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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Um Novo Homem: O Mistério do Messias

Um Novo Homem: O Mistério do Messias


Ariel Blumenthal

Paulo conclui o seu ensino sobre Um Novo Homem nos 6 primeiros versículos de Efésios capítulo 3. Ele chama isso de “mistério”, e depois “o mistério de Cristo”, que foi revelado de modo especial a ele pela graça de Deus. Ele até declara que esse mistério é algo que ainda não havia sido revelado (ou pelo menos não da mesma maneira) para os profetas do Velho Testamento; mas que naquela época foi revelado para os apóstolos e profetas do Novo Testamento e por meio deles. Ele conclui: “a saber, que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho... (Ef 3.4-6).

Aqui, o apóstolo utiliza três palavras compostas no grego para descrever o mistério: synkleroma, synsoma, synmetoka — todas começando com o prefixo “syn,” a partir do qual encontramos palavras em português como:  sincronizar, sintetizar e sinergia. Estudiosos do grego do Novo Testamento nos dizem que é difícil captar o peso dessas três palavras em outros idiomas.

Primeiramente temos synkleroma — “coerdeiros”. Legalmente este termo não sugere apenas uma igualdade de privilégio compartilhado, como uma parceria empresarial ou membros de uma família que irão compartilhar lucros ou uma herança; não se trata meramente de “coerdeiros” como na história dos dois irmãos do Filho Pródigo, ou seja: “nós temos um pai em comum, eu pego a minha parte e você pegue a sua”; ao invés disso, são como dois “irmãos de sangue” que estão irreversivelmente unidos um ao outro, totalmente dependentes um do outro por qualquer herança, esperança, e sucesso que possam receber do pai em comum. No Messias, nós judeus não receberemos a nossa herança plena até que todas as nações a recebam – e vice-versa!

Em segundo lugar, vem synsoma — povo “de um corpo em comum”, “de um só corpo”. Como em Romanos 12.5 ou 1 Coríntios 12.27, o apóstolo descreve a ecclesia com um termo biológico, orgânico — somos um corpo vivo, e Cristo é o cabeça. Agora, no Evangelho do Messias, Judeus e Gentios se tornaram um mesmo organismo, com o mesmo sangue espiritual de Cristo nos unindo; temos o mesmo DNA celestial, pertencemos à mesma família, fazemos parte da mesma casa (Jo 1.13). O que quer que aconteça a uma parte do Corpo afetará o todo.

Por último, temos synmetoka—“participantes da mesma promessa” em Cristo Jesus. “Promessa” está no singular, não são “promessas”. Em sintonia com todos os outros escritos de Paulo, podemos entender que ele se referiu especificamente para a promessa feita a Abraão inicialmente que já apontava para o Evangelho, como foi detalhado em Romanos 4, 8.17, e Gálatas 3.26-29. Romanos 4.11-17 reúne todas essas ideias de Efésios 3.6, e dos outros capítulos deste livro.

Para Abraão foi feita uma promessa (singular), descrita de duas formas: que ele seria o “herdeiro do mundo” e que ele seria “pai de muitas nações”. O incrível mistério do Evangelho é que em Cristo Jesus (o mais importante filho de Abraão) Judeus e Gentios são coerdeiros lado a lado da mesma promessa abraâmica; somos membros da mesma família messiânica (o Corpo do Messias); e tudo isso é baseado exatamente na mesma promessa feita para o nosso ancestral, agora pai de ambos os povos – Abraão.


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