João Calvino |
1 - (Depravação total) - Todos os homens nascem
totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões
espirituais;
2 - (Eleição incondicional) - Deus escolheu dentre todos os
seres humanos decaídos um grande número de pecadores por graça pura, sem levar
em conta qualquer mérito, obra ou fé prevista neles;
3 - (Expiação limitada) - Jesus Cristo morreu na cruz
para pagar o preço do resgate somente dos eleitos;
4 - (Graça Irresistível) - A Graça de Deus é irresistível
para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé
salvadora neles;
5 - (Perseverança dos Santos) - Todos os eleitos vão
perseverar na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a salvação.
Jacobus Arminius |
Ø O Arminianismo é o sistema
de Teologia formulado por Jacobus Arminius (1560-1609), teólogo da Igreja
holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino.
Armínio
apresentou seu sistema em 5 pontos:
1 - Capacidade humana,
Livre-arbítrio - Todos
os homens embora sejam pecadores, ainda são livres para aceitar ou recusar a
salvação que Deus oferece;
2 - Eleição condicional - Deus elegeu os homens que ele
previu que teriam fé em Cristo;
3 - Expiação ilimitada - Cristo morreu por todos os
homens e não somente pelos eleitos;
4 - Graça resistível - Os homens podem resistir à
Graça de Deus para não serem salvos;
5 - Decair da Graça - Homens salvos podem perder a
salvação caso não perseverem na fé até o fim.
O sistema teológico de Armínio foi derrotado no
Sínodo de Dort em 1619 na Holanda, por ser considerado antibíblico.
Por incrível que possa parecer, hoje o Arminianismo é o sistema teológico adotado pela maior parte das igrejas evangélicas. As seitas e o Catolicismo Romano também rejeitam o Calvinismo.
Por incrível que possa parecer, hoje o Arminianismo é o sistema teológico adotado pela maior parte das igrejas evangélicas. As seitas e o Catolicismo Romano também rejeitam o Calvinismo.
ARMINIANISMO X CALVINISMO
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Categoria
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Arminianismo
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Calvinismo
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1.
Livre-Arbítrio ou Capacidade Humana
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1.
Incapacidade Total
ou Depravação Total |
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Depravação
Total
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Embora
a queda de Adão tenha afetado seriamente a natureza humana, as pessoas não
ficaram num estado de total incapacidade espiritual. Todo pecador pode
arrepender-se e crer, por livre-arbítrio, cujo uso determinará seu destino
eterno. O pecador precisa da ajuda do Espírito, e só é regenerado depois de
crer, porque o exercício da fé é a participação humana no novo nascimento.
(Is 55:7; Mt 25:41-46; Mc 9:47-48; Rm 14:10-12; 2Co
5:10)
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O homem natural não pode sequer apreciar as coisas de
Deus. Menos ainda salvar-se. Ele é cego, surdo, mudo, impotente, leproso
espiritual, morto em seu pecado, insensível à graça comum. Se Deus não tomar
a iniciativa, infundindo-lhe a fé salvadora, e fazendo-o ressuscitar
espiritualmente, o homem natural continuará morto eternamente.
(Sl 51:5; Jr
13:23; Rm 3:10-12; 7:18; 1Co 2:14; Ef 1:3-12; Cl 2:11-13)
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2.
Eleição Condicional
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2.
Eleição Incondicional
|
|
Eleição
Incondicional
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Deus
escolheu as pessoas para a salvação, antes da fundação do mundo, baseado em
Sua presciência. Ele previu quem aceitaria livremente a salvação e
predestinou os salvos. A salvação ocorre quando o pecador escolhe a Cristo;
não é Deus quem escolhe o pecador. O pecador deve exercer sua própria fé,
para crer em Cristo e ser salvo. Os que se perdem, perdem-se por livre
escolha: não quiseram crer em Cristo, rejeitaram a graça auxiliadora de Deus.
(Dt 30:19; Jo 5:40; 8:24; Ef 1:5-6, 12; 2:10; Tg 1:14; 1Pe 1:2; Ap 3:20; 22:17) |
Deus elegeu alguns para a salvação em Cristo, reprovando
os demais. Aos eleitos Deus manifesta a Sua misericórdia e aos reprovados a
Sua justiça. Deus não tem a obrigação de salvar ninguém, nem homens nem anjos
decaídos. Resolveu soberanamente salvar alguns homens (reprovando todos os
demais) e torná-los filhos adotivos quando eram filhos das trevas. Teve
misericórdia de algumas criaturas, e deixou as demais (inclusive os demônios)
entregues às suas próprias paixões pecaminosas. A salvação é efetuada
totalmente por Deus. A fé, como a salvação, é dom de Deus ao homem, não do
homem a Deus.
