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VIDAS

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. A VIDA ETERNA, DE RENÚNCIAS!

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

DEVOCIONAL - 01 DE DEZEMBRO DE 2017

Resta ainda um repouso para o povo de Deus. (Hb 4.9)

O repouso inclui vitória: "E o Senhor lhes deu repouso em redor; ... todos os seus inimigos o Senhor deu na sua mão." (Js 21.44)

Um destacado obreiro cristão contava que sua mãe era uma crente muito cheia de ansiedades. Ele conversava prolongadamente com ela, procurando convencê-la do pecado de inquietar-se. Mas sem resultado. Ela era como aquela velhinha que dizia sempre ter sofrido muito principalmente por causa de dificuldades que nunca se tornaram realidade.

Mas certa manhã aquela mãe desceu para o café toda sorridente. O filho perguntou-lhe o que havia acontecido e ela respondeu que tinha tido um sonho.

Havia sonhado que ia andando por uma estrada, junto com uma multidão que parecia muito cansada e sobrecarregada. Quase todas as pessoas estavam carregando uns pequenos embrulhos pretos; e ela notou que numerosos seres repulsivos, que ela julgou serem espíritos do mal, é que jogavam ao chão esses pacotes, para as pessoas pegarem e carregarem.

Como os demais, ela também estava carregando alguns daqueles pacotes desnecessários, e andava curvada ao peso dos fardos do diabo. Olhando para cima, depois de algum tempo, ela viu um Homem com o rosto luminoso e cheio de amor, que passava por entre a multidão e confortava as pessoas.

Finalmente Ele chegou perto dela, e ela viu que era o seu Salvador. Levantou para Ele os olhos e contou-Lhe como estava cansada. Ele sorriu tristemente e disse:

"Minha filha, eu não lhe dei esses fardos; você não precisa carregá-los. São fardos do inimigo, e estão desgastando a sua vida. Largue-os, simplesmente; recuse-se a tocá-los, e verá que o caminho é suave, e você será transportada como em asas de águia."

Ele tocou-a, e paz e gozo perpassaram o seu ser. Lançando de si o fardo, ela estava para atirar-se aos pés dEle em feliz agradecimento, quando de repente acordara, vendo que todas as suas preocupações tinham-se acabado. Daquele dia até ao fim da sua vida ela foi a pessoa mais animada e feliz daquela casa.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O PERIGO DOS GIBEONITAS


O PERIGO DOS GIBEONITAS  (de Gebeão)
 
Objetivo: Mostrar que precisamos estar vigilantes para que não sejamos levados por aqueles que, com seus artifícios ardilosos, infiltram-se em nosso meio, visando impedir a concretização das promessas de Deus e para que façamos conchavos com o mundo.

Na lição de hoje, estudaremos, a partir da infiltração gibeonita entre o povo de Israel, as consequências da falta de vigilância. A princípio, veremos que por causa daquele acordo, a autoridade do povo enfraqueceu.

O quadro que agora se apresenta surpreende novamente, pois o que ocorrera na batalha anterior deveria ter soado com um alerta para o líder Josué (Pv 14.12).

Lamentavelmente, Josué, uma vez mais, deixou-se levar pela “lógica” humana ou pela emoção do momento, trazendo prejuízos duradouros a Israel (Jz 3.1-3). O erro nesta lição está ainda mais evidente que na anterior, a não-orientação divina faz toda a diferença quando se trata de tomar decisões (Js 9.14).

A ética maquiavélica “dos meios justificados pelos fins”, não serve para ninguém (principalmente para o cristão), mas muito menos para quem está sob o comando de Deus

A PROPOSTA ARDILOSA DOS GIBEONITAS

A cidade dos gibeonitas era maior que a cidade de Ai, e tinhas muitos guerreiros  (10.2).
Os gibeonitas, temendo o poder do exército israelita, propuseram uma aliança amigável com o povo de Israel, a fim de preservar a vida.

