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VIDAS

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. A VIDA ETERNA, DE RENÚNCIAS!

sábado, 28 de janeiro de 2017

DEVOCIONAL - 29 DE JANEIRO DE 20217

Deus está no meio dela, não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã. (Sl 46.5)

"Não será abalada" — que declaração inspiradora. Será que nós, tão facilmente agitados pelas coisas da terra, ainda veremos o dia em que nada poderá abalar a nossa calma? Sim, isto é possível. O apóstolo o conheceu. Quando estava a caminho de Jerusalém, sabendo que o esperavam "cadeias e tribulações", pôde dizer triunfantemente: "Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo".

Tudo o que podia ser sacudido, na vida de Paulo, havia sido sacudido, e ele não mais contava por preciosa a sua vida nem nada que possuísse. E nós, se apenas deixarmos que Deus faça conosco o que quiser, podemos provar a mesma coisa, experimentando que nem as pequenas preocupações da vida nem as grandes e pesadas provas podem ter o poder de mover-nos da paz que excede o entendimento. Isso é o que está assegurado na Palavra como a porção dos que aprenderam a descansar só em Deus.

"Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá." Ser inabalável como uma coluna na casa de nosso Deus é um fim pelo qual de bom grado suportaríamos todas as sacudidas porventura necessárias. — Hannah Whitall Smith

Quando Deus está no meio de um reino ou cidade, Ele o faz firme como o monte de Sião, que não se abala. Quando Ele está no centro de uma vida, embora as calamidades a cerquem de todos os lados e rujam como as ondas do mar, contudo há uma constante calma no seu interior, uma tal paz, a qual o mundo não pode dar nem tirar. O que é que leva o homem a ficar agitado como as folhas, a qualquer rajada de perigo, se não que, em vez de estar Deus em seu coração, ali está o mundo? —Archbishop Leighton

"Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, firme para sempre."

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

DEVOCIONAL - 27 de Janeiro de 2017.


Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar. (1 Pe 5.20)

Para entrarmos em um novo relacionamento com Cristo em nossa vida, precisamos primeiro ter iluminação intelectual suficiente para satisfazer a mente, convencendo-nos de que temos o direito de estar nesse relacionamento. A mais leve sombra aniquilará a nossa confiança. Mas, uma vez tendo esclarecido tudo, então é só nos lançarmos à aventura: fazer a escolha e colocar-nos ali, assumindo aquela posição. E isto de forma tão definida como a árvore que fica plantada no solo, ou como a noiva, que no altar se entrega definitivamente ao noivo. Algo definitivo, sem reservas, e sem voltar atrás.

Vem depois um tempo de firmação, confirmação e prova, durante o qual precisamos "ficar ali" até que o novo relacionamento se firme e torne-se um hábito permanente. É como quando o cirurgião encana um braço quebrado. Ele o coloca entre talas, para protegê-lo de vibrações.

Assim, Deus tem talas espirituais, que Ele quer pôr em Seus filhos para conservá-los quietos e sem se moverem daqui para ali, até que passem o primeiro estágio de fé. Isso nem sempre é fácil para nós, mas "o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar". — A. B. Simpson

Em Cristo a mesa é farta,
E é mesmo para nós.
Não nos endureçamos
Se ouvirmos Sua voz.
Tomemos o que é nosso,
Entremos no repouso.
Sentemo-nos.
Comamos.
Honremos ao Senhor.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

4 Chaves para Resistir ao Pecado Sexual

Há vários relatos de pecado sexual na Bíblia e podemos aprender muito tanto a partir das histórias de sucesso quanto das de fracasso. A meu ver, José teve uma das vitórias mais inspiradoras sobre a tentação sexual.
Na época, o jovem José de 17 anos de idade foi vendido a Potifar de acordo com o relato em Gênesis 39. Provavelmente, ele estava lidando com uma carga intensa de trauma, rejeição, raiva, amargura e desespero pelo que seus próprios irmãos lhe haviam feito. Como escravo hebraico numa terra estrangeira, sem qualquer esperança de voltar para casa, ele deve ter se sentido incrivelmente solitário e isolado de todos os relacionamentos. Ao olhar para a longa lista de desafios que ele teve que enfrentar, seria fácil compreender se José tivesse cedido aos avanços sexuais diários da esposa de Potifar.
Eu sei que cada homem tem uma constituição diferente, mas a menos que a esposa de Potifar fosse a mulher mais feia e desagradável da face da terra, isso teria sido uma enorme tentação para qualquer homem. Então, quais foram as chaves que guardaram José de se entregar à tentação sexual?

