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quarta-feira, 8 de maio de 2013

"AS SEIS CIDADES REFÚGIO"

Texto: JOSUÉ - 20

01. Falou mais DEUS a Josué:
02. Dize aos filhos de ISRAEL: Designai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei por intermédio de Moisés,
03. a fim de que fuja para ali o homicida, que tiver matado alguma pessoa involuntariamente, e não com intento; e elas vos servirão de refúgio contra o vingador do sangue.
04. Fugindo ele para uma dessas cidades, apresentar-se-á à porta da mesma, e exporá a sua causa aos anciãos da tal cidade; então eles o acolherão ali e lhe darão lugar, para que habite com eles.
05. Se, pois, o vingador do sangue o perseguir, não lhe entregarão o homicida, porquanto feriu a seu próximo sem intenção e sem odiá-lo dantes.
06. E habitará nessa cidade até que compareça em juízo perante a congregação, até que morra o sumo sacerdote que houver naqueles dias; então o homicida voltará, e virá à sua cidade e à sua casa, à cidade donde tiver fugido.
07. Então designaram a Quedes na Galiléia, na região montanhosa de Naftali, a Siquem na região montanhosa de Efraim, e a Quiriate-Arba (esta é Hebrom) na região montanhosa de Yaohudáh (Judá).
08. E, além do Yardayan (Jordão) na altura de Yericoh (Jericó) para o oriente, designaram a Bezer, no deserto, no planalto da tribo de Rúben a Ramote, em Gileade, da tribo de Gade, e a Golan, em Basan, da tribo de Manassés.
09. Foram estas as cidades designadas para todos os filhos de israel, e para o estrangeiro que peregrinasse entre eles, para que se acolhesse a elas todo aquele que matasse alguma pessoa involuntariamente, para que não morresse às mãos do vingador do sangue, até se apresentar perante a congregação.

INTRODUÇÃO

Quando Deus retirou Israel do Egito, levando-o para Canaã, estabeleceu leis que regulassem as relações do Altíssimo com os Hebreus, e destes entre si. Dentre estas leis estava a "Lei de Talião" (Lei antiga pela qual se vingava o delito infligido ao culpado o mesmo mal que ele praticara - Ex 21.23-25), que imputava ao homicida a pena de morte. Mas o que fazer com aquele que matou por acidente, sem intenção? Morreria como um homicida qualquer? Promoveu assim Deus as cidades de refúgio. O que eram as Cidades de Refúgio?

As cidades de refúgio representavam, em linguagem jurídica, um "habeas corpus" a favor do criminoso não culpado, ou cujo crime não tivesse sido apurado adequadamente. Em caso de homicídio, pela lei, caberia ao parente mais próximo do falecido a responsabilidade de aplicar a "Lei de Talião" ao homicida, e isto poderia ser feito a qualquer hora e em qualquer lugar, exceto na cidade de refúgio, onde o homicida que não matara intencionalmente poderia aguardar seu julgamento em segurança. (Nm 35.11,12)

O refugiado não poderia sair da cidade. Se o fizesse, correria por sua conta o que acontecesse, pois o vingador o apanharia, e não haveria apelo para ele. A cidade de refúgio protegia tanto aos filhos de Israel quanto ao estrangeiro (Nm 35.15) e representava para o homicida perseguido e fugitivo, segurança e descanso ao mesmo tempo, tornando-se assim, um tipo perfeito de Jesus o Messias, que recebe todos quantos tiverem acesso a Ele (Jo 6.37) uma figura expressiva de JESUS CRISTO Nosso Salvador. Somente estando em Jesus Cristo, o refúgio dado por Deus, o pecador estará para sempre livre da sentença mortífera do pecado. (Jo 5.24)

As cidades de refúgio eram bem fortificadas e muradas, com portas nas extremidades, que podiam ser fechadas para impedir a chegada do vingador.

ONDE FICAVAM AS CIDADES REFÚGIO

A localização das Cidades e seus significados

As cidades de refúgio, em número de seis, simbolizam a Pessoa de JESUS CRISTO Homem. Seus nomes são simbólicos para nós, como veremos abaixo. As cidades de refúgio estavam situadas da seguinte forma: três cidades a oriente e três a ocidente, do lado do Yardayan (Jordão). Deus Pai, em Sua misericórdia, não quis deixar o homicida sem um refúgio onde pudesse escapar do vingador do sangue; pelo contrário, segundo o Seu amor determinou que essas cidades, fossem situadas de forma a que, sempre que houvesse necessidade de refúgio, pudesse estar à mão. Como se percebe, as cidades estavam geograficamente bem distribuídas; além disso, tomou-se o cuidado de se construir estradas bem pavimentadas, de forma a facilitar ao máximo o acesso.

