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sexta-feira, 9 de junho de 2017

MARIA, MÃE DE JESUS - UMA SERVA HUMILDE

MARIA, MÃE DE JESUS - UMA SERVA HUMILDE

Pr. Adaylton de Almeida Conceição

MARIA, A MÃE DE JESUS – QUEM É ESTA MULHER?

Como cristãos, temos motivos de sobra para celebrar Maria como “mãe de Jesus”, mas corremos o risco de esquecer a história daquela mulher simples que viveu num pequeno povoado de uma região periférica no mundo daquele tempo.

Maria de Nazaré é alguém de nossa raça. Como os demais seres humanos, nasceu e viveu num contexto histórico, social, econômico, político e cultural.

Como as outras mulheres, sua natureza humana se desgastou; viu-se atingida pelas inclemências dos anos e envelheceu. Não viveu segregada e protegida. Não é fácil conhecer a história de Maria com objetividade, uma vez que as fontes são os Evangelhos, nos quais os fatos históricos já se apresentam interpretados a partir da fé.

No Novo Testamento há diversas tradições. Maria é referência indireta nos escritos paulinos. Marcos a apresenta como mulher do povo e participante de sua mentalidade. Os Evangelhos da infância apresentam uma teologia bem elaborada sobre a fisionomia espiritual da Virgem, enquanto o quarto evangelista destaca sua fidelidade e seu significado na comunidade cristã.

"O que diz a Bíblia sobre a virgem Maria?"

Maria, a mãe de Jesus, era uma mulher que foi descrita por Deus como “agraciada”. A palavra “agraciada” vem do grego, e significa, essencialmente, “muita graça”. Maria recebeu a Graça de Deus. Graça é “favor imerecido”, que significa que é algo que recebemos apesar do fato de que não o merecemos. Maria precisava de graça de Deus, assim como o resto de nós precisa. Maria compreendeu este fato, como declara em Lucas 1.47, “E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.” Maria reconheceu que precisava ser salva, que ela precisava de Deus como seu Salvador. A Bíblia nunca diz que Maria foi qualquer coisa além de uma mulher comum que Deus escolheu para usar de uma forma extraordinária. Sim, Maria era uma mulher correta e favorecida (agraciada) por Deus (Lucas 1.27-28). Ao mesmo tempo, Maria era também um ser humano pecador como todos os outros, que necessitava de Jesus Cristo como seu Salvador, como todas as outras pessoas. (Eclesiastes 7.20; Romanos 3.23; 6.23; I João 1.18)

Por que Deus escolheu Maria?

Por causa da graça de Deus. Os textos onde Maria é apresentada e que também falam do nascimento de Jesus Cristo não dizem o motivo da escolha.

Não sabemos muito sobre Maria, mas o pouco que diz a Bíblia é que era uma virgem, de Belém, da linhagem de Davi, noiva de José, tinha por parente Isabel (a esposa do sacerdote Zacarias e mãe de João Batista), teve outros filhos depois do nascimento de Jesus e seguiu-o em seu ministério.

O que diz o Antigo Testamento acerca de Maria?

O Antigo Testamento traz uma referência a quem viria a ser a mãe de Jesus. O Messias viria da linhagem de Davi, nasceria de uma virgem (Isaías 7.14), que seria de Belém. (Miquéias 5.2) Com certeza havia muitas jovens virgens de boa reputação naquela época, que viviam em Belém. Mas Deus, escolheu-a, e Maria foi agraciada, ou seja, recebeu o privilégio de dar à luz ao salvador do mundo.

Qual foi a atitude de Maria?

Maria tinha um coração humilde. Quando ela foi visitada pelo anjo, ficou perturbada com a saudação dele (Lucas 1.29) mas aceitou o seu papel. Ela louvou a Deus com um cântico, considerou-se uma serva, literalmente escrava (Lucas 1.48). Ela demonstrou uma atitude de submissão.

