatar essa aliança, feita com juramento, tal fato constituiu grave ofensa contra o Senhor. Ele castigou o povo com severidade depois que Saul sentenciou alguns gibeonitas à morte (II Sm 21:1-14).

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O MILAGRE DO DIA LONGO

Prof. Adaylton de Almeida Conceição.


INTRODUÇÃO
Estamos envolvidos numa batalha espiritual. Na aula de hoje, enfocaremos, mais precisamente, a presença do Senhor nas pelejas da existência. Veremos, inicialmente, que Deus esteve com Josué nas lutas de Israel. E, para tanto, alterou o curso do tempo, detendo o sol e a lua para que o povo vencesse a batalha.

1. O MILAGRE DO DIA LONGO

Com resultado da associação de Israel com os gibeonitas, Israel precisou socorrê-los de uma investida dos inimigos (Js 10:6).

2. Preocupados com o acordo de paz, com os moradores de Gibão, cinco reis dos amorreus uniram-se numa confederação contra os gibeonitas (10:1,5). Eles pediram socorro a Josué “sobe apressadamente a nós, e livra-nos, e ajuda-nos”. (v.6).

3. Através de uma intervenção imediata do exército israelita, sob a direção divina (v. 8), os amorreus, que ameaçavam os gibeonitas, foram vencidos (v. 10).

4. As batalhas do livro de Josué não são guerras comuns, mas investidas do Senhor, a fim de julgar as nações rebeldes. No versículo 10 desse capítulo, sabemos que Deus interveio na batalha de modo sobrenatural, detendo o sol e a lua.

5. Com o advento da era cientificista, muitos críticos, mesmo entre os teólogos, não acreditam que Deus tenha mudado o curso do tempo para beneficiar Seu povo naquela peleja.

6. Os argumentos são os mais diversos possíveis, o fundamento é sempre o mesmo, a premissa materialista de que o universo é regido por leis mecânicas que independem de uma entidade espiritual.

7. Esses críticos, geralmente de base racionalista, e no caso dos teólogos, liberais, negam todos os milagres da Bíblia: a passagem pelo Mar Vermelho (Ex 14:15-31), a provisão do maná durante os 40 anos (Ex 16:35); a água que jorrou da rocha em Horebe (Ex 17:6); o machado que flutuou (II Rs 6:5-7) e a saraivada sobre os reis fugitivos (Js 10:11).

8. A BÍBLIA FALA EM MILAGRES

Na Bíblia, os milagres são acontecimentos do mundo externo, operados pelo imediato poder de Deus, com o fim de servir de sinal ou testemunho.

9. A possibilidade dos milagres está baseada no fato de Que Deus é soberano e governa e dirige todas as coisas. Diversas palavras hebraicas, entre elas “mofet, péle e oth” são traduzidas por milagres, maravilhas e sinais”.

10. No Novo Testamento, o termo mais comum é “dynamis” (poder) para significar “milagres” (Mc 9:39) e “semeion” (sinal) também com o mesmo significado (Lc 23:8).

11. Essa última palavra é bastante recorrente no Evangelho segundo João. Nesse livro os milagres de Jesus são também descritos pela palavra “erga” (obras) (Jo 5:20; 7:3; 10:25; 15:24) e “terata” (prodígios) (Jo 4:48; At 2:22).

12. O SENHOR AINDA OPERA MILAGRES

Os racionalistas descrêem totalmente na existência de milagres, e, entre alguns cristãos, há aqueles que negam que Deus ainda realize milagres nos dias atuais.

13. A Bíblia, no entanto, nada diz a respeito da cessação dos milagres. Há os que utilizam o texto de I Co 13:8 para afirmar essa concepção que, na verdade, fala dos dons espirituais que, na verdade, seguirão até a volta do Senhor (I Co 1:7).

14. Um dos principais motivos para a realização de milagres é a salvação das pessoas (Lc 5:8). Os milagres não podem ser um fim em si mesmo, eles servem, primordialmente, para abrir as portas para o evangelismo (Mc 9:21,31; Mc 5:20; Lc 5:15; Jo 4:30,42; 6:2; 12:9-11,17-19).

15. Esse é um ensinamento que podemos aprender através da leitura do livro de Atos dos Apóstolos (At 9:35,42), validada pelo testemunho do Senhor (Jo 14:11; 11:45; 12:11).

16. No Senhor está a resposta para as nossas aflições - Josué 10:6. Enviaram, pois, os homens de Gibeom a Josué, ao arraial de Gilgal, dizendo: Não retires as tuas mãos de teus servos; sobe apressadamente a nós, e livra-nos e ajuda-nos, porquanto todos os reis dos amorreus, que habitam na montanha, se ajuntaram contra nós.

17. No Senhor está a animação para os nossos conflitos - Josué 10:7. Então subiu Josué, de Gilgal, ele e toda a gente de guerra com ele, e todos os homens valorosos.

18. No Senhor está a garantia para as nossas vitórias - Josué 10:8. E o SENHOR disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum deles te poderá resistir.

QUEM CRÊ SEMPRE CONFIA NA PREDOMINÂNCIA DIVINA

19. Os seus milagres estão além da nossa imaginação - Josué 10:12. Então Josué falou ao SENHOR, no dia em que o SENHOR deu os amorreus nas mãos dos filhos de Israel, e disse na presença dos israelitas: Sol, detém-te em Gibeom, e tu, lua, no vale de Ajalom.

• Os seus milagres estão além da nossa compreensão - Josué 10:13. E o sol se deteve, e a lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos. Isto não está escrito no livro de Jasher? O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr, quase um dia inteiro.

• Os seus milagres estão além do nosso entendimento - Josué 10:14. E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o SENHOR assim a voz de um homem; porque o SENHOR pelejava por Israel.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ESTUDO (básico) DAS DISPENSAÇÕES

Qual é o propósito das Sete Dispensações?

Pr e Mestre Adaylton
de Almeida Conceição
A fim de entendermos a Bíblia claramente, devemos estudá-la de acordo com a sua verdade dispensacional. Deus tem uma maneira especial de tratar as pessoas numa determinada época ou dispensação. Se lermos a Bíblia sem considerar a dispensação, descobriremos muitas contradições difíceis de serem explicadas. Reconhecemos que existe uma progressão da verdade nos livros da Bíblia. O que foi considerado claro no inicio do Antigo Testamento vem a ser imperfeito sob a clara luz manifestada no tempo do Novo Testamento. A razão disso não são os diferentes conceitos do homem a respeito de Deus, mas por causa dos vários graus da revelação de Deus aos homens. Visto que Deus trata com o homem de acordo com a dispensação, Ele Se revela a ele gradativamente, de acordo com Sua exigência para com ele naquela dispensação em particular. Muitos aceitam apenas duas divisões na Bíblia: o Antigo e o Novo Testamento. Leitores cuidadosos entretanto, encontram na Bíblia uma síntese das Sete Dispensações. Tal divisão não é arbitrária; pelo contrário, é muito natural para os que leem a Escritura com cuidado e estudo. Se ignorarmos estas distinções, vamos esperar que as pessoas de uma dispensação guardem a lei da dispensação de outra. Isto só trará muita confusão e um entendimento errado da Palavra de Deus. O propósito principal dessas Sete Dispensações é mostrar ao homem como ele deve depender da graça de Deus para ser salvo. A promessa de Deus a Abraão foi dada visando salvar o homem por meio da graça, mas o homem não confessou seus pecados nem reconheceu sua fraqueza. Assim, para mostrar a incapacidade em fazer o bem, Deus acrescentou a Lei depois da Promessa dada a Abraão. Desse modo, Deus leva o homem a se conhecer antes que confesse sua total inutilidade e depravação. Quase 1500 anos foram gastos para se mostrar ao mundo que “não há quem faça o bem nem um só” (Rm 3.12).

