Anel com o nome "Pilatos" é encontrado em
Herodium, Israel.
Apesar de ter sido encontrado há já 50 anos atrás
nas escavações do palácio de Herodes, perto de Belém, um trabalho recente de
limpeza leva os entendidos a acreditarem que se trata realmente do anel do
governador Pôncio Pilatos, o governador da Judeia que julgou o "caso"
do Messias Jesus.
O anel, em cobre, tem 2 mil anos e tem inscrita a
frase: "de Pilatos." A confirmar-se, será a segunda peça arqueológica
a comprovar a existência do infame governador.
Foi necessário um polimento "a sério"
para se perceber o valor do objeto até agora negligenciado entre muitos outros
encontrados na altura.
Pilatos foi um governador romano destacado para a
província da Judeia entre os anos 26 e 36 d.C., e está mencionado várias vezes
nos textos do Novo Testamento, tendo sido o responsável pelo julgamento do
Messias Jesus.
O anel estava numa colecção de centenas de achados
nas escavações de 1968-69 conduzidas pelo arqueólogo Gideon Foerster, numa
secção do túmulo e palácio do rei Herodes em Herodium, utilizados durante a
"Primeira Revolta Judaica" (66 - 73 d.C.). O actual director das
escavações Roi Porat tinha recentemente pedido que se fizesse uma completa
limpeza de laboratório e um exame académico ao anel de cobre.
ANÁLISE CIENTÍFICA
A análise científica foi publicada na semana
passada no "Jornal das Explorações em Israel", o órgão bi-anual da
"Sociedade das Explorações de Israel." A notícia foi amplamente
divulgada também pelo diário "Haaretz" sob o título: "Anel do
governador romano Pôncio Pilatos, que crucificou Jesus, achado no Herodium, na
Margem Ocidental."
Para o atual explorador Porat, "todas as
explicações são igualmente prováveis sobre quem seria o histórico dono deste
simples anel de cobre."
"Era importante publicar um cuidadoso artigo
científico" - afirmou o arqueólogo, acrescentando: "Mas, na prática,
temos um anel com a inscrição do nome Pilatos e a ligação pessoal desperta logo
a atenção."
NÃO POSTERIOR AO ANO 71 D.C.
O anel foi encontrado numa sala onde se encontrou
uma camada arqueológica datada de um período não posterior a 71 d.C. , com uma
"riqueza de achados", incluindo uma matriz em vidro, uma ostraca,
cerâmica variada, e "uma abundância" de artefatos em metal, tais como
setas em ferro, uma grande quantidade de moedas da época da "Primeira
Revolta Judaica", e um anel em liga de cobre.
"DE PILATOS"
Bem no meio do anel encontra-se em krater gravado,
e um grande vaso de vinho cercado por letras gregas "parcialmente
deformadas" onde se lê "de Pilatos."
Um grande vaso de vinho semelhante ao que se
encontra gravado no anel foi achado também numa moeda de bronze, datada dos
anos 67-68 d.C., respectivamente o segundo e terceiro ano da revolta judaica.
UM NOME INVULGAR
Ainda que o nome Pôncio fosse vulgar entre os
romanos no período do Segundo Templo, o nome Pilatos não era. O único artefato
histórico aceite como testemunha da vida do governador romano está predicada no
seu nome incomum.
"PEDRA PILATOS"
A famosa "pedra Pilatos" é um massivo
bloco de construção com uma inscrição e que foi encontrado nas escavações de
1961 no teatro de Cesaréia Marítima. Esta laje foi encontrada deitada, com a
face para baixo, tendo sido adaptada para ser usada como degrau.
Esta pedra contém 4 linhas de textos, podendo-se
ler em duas delas: ""(Po)ncio Pilatos ...(Pref)eito da Judeia."
Os melhores cálculos datam a pedra entre os anos 31 e 36 d.C.
Segundo um perito nesta matéria,"o nome de
família Pôncio era comum no centro e Norte da Itália nesta época, mas o nome
'Pilatos' era 'extremamente raro.'"
"Devido à raridade do nome Pilatos, que
aparece completo, e visto que só um Pôncio Pilatos é que foi alguma vez
governador da Judeia, esta identificação deve ser vista como inteiramente
certa" - afirmou o cientista.
IMPROVÁVEL TER SIDO DE PILATOS...
Para outros peritos, no entanto, é improvável que o
homem descrito no Novo Testamento e citado por Flávio Josefo na sua obra
"Antiguidades e Guerras", por Tácito nos seus "Anais", e
por Filo, no seu "De Legatione ad Gaium" usasse um anel tão
rudimentar.
"Simples anéis todos em metal como o anel de
Herodium eram basicamente pertença dos soldados, de oficiais herodianos e
romanos, e de gente da classe média" - comentam os peritos, acrescentando:
"É portanto improvável que Pôncio Pilatos, o poderoso e rico prefeito da
Judeia, tivesse usado um anel tão fino e feito de cobre."
Segundo estes autores, o anel poderia ter
pertencido a outro romano chamado Pilatos, ou a alguém sob a autoridade do
governador, a algum membro da sua família, ou até a algum dos seus escravos
libertado.
Mas para Porat, não é improvável que Pilatos
pudesse usar um anel de ouro para os deveres cerimoniais e um outro, em cobre,
para os afazeres diários...
Seja como for, o nome Pilatos aparece lá. Disso ninguém
duvida...
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