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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

TÚMULO DE JONAS CONFIRMA RELATO BÍBLICO


Vandalismo do Estado Islâmico no túmulo de Jonas confirma relato bíblico



Uma passagem do livro de II Reis foi corroborada por uma descoberta arqueológica acidental. O túmulo do profeta Jonas, na antiga região de Nínive – atualmente território do Iraque – foi vandalizado pelo Estado Islâmico, e após a expulsão dos extremistas da região, estudiosos tiveram acesso a detalhes que permaneciam desconhecidos dos pesquisadores.

As inscrições de aproximadamente 2.700 anos fazem referência ao rei assírio Assaradão (filho de Senaqueribe), citado na Bíblia em II Reis 19:35-37. A tradução da inscrição diz: “O palácio de Assaradão, rei forte, rei do mundo, rei da Assíria, governador da Babilônia, rei de Suméri e Akkad, rei dos reis do Egito inferior, alto Egito e Kush [um antigo reino localizado ao sul do Egito na Nubia]”.

Outras inscrições localizadas em outros sítios arqueológicos fazem referência a um período em que a civilização Kush governou o Egito. Agora, a nova descoberta mostra que o rei Assaradão derrotou os governantes Kush e indicou novos líderes para reger a nação.

Segundo informações do portal britânico Telegraph, outra inscrição encontrada sob o túmulo de Jonas registra que o rei “reconstruiu o templo do deus Aššur [o deus principal dos assírios]”, as antigas cidades da Babilônia e Esagil e “renovou as estátuas dos grandes deuses”.

Há ainda, detalhes sobre a árvore genealógica da família real, listando o rei Senaquerib [reinado 704-681 aC] como sendo pai de Assaradão e descendente de Sargão II (reinado 721-705 aC), que também era chamado de “rei do mundo”.

“Eu nunca vi algo como isso gravado em rochas neste tamanho grande”, disse a professora Eleanor Robson, presidente do British Institute for the Study of Iraq. “Os objetos não combinam com as descrições do que pensávamos estar lá, então a destruição do túmulo pelo Estado Islâmico nos levou a um achado fantástico”, pontuou.

“Há uma grande quantidade de história lá, não apenas pedras ornamentais. É uma oportunidade para finalmente mapear o tesouro do primeiro grande império do mundo, do período de seu maior sucesso”, acrescentou.

Ex-curadora do museu de Mosul, a arqueóloga Layla Salih, supervisionou uma equipe de cinco homens que realizou o trabalho de escavação e afirmou que acredita que o Estado Islâmico tenha saqueado centenas de objetos que estavam no fundo do túmulo, antes que as autoridades recuperassem a cidade de Nínive.

“Eu só posso imaginar o quanto Estado Islâmico descobriu lá antes da nossa chegada. Nós acreditamos que eles levaram muitos dos artefatos, como cerâmica e peças menores, para vender no mercado negro. Mas o que eles deixaram será estudado e acrescentará muito ao nosso conhecimento sobre o período”, concluiu.

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