O autor do texto acima é: Watchman Nee

A palavra "dispensação" encontra-se quatro vezes no Novo Testamento (Ef 1.10; 3.2; 3.9; Cl 1.25).
Vem da palavra grega "oikonomia", da qual deriva-se a palavra "economia", que significa "boa ordem na administração, na despesa de uma casa".
Originalmente dispensação significava a gerência duma casa. (Casa = Oikos)
No uso bíblico a dispensação representa a administração que Deus faz em Sua grande "casa" universal, na qual estão ligados a Ele todas as inteligências, tanto homens como seres angelicais. O estudo das dispensações revela como Deus lida com o povo em várias eras determinadas por Ele para alcançar Seus propósitos.

A Bíblia mostra três classes distintas de povo com os quais Deus tem relações:

1) O judeu; (Rm 9.4,5; Jo 4.22; Rm 3.1,2);
2) O gentio (Ef 2.11,12; 4.17,18) e
3) A Igreja de Deus (Ef 1.22,23; 5.29-33; I Pd 2.9; I Co 10.32).

A interpretação correta duma determinada passagem dependerá de sabermos a qual desses povos Deus está falando. O texto e o contexto da passagem revelarão a resposta.

Temos também três períodos do ministério de Jesus Cristo:

1) Como PROFETA - Desde o Éden até a Cruz. Dt. 18.18 Moisés predisse a vinda de um Profeta após dele que seria maior do que ele. Jesus passou por todo o Antigo Testamento como o "Anjo do Senhor" ou "Anjo de Sua presença". (Gn16.7-14; 22.11-18; 31.11,13; Ex 3.2-5; 14.19; Jz 13.2-25)
2) Como SACERDOTE - Desde a Ascensão até à Segunda Vinda, (Hb 7.25; 8.1). Jesus Cristo é agora mesmo o nosso representante no céu, à direita da majestade Divina, onde intercede em nosso favor e ajuda o crente em suas fraquezas. (I João 2.1 = Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.)
"Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo." (Hebreus 2.17)
"Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão" (Hebreus 3.1)
"Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão." (Hebreus 4.14)
"Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado." (Hebreus 4.15)
"Chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque." (Hebreus 5.10)
"Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus;" (Hebreus 7.26)
"Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo." (Hebreus 7.27)
"Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre." (Hebreus 7.28)
"Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade," (Hebreus 8.1)
"Ora, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria, havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei," (Hebreus 8.4)
3) Como REI - durante o Milênio e em épocas Sucessivas. (Ap 19.16). Durante mil anos de paz, Cristo reinará sobre o mundo, tendo Jerusalém por capital. A Palavra também indica que a Sua regência jamais terminará, dizendo: "...o seu reinado não terá fim". (Lc 1.33)
"E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados," (Apocalipse 1.5)
"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos." (Apocalipse 20.4)

As Escrituras revelam sete alianças entre Deus e os homens:

1) DISPENSAÇÃO DA INOCÊNCIA (ou Santidade) - A Aliança edênica. (Gn 1.28). Condicionou a vida do homem no estado da inocência.

Em Gn l.28, começa a "Primeira Dispensação". Uma Dispensação é um período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma revelação específica da vontade divina.
O homem foi colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples e advertido das conseqüências da desobediência. A mulher caiu pelo orgulho; o homem deliberadamente, Ef l.10; I Tm 2.14. Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a Dispensação da inocência terminou com o julgamento e a expulsão do casal, Gn 3.24. Nesta Dispensação o homem tinha uma perfeita comunhão com Deus, pois notamos que o Senhor andava no jardim na viração do dia.
0 homem foi dotado de inteligência perfeita e capacidade para poder administrar o mundo. Foi-lhe dado o direito de dar os nomes aos animais, orientado por uma intuição dos propósitos divinos a seu respeito.
O homem possuía por intuição, e não por um processo didático, uma perfeição física, mental e moral. A mulher foi feita não da cabeça do homem, para não governá-lo; nem de seus pés, para não ser pisoteada por ele; mas de seu lado, para ser amparada; e de perto do coração, para ser amada.
Em Gn l.28, temos a primeira das sete dispensações da Bíblia - A Edênica, que determina a vida e a salvação do homem.

Esta aliança tem seis elementos, onde o homem e a mulher haviam de:

1. Encher a Terra de uma nova ordem - a humana;
2. Subjugar a Terra, para o proveito humano;
3. Ter domínio sobre a criação animal;
4. Zelar do jardim;
5. Comer ervas e frutas;
6. Abster-se de comer da árvore da ciência do bem e do mal.
A penalidade pela desobediência desta última ordenação era a morte.

O Elemento Estranho

Satanás, cujo único desejo era introduzir confusão no ambiente de paz. O ardil usado foi a "Dúvida" que conseguiu introduzir na mente da mulher, por meio de insinuação muito disfarçada.
Em Gn 2.16-17: Deus disse: "... mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás". O homem, com seu livre-arbítrio, estava sendo testado.

Verifique os passos que o homem deu para sua queda:

l°) ver;
2°) cobiçar;
3°) tomar;
4°) esconder;
5°) transmitir;
6°) morrer.

As Consequências da Queda do Homem

1°) Conhecimento do mal;
2°) A perda da comunhão com Deus;
3°) Separou-se de Cristo;
4°) O espírito do homem ficou em estado de morte;
5°) A perversão da natureza moral;
6°) Tornou-se escravo do pecado e de Satanás, e
7°) Perdeu muito de sua inteligência.

As três conseqüências más sobre a mulher, uma maldição tríplice:

1°) A concepção multiplicada;
2°) O aumento de dores durante a maternidade, e
3°) Sujeição ao domínio do homem.

Vedado o Caminho da Árvore da Vida, Gn 3.24.

Foi por misericórdia que Deus expulsou Adão e Eva do Jardim e proibiu a sua aproximação da árvore da vida, pois se tivessem comido dessa árvore amargariam uma existência eterna, no triste estado em que se encontravam. Era preferível estarem sujeitos a morte física, pois a mesma serve para conduzir o homem a Cristo.
Em Gn 3.15, encontramos a Primeira Promessa do Redentor. (E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.)
 
2) DISPENSAÇÃO DA CONSCIÊNCIA - A Aliança com Adão, que condicionou a vida do homem decaído, oferecendo a promessa de um Redentor (Gn. 3.14-21).