Eles ouviram falar das conquistas de Josué e imaginaram que, caso lutassem contra ele, seriam derrotados. Para evitar que isso acontecesse, se aproximaram de Israel para fazer um pacto, na verdade, tratava-se de uma manobra ardilosa, com o intuito de enganar o exército de Deus.

Os gibeonitas, como os demais povos de Canaã, deveriam ser destruídos, conforme haviam recebido instrução divina (Dt. 7.1-6). Mesmo assim, Israel fez uma concessão, indo de encontra à Palavra de Deus, fizeram um acordo com os gibeonitas.

Em Js. 9.4 e 5, está escrito que eles “tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados; e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento”.

Com essa falácia, queriam demonstrar que faziam parte de um povo distante, carente e desprovido de força. Na verdade, estavam ocultando sua verdadeira identidade a fim de tirar proveito do povo de Deus.

Como consequência do acordo, por não mais poder quebrar a aliança feita em nome do Senhor (v. 15), os israelitas tiveram que honrar os inimigos, deixando de cumprir a ordenança de Deus.

Como o assunto não é sobre o amor de Deus, mas acaba o envolvendo, é preciso entender que Moisés já havia recebido a ordem de como proceder com os habitantes da Terra Prometida, e a transmitiu ao povo:

Dt 7.1-4 “Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto nem terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria” .
Se a ordem do Senhor, que é justo e reto, era de não fazer concerto nem ter piedade delas, Josué jamais poderia ter feito o que fez.

Aquelas nações afrontaram a Deus e deveriam ser desapropriadas pelo exército israelita (Dt 9.1-29).

Neste caso o certo (que é ajudar) passou a ser errado (que é negligenciar).

Não se trata de ética situacional, mas de obedecer a ordem de quem é maior que nós. Se tudo naquela trajetória advinha de Deus, logo, todos os atos, vale a pena repetir, desde os espirituais até os mais “seculares” (como obras de caridade, por exemplo), deveriam ser executados sob a égide do Eterno.

A IGREJA PRECISAR VIGIAR

A igreja contemporânea, como a de todos dos tempos antigos, se encontra em situação de risco.

Os inimigos da fé cristã, em alguns momentos, afrontaram os discípulos de Jesus, como fizeram com os mártires do coliseu romano ou na inquisição religiosa. Mas em certas circunstâncias, a estratégia tem sido outra, fazem o mesmo que os gibeonitas e tentam se infiltrar em nosso meio a fim de se misturar e nos enfraquecer.


Por que Israel teve de manter a aliança com os gibeonitas, mesmo depois de descobrir que eles obtiveram o acordo por meio de fraude (Js 9)?

Josué 9 conta de novo o engano e a mentira praticados pelos delegados gibeonitas (v.4,5), quando chegaram ao acampamento de Israel a fim de celebrar uma aliança de paz.

Mentiram, dizendo que chegavam “de uma terra muito distante” (v.9), por causa de sua admiração pelo Deus de Israel, quede modo tão maravilhoso concedera prosperidade ao seu povo. Alegaram ter vindo de tão longe que o pão que traziam ficara envelhecido e duro, na jornada até Gilgal.

Na verdade, Gibeom ficava a menos de um dia de distância. Sem a menor dúvida, os gibeonitas eram culpados; haviam enganado Israel, induzindo o povo de Deus a uma aliança mediante artifícios enganosos.

Em condições normais, portanto, os hebreus não seriam obrigados a manter aquele acordo. Qualquer tribunal te-los-ia absolvido e livrado das promessas, à vista do engano proposital praticado pelos cananeus.

No entanto, não se tratava de um compromisso comum, um contrato ordinário, pois fora selado solenemente em nome de Iavé, o Senhor Deus.

Visto que Israel não havia primeiramente
consultado o Todo-Poderoso a respeito do assunto antes de celebrar o acordo com os pagãos cananeus, foi obrigado a cumprir as promessas e juramentos feitos em nome de Iavé (v. 15).  