(Ml 1:2-3;
Jo 6:65; 13:18; 15:6; 17:9; At 13:48; Rm 8:29, 30-33; 9:16; 11:5-7; Ef 1:4-5;
2:8-10; 2Ts 2:13; 1Pe 2:8-9; Jd 1:4)
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3. Redenção
Universal ou Expiação Geral
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3. Redenção
Particular ou Expiação Limitada
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Expiação
Limitada
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O sacrifício de Cristo
torna possível a toda e qualquer pessoa salvar-se pela fé, mas não assegura a
salvação de ninguém. Só os que crêem nEle, e todos os que crêem, serão
salvos.
(Jo 3:16; 12:32; 17:21; 1Jo 2:2; 1Co 15:22; 1Tm 2:3-4; Hb 2:9; 2Pe 3:9; 1Jo 2:2) |
Segundo Agostinho, a graça de Deus é “suficiente para
todos, eficiente para os eleitos”. Cristo foi sacrificado para redimir Seu
povo, não para tentar redimi-lo. Ele abriu a porta da salvação para todos,
porém, só os eleitos querem entrar, e efetivamente entram.
(Jo
17:6,9,10; At 20:28; Ef 5:15; Tt 3:5)
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4. Pode-se
Efetivamente Resistir ao Espírito Santo
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4. A Vocação Eficaz
do Espírito
ou Graça Irresistível |
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Graça
Irresistível
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Deus
faz tudo o que pode para salvar os pecadores. Estes, porém, sendo livres,
podem resistir aos apelos da graça. Se o pecador não reagir positivamente, o
Espírito não pode conceder vida. Portanto, a graça de Deus não é infalível
nem irresistível. O homem pode frustrar a vontade de Deus para sua salvação.
(Lc 18:23; 19:41-42; Ef 4:30; 1Ts 5:19) |
Embora
os homens possam resistir à graça de Deus, ela é, todavia, infalível: acaba
convencendo o pecador de seu estado depravado, convertendo-o, dando-lhe nova
vida, e santificando-o. O Espírito Santo realiza isto sem coação. É como um
rapaz apaixonado que ganha o amor de sua eleita e ela acaba casando-se com
ele, livremente. Deus age e o crente reage, livremente. Quem se perde tem
consciência de que está livremente rejeitando a salvação. Alguns escarnecem
de Deus, outros se enfurecem, outros adiam a decisão, outros demonstram total
indiferença para as coisas sagradas. Todos, porém, agem livremente. (Jr
3:3; 5:24; 24:7; Ez 11:19; 20; 36:26-27; 1Co 4:7; 2Co 5:17; Ef 1:19-20; Cl
2:13; Hb 12:2)
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5.
Decair da Graça
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5.
Perseverança dos Santos
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|
Perseverança
dos Santos
|
Embora o pecador tenha
exercido fé, crido em Cristo e nascido de novo para crescer na santificação,
ele poderá cair da graça. Só quem perseverar até o fim é que será salvo.
(Lc 21:36; Gl 5:4; Hb 6:6; 10:26-27; 2Pe 2:20-22) |
Alguns preferem dizer
“perseverança do Salvador”. Nada há no homem o que o habilite a perseverar na
obediência e fidelidade ao Senhor. O Espírito é quem persevera pacientemente,
exercendo misericórdia e disciplina, na condução do crente. Quando ímpio,
estava morto em pecado, e ressuscitou: Cristo lhe aplicou Seu sangue remidor,
e a graça salvífica de Deus infundiu-lhe fé em para crer em Cristo e obedecer
a Deus. Se todo o processo de salvação é obra de Deus, o homem não pode
perdê-la! Segundo a Bíblia, é impossível que o crente regenerado venha a
perder sua salvação. Poderá até pecar e morrer fisicamente (1Co 5:1-5). Os
apóstatas nunca nasceram de novo, jamais se converteram. (Is 54:10; Jo 6:51; Rm 5:8-10; 8:28-32, 34-39;
11:29; Fp 1:6; 2Ts 3:3; Hb 7:25)
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Rejeitado
pelo Sínodo de Dort Este foi o sistema de pensamento
contido na “Remonstrância” (embora originalmente os cinco pontos não
estivessem dispostos nessa ordem). Esse sistema foi apresentado pelo
arminianos à Igreja na Holanda em 1610, mas foi rejeitado pelo Sínodo de Dort
em 1619 sob a justificativa de que era antibíblico.