Enquanto a Primeira Dispensação não teve uma duração muito certa, a Segunda Dispensação, de "Adão ao Dilúvio", teve uma duração de 1.656 anos, quando deu-se a Tentação e a queda do homem até Gn 2.
Temos visto muitas coisas boas; porém em Gn 3, a cena muda e o mal aparece. O tentador, com o aspecto de uma serpente, tenta a mulher e ela comete o pecado da desobediência, acompanhando-a Adão. Se a serpente era simplesmente influenciada pelo maligno ou se era uma positiva materialização dele, não sabemos; não resta dúvida porém que Satanás foi a causa original da tentação, Ap 12.9; 20.2. Ao menos, é evidente que a serpente foi possuída por Satanás e chegou a ser identificada com ele e o mesmo falou por ela, Gn 3.1,4: "...Diz que a Serpente falou".
Por que Deus fez o homem com a capacidade de pecar? Podia haver criatura moral sem capacidade de escolher? A Liberdade é um dom de Deus ao homem: liberdade de pensar, liberdade de escolher, liberdade de consciência e sendo assim, ainda usa essa liberdade para rejeitar e desobedecer a seu Deus. 
Deus não sabia que o homem haveria de pecar? Sim. E Ele previu as terríveis conseqüências disso, e também previu seu resultado final. Sofremos e tornamos a sofrer, e indagamos sem atinarmos porque Deus fez o mundo assim. Um dia, porém, depois que tudo tiver chegado à plena realização, nosso sofrimento acabará  e todos os enigmas serão revelados.
E assim, desobedecendo, pecaram e trocaram sua inocência por uma consciência acusadora; sua ignorância por um conhecimento do bem que tinham desprezado e do mal que não podiam remediar. Tinham agora seus olhos abertos para descobrir o que teria sido mais feliz ignorar; e, impelidos por um sentimento de vergonha, trabalharam (inutilmente) para cobrir a sua nudez.
Notamos que Adão e Eva podiam estar tranquilos com os aventais de folhas que fizeram, enquanto lhes parecia que Deus estava longe. Mas, em vindo o Senhor, logo se esconderam, sentindo-se, aos olhos divinos, descobertos e envergonhados.

Temos no pecado de Eva, os seguintes resultados:

a) A Concupiscência do Comer: "...boa para comer";
b) A Concupiscência dos Olhos: "...agradável aos olhos", e
c) A Soberba da Vida: "...desejável para entendimento".
Notamos que a primeira conseqüência do pecado foi a vergonha que eles tiveram, ao encontrar-se com Deus, ao ponto de "fazerem aventais", Gn 3.7. O Todo Poderoso então fez túnicas de pele de animal, para vesti-los, Gn 3.21.

Aliança Adâmica

A Aliança Adâmica determina a vida do homem decaído, e marca condições que prevalecerão até a época do reino eterno.
"A própria criatura será liberada do cativeiro da correção para a Uberdade da glória dos filhos de Deus." Rm 8.21.

Os Elementos da Aliança Adâmica, são os seguintes:

1°) A Serpente, instrumento de Satanás, amaldiçoada;
2°) A primeira promessa de um redentor, Gn 3.15;
3°) A condição da Mulher mudada em três sentidos, Gn 3.16: concepção multiplicada; maternidade ligada com sofrimento; sujeição ao homem, Gn 1.26-27.
4°) A Terra amaldiçoada por causa do homem, Gn 3.17;
5°) O inevitável cansaço da vida, Gn 3.17;
6°) O leve trabalho do Éden, Gn 2.15; mudado para o serviço laborioso, Gn 3.18-19, e
7°) A morte física, Gn 3.19; Rm 5.12; para a Morte Espiritual.
"Deus dá uma demonstração que sua atitude para com o Homem é sempre com o intuito de fazê-lo compreender sua pequenez e dependência, mas jamais deixa de prover".

Aqui, duas Ofertas Diferentes:

1ª) Abel oferece sangue. Ele mostrou penitência e desejo de aproximar-se de Deus. O sacrifício foi feito pela fé nos atributos que ele via em Deus, I Jo 3.12. Devemos observar que havia uma grande diferença na conduta de Caim e Abel, que era um homem de fé e obediente ao Senhor, Gn 4.4; Hb 11.4 e Caim, ofereceu dos frutos do campo que cultivava, demonstrando um espírito de alta confiança, onde temos uma "Oferta Sem Fé", movida pela rebelião e pelo desprezo ao Redentor. Deus recebe a oferta de Abel e Caim revolta-se e mata seu irmão:
"É bom notar que a "primeira contenda" entre irmãos resultou em ódio, separação e morte ".
2ª) Caim. Foi o primeiro a construir cidades e o primeiro a glorificar o nome do homem, Gn 4.17. Edificou uma cidade e pôs o nome de seu filho, Enoque.
Sua Linhagem Ímpia:
Lameque, Gn 4.19. Foi o "primeiro polígamo", isto é, possuiu mais de uma mulher, Gn 4.23,24. Brigou com um rapaz, saiu ferido e o matou.
Jabal, um dos filhos de Lameque. Distingue-se como o "primeiro homem a ocupar-se da pecuária e a adotar uma vida nômade", habitando em tendas. Talvez em desafio ao mandamento.
Jubal, outro filho de Lameque. Foi o "Inventor de Instrumentos Musicais". A música é do Senhor e haverá maravilhosa harmonia no Céu.
Tubal-Caim era "fabricante de Artefatos de Ferro e Cobre". Possivelmente, foi o primeiro homem a forjar armas bélicas. Por causa desses materiais, Gn 6.13, é "pois a terra está cheia de violência dos homens". Isso indica a orgia de crimes, homicídios e obras iníquas.
Esses homens: Jabal, Jubal e Tubal-Caim eram ímpios, Gn 4.26.
Depreendemos de Gn 4.25, que o assassinato de Abel teve lugar pouco antes do nascimento de Sete, isto é, uns 130 anos depois da criação do homem. Por isso não devemos pensar que Abel e Caim fossem os únicos filhos de Adão e Eva. Em Gênesis 3.20, lemos: Eva, mãe de todos os viventes; e Gn 5.4, registra que Adão e Eva tiveram filhos e filhas. A tradição diz que foram 33 filhos e 27 filhas. Esses naturalmente tiveram descendências. Por isso quando Abel morreu, provavelmente havia muito mais gente no mundo do que se pensa. Deus coloca um sinal em Caim, Gn 4.15. Na V.B. lê-se: "Jeová deu um Sinal a Caim". Não devemos entender que ele fosse marcado, mas que Deus, de alguma maneira, assinalou a pretensão divina.
Uma pergunta freqüente é esta: "Com quem casou Caim?". A resposta, por uma suposição, é esta: com uma irmã dele.
Você talvez vá ignorar este casamento, mas não deve esquecer que a proibição de casamento com parente próximo, veio só 2.500 anos depois, Lv 18.6. Sabemos que "tais uniões", ilícitas para os Israelitas, eram praticadas por outros povos, Lv 18.24. Não precisamos continuar nesta história, pois é muito longa.
Ao chegarmos a Terceira Dispensação é necessário que conheçamos:
A Genealogia de Adão a Noé e suas idades relacionadas: Adão, 930 anos; Sete, 912 anos; Enos, 905 anos; Cainã, 910 anos; Maalelel, 895 anos; Jerede, 962 anos; Enoque, 365 anos; Matusalém, 969 anos; Lameque, 777 anos; Noé, 950 anos.
Temos aí uma influência do pecado na raça humana. O homem perdendo vida, saúde e alegria; e hoje o salmista afirma: "que os nossos dias são de 70 anos e se alguns chegarão aos 80 anos pela sua robustez". SI 90.9,10.
No começo da Dispensação, colocamos sua duração de 1.656 anos. Vamos dividi-la: Adão viveu 930 anos e Noé, 950 anos; entre a morte de Adão e o nascimento de Noé, temos 126 anos. Do Dilúvio a Abraão, 427 anos e Noé viveu 600 anos antes do castigo divino e 350 anos após.
No final da Dispensação da Consciência, os homens estavam em um estado de iniquidade desenfreada, soltando as rédeas às práticas carnais, isto com exemplos vividos pela geração passada, resultando em costumes e corrupção do povo antediluviano. O seu cálice de iniquidade encheu-se; porém o Justo Noé, passou a avisar seus compatriotas do que poderia acontecer. Foram 720 anos de pregação. Então o Senhor disse: "Arrependo-me de ter feito o homem na terra e isso pesou no coração". Disse o Senhor: "Farei desaparecer da face da terra o homem que criei", Gn 6.6,7. Um período longo de 1.656 anos onde a raça humana havia aumentado muito e o Senhor destruiu com o Dilúvio, o qual durou l ano e 10 dias. Noé entra na arca no dia 17 do segundo mês, quando tinha 600 Anos, e continuou até o dia 27 do segundo mês, no ano seguinte, Gn 7.11; Sl 1.22.
O que significa a Arca? Era uma simples e clara figura de Cristo, e um meio de salvação pelo qual uma geração passou pelas águas e saiu salva do juízo divino. Os refugiados na arca escaparam da sorte dos ímpios. Assim Cristo nos salva, por sua morte e ressurreição, se somos achados mortos nele. Para quem está nele não há condenação, Rm 8.1.
Noé não esperou o pronunciamento de um juízo. O que ele queria é que sua família fosse salva por meio da arca, não importando com quem não cria em sua pregação. Seu dever foi cumprido.
O incidente do Dilúvio é, sem dúvida, o exemplo clássico de Juízo Divino e, por isso, deve ser aceito como o tipo e ensino do Espírito Santo sobre o assunto. Lemos que juízo é uma obra estranha de Deus, Is 28.21. Significa que é diferente de falar que Deus é amor, paz, alegria, prazer e misericordioso.