Estas cidades eram parte da herança Levítica de 48 cidades (Nm 35.6) e, portanto, administradas pelos levitas. Segundo determinação do Altíssimo, haveria seis cidades de refúgio (Ex 35.13; Dt 19.2,7), três de cada lado do Yardayan (Jordão).

AS TRÊS PRIMEIRAS CIDADES REFÚGIO

Moisés escolheu as três primeiras (Dt 4.41-43; Js 20.8):

1) Bezer, no deserto, na terra plana, território de Rubén, sudoeste (Dt 4.43; Js 10.8). O nome significa "fortaleza", e aparece apenas cinco vezes na Bíblia. Para quem vinha do Egito a Canaã, logo ao atravessas o território de Moabe, avistava Bezer, à distancia, por sua estratégia topográfica. Temos na cidade de Bezer a representatividade de JESUS CRISTO como a fortaleza de todos os que nele confiam. Para quem sai do Egito e vem a Canaã de Deus, é necessário passar por JESUS o Ungido, Nossa Fortaleza. (SL 43.2; Is 52.1; 2 Tm 1.7)

2) Ramote, em Gileade, território de Gade (Leste Dt 4.43). Era uma das cidades mais fortificadas do território gadita. O nome quer dizer "altura" "exaltado", refere-se a JESUS CRISTO, o nosso Ramote elevado a mão direita do Pai. O termo aplicado por Paulo "exaltou" no seu sentido mais amplo quer dizer "elevar às mais elevadas alturas", "exaltar excelsamente", "exaltar supremamente", uma expressão enfática que indica a natureza elevadíssima e grandiosa da exaltação do Ungido (Fl 2.9). JESUS CRISTO é a principal autoridade universal, superior a todos os nomes que possam ser mencionados agora e por toda a eternidade. Quando o pecador aproxima-se de JESUS CRISTO, o nosso Ramote espiritual, automaticamente assume uma posição gloriosa. (Ef 2.5,6)

3) Golã, no território de Manasses (Nordeste, Js 20.8). Era uma cidade situada numa belíssima planície. O nome de Golã significa "gozo ou exilo". JESUS, o nosso Golã espiritual, pagou o preço do desterro, ou seja, de rejeição, para tornar-nos cidadãos dos céus. Foi rejeitado; pelo mundo (Jo 1.10); por sua própria nação (Jo 1.21); pelo seu próprio país (Mc 6.4); por sua própria cidade (Lc 4.29); por seus próprios familiares (Jo 7.5); pelos escribas, sumo sacerdotes e anciãos (Lc 9.12) e pelos seus próprios seguidores (Mc 14.71). Mas Nele encontramos o gozo eterno.

AS OUTRAS CIDADES REFÚGIO

As outras três foram escolhidas por Israel, sob o comando de JOSUÉ (Js 20.7):

1) Quedes, na região da galiléia, território de Naftali (Norte-Js 20:7), esse nome significa “SANTUÁRIO”. Em quedes contemplamos JESUS CRISTO, o Santo de Deus, que é refugio para os impuros (Ap 3.7). O atributo que preconiza JESUS o Ungido como filho de DEUS é sua natureza santa (Jo 8.46). Ele é a santidade requerida aos fiéis ( 1P 1.16 )

2) Siquém, território de efraim (Centro-oeste, cerca de 70 Km ao Norte de JERUSALÉM) (Js 20.7). Seu nome significa “ombro” Esta cidade está plantada num vale fertilíssimo. E é a primeira cidade mencionada no livro de Gênesis (Gn 12.6). Foi ali que JACÓ enterrou os deuses estranhos, sob o carvalho (Gn 36.1-4). Nesta cidade de refugio encontramos tipologicamente JESUS CRISTO tendo o principado sobre os seus ombros (Is 9.6); Ele é o príncipe da vida (At 3.15); príncipe salvador (At 5.31); príncipe e Juiz (At 7.27), príncipe da salvação (Hb 2.10) e príncipe dos reis da terra (Ap 1.5) Em Siquém temos a vitória sobre todo principado e potestades da trevas.