Os israelitas preferiram confiar em seu próprio julgamento, na evidência do pão seco e embolorado.
Deixaram de dirigir-se a Deus em oração a respeito da proposta gibeonita (v. 14). Por isso, ficaram presos a seu juramento, até mesmo quanto ao futuro incerto.

Quando Israel mais tarde deixou de acatar essa aliança, feita com juramento, tal fato constituiu grave ofensa contra o Senhor. Ele castigou o povo com severidade depois que Saul sentenciou alguns gibeonitas à morte (2Sm 21.1-14).

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Nicholas Winton

DOUTRINA DA ELEIÇÃO

João Calvino
O termo Calvinismo é dado ao sistema teológico da Reforma protestante, exposto e defendido por João Calvino (1509-1564). Seu sistema de interpretação bíblica pode ser resumido em cinco pontos, conhecidos como “os 5 pontos do Calvinismo”:

1 - (Depravação total) - Todos os homens nascem totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais;
2  - (Eleição incondicional) - Deus escolheu dentre todos os seres humanos decaídos um grande número de pecadores por graça pura, sem levar em conta qualquer mérito, obra ou fé prevista neles;
3 - (Expiação limitada) - Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o preço do resgate somente dos eleitos;
4 - (Graça Irresistível) - A Graça de Deus é irresistível para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles;
5 - (Perseverança dos Santos) - Todos os eleitos vão perseverar na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a salvação.

Jacobus Arminius
Ø   O Arminianismo é o sistema de Teologia formulado por Jacobus Arminius (1560-1609), teólogo da Igreja holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino. 

Armínio apresentou seu sistema em 5 pontos:

1 - Capacidade humana, Livre-arbítrio - Todos os homens embora sejam pecadores, ainda são livres para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece;
2 - Eleição condicional - Deus elegeu os homens que ele previu que teriam fé  em Cristo;
3 - Expiação ilimitada - Cristo morreu por todos os homens e não somente pelos eleitos;
4 - Graça resistível - Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem salvos;
5 - Decair da Graça - Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na fé até o fim.
O sistema teológico de Armínio foi derrotado no Sínodo de Dort em 1619 na Holanda, por ser considerado antibíblico.
Por incrível que possa parecer, hoje o Arminianismo é o sistema teológico adotado pela maior parte das igrejas evangélicas. As seitas e o Catolicismo Romano também rejeitam o Calvinismo.

ARMINIANISMO X CALVINISMO
Categoria
Arminianismo
Calvinismo

1. Livre-Arbítrio ou Capacidade Humana
1. Incapacidade Total
ou Depravação Total
Depravação Total
Embora a queda de Adão tenha afetado seriamente a natureza humana, as pessoas não ficaram num estado de total incapacidade espiritual. Todo pecador pode arrepender-se e crer, por livre-arbítrio, cujo uso determinará seu destino eterno. O pecador precisa da ajuda do Espírito, e só é regenerado depois de crer, porque o exercício da fé é a participação humana no novo nascimento.

(Is 55:7; Mt 25:41-46; Mc 9:47-48; Rm 14:10-12; 2Co 5:10)
O homem natural não pode sequer apreciar as coisas de Deus. Menos ainda salvar-se. Ele é cego, surdo, mudo, impotente, leproso espiritual, morto em seu pecado, insensível à graça comum. Se Deus não tomar a iniciativa, infundindo-lhe a fé salvadora, e fazendo-o ressuscitar espiritualmente, o homem natural continuará morto eternamente.
(Sl 51:5; Jr 13:23; Rm 3:10-12; 7:18; 1Co 2:14; Ef 1:3-12; Cl 2:11-13)

2. Eleição Condicional
2. Eleição Incondicional
Eleição Incondicional
Deus escolheu as pessoas para a salvação, antes da fundação do mundo, baseado em Sua presciência. Ele previu quem aceitaria livremente a salvação e predestinou os salvos. A salvação ocorre quando o pecador escolhe a Cristo; não é Deus quem escolhe o pecador. O pecador deve exercer sua própria fé, para crer em Cristo e ser salvo. Os que se perdem, perdem-se por livre escolha: não quiseram crer em Cristo, rejeitaram a graça auxiliadora de Deus.