O juízo tem cinco aspectos diferentes:

1°) É para a Glória de Deus;
2°) É para Instruir as Nações, Is 26.9;
3°) É para Purificar, Gn 15.16;
4°) É, consequentemente, uma Libertação do Mal, e
5°) É Profético, Lv 7.26-27.

O desfecho da Dispensação da Consciência não significa que Deus deixou de usar a consciência como um meio de falar ao homem. A consciência é conhecida como "a voz. de Deus dentro da alma ". Noé e sua família haviam presenciado tanto o bem como o mal e eram responsáveis, junto com a sua posteridade, pela obediência à voz da consciência e a escolher o bem. O Dilúvio marcou o término de um período de Intervenção Divina, na história do homem e um novo começo com Noé e seus filhos.

Questionário das Dispensações: Inocência e Consciência

1) Qual a função de uma aliança durante uma Dispensação?
2) Em que sentido o homem morreu, quando pecou?
3) Por que foi rejeitada a oferta de Caim?
4) Qual foi a promessa que a Aliança Adâmica trouxe para a humanidade?
5) Quem construiu a primeira cidade?
6) De quem o homem se tornou escravo?
7) Qual foi o primeiro resultado da queda do homem?
8) Quem foi o primeiro polígamo?
9) Mencionar dois nomes da linhagem ímpia.
10) Qual a duração da Dispensação da consciência?
11) Como se define uma Dispensação?

3) DISPENSAÇÃO DO GOVERNO HUMANO - ALIANÇA NOÉTICA - A Aliança com Noé, que estabeleceu o principio do governo humano e assegurou a continuação da vida sobre o planeta. (Gn 9.1-17).

Esta Dispensação durou 427 anos, desde o tempo do Dilúvio até a Dispersão do homem sobre a superfície da Terra, Gn 10.35; 11.l0-19.
O homem fracassou inteiramente e o julgamento do Dilúvio marca o fim da Segunda Dispensação e o começo da Terceira. A declaração da aliança com Noé sujeita a humanidade a uma prova: "o homem é essencialmente responsável pelo governo do mundo, de acordo com a vontade de Deus". Essa responsabilidade pesou sobre os judeus e gentios, até que o fracasso de Israel sobre a Aliança da Palestina, Dt 28-30.1-10, resultou no julgamento dos cativos quando começaram "os tempos dos gentios", Lc 21.24. O governo do mundo passou definitivamente para os gentios, Dn 2.3, 6-45; At 15.14-17, e Israel, como os Gentios, tem governado para si e não para Deus.
Neste trecho de Noé e seus descendentes, contém alguns pontos que pedem a nossa atenção: a bênção e a promessa de Deus, o pacto que fez com Noé e com toda a alma vivente. O arco-íris, Gn 9.12,17. Alguns pensam que antes do Dilúvio, nunca houve chuva, Gn 2.6. Ezequiel teve uma visão, Ez l.28: "Como o aspecto do arco que aparece no dia da chuva, assim era o aspecto do resplendor em redor. Este era o aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isto, caí sobre o meu rosto, e ouvi a voz de quem falava".
Em Gn 9.21, lemos sobre a embriaguez, de Noé que nos faz ver que até um homem ricamente abençoado por Deus pode ser vencido por pecados carnais.
De passagem, notamos o procedimento correto de Sem e Jafé, que em tempos remotos tiveram um sentimento moral tão desenvolvido como o dos mais ilustrados de hoje.
Notamos também, como a maldição caiu sobre Canaã, o filho mais moço de Cão, e não sobre seu pai, e desde então os Cananitas foram adversários do povo de Deus, até serem totalmente extintos da Terra, Is 17.18.
Se a Bíblia não tivesse registrado: a embriaguez de Noé; o adultério de Davi e a mentira de Pedro, estaríamos imaginando que os homens piedosos do passado eram diferentes de nós mesmos, pois temos tido nossos lapsos na senda da retidão. Verificamos que tal falha não nos autoriza cairmos no mesmo delito, porque deles já temos a história e o aviso: "Olha, Não Caia";.
Quatro Raças originaram-se dos quatro filhos de Cão. Essas por sua vez subdividiram depois, povoaram as terras da África, da Arábia Oriental, da Costa Oriental do Mar Mediterrâneo e do grande Vale dos rios Tigre e Eufrates.

Descendentes de Noé:
a) Jafé: zona Norte das nações e as proximidades dos mares Negro e Cáspio: as raças caucásicas da Europa e Ásia.
b) Cão: zona Sul das nações, a Arábia Meridional e Central, o Egito, a costa oriental do Mediterrâneo e a costa oriental da África. (Canaã, filho de Cão).
c) Sem: zona central das nações. Os semitas incluíam os judeus, assírios e sírios, na parte Norte do vale do Eufrates.

A Aliança com Noé, Gn 9.1-17

1) Confirmação de que o homem seria relacionado à terra, conforme a Aliança Adâmica,Gn 8.21;
2) Confirmação da ordem da natureza, Gn 8.22;
3) Estabelecimento do governo humano, Gn 9.l -6;
4) Garantia de que a Terra não sofreria outro Dilúvio, Gn 8.21; 9.11;
5) Declaração profética de que procederia de Cão uma posteridade inferior e serviçal, Gn 9.24-25;
6) Declaração profética de que haveria uma relação especial entre Jeová e Sem, Gn 9.26-27, e
7) Declaração profética de que de Jafé procederiam as "raças dilatadas", Gn 9.27. Os governos, as ciências e as artes têm provido, geralmente, de descendentes de Jafé; assim a História tem confirmado o exato cumprimento dessas declarações.