1. Saiba que Deus está com você (Gn 39.2,3)

José sabia que Deus estava com ele e era o responsável pelo seu sucesso sobrenatural. Para nós, participantes da Nova Aliança em Jesus, Deus não apenas está conosco, ele mora dentro de nós através do Espírito Santo. Estar consciente e, ao mesmo tempo, ligado à presença interior do Espírito Santo é crucial para a vitória. Temos acesso a poder e coragem ilimitados para resistir e vencer o pecado quando sabemos que Deus está sempre conosco e a nosso favor!

2. Saiba o que lhe foi confiado (Gn 39.8,9)

Ao ser tentado pelo pecado sexual, José respondeu citando a responsabilidade que tinha sido entregue em suas mãos. Nada na casa de Potifar foi negado ou retido de José, exceto a sua esposa. Por causa do seu saudável temor do Senhor, José estava ciente que escolher uma experiência sensual momentânea faria com que seu crescente sucesso e a confiança de Potifar nele desmoronassem.
"Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?" - Gn 39.9
Como cidadãos do reino de Deus, somos embaixadores do Rei Jesus e recebemos a enorme responsabilidade de representar a ele e a sua vontade na terra. Adultério, pornografia e todas as formas de pecado sexual secreto causarão destruição em nossas vidas, nas vidas dos que estão próximos a nós e afetarão nossa capacidade de administrar bem aquilo que nos foi confiado.

3. Recuse (Gn 39.8,10)

José recusou-se totalmente a ceder. Ele não atendia aos pedidos diários dela nem sequer passava tempo ao seu redor. Ele estava determinado a tomar o caminho estreito e difícil e permaneceu inflexível em sua decisão. E se fôssemos como ele? E se de agora em diante, recusássemos a nos divertir com pensamentos adúlteros, recusássemos perder tempo com fantasias cheias de cobiça e luxúria, recusássemos os impulsos para ver pornografia e o envolvimento com qualquer forma de prazer sexual fora do casamento?

4. Fuja (Gn 39.11-12)

No momento mais oportuno, quando ninguém estava em casa, a esposa de Potifar pôs lenha na fogueira com o toque físico. Mas, novamente, como em todas as outras vezes, José estava preparado com sua resposta predeterminada – “Não, Não e Não!” Seus tênis de corrida da Nike estavam bem amarrados e firmes para que pudesse se afastar imediatamente quando ela fosse tocá-lo. Com muita frequência, concluímos erradamente que, quando ninguém está por perto, podemos vencer a tentação sozinhos. Fugir pode ser deixar fisicamente um local, desligar o seu computador, fazer uma ligação para pedir oração... Chamo isso de pureza proativa. Se você não gosta de confessar o seu pecado aos outros, treine-se a fugir antes que ele aconteça!
Anos atrás, Deus falou por meio de um profeta: “A um povo sem mistura, darei do meu Espírito sem medida!” Creio que a busca de José por pureza é um exemplo profético que convida a nossa geração a remover toda concessão sexual a todo custo e se tornar a noiva pura e sem mácula à qual Jesus vai voltar.

Cody Archer

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

DEVOCIONAL - 18 de Janeiro de 2017.

Graças, porém, a Deus que em Cristo sempre nos conduz em triunfo. (2 Co 2.14)


De aparentes derrotas Deus tira as Suas maiores vitórias. Muitas vezes o inimigo parece triunfar temporariamente, e Deus assim permite. Depois então Ele confunde toda a obra do inimigo, desfaz sua aparente vitória e, como diz a Escritura, "transtorna o caminho dos ímpios". Assim Ele nos leva a experimentar uma vitória muito maior do que se não tivesse permitido ao inimigo um aparente triunfo no início.