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Reafirmado
pelo Sínodo de Dort Este sistema de teologia foi
reafirmado pelo Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina da salvação
contida nas Escrituras Sagradas. Naquela ocasião, o sistema foi formulado em
“cinco pontos” (em resposta aos cinco pontos apresentados pelos arminianos) e
desde então tem sido conhecido como “os cinco pontos do calvinismo”.
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CONCLUSÃO
Afinal, o que é Livre
Arbítrio? Poderíamos concluir que Livre arbítrio é um princípio escriturístico
que declara que o homem é livre para tomar decisões, para decidir a questão do
seu destino.
E o que seria Predestinação? Predestinação pode ser definida no sentido geral e
no sentido bíblico.
No consenso do povo é crer que Deus traçou um plano para a nossa vida e devemos
segui-lo sem o direito da escolha. Em outras palavras – somos autômatos,
desempenhando um papel previamente estabelecido por Deus.
Calvino, ampliando ideias já antes defendidas por Agostinho, afirmou que desde
a Antiguidade Deus estabeleceu dois decretos: Um selecionando um grupo para a
salvação ou vida eterna e um outro decreto selecionando aqueles que serão
destruídos. O próprio Calvino qualificou-o como terrível decreto de Deus.
Estaria este ensino em harmonia com as doutrinas bíblicas? Creio que de modo
nenhum. Porque a dupla predestinação ensina que “se não fomos
arbitrariamente escolhidos para a salvação, não há esperança, mesmo que almejemos
ardentemente esta graça”.
Entendo que a Bíblia não diz isto. Predestinação bíblica é o decreto de Deus,
que possibilita a salvação a todos os que aceitarem a Cristo. Particularmente,
eu creio que a salvação é acessível a todo e qualquer membro da raça humana,
pois João 3: 16 nos esclarece que "Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a
vida eterna”. (grifei).
Exulto com o apóstolo Paulo porque "antes da fundação do mundo"
(Ef. 1:4) Deus resolveu suprir a necessidade do homem, se ele pecasse.
Ef.1:3-14 - “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem
abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
4 assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para
ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito
de sua vontade, 6 para louvor da glória de sua graça, que ele nos
concedeu gratuitamente no Amado, 7 no qual temos a redenção, pelo seu
sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8 que
Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,9
desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que
propusera em Cristo, 10 de fazer convergir nele, na dispensação da
plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
11 nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo
o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,
12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão
esperamos em Cristo; 13 em quem também vós, depois que ouvistes a palavra
da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes
selados com o Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa
herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. (grifei)
Esse "eterno propósito" abrangia a encarnação de Deus em Cristo, a
vida sem pecado e a morte expiatória de Cristo, Sua ressurreição dentre os
mortos e o Seu ministério sacerdotal no Céu, o qual culminará nos grandiosos
aspectos do julgamento.
Entretanto,
como vimos acima, tanto o Calvinismo quanto o Arminianismo apoiam-se em textos
bíblicos para justificarem suas posições. (vide tabela comparativa acima) .
O Calvinismo afirma a total depravação do homem após a queda, isto é, a sua
escravidão e morte no pecado, estando portanto totalmente dependente da ação
graciosa de Deus para vir a ter vida espiritual e, assim, alcançar a salvação.
Por sua vez, o Arminianismo afirma que o pecador continua a ter em si a
liberdade de optar entre permanecer no pecado ou voltar-se para Deus. Nega,
portanto, que as consequências da queda tenham sido a total escravidão da
vontade e a morte espiritual do homem no que toca às coisas de Deus.
Quando os teólogos e comentadores da Escritura advogam uma via intermédia entre
o Calvinismo e o Arminianismo, entendo que eles estão a cair ou fazer cair os
leitores num equívoco ou, então, num grande logro.
Afinal, o modo como encaram a liberdade humana e a ação de Deus e do homem no
processo de salvação coloca-os decididamente no campo Arminiano, embora de
forma moderada.
O verdadeiro e fundamental problema, que divide Calvinistas e Arminianos, em
meu entendimento, não admite uma posição intermédia: ou é Deus e só Deus Quem
salva o pecador (pela Sua Graça, pelo Seu Amor e pelo Seu eficaz poder de
sujeitar a Si todas as coisas), ou não é só Deus o Autor da salvação, pois para
que o Altíssimo possa salvar, seja quem for, necessita da colaboração ou ajuda
daquele que é salvo.
Por outras palavras, o que está e continuará, ao que parece, eternamente, em
causa é a glória de Deus: ou pertence a Deus toda a glória pela nossa
salvação ou essa glória terá de ser partilhada conosco, nem que seja numa dose
ínfima; porém, dose esta fundamental, visto que sem essa ínfima participação
nossa, nunca poderíamos ser salvos.
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