“MÃE DE JESUS”

O título acima com certeza causa impacto. O assunto é polêmico, levanta opiniões divergentes e vários questionamentos. O que a Bíblia fala a respeito deste assunto? Qual a importância que Maria recebe nas Escrituras?

Maria, mãe de Jesus certamente não imaginava que sua vida pudesse causar tantas discussões entre as pessoas ou que lhe atribuiriam honras que não lhe são devidas: adoração e glória. Isso certamente não era sua intenção. As pessoas se apegam aos conhecimentos humanos, deturpando a história da mãe de Jesus. Qual é, então, a verdadeira história?

A Palavra de Deus não mente e não deixa dúvidas; por isso está escrito: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão.” (Mateus 24.35) A Bíblia esclarece que toda a adoração pertence a Deus. No Evangelho de Lucas, capítulo 4, verso 8 diz: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto”. Entretanto muitas pessoas insistem em adorar a ela. Na Bíblia não encontramos uma só citação que nos oriente a orar ou venerá-la. Ela não é co-redentora e não conduz ao caminho da salvação. A Palavra diz: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4.12) Não há salvação em outro nome; Jesus é o único que pode levar a salvação. Ele é poder, o próprio poder. “O caminho, a verdade e a vida”. (João 14.6)

MARIA, UM INSTRUMENTO USADO POR DEUS

Amamos e respeitamos Maria, pois ela foi um instrumento usado por Deus para que Sua promessa de salvação se cumprisse. Maria se dispôs ao propósito de Deus. E se não fosse ela, uma outra virgem seria mãe do Senhor Jesus, outra se disporia para que Jesus fosse gerado nela. Ela era uma virgem dotada de virtudes: pureza, obediência, fé e disposição que agradavam a Deus. Maria achou graça diante do Pai. “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus.” (Lucas 1.30.) E quando o Senhor Se manifestou à Maria por meio de um anjo, dizendo-lhe que ela seria mãe do Messias, ela declarou com humildade: “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra.” (Lucas 1.38) Ela se dispôs à ordem do Senhor Deus.

Não se pode torná-la igual ao Senhor Jesus. Deve-se ter respeito, carinho e amor por esta incrível mulher! Jesus, sendo Deus, precisou tomar a forma humana e para isso precisou nascer de uma mulher.

Maria estava perto da cruz quando Jesus morreu (João 19.25). Maria estava com os apóstolos no dia do Pentecostes. (Atos 1.14) Entretanto, jamais se menciona Maria depois de Atos capítulo 1. Os Apóstolos, em nenhum lugar, dão a Maria papel proeminente. A morte de Maria não é registrada na Bíblia. Nada é dito sobre Maria subindo aos Céus, ou tendo qualquer forma de papel exaltado no Céu. Maria deve ser respeitada como a mãe terrena de Jesus, mas ela não é digna de nossa adoração ou exaltação. A Bíblia, em nenhum lugar, indica que Maria pode ouvir orações, ou que ela possa ser mediadora entre nós e Deus. Jesus é nosso único defensor e mediador no Céu. (I Timóteo 2.5)

Está escrito: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (I Timóteo 2.5) Isso vem salientar que Maria não é mediadora entre Deus e os homens e sim Jesus. Quando pedir alguma coisa, peça a Deus em nome de Jesus. “E tudo quanto pedires em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14.13,14)

Uma vez, quando Jesus estava falando, uma mulher na multidão proclamou: “Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste”. (Lucas 11.27) Nunca houve melhor oportunidade para Jesus declarar que Maria era verdadeiramente digna de louvor e adoração. Mas qual foi a resposta de Jesus? “Antes bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas 11.28). Para Jesus, a obediência à Palavra de Deus era MAIS IMPORTANTE do que ser a mulher que o pôs no mundo. Em nenhum lugar das escrituras Jesus, ou qualquer outra pessoa, dirige qualquer louvor, glória ou adoração a Maria. Isabel, parente de Maria, a louvou em Lucas 1.42-44, mas seu louvor é baseado no fato de que Maria daria à luz Jesus. Não foi baseado em qualquer glória inerente a Maria.