A história dos três moços hebreus lançados na fornalha ardente é bastante conhecida, e nos traz um exemplo de vitória aparente do inimigo. Parecia que os servos do Deus vivo iam sofrer uma terrível derrota. Por certo todos nós já estivemos em situações onde parecíamos derrotados — e o inimigo se regozijava. Podemos imaginar a derrota completa que os três jovens pareciam estar sofrendo: lançados na fornalha, com os inimigos observando para vê-los arder naquelas chamas. Porém, em que grande pasmo ficaram estes ao vê-los passeando dentro do fogo! E Nabucodonosor falou-lhes: "Saí e vinde". Nem um fio de cabelo estava queimado e nem havia cheiro de fogo em suas vestes, "porque não há outro Deus que possa livrar como este".

Essa aparente derrota resultou em extraordinária vitória. Suponhamos que aqueles três homens tivessem perdido a fé e a coragem e tivessem murmurado, dizendo: "Por que Deus não nos livra de irmos para a fornalha?" Teriam sido queimados, e Deus não teria sido glorificado.


Se hoje passarmos por uma grande provação, não a tomemos como derrota, mas continuemos, pela fé, a declarar vitória por intermédio daquele que é poderoso para fazer-nos mais do que vencedores: uma gloriosa vitória logo aparecerá. Aprendamos que, em todos os lugares difíceis a que Deus nos leva, Ele está criando oportunidades para exercitarmos a nossa fé, de tal forma que ela traga resultados positivos e glorifique o Seu nome.


O temporal nos faz buscar abrigo.
A tempestade no viver,
Embora queira parecer
Vitória do inimigo,
Nos leva a procurar,
E então a conhecer
De perto
O grande Amigo!
Por isso, aos temporais que me afligiram,
Hoje eu bendigo.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

HERÓIS DA FÉ

Charles Spurgeon
O príncipe dos pregadores
(1834-1892)

No período da Inquisição, na Espanha, sob o reinado do imperador Carlos V, um número elevadíssimo de crentes foram queimados em praça pública ou enterrados vivos. O filho de Carlos V, Filipe II, em 1567, levou a perseguição aos Países Baixos, declarando que ainda que lhe custasse mil vezes a sua própria vida, limparia todo o seu domínio do "protestantismo". Antes da sua morte gabava-se de ter mandado ao carrasco, pelo menos, 18.000 "hereges".

Ao começar esse reinado de terror nos Países Baixos, muitos milhares de crentes fugiram para a Inglaterra. Entre os que escaparam do "Concilio de Sangue", encontrava-se a família Spurgeon.

Na Inglaterra, o povo de Deus, contudo, não estava livre de toda a perseguição "passando a maior parte do tempo sentado, por se achar fraco demais para se deitar". Os bisavôs de Charles eram crentes fervorosos, criando os filhos na admoestação do Senhor. Seu avô paterno, depois de quase cinquenta anos de pastorado no mesmo lugar, podia dizer: "Não passei nem uma hora triste com a minha igreja depois que assumi o cargo de pastor!" O pai de Charles, Tiago Spurgeon, era o amado pastor de Stambourne.

Charles, quando ainda criança, interessava-se pela leitura de "O Peregrino", pela história dos mártires e por diversas obras de teologia. É impossível calcular a influência dessas obras sobre a sua vida.

Que era precoce nas coisas espirituais, vê-se no seguinte acontecimento: Apesar de criança de apenas cinco anos de idade, sentiu profundamente o cuidado do avô, por causa do procedimento de um dos membros da igreja, chamado "Velho Roads". Certo dia, Charles, a criança, encontrando Roads em companhia de outros fumando e bebendo cerveja, dirigiu-se a ele, dizendo: "Que fazes aqui, Elias?" O "Velho Roads" arrependido, contou, então, ao seu pastor, como a princípio se irou com a criança, mas por fim ficou quebrantado. Desde aquele dia, o "Velho Roads" andou sempre perto do Salvador.