(Dt 30:19; Jo 5:40; 8:24; Ef 1:5-6, 12; 2:10; Tg 1:14; 1Pe 1:2; Ap 3:20; 22:17)
Deus elegeu alguns para a salvação em Cristo, reprovando os demais. Aos eleitos Deus manifesta a Sua misericórdia e aos reprovados a Sua justiça. Deus não tem a obrigação de salvar ninguém, nem homens nem anjos decaídos. Resolveu soberanamente salvar alguns homens (reprovando todos os demais) e torná-los filhos adotivos quando eram filhos das trevas. Teve misericórdia de algumas criaturas, e deixou as demais (inclusive os demônios) entregues às suas próprias paixões pecaminosas. A salvação é efetuada totalmente por Deus. A fé, como a salvação, é dom de Deus ao homem, não do homem a Deus.

 (Ml 1:2-3; Jo 6:65; 13:18; 15:6; 17:9; At 13:48; Rm 8:29, 30-33; 9:16; 11:5-7; Ef 1:4-5; 2:8-10; 2Ts 2:13; 1Pe 2:8-9; Jd 1:4)

3. Redenção Universal ou Expiação Geral
3. Redenção Particular ou Expiação Limitada
Expiação Limitada
O sacrifício de Cristo torna possível a toda e qualquer pessoa salvar-se pela fé, mas não assegura a salvação de ninguém. Só os que crêem nEle, e todos os que crêem, serão salvos.

(Jo 3:16; 12:32; 17:21; 1Jo 2:2; 1Co 15:22; 1Tm 2:3-4; Hb 2:9; 2Pe 3:9; 1Jo 2:2)
Segundo Agostinho, a graça de Deus é “suficiente para todos, eficiente para os eleitos”. Cristo foi sacrificado para redimir Seu povo, não para tentar redimi-lo. Ele abriu a porta da salvação para todos, porém, só os eleitos querem entrar, e efetivamente entram.

(Jo 17:6,9,10; At 20:28; Ef 5:15; Tt 3:5)


4. Pode-se Efetivamente Resistir ao Espírito Santo
4. A Vocação Eficaz do Espírito
ou Graça Irresistível
Graça Irresistível
Deus faz tudo o que pode para salvar os pecadores. Estes, porém, sendo livres, podem resistir aos apelos da graça. Se o pecador não reagir positivamente, o Espírito não pode conceder vida. Portanto, a graça de Deus não é infalível nem irresistível. O homem pode frustrar a vontade de Deus para sua salvação.

(Lc 18:23; 19:41-42; Ef 4:30; 1Ts 5:19)
Embora os homens possam resistir à graça de Deus, ela é, todavia, infalível: acaba convencendo o pecador de seu estado depravado, convertendo-o, dando-lhe nova vida, e santificando-o. O Espírito Santo realiza isto sem coação. É como um rapaz apaixonado que ganha o amor de sua eleita e ela acaba casando-se com ele, livremente. Deus age e o crente reage, livremente. Quem se perde tem consciência de que está livremente rejeitando a salvação. Alguns escarnecem de Deus, outros se enfurecem, outros adiam a decisão, outros demonstram total indiferença para as coisas sagradas. Todos, porém, agem livremente. (Jr 3:3; 5:24; 24:7; Ez 11:19; 20; 36:26-27; 1Co 4:7; 2Co 5:17; Ef 1:19-20; Cl 2:13; Hb 12:2)

5. Decair da Graça
5. Perseverança dos Santos
Perseverança dos Santos
Embora o pecador tenha exercido fé, crido em Cristo e nascido de novo para crescer na santificação, ele poderá cair da graça. Só quem perseverar até o fim é que será salvo.

