Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós,
destinado a provar-vos... alegrai-vos... sois participantes dos
sofrimentos de Cristo. (1 Pe 4.12,13)
Muitas horas de espera foram necessárias para o enriquecimento da harpa
de Davi; e muitas horas de espera no deserto produzirão em nós um salmo
de "ação de graças e voz de cântico", para levarmos alento aos corações
desanimados, aqui em baixo, para júbilo na casa do Pai, lá em cima.
Que preparação teve o filho de Jessé para produzir aqueles cânticos
nunca igualados na terra? A afronta dos ímpios, que fez brotar nele o
clamor pelo socorro de Deus. Então a tênue esperança na bondade de Deus
desabrochou num cântico de regozijo por Seus poderosos livramentos e
múltiplas misericórdias. Cada tristeza era uma nova corda para sua
harpa; cada livramento outro tema de louvor.
Quão grande seria a nossa perda, se uma só daquelas angústias lhe
tivesse sido poupada; se uma só dentre aquelas bênçãos não fosse
agradecida ou notada; se um só daqueles perigos fosse evitado; quão
grande, sim, seria a perda naquele vibrante Saltério em que o povo de
Deus encontra a expressão de sua tristeza e louvor!
Esperar em Deus e experimentar a Sua vontade é conhecê-lO e participar
dos Seus sofrimentos e ser feito conforme a imagem de Seu Filho. Assim,
se é necessário agora que o vaso de barro seja aumentado para maior
compreensão espiritual, não devemos nos assustar com a grande dose de
sofrimento que nos espera.
A capacidade de compreensão e solidariedade dada por Deus será bem
maior, pois a ação do Espírito Santo não nos torna insensíveis, antes,
pelo contrário, ele torna os nossos sentimentos mais ternos e
verdadeiros. — Anna Shipton
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