Texto Áureo: “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas” (Ex 14:14).
Esta lição é uma belíssima exortação para que, no meio da santa igreja de Cristo, sejamos capazes de resolver nossas pendências e discordâncias, sem a necessidade de recorrermos à justiça dos homens (secular).
À guisa do texto Áureo
- Os santos julgarão o mundo e os anjos. Esta declaração se refere aos eventos escatológicos descritos abaixo, sendo apresentados por Paulo com uma maior abrangência, principalmente em relação ao julgamento do mundo: “Jesus lhes respondeu: Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Mt 19:28)
“Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino; e vos assentareis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lc 22:29-30)
Em lições anteriores, estudamos que a igreja de Corinto padecia de grandes problemas em virtude da falta de comunhão, entre eles o Partidarismo. (I Co 1:10-13)
“Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer. Pois a respeito de vós, irmãos meus, fui informado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo. será que Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por amor de vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
Devemos observar que a exortação contra demandas judiciais entre os irmãos decorria diretamente desta falta de comunhão:
Os servos de Corinto, pela falta de comunhão, não conseguiam resolver pessoalmente, e internamente (na igreja), suas demandas e problemas, razão pela qual recorriam à justiça dos homens.
Observa-se, no estudo histórico do direito (leis e normas dos homens), que a lide (demanda judicial) pode ser caracterizada como “O Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida”. (Carnelutti)
Em síntese, isso significa que alguém, julgando-se detentor de determinado direito, busca usufruí-lo (utilizá-lo em seu benefício), e, tendo oposição de outra pessoa, busca algum meio para resolver esse impasse.
Demandas judiciais entre os irmãos, era uma prova de que a unidade do corpo de Cristo estava sendo comprometida. A comunhão (Gr. Koinonia) que foi o forte da Igreja primitiva (At. 2:42-47), agora, ao que parece estava sendo esquecida pela neófita igreja de Corinto. O próprio Jesus ensinou que “o reino dividido contra si mesmo não prevalece”. (Mt 12:25; Lc 11:17)
Litígio entre os irmãos evidenciava a fragilidade doutrinária e a superficialidade da compreensão do que é estar em uma nova posição (Ef 2:6) e sob o governo do filho do seu amor. (Cl 1:15)
Pressuposto Básico: A comunhão entre os irmãos traz entendimento.
O texto áureo da Lição nos traz a passagem esculpida em Sl 133:1: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”. Esta passagem relata uma característica essencial dos servos de Cristo para que a Igreja sempre seja irrepreensível: A comunhão.
A igreja de Corinto padecia de grandes problemas em virtude da falta de comunhão. (I Co 1:10-13)
Assim, observa-se que, ao tempo de Paulo, muitas eram as lides entre os homens, sendo que a maior parte das demandas judiciais versavam sobre questões patrimoniais, como bens móveis, imóveis (casas e terras), pactos (contratos), dentre outras coisas.
Para os homens que viviam fora do seio da Igreja, utilizar a justiça era um meio válido, pois evitava que as discórdias acabassem em meio brutais de resolução, como a autotutela (justiça pelas próprias mãos), em que determinada pessoa fazia à força aquilo que julgava correto, prevalecendo sempre o mais forte contra o mais fraco. Entretanto, para os irmãos em Cristo, utilizar a justiça dos homens era algo extremamente prejudicial, pois comprometia a comunhão entre os servos. A comunhão entre os irmão faz parte da espiritualidade da Igreja, e aproxima o povo de Deus do ideal traçado por Cristo. Sl 133.1
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Uma igreja verdadeiramente espiritual é alicerçada, dentre outras coisas, na comunhão entre os irmãos. A partir do momento em que os irmãos se encontrem em plena comunhão, o entendimento prevalece em meio à discórdia.
I - O QUE SE ENTENDE POR “DEMANDAS JUDICIAIS”?
O Dicionário Jurídico conceitua “Demanda” como “ação judicial, causa, litígio, processo”. A palavra litígio (vem do latim - litigium), significando “disputa judicial”. O mesmo que lide, questão, querela. Conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos litigantes e pela resistência do outro.
- A FALTA DE COMUNHÃO ENTRE OS CRENTES DE CORINTO
Os membros de uma igreja carnal deixam-se facilmente levar pelos interesses egocêntricos. Por isso, em Corinto, havia quem tivesse “algum negócio contra o outro”, e o pior, levavam uns aos outros aos tribunais pagãos, acionavam os juízes incrédulos para resolverem suas disputas, escandalizando o evangelho de Cristo. Aquela igreja não sabia o significado da palavra comunhão.
A koinonia, comunhão em grego, é uma premissa para a congregação que celebra o nome de Cristo. Esse termo significa também a partilha entre os fiéis da igreja. Tal sentimento recíproco é descrito em At 2:42 em que os cristãos, como discípulos do Senhor, permaneciam juntos em comunhão.