(Lc 21:36; Gl 5:4; Hb 6:6; 10:26-27; 2Pe 2:20-22)
Alguns preferem dizer “perseverança do Salvador”. Nada há no homem o que o habilite a perseverar na obediência e fidelidade ao Senhor. O Espírito é quem persevera pacientemente, exercendo misericórdia e disciplina, na condução do crente. Quando ímpio, estava morto em pecado, e ressuscitou: Cristo lhe aplicou Seu sangue remidor, e a graça salvífica de Deus infundiu-lhe fé em para crer em Cristo e obedecer a Deus. Se todo o processo de salvação é obra de Deus, o homem não pode perdê-la! Segundo a Bíblia, é impossível que o crente regenerado venha a perder sua salvação. Poderá até pecar e morrer fisicamente (1Co 5:1-5). Os apóstatas nunca nasceram de novo, jamais se converteram. (Is 54:10; Jo 6:51; Rm 5:8-10; 8:28-32, 34-39; 11:29; Fp 1:6; 2Ts 3:3; Hb 7:25)

Rejeitado pelo Sínodo de Dort Este foi o sistema de pensamento contido na “Remonstrância” (embora originalmente os cinco pontos não estivessem dispostos nessa ordem). Esse sistema foi apresentado pelo arminianos à Igreja na Holanda em 1610, mas foi rejeitado pelo Sínodo de Dort em 1619 sob a justificativa de que era antibíblico.
Reafirmado pelo Sínodo de Dort Este sistema de teologia foi reafirmado pelo Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina da salvação contida nas Escrituras Sagradas. Naquela ocasião, o sistema foi formulado em “cinco pontos” (em resposta aos cinco pontos apresentados pelos arminianos) e desde então tem sido conhecido como “os cinco pontos do calvinismo”.

CONCLUSÃO

            Afinal, o que é Livre Arbítrio? Poderíamos concluir que Livre arbítrio é um princípio escriturístico que declara que o homem é livre para tomar decisões, para decidir a questão do seu destino.

            E o que seria Predestinação? Predestinação pode ser definida no sentido geral e no sentido bíblico.

            No consenso do povo é crer que Deus traçou um plano para a nossa vida e devemos segui-lo sem o direito da escolha. Em outras palavras – somos autômatos, desempenhando um papel previamente estabelecido por Deus.

            Calvino, ampliando ideias já antes defendidas por Agostinho, afirmou que desde a Antiguidade Deus estabeleceu dois decretos: Um selecionando um grupo para a salvação ou vida eterna e um outro decreto selecionando aqueles que serão destruídos. O próprio Calvino qualificou-o como terrível decreto de Deus.

            Estaria este ensino em harmonia com as doutrinas bíblicas? Creio que de modo nenhum. Porque a dupla predestinação ensina que “se não fomos arbitrariamente escolhidos para a salvação, não há esperança, mesmo que almejemos ardentemente esta graça”.

            Entendo que a Bíblia não diz isto. Predestinação bíblica é o decreto de Deus, que possibilita a salvação a todos os que aceitarem a Cristo. Particularmente, eu creio que a salvação é acessível a todo e qualquer membro da raça humana, pois João 3: 16 nos esclarece que "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (grifei).

            Exulto com o apóstolo Paulo porque "antes da fundação do mundo" (Ef. 1:4) Deus resolveu suprir a necessidade do homem, se ele pecasse.

          Ef.1:3-14 - “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4  assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5  nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6  para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, 7  no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça, 8  que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e prudência,9  desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, 10  de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra; 11  nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, 12  a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo; 13  em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14  o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória”. (grifei)



            Esse "eterno propósito" abrangia a encarnação de Deus em Cristo, a vida sem pecado e a morte expiatória de Cristo, Sua ressurreição dentre os mortos e o Seu ministério sacerdotal no Céu, o qual culminará nos grandiosos aspectos do julgamento.

Entretanto, como vimos acima, tanto o Calvinismo quanto o Arminianismo apoiam-se em textos bíblicos para justificarem suas posições. (vide tabela comparativa acima) .

