O PERIGO DOS GIBEONITAS (de Gebeão)
Objetivo:
Mostrar que precisamos estar vigilantes para que não sejamos levados por
aqueles que, com seus artifícios ardilosos, infiltram-se em nosso meio, visando
impedir a concretização das promessas de Deus e para que façamos conchavos com
o mundo.
Na
lição de hoje, estudaremos, a partir da infiltração gibeonita entre o povo de
Israel, as consequências da falta de vigilância. A princípio, veremos que por
causa daquele acordo, a autoridade do povo enfraqueceu.
O
quadro que agora se apresenta surpreende novamente, pois o que ocorrera na
batalha anterior deveria ter soado com um alerta para o líder Josué (Pv 14.12).
Lamentavelmente,
Josué, uma vez mais, deixou-se levar pela “lógica” humana ou pela emoção do
momento, trazendo prejuízos duradouros a Israel (Jz 3.1-3). O erro nesta lição
está ainda mais evidente que na anterior, a não-orientação divina faz toda a
diferença quando se trata de tomar decisões (Js 9.14).
A
ética maquiavélica “dos meios justificados pelos fins”, não serve para ninguém
(principalmente para o cristão), mas muito menos para quem está sob o comando
de Deus
A PROPOSTA ARDILOSA DOS GIBEONITAS
A
cidade dos gibeonitas era maior que a cidade de Ai, e tinhas muitos
guerreiros (10.2).
Os
gibeonitas, temendo o poder do exército israelita, propuseram uma aliança
amigável com o povo de Israel, a fim de preservar a vida.
Eles ouviram falar das conquistas de Josué
e imaginaram que, caso lutassem contra ele, seriam derrotados. Para evitar que
isso acontecesse, se aproximaram de Israel para fazer um pacto, na verdade,
tratava-se de uma manobra ardilosa, com o intuito de enganar o exército de
Deus.
Os gibeonitas, como os demais povos de
Canaã, deveriam ser destruídos, conforme haviam recebido instrução divina (Dt.
7.1-6). Mesmo assim, Israel fez uma concessão, indo de encontra à Palavra de
Deus, fizeram um acordo com os gibeonitas.
Em Js. 9.4 e 5, está escrito que eles
“tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos,
e remendados; e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e
todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento”.
Com essa falácia, queriam demonstrar que
faziam parte de um povo distante, carente e desprovido de força. Na verdade,
estavam ocultando sua verdadeira identidade a fim de tirar proveito do povo de
Deus.
Como consequência do acordo, por não mais poder quebrar a aliança feita em nome do
Senhor (v. 15), os israelitas tiveram que honrar os inimigos, deixando de
cumprir a ordenança de Deus.
Como
o assunto não é sobre o amor de Deus, mas acaba o envolvendo, é preciso
entender que Moisés já havia recebido a ordem de como proceder com os
habitantes da Terra Prometida, e a transmitiu ao povo:
Dt 7.1-4 “Quando o Senhor, teu Deus, te tiver
introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas
nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus e os cananeus,
e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais
poderosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as
ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto nem terás piedade
delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não
tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de
mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra
vós e depressa vos consumiria” .
Se
a ordem do Senhor, que é justo e reto, era de não fazer concerto nem ter
piedade delas, Josué jamais poderia ter feito o que fez.
Aquelas
nações afrontaram a Deus e deveriam ser desapropriadas pelo exército israelita
(Dt 9.1-29).
Neste caso o certo (que é ajudar) passou a ser errado (que é negligenciar).
Não
se trata de ética situacional, mas de obedecer a ordem de quem é maior que nós.
Se tudo naquela trajetória advinha de Deus, logo, todos os atos, vale a pena
repetir, desde os espirituais até os mais “seculares” (como obras de caridade,
por exemplo), deveriam ser executados sob a égide do Eterno.
A IGREJA PRECISAR VIGIAR
A
igreja contemporânea, como a de todos dos tempos antigos, se encontra em
situação de risco.
Os
inimigos da fé cristã, em alguns momentos, afrontaram os discípulos de Jesus,
como fizeram com os mártires do coliseu romano ou na inquisição religiosa. Mas
em certas circunstâncias, a estratégia tem sido outra, fazem o mesmo que os
gibeonitas e tentam se infiltrar em nosso meio a fim de se misturar e nos
enfraquecer.
Por
que Israel teve de manter a aliança com os gibeonitas, mesmo depois de
descobrir que eles obtiveram o acordo por meio de fraude (Js 9)?
Josué
9 conta de novo o engano e a mentira praticados pelos delegados gibeonitas
(v.4,5), quando chegaram ao acampamento de Israel a fim de celebrar uma aliança
de paz.
Mentiram,
dizendo que chegavam “de uma terra muito distante” (v.9), por causa de sua
admiração pelo Deus de Israel, quede modo tão maravilhoso concedera
prosperidade ao seu povo. Alegaram ter vindo de tão longe que o pão que traziam
ficara envelhecido e duro, na jornada até Gilgal.
Na
verdade, Gibeom ficava a menos de um dia de distância. Sem a menor dúvida, os
gibeonitas eram culpados; haviam enganado Israel, induzindo o povo de Deus a
uma aliança mediante artifícios enganosos.
Em
condições normais, portanto, os hebreus não seriam obrigados a manter aquele
acordo. Qualquer tribunal te-los-ia absolvido e livrado das promessas, à vista
do engano proposital praticado pelos cananeus.
No
entanto, não se tratava de um compromisso comum, um contrato ordinário, pois
fora selado solenemente em nome de Iavé, o Senhor Deus.
Visto que Israel não havia primeiramente
consultado
o Todo-Poderoso a respeito do assunto antes de celebrar o acordo com os pagãos
cananeus, foi obrigado a cumprir as promessas e juramentos feitos em nome de
Iavé (v. 15).
Os
israelitas preferiram confiar em seu próprio julgamento, na evidência do pão
seco e embolorado.
Deixaram
de dirigir-se a Deus em oração a respeito da proposta gibeonita (v. 14). Por
isso, ficaram presos a seu juramento, até mesmo quanto ao futuro incerto.
Quando Israel mais tarde deixou de acatar essa aliança, feita com juramento,
tal fato constituiu grave ofensa contra o Senhor. Ele castigou o povo com
severidade depois que Saul sentenciou alguns gibeonitas à morte (2Sm 21.1-14).
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