A Torre de Babel, Gn 11

Neste capítulo do Gênesis encontramos o começo da confederação e do engrandecimento humano. E Deus desaprovou essa confederação: impediu o projeto de se fazer uma alta torre que tocasse no "céu". É interessante confrontar com este começo o desenvolvimento de confederações humanas de hoje e a multiplicação de nomes partidários.

A Descendência de Sem

Vemos que a posteridade abençoada por Deus nem sempre seguiu pela linha do primogênito. Arpachade era o terceiro filho de Sem, Gn 10.22, e não o primeiro.
Em Gn 5, vemos que as idades dos patriarcas vão quase sempre diminuindo. Porventura seria licito entender que os anos eram, no princípio, mais curtos do que atualmente? Somente assim poderemos compreender o caso de um homem esperar uns 100 anos antes de nascer-lhe um filho.

A Chamada de Abraão, Gn 12

A chamada de Abraão e as promessas que Deus lhe fez. Podemos entender:
a) A escolha divina. Deus escolheu Abraão e isto importa conhecimento, aprovação, confiança, preparação para o fim destinado;
b) O plano (mediante o escolhido de Deus) de abençoar muitos povos;
c) A proteção divina - "amaldiçoarei os que te amaldiçoarem";
d) A chamada divina - uma chamada positiva, individual, imperativa;
e) A Revelação Divina - "apareceu o Senhor a Abraão";
f) A Promessa Divina - "à tua descendência darei esta terra".
A chamada é descrita em At 7.2,3, a resposta, em Hb 11.8.
Abraão desce ao Egito, Gn 12.10.
Isto nos parece um desvio da senda da fé, pois aí Abraão perde a sua confiança na proteção de Deus e pretende valer-se de um subterfúgio para evitar o ciúme do rei da terra. Contudo, Deus o protegeu sem que ele esperasse.

Sete coisas neste desvio de Abraão, notemos:

1) Agiu sem consultar a Deus, Gn 12.10;
2) Escolheu seu destino, confiando na própria inteligência, Gn 12.10;
3) Valeu-se da duplicidade, para conseguir seu propósito, Gn 12.13;
4) Perdeu de vista a perspectiva e o plano de sua vida, Gn 12.2,12;
5) Sua astúcia parecia alcançar bom êxito, Gn 12.14-15;
6) Achou-se mais tarde enlaçado na trama que ele mesmo fizera, Gn 12.18,
7) Foi censurado por um rei pagão, e mandado para sua própria terra, Gn 12.18-20.

4) DISPENSAÇÃO DA PROMESSA - Aliança Abraâmica - A Aliança com Abraão, que daria inicio à nação israelita e concedeu-lhe a terra da Palestina. (Gn 12.1-3).

Começa aqui a História da Redenção. Dela surge uma ideia que vaga pelo tempo, Gn 3.15. Agora, 1.963 anos após a criação e a queda do homem, ou seja 427 anos após o Dilúvio, num mundo que desenfreadamente aderiu-se a idolatria e a maldade. Foi aí que houve por objetivo a recuperação e a redenção do gênero humano.
A duração desta Dispensação foi de 430 anos, considerada a Dispensação da Promessa, que terminou quando Israel tão facilmente aceitou a Lei, Êx 19.8. A Graça tinha oferecido um Libertador (Moisés), um sacrifício para o culpado, e, por divino poder, libertado Israel da escravidão, Êx 19.17, mas no final trocaram a Graça pela Lei.

Separação Para Deus

Agora Abraão volta do Egito e vira o rosto para a Terra Prometida. Sua vida de peregrinação é caracterizada por Três Coisas: a Tenda; o Altar e o Poço. Nada lemos sobre altar no Egito.
As riquezas que Abraão e Ló acumularam no Egito, foram a causa de contenda e separação', porém Abraão tinha uma confiança em seu Deus. Por isso, deixou que Ló escolhesse primeiro para onde iria. A confiança na proteção Divina faz. com que o homem fique desprovido de qualquer dúvida.
Em Gn 14, é mencionado pela primeira vez. o termo Reis. Dois reis encontram-se com Abraão em sua volta vitoriosa: o de Sodoma e Melquisedeque (Tudo que sabemos que está neste capítulo, no Sl 110 e Hb 5,6 e 7). Ele é também o primeiro Sacerdote mencionado na Bíblia: um Sacerdote Real e por isso uma figura do Senhor Jesus Cristo. Também aqui pela primeira vez, lemos sobre "O Deus Altíssimo".
Depois da divina bênção, pronunciada por Melquisedeque, vem a tentação material por parte do rei de Sodoma.
Há um ditado, que diz: "Cada homem tem seu preço", porém um homem como Abraão não pode ser comprado por um rei mundano, como este de Sodoma.
E na volta de Abraão da matança dos reis que a misteriosa figura de Melquisedeque aparece. Ele vem ter com Abraão, traz-lhe pão, vinho e o abençoa;
Abraão dá-lhe o dízimo de tudo.
Tanto se fala deste incidente no NT, que devemos estudá-lo.

Vamos notar os seguintes pontos, como seguem:

1) Por ser ele o Primeiro Sacerdote mencionado na Bíblia, tem sido escolhido pelo Espírito Santo como tipo de Cristo, um Sacerdote maior que Aarão;
2) Ele era Rei e também Sacerdote. Rei de Salém (da paz) e seu nome significa "Rei da Justiça". Cl 6.12-13; Hb 7.2;
3) Assim, no Sl 110.4 está escrito de Cristo: "Tu és Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque";
4) Não há alguma menção de seu pai ou de sua mãe, do seu nascimento ou morte; por isso é tomado em Hb 7.3, como um tipo de Cristo: O Sacerdote Eterno.
Para estudar o assunto mais detalhadamente, é preciso ler com cuidado Hb 5.7.
Promessa de uma Posteridade
Em Gn 15.6 , pela primeira vez, a Fé é mencionada, e lemos "E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça"; cf. Rm 4.3; Tg 2.23.
Abraão nasceu quando seu pai Terá tinha 26 anos, Gn 11.25. Abraão tinha 75 anos quando foi convidado por Deus a deixar sua parentela e partir para uma terra desconhecida (Canaã). Contava com 80 anos quando encontrou-se com Melquisedeque e foi abençoado por ele. Tinha 86 anos quando nasceu Ismael, fruto de uma fragilidade em sua vida. Persuadido pela esposa, lança mão de outro meio, sugerido pela sua desconfiança quanto a conseguir as promessas de Deus. Toma a serva egípcia de sua mulher e por ela tem seu filho Ismael. Depois desse incidente sua fé foi provada mais 13 anos.
Em Gn 17, seu nome foi mudado.

Um quadro interessante foi as três vezes que Deus apareceu a Abraão:

1ª) "E apareceu o Senhor a Abraão, e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao Senhor, que lhe aparecera".  Gn 12.7;
2ª) "Quando atingiu Abraão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso: anda na minha presença e sê perfeito". Gn 17.1;
3ª) "Apareceu o Senhor a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia", Gn 18.1.
Abraão tinha 90 anos quando Sodoma foi destruída. Contava com 100 anos quando nasceu Isaque e tinha 137 anos quando Sara morreu. Em seguida, casou-se com Quetura, com quem teve seis filhos; morre com 175 anos de idade.
Em Gn 18, nos deparamos com o aparecimento de três visitantes celestiais que falaram com Abraão com a aparência de seres humanos: "três varões e dos três um era o Senhor", Gn 18.1-3; Mc 16.5; Jo 5.13. Um acontecimento interessante é quando dois anjos seguem para Sodoma, e Abraão começa a fazer sua célebre intercessão ao terceiro. Esta é a primeira grande oração intercessória registrada na Bíblia.