            O Calvinismo afirma a total depravação do homem após a queda, isto é, a sua escravidão e morte no pecado, estando portanto totalmente dependente da ação graciosa de Deus para vir a ter vida espiritual e, assim, alcançar a salvação.

            Por sua vez, o Arminianismo afirma que o pecador continua a ter em si a liberdade de optar entre permanecer no pecado ou voltar-se para Deus. Nega, portanto, que as consequências da queda tenham sido a total escravidão da vontade e a morte espiritual do homem no que toca às coisas de Deus.

            Quando os teólogos e comentadores da Escritura advogam uma via intermédia entre o Calvinismo e o Arminianismo, entendo que eles estão a cair ou fazer cair os leitores num equívoco ou, então, num grande logro.

            Afinal, o modo como encaram a liberdade humana e a ação de Deus e do homem no processo de salvação coloca-os decididamente no campo Arminiano, embora de forma moderada.

            O verdadeiro e fundamental problema, que divide Calvinistas e Arminianos, em meu entendimento, não admite uma posição intermédia: ou é Deus e só Deus Quem salva o pecador (pela Sua Graça, pelo Seu Amor e pelo Seu eficaz poder de sujeitar a Si todas as coisas), ou não é só Deus o Autor da salvação, pois para que o Altíssimo possa salvar, seja quem for, necessita da colaboração ou ajuda daquele que é salvo.       

            Por outras palavras, o que está e continuará, ao que parece, eternamente, em causa é a glória de Deus: ou pertence a Deus toda a glória pela nossa salvação ou essa glória terá de ser partilhada conosco, nem que seja numa dose ínfima; porém, dose esta fundamental, visto que sem essa ínfima participação nossa, nunca poderíamos ser salvos.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

DEVOCIONAL - 24 DE NOVEMBRO DE 2017

Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus. (Sl 46.10)

Haverá em todo o coral uma só nota musical tão poderosa como o é a ênfase da pausa? Já percebeu como nos Salmos é eloquente a palavra Selah (pausa)? Haverá silêncio mais palpitante do que a quietude que precede a tempestade, e a estranha calma que parece cair sobre a natureza antes de alguma convulsão ou fenômeno? Haverá alguma coisa capaz de nos tocar o coração como o poder da tranquilidade?

Aquele que para de operar com as suas próprias mãos, encontra "a paz de Deus, que excede todo o entendimento"; há um "sossego e confiança" que é fonte de toda a força; uma doce paz que nada pode abalar; um profundo descanso que o mundo não pode dar nem tampouco tirar. Há no mais profundo da alma uma recâmara de paz onde Deus habita; e se entrarmos ali e afastarmos todos os outros sons, poderemos ouvir a Sua voz mansa e delicada.

Quando uma roda gira bem velozmente em torno do próprio eixo, há um lugar, bem no centro, onde não há movimento; assim, na vida mais ocupada pode haver um lugar onde ficamos a sós com Deus em constante quietude. Só há uma maneira de se conhecer a Deus: "Aquietai-vos, e sabei". "O Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra." — Selecionado

"Amoroso Pai, nós andamos algumas vezes sob céus sem estrelas, que derramavam escuridão como chuva. Ansiávamos por estrelas, ou lua, ou aurora. Mas a escuridão espessa pousava sobre nós como se fosse durar para sempre. E daquelas trevas, nenhuma voz de calma vinha confortar o nosso coração. Teríamos saudado alegremente até o soar de um trovão que nos quebrasse o silêncio torturante daquela noite densa.

"Mas o amoroso segredar do Teu amor eterno falou mais doce à nossa alma esmagada e sangrando, que a música dos ventos numa harpa eólica. Foi a Tua voz mansa e delicada que nos falou. Estávamos escutando, e ouvimos. Olhamos e vimos a Tua face radiante de luz e amor. E quando ouvimos a Tua voz e vimos o Teu rosto, voltou-nos nova vida, como volta a vida às flores pendidas que bebem a chuva de verão."