A doutrina da comunhão é recorrente nas epístolas paulinas. Para o apóstolo dos gentios a comunhão envolve a partilha de coisas materiais - ao suprimento das necessidades dos santos (Rm 15:26; II Co 8:4; 9:13).
Para desenvolver o ministério da koinonia é preciso aprender a abrir mão dos interesses próprios em prol dos outros (Fp 2:1). Portanto, se há alguma exortação em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão do Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões.
Somente quando somos guiados pelo Espírito (Gl 5:19-22), podemos viver a verdadeira espiritualidade, e, assim fazendo, não daremos lugar aos interesses egoístas. Por essa razão João admoesta os crentes para que vivam em comunhão uns com os outros. (I Jo 1:3,7) “Sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo... mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.” Tal comunhão está fundamentada no Pai e em Seu Filho Jesus Cristo. (I Jo. 1:6)
Em comentário a I Co 6:1, assim nos traz a Bíblia de Estudo Pentecostal: “Quando ocorrem disputas banais entre os cristãos, isso deve ser julgado na igreja e não na justiça secular. A igreja deve julgar entre aquilo que é certo ou errado. Dar seu veredito e disciplinar o culpado, se necessário for”.
Cabe analisar que, em caso de injustiças praticadas pelos irmãos (má-fé), cabe sim, disciplina para o culpado. Entretanto, nem todas as pendências entre irmãos são causadas por má-fé. Por vezes, ambos se acham em sincera verdade, mas, por falta de resignação, negam-se a dar um passo atrás.
VI – Conclusão.
A comunhão e a justiça devem prevalecer nas relações entre irmãos em Cristo, para que a nossa vida seja espelho da Justiça Divina! Amém!
Prof. Pr. Adaylton de Almeida
Pastor
ResponderExcluirEu não desprezo a bíblia nem a palavra de Deus, recentemente um homem que se diz pastor adentrou em minha vida, abri minha casa e meu coração, coloquei-o em um negócio a qual a proposta era de que 30% das terras e do negócio as quais adquirimos era para eu administrar e fazer tudo funcionar. Embora eu comprei com meu dinheiro as terras 25% de uma propriedade e 15% de outra, tudo seria para o Reino de Deus e para sustentar missionários em outros países. Em função disso realizei projetos técnicos, levantamentos, mapas etc. Enfim além da parceria eu era sócio nas terras. Após a escrituração das fazendas eu disse a ele que poderia colocar em nome da Igreja a qual ele é pastor e assim diminuiria os impostos etc. Após isso fizemos um contrato na presença de meu advogado colocando tudo isso no papel dizendo dos 30% etc. mas após um tempo ele voltou de outro país dizendo que não tinha mais dinheiro para investir nas terras etc. E me mandou correr atrás dos meus direitos...
Isso me chocou porque ele mentiu está dando andamento nas propriedades e investindo lá e me tirou tudo, tanto o dinheiro que paguei pelas terras, desconsiderando contratos, orações, parceria no negócio ao qual eu o coloquei e profecias. Enfim, ele me tomou tudo, sonhos, projetos etc.
Ele é lider internacional de uma igreja em 43 países, pastor famoso no meio gospel, e eu sou somente um pastor e engenheiro ao qual confiei e ajudei porque com o coração puro achei que ele seria sincero e honesto. Descobri o contrário, um homem arrogante que se acha na unção e vive como se fosse verdadeiro representante de Deus, que dissimula, mente, perverte a verdade e injusto. Ele se acha o rei da cocada preta e não aceita autoridade de ninguém que o repreenda.
Como devo proceder neste caso... já conversei pessoalmente com ele e ele simplesmente não concorda em me devolver o que paguei, até porque já desisti das terras só quero o que eu paguei porque era fruto de muitos anos de trabalho e suor. QUERO APENAS OS VALORES CORRIGIDOS e que me pague pelos projetos que realizei.
Enfim analisando os textos bíblicos descobri que Paulo estava falando de uma realidade contextual da época, porque na cultura dos coríntios eles levavam qualquer questão na justiça. Era algo novo os magistrados e legislação que regia as relações na época. Então fiquei pensando que já conversei com o cidadão para me restituir e pagar o que realizei, pedi a intervenção de um pastor para me ajudar a falar com ele... até agora o cidadão não se manifestou! Agora devo continuar considerando este cidadão como irmão...
Devo levar minha demanda a justiça... (tenho prova de tudo que falei aqui)
ou devo esperar ou tentar de todas as formas conciliação.. na época de Paulo não haviam questões tão imbricadas e diversas ... hoje no meio critão quem poderá intervir nesta demanda... não há um concílio ou associação brasileira de pastores para eu levar essa demanda... então ao meu ver a justiça comum seria o unico foro para eu resolver minha demanda...
Se estou errado gostaria que o senhor me respondesse...
Um abraço.