Verificamos como a oração de um justo pode mudar os rumos das coisas:

1) A base da oração é dupla: Primeiro, o reconhecimento de Deus e da liberdade que tinha para falar com Ele. Segundo, o concerto de Deus, Gn 17.19. Abraão tinha sido chamado por Deus a fim de interessar-se por Ele e seus propósitos, referentes ao mundo, e por isso sente liberdade em falar-lhe.
2) Características da oração de Abraão:
Discriminação, Gn 18.24,25, entre os justos e os ímpios, e o interesse pelos dois grupos;
Confiança na justiça de Deus, Gn 18.23,25; na Graça de Deus, Gn 18.24, e no Poder de Deus, Gn 18.25;
Precisão, Gn 18.28-32. Lembremo-nos que petições em termos gerais não terão respostas precisas;
Importunidade. Seis vezes Abraão pede que Sodoma seja poupada e cada vez reforça seu pedido;
Humildade, Gn 19.27. Ele jamais se esquece de que fala com Deus;
3) 0 êxito da oração de Abraão. Não obteve tudo o que desejava, mas alcançou tudo o que Sodoma tomou possível, (leia Jr 5.l.)
Salvação de Ló e a Destruição de Sodoma
Notamos que os varões, em Gn 18.2, são anjos. Em Gn 19.1, Ló parece ser tão hospitaleiro quanto Abraão.

Veja algumas considerações sobre o nosso amigo Ló:

a) Parece ser o tipo do "meio-crente"'. convencido mas não convertido:
b) Uma pessoa costuma ser contenciosa;
c) Resultado: uma inutilidade ou uma catástrofe. SODOMA: figura o mundo e sua sensualidade;

EGITO: simboliza o mundo e sua comunidade (Êx 16.3);

BABILÔNIA: simboliza o mundo e sua grandeza (Js 7.21).

A história de Ló ensina que embora o cristão mundano possa conseguir para si a salvação, pode contudo perder a família, filhos e filhas, pois, criados no meio da devassidão, podem ser corrompidos. A mulher que olha saudosa para a vaidade do mundo, em pouco tempo não poderá mais trilhar a senda da salvação. "A não observância da Palavra de Deus pode ser funesta para a nossa vida espiritual".

Isaque nasce - Ismael é despedido

Afinal, nasce Isaque, depois de muitos anos de fé alternada com incredulidade da parte de seus pais, Abraão e Sara. Em Gl 4, o apóstolo encontra um sentido simbólico em cada um dos dois filhos. Na alegoria que Paulo percebe na história de ambos, Hagar representa o monte Sinai e tudo que a lei pode produzir, enquanto que Isaque é o fruto da fé, e mostra o que Deus faz para o crente.
Vemos que Ismael, o filho "nascido segundo a carne ", Gl 4.29, persegue o filho da promessa, e é despedido, porque não pode herdar com este. Os que são das obras da Lei, Gl 3.10, não herdarão as promessas dadas a Abraão, mas sim aqueles que têm fé em Cristo, Gl 3.12-14. Uma religião carnal é sempre inimiga da religião espiritual.

O altar sobre o monte

Este incidente é talvez o mais misterioso e sublime na história de Abraão. Somente após longos anos de preparo espiritual poderia Deus submetê-lo a tal provação de sua fé, com a certeza de que havia de sair triunfante. Era sem dúvida um experiência penosa à vista do mundo cruel. Mas o resultado final havia de ser um notável engrandecimento da vida espiritual de Abraão, e o conhecimento, mediante a sua própria experiência, de verdades bem importantes.

Notemos, os seguintes pontos:

1°) Certeza da Palavra Divina. Para agirmos em algum sentido contrário ao sentimento natural, ao procedimento comum, aquilo que nossas convicções e as dos vizinhos aprovam, precisamos ter uma palavra de Deus mui positiva, que não admita dúvidas;
2°) Falta de Explicação. O mandado divino não trouxe consigo um porquê";
contudo, havia um raio de luz nas palavras "a quem amas", revelando que Deus não estava esquecido da forte afeição natural de Abraão para com Isaque;
3°) A Completa Confiança de Abraão. Isto nos faz pensar nas palavras de Jó: "Ainda que me mate, nele esperarei", Jó 13.15. A explicação dada em Hb 11.18, é que Abraão "considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar (a Isaque)";
4°) O Conhecimento de Deus. Fruto de longos anos de experiência da divina proteção e bondade, progrediu até que, afinal, Abraão podia obedecer a Deus cegamente;
5°) A Submissão de Isaque a Vontade do Pai. Um belo tipo da obediência de Cristo até a morte;
6°) A Palavra Profética De Abraão. Disse Abraão: "Deus proverá para si o cordeiro ". Também havia um sentido profético no nome que Abraão deu ao lugar: Jeová-Jireh: "o Senhor proverá". Em Jo 8.56, permite pensar que ele tinha alguma vaga previsão do "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo";
7°) A Lição da Substituição. O carneiro "travado pelas suas pontas num mato", veio a ser o substituto do moço; e quantos seres humanos desde o tempo de Isaque têm dado graças a Deus por Ele ter "fornecido um substituto " 
8°) A maneira maravilhosa como Deus operou em Abraão, uma semelhança a si mesmo. Num dia futuro Deus havia de ceder seu Filho, em sacrifício pelo pecado, Mas então não haveria outro cordeiro para tomar o lugar dele: "Nem mesmo a seu próprio filho poupou, antes o entregou por todos nós", Rm 8.32.
A obediência de Abraão era agradável aos olhos de Deus; por isso o mandamento foi dado. A morte de Isaque não teria sido agradável a Deus, visto que o ato da matança foi impedido". "No Monte do Senhor se Proverá".

Os três significados dos nomes desta História

Abraão lembrou-se de que já era tempo de o filho contrair matrimônio. Ele marcou duas condições: a noiva havia de ser da mesma parentela, e Isaque não havia de sair da Terra Prometida em procura de esposa. Felizmente, Abraão tinha um empregado fiel e competente para tratar desse negócio.
Abraão receava que Isaque se casasse com uma moça de Canaã, ou voltasse para a terra de onde tinha sido chamado. Ainda hoje, às vezes, os pais sabem melhor do que os próprios moços que tipo de casamento será bom para seus filhos. Entre os chineses são os pais que escolhem as noivas para seus filhos, e parece que todos acham essa maneira mais proveitosa.

Notemos, em relação ao empregado Eliézer, Gn 15.2, os seguintes pontos:

1. Era um homem de idade e pessoa de confiança. É bem possível que Abraão não tivesse outro a quem pudesse confiar uma tarefa tão delicada;
2. Era um homem prevenido. Levou consigo tudo o que era necessário para o bom êxito de sua missão;
3. Era um homem cauteloso. Pediu um sinal, uma coisa que nem sempre é preciso, e que o Deus misericordioso às vezes fornece;
4. Era um homem piedoso. Orou a Deus pelo serviço que havia de fazer;
5. Era um homem eloqüente. Quando precisava falar do seu Senhor;
6. Era um homem pontual. E não quis perder tempo, Gn 25.54.

Eliézer é o servo Modelo.