3) Hebrom, significa em hebraico “Companhia, união”, ficava na montanha, território de Judá (Sul-sudeste, aproximadamente 36Km ao Sul de JERUSALÉM ). Cidade de refugio importantíssima ao sul de Canaã. O nome moderno de Hebrom é El-Kalil, que quer dizer "o amigo". A Bíblia faz 69 referencias a ela, temos nesta cidade de refugio um tipo de JESUS CRISTO como o nosso melhor amigo e companheiro (Lc 7.34; Jo 11.1; Jo 15.13,15; Sl 27.10). Muitas vezes as cidades de refugio são mencionadas na Escrituras. Elas nos lembra JESUS o Ungido, o perfeito refugio, que nos salva da ira de Deus. (Dt 19.1-14; 1Co 6.54-81; Nm 35.9-28). As cidades de refugio eram um resultado da misericórdia de DEUS PAI, que dura para todo o sempre. Estejamos sempre prontos a proclamar JESUS CRISTO a todos os povos, porque de todos os povos Ele é o perfeito refúgio.

A VERDADEIRA INTENSÃO DE DEUS

Ao determinar a construção das seis cidades de refugio, Deus não estava querendo com isso proteger o assassino, mas dar um lugar de refugio àquele que cometia homicídio involuntário. Jesus é muito mais que aquelas cidades, é o refugio para os culpados. (Jo 1.29)

Todo Hebreu sabia que, caso matasse alguém sem intenção de fazê-lo, o único lugar onde poderia estar seguro seria numa cidade de refugio. Entretanto, os levitas, que as administravam, só lhes davam abrigo uma vez satisfeitas algumas exigências que deveriam ser observadas antes, durante e após o asilo. Se algum homicida caísse nas mãos do vingador de sangue, não era por falta de um refugio, mas porque não tinha se utilizado dele. Estavam tomadas todas as precauções necessárias: as cidades estavam nomeadas e bem edificadas, e eram publicamente conhecidas. Tudo fora colocado a disposição de forma simples.

No instante em que cruzava a soleira da porta, o homicida involuntário estava tão seguro quanto à provisão de Deus o podia tornar. O refugiado não devia atrever-se a sair porta. Dentro ele estava perfeitamente seguro. Fora estava inteiramente exposto. Nem se quer podia visitar os seus amigos. Ansiava pela morte do sumo sacerdote, que devia restituí-lo a sua herança e ao seu povo. Jesus é o nosso refugio (Sl 46.1). Não somente este salmo, em foco, fala de como sendo "nosso refugio", mas outros textos da Bíblia falam a mesma coisa. (2Sm 22.3; Sl 9.9; 14.6; 18.2; 59.16; 61.3; 62.8; Jr 17.17; Jl 3.16; Hb 6.18). Neste sentido Jesus é apresentado metaforicamente como sendo um "lugar de refugio" "lugar de proteção" e "esconderijo".

CONDIÇÕES PARA CONCESSÃO DO ASILO

Qualquer um podia pedir asilo na cidade de refugio, inclusive o estrangeiro (Nm 35.15). A concessão, todavia, estava condicionada a natureza do crime: se culposo, concedia-se o asilo, se doloso, executava-se o homicida. Era dever de o homicida empregar toda a sua energia para alcançar os recintos sagrados, pois sabia que se o vingador do sangue conseguisse por mão nele, não haveria esperança. Só havia uma coisa a fazer e essa era escapar para não morrer, fugir do castigo eminente e encontrar um abrigo seguro dentro das portas da cidade do refugio. Uma vez ali, nenhum mal o podia alcançar.

Uma vez conduzido a uma cidade de refugio, o homicida cumpria sua pena de reclusão por tempo indefinido, enquanto durasse a vida do sumo sacerdote. Caso o vingador do sangue o encontrasse fora dos limites da cidade de refugio poderia matá-lo (Nm 35.26,27)

Um assassino não podia comprar a vida por dinheiro, assim também o homicida não podia comprar a sua liberdade. Ambos haviam concebido a morte de um ser humano e só a morte de um homem podia fazer a expiação pela morte. O sumo sacerdote de Israel prefigurava o Ministério Sacerdotal de JESUS (Hb 4.9). Com a morte do Ungido, o sumo sacerdote, podemos voltar a vida de pureza espiritual e não temer as acusações de satã. Assim meus amados estamos livres dos vingadores espirituais e amparados pela lei da liberdade encontrada no sangue vivificador de Nosso Sumo sacerdote JESUS CRISTO (Jo 8.35, 36).

