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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O PERIGO DAS DROGAS

Por: Prof. Adaylton Almeida Conceição

O uso ilícito de drogas nos últimos anos tem aumentado num ritmo alarmante e tem ultrapassado todas as fronteiras sociais, econômicas, políticas e internacionais. Esse aumento pode ser atribuído a vários fatores, entre os que figuram a falta de informação fidedigna sobre os perigos a longo e curto prazo do consumo de drogas; ao caráter limitado das atividades preventivas (quase que inexistentes em nosso país), falta de um trabalho junto às comunidades, e a falta de consciência sobre a magnitude do problema dos estupefacientes. Geralmente destinas esse trabalho à área de saúde, onde se visa apenas o tratamento de álcool e drogas, esquecendo-se da prevenção.
A prevenção do uso indevido de drogas – mediante a sensibilização, a educação e a ação é fundamental para lograr deter o uso indevido de drogas e a criminalidade associada à mesma. Para aquelas pessoas que se iniciou no uso indevido de drogas, a educação brinda um caminho para uma intervenção e um tratamento com êxito, para sensibilizá-las sobre os riscos e perigos do uso indevido e continuado de drogas, e lhes ajuda a deixar seu uso.
Nos Estados Unidos da América, George Gallup, fez uma pesquisa e pediu aos adolescentes que mencionasse qual era a principal ameaça para sua geração. A resposta foi a seguinte:
1) O abuso de drogas - 35% ;
2) O desemprego -16%;
3) O abuso do álcool; e
4) A pressão dos amigos.
Por que um perigo de tamanha magnitude comumente é ignorado por nossos governantes Municipais, Estaduais e Federais?

O que é uma droga?
As drogas, “são quaisquer substâncias químicas, sólidas, líquidas ou gasosas que, ao serem usadas pelo indivíduo, alteram seu estado de consciência.” O resultado direto da droga se apresenta no cérebro do usuário, produzindo uma intoxicação, um estado mental alterado e, supostamente, “agradável”.
Hoje há diferentes classificações para designar a um “adito”. O que é um adito ou um dependente? O que significa adição? “Se uma pessoa orienta sua vida ao redor de determinada droga, se sente que não pode viver sem ela e se sofre sintomas físicos quando a droga lhe é retirada, poderia ser classificado como um adito”.
Podemos dizer que, “a adição é uma compulsão irresistível de usar uma droga cada vez com mais freqüência e em quantidades maiores, mesmo conhecendo os sérios efeitos físicos ou psicológicos e o dano extremo que resulta nas relações pessoais e no sistema de valores da pessoa”. O que diferencia a vítima, é o tipo de droga e o ambiente onde se usa.

Informando
Uma das melhores maneiras de prevenir o uso de drogas é assegurando-se de que a população esteja bem informada sobre o assunto. Até agora tem sido muitos os modelos de prevenção que têm colocado muita ênfase na informação e a mudança de atitudes, partindo de uma relação simplista e ingênua. Tal relação supõe que o incremento da informação sobre as substâncias e seus efeitos negativos, conduzirá ao fortalecimento das atitudes e, portando, das condutas positivas. Mas como se sabe, a informação por si só não conduz à mudança de conduta. Às vezes não é suficiente. Pensar que a conduta responde à racionalidade e que a pessoa simplesmente ao conhecer os riscos e seus custos mudará de atitude, é como omitir outros aspectos chaves que influenciam sobre o comportamento, tais como: nível emocional, história de aprendizagem, expectativa pessoais e sociais, etc.

Informar não é educar
Lamentavelmente, as campanhas costumam ser ações isoladas e fora do contexto, dirigidas a uma população heterogênea e realizadas à margem dos grupos organizados da comunidade, com um planejamento e direção centralizada, com uma grande mobilização de meios publicitários, propagandísticos e orçamentários.
Este tipo de ação costuma ter uma eficácia limitada já que seu impacto é de escassa duração. Os cidadãos não estabelecem relações causa-efeito e as mensagens correm o risco – por estar fora do contexto – de não ser efetivas. Se, além disso, as campanhas se limitam a dar informação simplistas do tipo negativo como: “Não às drogas“ ou “ A droga mata”, fica uma lacuna entre o informado e o que o público necessita saber sobre o tema.
Atualmente, nossa maior preocupação é de como conseguir que as pessoas – os grupos e as comunidades – adotem comportamentos saudáveis, principalmente no que se refere ao hábito de consumir drogas, em virtude dos problemas sociais que está causando. A tarefa não é fácil, já que implica na coordenação dos recursos teóricos e empíricos de diferentes disciplinas e profissionais e, sobre tudo, a adoção de mudanças políticas e sociais.
Se aceitarmos que a opção de consumir drogas não é uma opção exclusivamente individual, mas que o ambiente onde vivemos fomenta tais opções, a Educação para a Saúde não deveria ser apenas a de “fazer palestras”, como geralmente vem sendo feito em nosso país. As palestras tem sua importância e servirão como antecedentes a fim de sensibilizá-los para uma mudança de atitude. Também deveriam aplicar-se determinadas técnicas pedagógicas ou psicológicas orientadas ao individuo ou ao grupo. A Educação para a Saúde teria que ser uma tarefa de reestruturação ambiental e pessoal, o que permitiria que fosse mais fácil fazer opções saudáveis.
A chave para controlar o tráfico e o abuso de drogas, é reduzir a demanda, portanto a prevenção e a educação devem ser os pilares principais neste trabalho.

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O autor é Professor, Jornalista, Teólogo e Psicanalista. Ex-Assessor Geral e Conselheiro da UNOY (Escritório das Nações Unidas para a Juventude).

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