1. Não vai sem ser mandado, Gn 24.2-9;
2. Vai para onde o mandam, Gn 24.4,10;
3. Não se preocupa com outra coisa;
4. Ora e dá graças, Gn 24.12,14,26,27;
5. É sábio para persuadir, Gn 24.17,18,21;
6. Fala, não de si, mas das riquezas do amo, e da herança do filho, Gn 22.34-36;

At l.87. Apresenta o caso sem equívoco e requer uma decisão positiva, Gn 24.49.
Eliézer enfeita a noiva com as jóias da casa paterna, mesmo antes dela iniciar a viagem. O Espírito Santo procura enfeitar a Igreja com as lindas regalias da casa do Pai, antes dela ser arrebatada, Gn 24.53.
Isaque saiu a orar (meditar sobre o falecimento de sua mãe no campo), Gn 24.63; talvez por falta de sossego necessário na tenda, ali mesmo levanta os olhos e vê chegando Eliézer vindo de regresso.
Na oração solitária podemos ver coisas maravilhosas.

Vamos agora considerar Rebeca:

1. Era formosa, Gn 24.16;
2. Trabalhadeira, Gn 24.19;
3. Hospitaleira, corajosa, decidida, Gn 24..58,
4. Modesta.Gn. 24.65.

Significado dos Nomes:

1. Isaque (hb - riso) representa Cristo.
2. Rebeca (hb - corda com laço) representa a Igreja.
3. Eliézer (hb - meu Deus é auxílio) representa o Espírito Santo.

Caro Aluno, aqui citarei alguns personagens da História e que fazem parte desta Dispensação: Esaú e Jacó; Jacó e seu Tio Labão e José do Egito.

QUESTIONÁRIO: TERCEIRA E QUARTA DISPENSAÇÃO

1) Por quanto tempo durou a Dispensação do governo humano?
2) Com quantos anos morreu Abraão?
3) O que significa Sodoma?
4) Qual o significado do nome Isaque?
5) Com quantos anos Abraão estava quando nasceu Isaque?
6) O que simboliza o Egito?
7) Quantos filhos Abraão teve com Quetura?
8) Com quantos anos morreu Sara?
9) Qual o significado representativo de Rebeca?
10) Quanto tempo durou a Dispensação Patriarcal?
11) Qual foi a duração da Dispensação do Governo Humano?

5) DISPENSAÇÃO DA LEI - ALIANÇA MOSAICA - A Aliança com Moisés, que condena todos os homens "porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". Rm. 3.23; Ex. 19.1-25.

A Dispensação da Lei teve uma duração de 1.430 anos: do "Êxodo do Egito" até a "Crucificação de Cristo".
Para estudarmos este livro, onde começa a Quinta Dispensação, vamos verificar importantes revelações de Deus, a saber:
1) O "Eu Sou ", na sarça ardente - Um Deus que mantém a aliança;
2) As pragas - Um Deus de punição;
3) A Páscoa - Um Deus de redenção;
4) A travessia do Mar Vermelho - Um Deus de poder;
5) A jornada até o Sinai - Um Deus de provisão;
6) A Lei - Um Deus para santificar;
7) Tabernáculo, sacerdote, ofertas - Um Deus de comunhão;
8) A punição devida do bezerro de ouro - Um Deus de disciplina;
9) A Renovação da Aliança - Um Deus de graça;
10) A vinda da glória - Um Deus de glória.
"Porque a Lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e  a verdade vieram por Jesus Cristo"' Jo l.17.
Ministério para Melhoria.
É bom lembrar que esta Dispensação pode ser chamada de Dispensarão dos Israelitas.
Devemos lembrar que o cenário histórico data de 1.440 a.C. aproximadamente. Sabemos que a data do Êxodo foi por volta de 1.445 a.C. Além desta outra data, também é defendida pelos estudiosos do AT, a de 1.290 a.C. O tema do livro:
"Redenção e organização de Israel como povo da Aliança".
Em Gn 19.3 começa a Quinta Dispensação, quando a Lei foi colocada em ênfase dos princípios de Deus.
Israel chega ao monte Sinai depois de 3 meses de uma longa viagem.
Neste momento. Deus chama-o a um Concerto mais sério, e passa-lhe uma no vá lição:
1. Mediante ao mandamento aprendeu a Santidade de Deus;
2. Mediante ao seu próprio erro, aprendeu a sua fraqueza pecaminosa;
3. Mediante a provisão do sacerdócio e do sacrifício, aprendeu a Bondade de Deus.
Em Gl 3.6-25, aprendemos a relação da Lei para com a Aliança Abraâmica:
1. A Lei não pode anular esta aliança;
2. Foi "acrescentada " para convencer do pecado;
3. Servia de pedagoga até a vinda de Cristo;
4. Era uma disciplina preparatória "até que viesse a semente ". A trajetória de Israel no deserto e em Canaã é uma longa história de violação da Lei. A prova terminou no julgamento dos cativeiros, mas a Dispensação propriamente dita só terminou na Cruz. Podemos considerar:
1) O estado do homem no começo da jornada, Êx 19.1-3;
2) Sua responsabilidade, Êx 19.5,6; Rm 10.5;
3) Seu fracasso, II Rs 17.7-17; At 2.22-23,
4) O julgamento, II Rs 17.1-6, 20; 25.1-11; Lc 21.20-24.

Notemos neste capítulo o cuidado que Deus tem de desenvolver em Israel uma compreensão de sua santidade. No Egito tinham se acostumado com as imundas divindades do paganismo, e agora precisam aprender que Jeová é um Deus santíssimo e temível.

A Lei foi dada de três maneiras:

1°) Verbalmente, Êx 20.1-17. Isto era lei pura, sem nenhuma provisão de sacerdócio ou sacrifício, e foi acompanhada das "Ordenanças", Ex 21.1 - 23.13, relativas às relações de hebreus com hebreus; a isto foram acrescentadas, Ex 23.14-49, direções diferentes às três festas anuais, Êx 23.30-33, e inscrições sobre a conquista de Canaã. Estas palavras Moisés comunicou ao povo, Êx 24.3-8. Imediatamente, na pessoa dos seus anciões, foram admitidos na presença de Deus, Êx 24.9-11.
2°) Moisés foi então chamado ao monte para receber as tábuas de pedra, Ex 24.12-18. A história então se divide. Moisés no monte recebe instruções referentes ao Tabernáculo, ao sacerdócio e aos sacrifícios, Ex 25-31. No entanto, o povo, Ex 32, chefiado por Aarão, transgride o primeiro mandamento. Moisés, voltando, quebra as tábuas escritas pelo dedo de Deus, Ex 31.18; 32.16-19.
3°) As segundas tábuas são feitas e a Lei escrita novamente (por Moisés?) na presença de Jeová, Êx 34.1, 28, 29.

Os Dez Mandamentos

A Aliança Mosaica foi dada a Israel com três divisões, cada uma ligada às outras, e, conjuntamente, formando a Aliança Mosaica.
Os Dez Mandamentos, expressão da vontade de Deus para seu povo, Ex 20.1-26; Os Juízos, governo da vida social de Israel, Ex 21.1 - 24.11; e as Ordenanças, governando a vida religiosa de Israel, Ex 24.12 - 31.18. Estes três elementos formam a "LEI" como essa palavra se emprega no NT, Mt 5.17-18. Os Mandamentos e Ordenanças formam um só sistema religioso.
Os mandamentos foram um Ministério de Condenação e de Morte, II Co 3.7-9.