A Difícil Missão da Mãe de Jesus

Para entendermos um pouco melhor a missão de Maria, vamos, por um momento, sem querer nos comparar, pensar em nossas famílias.

Na condição de pais, pretendemos constantemente buscar o melhor para nossos filhos, preocupando-nos com seu bem-estar. Sofremos diante de suas dores e nos alegramos com suas alegrias. Isso é natural, para a maioria dos pais e mães encarnados, que desejam estar ao lado de sua prole, para que possam sentir-se amparada em sua caminhada.

Agora, imaginemos dentro de nossa condição limitada, como se sentiu Maria ao perceber que seu filho muito amado, sendo rejeitado e mortificado pela ignorância humana, nada podia fazer para impedir o sofrimento daquele que lhe encantara os dias com a luz de suas palavras e de seus sorrisos.
De qualquer forma, precisamos entender que quando Maria afirmou: “Eu sou a serva do Senhor” ela realmente queria dizer isso, ou seja, que compreendia que sua vida seria marcada pela renúncia e pela prática do amor incondicional.

CINCO ASPECTOS IMPORTANTES SOBRE MARIA:

1- Maria só esteve virgem até o nascimento de Jesus (“Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus”, Mateus 1.25), tendo depois outros filhos, como é comprovado em Marcos, capítulo 6, verso 3 que diz: “Não é este o carpinteiro,

filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs?” A expressão virgem Maria, portanto, não é apropriada.

2- Quando Jesus nasceu, os magos foram visitá-Lo e logo O adoraram: “Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando- se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra.”(Mateus 2.11). Os magos adoraram a Jesus e não à sua mãe, Maria.
3- Maria é bendita entre as mulheres e não bendita acima das mulheres. Confira: “Bendita és tu entre as mulheres.” (Lucas 1.42) “Entre” quer dizer: está no meio, estar junto. Deus a distinguiu com um fim específico, entre as mulheres.

4- Maria é mãe de Jesus, não de Deus. Porque Deus sempre existiu. Além disso, em toda a Bíblia só será encontrada a expressão: “Maria, mãe de Jesus”.

5- Maria amava a Jesus e O tinha como o seu Salvador. Por isso ela declarou: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.” (Lucas 1.46,47) Nesse cântico ela declara que também precisa de um Salvador: Jesus. Maria se coloca na posição de pecadora.

“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 8.32). JESUS é a verdade que liberta. Às vezes, muitas pessoas, se veem confusas diante de tantas religiões, tantas crenças e tantos caminhos que na verdade são “descaminhos”. Mas quando se lê a Palavra de Deus ou quando abrimos os olhos espirituais permitindo que Deus fale com cada um de nós, tudo se torna mais compreensível. A Bíblia não nos deixa sem respostas quanto à salvação e à adoração a Jesus.

Ele morreu, mas ressuscitou; Ele está vivo em nós, não por meio de imagens ou ídolos feitos por mãos, mas por meio do Seu Espírito Santo (confira no Evangelho de João, capítulo 14, versos 16 a 31). Jesus morreu para que tivéssemos acesso ao Pai. Maria foi uma irmã em cristo, agraciada por Deus, bendita entre as mulheres. Como nós, foi salva e justificada por Jesus Cristo. Não vamos dar a outros a adoração que só pertence ao nosso Deus!

CONCLUSÃO

A última noticia que temos de Maria, com certa garantia histórica, é o que encontramos em At 1,14: permanecia em oração com a primeira comunidade cristã, suplicando a vinda do Espírito. Nada dizem os escritos apostólicos sobre os últimos dias e a morte de Maria. Segundo João 19.27, o “discípulo amado” acolhe em sua casa a mãe de Jesus. Embora a intenção principal do evangelista seja mais teológica que histórica, talvez tenha vindo daí a tradição popular: Maria ficou com o “discípulo amado” (que se veio identificando com João) em Patmos, e ali terminou seus dias.

Pr. Adaylton de Almeida Conceição (Th.B.;Th.M.Th.D.;D.Hu.)

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