Nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. (Gl 5.5)
Há momentos em que tudo nos parece muito escuro — tão escuro que temos
de esperar até mesmo a esperança. Esperar já não é agradável, mesmo
tendo esperança. A demora em se realizar uma esperança nos faz sofrer;
mas esperar a própria esperança, não ver nenhum lampejo no horizonte, e
contudo recusar o desespero; nada ver ante a janela senão noite, e
contudo conservá-la aberta para um impossível aparecimento de estrelas;
ter um lugar vazio no coração e contudo não consentir que o ocupe uma
presença inferior — nisto consiste a maior paciência do universo. É Jó
na tempestade. É Abraão no caminho de Moriá. É Moisés no deserto de
Midiã. É o Filho do homem no jardim do Getsêmani.
Não há paciência mais difícil que a do que fica firme, "como quem vê aquele que é invisível": é a espera pela esperança.
Tu, Senhor, fizeste bela a espera; Tu fizeste divina a paciência. Tu nos
ensinaste que a vontade do Pai pode ser recebida, simplesmente porque é
a Tua vontade. Tu nos revelaste que uma alma pode ver no cálice apenas
tristezas, e contudo tomá-lo, sabendo que o olho do Pai vê melhor do que
o seu.
Dá-me esse Teu poder divino, o poder do Getsêmani. Dá-me o poder de
esperar pela própria esperança, de ficar olhando pela janela, embora não
haja estrelas. Mesmo que se afaste a própria alegria que me foi dada,
concede-me o poder de ficar invicto no meio da noite e dizer: "Aos olhos
de meu Pai ainda deve haver razão para alegria." Alcançarei o clímax da
força, quando tiver aprendido a esperar a esperança. — George Matheson
Esforce-se para ser um daqueles — bem poucos! — que andam na terra com a
consciência vivida de que o desconhecido que os homens chamam de Céu
está "ali mesmo atrás da cena visível das coisas".
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