Os Dez Mandamentos são:

1) Não terás outros deuses diante de mim;
2) Não farás para ti imagem de escultura;
3) Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão;
4) Lembra-te do dia de sábado para o santificar;
5) Honra a teu pai e a tua mãe;
6) Não matarás;
7) Não adulterarás;
8) Não furtarás;
9) Não dirás falso testemunho;
10) Não cobiçarás.

TABERNÁCULO

Passaremos à história do Tabernáculo, considerado a grande Tipologia do Plano da Salvação, uma ordenança de Deus a Moisés para proteção e orientação do povo de Deus.

Vejamos alguns significados:

1. Tenda provisória onde Deus falava ao seu povo, Êx 33.3-10;
2. Construção portátil em forma de tenda, Êx 25.8,9;
3. Recebeu o nome de habitação, Êx 25.9;
4. Onde estava depositada a tábua da lei;
5. O tabernáculo do testemunho;
6. Denominado casa do Senhor, Êx 34.26;
7. Sua planta foi dada pelo Senhor a Moisés, Êx 25.22.

Verifique Sua Planta:

PERDÃO
Pelo sacrifício do sangue

PURIFICAÇÃO
Pela limpeza

PODER DE DEUS
Pela participação, percepção e oração

PRESENÇA DE DEUS
Pelo Sangue aspergido e Obediência

Nota:
1. O Tabernáculo simboliza: Israel aproximando-se de Deus;
2. Tipificou a obra redentora de Cristo para trazer os pecadores a Deus.

6) DISPENSAÇÃO DA GRAÇA - A Aliança da Graça.

Chamada Dispensação Eclesiástica.

A palavra-chave é: Graça. Sua duração começa com a crucificação de Cristo até a sua segunda vinda, tempo determinado pelo Senhor: "Aquele dia e hora ninguém sabe, unicamente meu pai que está nos céus". Hoje, já contamos com quase 2.000 anos em que o véu do Templo foi rasgado e esta Dispensação findará com o toque da trombeta, quando acontecerá a segunda etapa da vinda de Cristo convocando os fiéis ao Arrebatamento.

Na Dispensação da Graça, Deus fez uma aliança com o homem, uma aliança superior às outras, ou seja, o próprio Filho enviado por Deus à humanidade: 

1°. Mt 19.28
2°. Hb 2.7
3°. Lc 2.27
4°. Mt 13.55-57
5°. Lc 4.2-8
6°. Is 53.1-6
7°. G13.13

A Nova Aliança

Tal qual Moisés foi mediador da aliança mosaica, assim Cristo é o Mediador da Nova Aliança, Hb 8.6; 9.15; 12.24. Com o aparecimento de Cristo, a Antiga Aliança terminou, como Paulo afirma em Rm 10.4; Gl 3.19. Novamente apareceu Ele celebrando a Ceia com os discípulos, conforme registra Lc 22.20 e I Co 11.25. "Ele disse: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue", Mc 14.24.
A Graça não dispensa ordenação pois há l.050 mandamentos no NT; mas, ao contrário da Lei, ela dá poder ao homem para cumpri-los. A palavra Graça aparece 166 vezes na Bíblia e tem um valor inestimável.
Verifique 10 citações da palavra Graça, com referências: Ef 2.8,9; At. 4.33;
18.27; Tt 3.7; Rm 5.20; 15.15; I Co 15.10; Gl 1.15; Cl 3.16; II Tm 2.1.

Verificamos três aspectos da revelação de Deus nessa Dispensação:

1. Os Evangelhos, um tratado da revelação de Jesus Cristo, um Deus introduzido no meio dos homens: "Emanuel, Deus Conosco".
2. Revelação através do Espírito Santo: o Guia; o Orientador; o Consolador; o Intercessor; o Fortificador; o Ornamentador da Igreja. "Todos que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus".
3. Revelação pela Palavra Escrita - A Bíblia Sagrada. Nela está a revelação perfeita da vontade de Deus.

Esta mesma Graça atua na formação da Igreja desde a fundação do mundo e já existia na mente de Deus:

1. Eleita por Deus desde a fundação do Mundo, Ef 1.4,5;
2. No AT, os Profetas falaram dela;
3. Personagens que simbolizaram a vida e a ação da Igreja (Enoque, Rebeca, Azenate, etc.);
4. Organização espiritual da Igreja, Mt 16.16;
5. Data de inauguração: Dia de Pentecostes, At 2;

A Igreja, uma representação do Corpo de Cristo aqui na Terra. Suas funções, seu trabalho e suas obrigações'.

1. Em relação a ela mesma "Comunhão", At 2.42;
2. Em relação ao mundo "Evangelização", Mc 16.15;
3. Em relação a Deus "Adoração".
Toda e qualquer tarefa da Igreja depende exclusivamente da Graça. Ela é quem nos encoraja no sentido de cumprirmos nossa tarefa como Igreja que também é um Luzeiro no Mundo e Sal da Terra.
Tenho me preocupado muito com a expressão: "Se o sal se tomar insípido para mais nada presta, a não ser para ser pisado pêlos homens".  Que Deus proteja a Igreja! Seu compromisso para o futuro é o desfecho final do cumprimento das profecias, do fim dos tempos e a Dispensação da Igreja.

Verifique alguns acontecimentos que surgirão :

1. Ressurreição dos crentes;
2. Transformação dos crentes vivos na vinda do Senhor;
3. Arrebatamento;
4. Tribunal de Cristo (compensação);
5. Casamento da Igreja (bodas do Cordeiro);
6. Glorificação da Igreja;
7. E nos fez Reis e Sacerdotes para Deus seu Pai.

QUESTIONÁRIO: QUINTA E SEXTA DISPENSAÇÕES

1) Qual a duração da quinta Dispensação?
2) O que Deus representa quando institui a Páscoa?
3) Qual a representação de Deus na Lei?
4) Qual o tema do livro de Êxodo?
5) Onde Moisés recebeu as tábuas de pedra?
6) Qual a missão da Igreja frente ao mundo?
7) Qual a duração desta Dispensação (Igreja)?
8) Quando termina esta Dispensação?
9) Como se chama o Tribunal em que os crentes hão de comparecer?
10) Apresente dois aspectos do futuro da Igreja.

7) DISPENSAÇÃO DO REINO (ou Milênio) - (Israel Restaurado – Ap. 20.4).

Esta dispensação terá, de acordo com a própria Escritura, a duração de 1.000 anos (Ef 1.9,10; Ap 10.7; 11.15; 20.1-6. É a dispensação da plenitude dos tempos. Para ela convergem todos os tempos, alianças e profecias da Bíblia que, no decorrer dos séculos, foram vaticinadas pelos profetas, pelos apóstolos e pelo próprio Senhor. Esta dispensação é também chamada de “a dispensação do governo divino”, isto é, segundo se diz, pelo fato de que, durante sua existência, Deus estabelecerá seu governo teocrático na terra.

RESPONSABILIDADE (tão pouca e leve! Oh, o amor de Deus!): OBEDECER E ADORAR A CRISTO.

E deleitar-se-á no temor do SENHOR; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos. Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio, E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. (Isaías 11.3-5)
E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos. E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva. (Zacarias 14.16-17)

FRACASSO (Oh, a maldade do homem em geral!): REBELIÃO FINAL

E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. (Apocalipse 20.7-9)

JUÍZO: O GRANDE TRONO BRANCO, INFERNO

E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo. (Apocalipse 20.11-15)