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terça-feira, 7 de agosto de 2018

ARGUMENTO SOBRE DEUS (8)

Argumento da percepção

Quando nos damos conta da tremenda ordem e inteligibilidade presente no universo, travamos contato que nossa inteligência pode apreender. A inteligência é parte do que encontramos no mundo. Entretanto, o universo não é, por si mesmo, intelectualmente consciente. Por maiores que sejam as possibilidades da natureza, ela não sabe avaliar sua própria existência. No entanto, nós seres humanos temos a capacidade intelectual de conhecer as possibilidades da natureza e a nós mesmos. O fato de o universo ser organizado de forma tão inteligente e harmônica, e de nós, seres humanos, sermos dotados de inteligência racional ratifica o “Argumento do desígnio divino”. Existem similaridades entre estes ambos argumentos.

1. De acordo com nossa experiência, percebemos que o universo é inteligível. Esta inteligibilidade significa que o universo pode ser assimilado pela nossa inteligência.

2. O universo inteligível e a nossa mente finita adequada para assimilá-lo são produtos de uma inteligência superior.

3. Tudo isso não veio a existir por mero acaso.

4. Portanto, o universo finito e nossa mente adequada para assimilá-lo são produtos de uma inteligência superior; de Deus.

Queremos focar agora nossa atenção na terceira premissa, a de que tudo o que existe não surgiu por mero acaso. Na obra “Milagres”, de C.S. Lewis, o autor apresenta no terceiro capítulo, um forte argumento contra o naturalismo (a filosofia naturalista) e sua visão de que tudo – incluindo nosso pensamento e nosso julgamento – pertence a um sistema vasto e interligado de causas e efeitos meramente naturais. Lewis mostra que o  naturalismo não oferece um bom motivo para acreditarmos que sua concepção do mundo seja verdadeira, porque todos os julgamentos seriam igualmente e em última instância, resultados de forças naturais não-racionais. Se a doutrina naturalista fosse verdadeira, o que chamamos de mero acaso seria a maneira como a natureza física operaria em última instância – isenta de qualquer plano racional e propósito. Portanto, o argumento de C.S. Lewis é coerente, e a terceira premissa de nosso argumento se sustenta, pois o mero acaso não pode ser a fonte de nossa inteligência; não pode ter produzido-a.

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