Pela lei, a reclusão na cidade de refugio estava condicionada a morte do sumo sacerdote (Nm 35.25), quando e somente então o homicida poderia deixar o asilo sem perder a proteção legal. Se o vingador do sangue o ferisse depois da morte do sumo sacerdote, cometeria homicídio doloso e seria punido com a morte.

JESUS, NOSSO SUMO SACERDOTE

É importante ressaltar a harmonia do simbolismo aqui encontrado. Aquele que por acaso, matasse o seu semelhante, dependeria, para retornar a liberdade, da morte do sumo sacerdote. JESUS CRISTO consumou esta obra suprema morrendo pelos pecados do mundo inteiro. (Mt 1.12; Jo 1.29) Nesta obra expiatória figuram a sua morte, ressurreição e ascensão. Com a morte do sacerdote Ele garante nossa vitória. Como sacerdote vivo e ressurreto Ele nos garante proteção eterna. Ele não somente morreu por nós como também vive por nós. (Rm 8.34; 4.25; 5.10)

JESUS sendo o Filho de DEUS pode oferecer um sacrifício de valor eterno e infinito, conquistando nossa liberdade espiritual. Ele assumiu a natureza humana, identificando-se com o gênero humano e assim sofreu o castigo que era nosso, a fim de que pudéssemos escapar da situação de culpados. Ele, que era sem pecado por natureza, que nunca havia cometido um pecado sequer em sua vida, se fez pecado, tomando nosso lugar. "Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós" (2 Co 5.21) Em primeiro lugar, o homicida, na cidade de refugio, não estava isento de Juízo, (Js 20.5). Mas para o renascido em JESUS o Ungido não existe e não pode haver juízo, pela razão mais simples de todas as razões. JESUS CRISTO sofreu o juízo em seu lugar. Por outro lado, havia também a possibilidade de o homicida cair nas mãos do vingador ao sair portas da cidade. O renascido em Jesus Cristo não pode perecer jamais: está tão seguro como o próprio Salvador. Por fim, quanto ao homicida, era uma questão de segurança temporária e de vida neste mundo. Quanto aos renascidos em Jesus Cristo é uma questão de eterna salvação e vida eterna no mundo vindouro.

Há pelo menos dois aspectos distintos nas cidades de refúgio que se tomados na sua menção simbólica, dão-nos duas boas lições práticas para a congregação de hoje. A primeira diz respeito a cidade - único refúgio possível contra o vingador do sangue - assim como JESUS é o único refúgio possível contra as consequências dos nossos pecados. (Rm 7.11; 6.23; Jo 3.15) A outra lição relaciona-se a morte do sumo sacerdote - condição necessária para a liberdade - que é um tipo claro da liberdade proporcionada pela morte do Ungido. (Hb 4.15; 5.9). Então meu irmão: é tempo de fugir. Escapa-te para ali... Escapa-te para um lugar de amor e aceitação. JESUS CRISTO. Nossa cidade de refúgio.

CONCLUSÃO FINAL

"Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). Nossa culpa nos induz à fuga. Nossa natureza nos diz: "Fuja!" Para onde fugiremos? Muitos procuram argumentos racionais, filosóficos e etc. para justificarem seus erros e pecados. Este é o lugar de fuga que escolheram. Outros optam por negar o erro cometido. Existem ainda aqueles que culpam outra pessoa. Cada um foge em uma direção. Quando Caim matou seu irmão, sua ação seguinte foi fugir da presença do Senhor. E nós, para onde fugiremos? Como escaparemos do castigo pelas nossas faltas?

A Bíblia diz: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará." (Sl 91.1). Ao contrário do que fez Caim, devemos correr em direção a Deus, e não correr de Deus. O salmista Davi escreveu: "O Senhor é o nosso refúgio e fortaleza" (Salmo 46.1). "Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento." (Salmo 32.7). Aleluia!

O próprio Deus, através da obra redentora de Cristo, providenciou o nosso refúgio, nossa cidade forte, que é o fato de estarmos acolhidos debaixo da sua graça e da sua misericórdia. Devemos estar escondidos em Cristo, justificados, não por nossas explicações humanas, mas pelo sangue do Cordeiro. Esse esconderijo não é um covil, de onde se planeja sair para cometer outros erros. De modo nenhum; mas é o lugar de segurança de todos aqueles que se arrependeram e querem acertar.

"Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." (I Jo 2.1).

 “Jesus, o meu refúgio."  (Sl 46.1)

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