Quando Charles era ainda pequeno, foi por Deus convencido do pecado. Durante alguns anos sentia-se uma criatura sem esperança e sem conforto; visitava um lugar de culto após outro, sem conseguir saber como podia livrar-se do pecado. Então, quando tinha quinze anos de idade, aumentou nele o desejo de ser salvo. E aumentou de tal forma, que passou seis meses agonizando em oração. Nesse tempo assistiu a um culto numa igreja; nesse dia, o pregador não fora ao culto, por causa duma grande tempestade de neve. Na falta do pastor, um sapateiro se levantou para pregar às poucas pessoas presentes, e leu este texto: "Olhai para mim e sede salvos, todos os confins da terra" (Isaías 45.22). O sapateiro, inexperiente na arte de pregar, podia apenas repetir a passagem e dizer: "Olhai! Não vos é necessário levantar um pé, nem um dedo. Não vos é necessário estudar no colégio para saber olhar; nem contribuir com mil libras. Olhai para mim, não para vós mesmos. Não há conforto em vós. Olhai para mim, suando grandes gotas de sangue. Olhai para mim, pendurado na cruz. Olhai para mim, morto e sepultado. Olhai para mim, ressuscitado. Olhai para mim, à direita de Deus". Em seguida, fitando os olhos em Charles, disse: "Moço, tu pareces ser miserável. Serás infeliz na vida e na morte se não obedeceres". Então gritou ainda mais: "Moço, olha para Jesus! Olha agora!" O rapaz olhou e continuou a olhar, até que por fim, um gozo indizível entrou na sua alma.

O recém-salvo, ao contemplar o constante zelo do Maligno, foi tomado pela aspiração de fazer todo o possível para receber o poder divino, para frustrar a obra do inimigo do bem. Spurgeon aproveitava todas as oportunidades para distribuir folhetos. Entregava-se de todo o coração a ensinar na Escola Dominical, onde alcançou, de início, o amor dos alunos e, por intermédio desses a presença dos pais na escola. Com a idade de dezesseis anos começou a pregar. Acerca desse fato ele disse: "Quantas vezes me foi concedido o privilégio de pregar na cozinha duma casa de agricultor, ou num celeiro!"

Alguns meses depois de pregar seu primeiro sermão, foi chamado a pastorear a igreja em Waterbeach. Ao fim de dois anos, essa igreja de quarenta membros, passou a ter cem. O jovem pregador desejava educar-se e o diretor duma escola superior, que estava de visita à cidade, marcou uma hora para tratar com ele acerca desse assunto. A criada, porém, que recebeu Charles, por descuido, não chamou o professor e este saiu sem saber que o moço o esperava. Depois, Charles, já na rua, um tanto triste, ouviu uma voz dizer-lhe: "Buscas grandes coisas para ti? Não as busques!" Foi então, ali mesmo que abandonou a ideia de estudar nesse colégio, convencido de que Deus o dirigia para outras coisas. Não se deve concluir, contudo, que Charles Spurgeon resolveu não se educar. Depois disso, ele aproveitava todos os momentos livres para estudar. Diz-se que alcançou fama de ser um dos homens mais instruídos de seu tempo.

Spurgeon havia pregado em Waterbeach apenas durante dois anos quando foi chamado a pregar na Park Street Chapel, em Londres. O local era inconveniente para os cultos, e o templo, que tinha assentos para mil e duzentos ouvintes, era demasiado grande para os auditórios. Contudo, "havia ali um grupo de fiéis que nunca cessaram de rogar a Deus um glorioso avivamento". Este fato é assim registrado nas palavras do próprio Spurgeon: "No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações. Às vezes parecia que rogavam até verem realmente presente o Anjo do Concerto (Cristo), querendo abençoá-los. Mais que uma vez nos admiramos com a solenidade das orações até alcançarmos quietude, enquanto o poder do Senhor nos sobrevinha... Assim desceu a bênção, a casa se encheu de ouvintes e foram salvas dezenas de almas!"

Sob o ministério desse moço de dezenove anos, a concorrência aumentou em poucos meses a ponto de o prédio não mais comportar as multidões; centenas de ouvintes permaneciam na rua para aproveitar as migalhas que caíam do banquete que havia dentro da casa.

Foi resolvido reformar a New Park Street Chapel e, durante o tempo da obra, realizavam-se os cultos em Exeter Hall, prédio que tinha assentos para quatro mil e quinhentos ouvintes. Aí, em menos que dois meses, os auditórios eram tão grandes, que as ruas, durante os cultos, se tornavam intransitáveis.

Quando voltaram para a Chapel, o problema, em vez de ser resolvido, era maior; três mil pessoas ocupavam o espaço preparado para mil e quinhentas! O dinheiro gasto, que alcançou uma elevada quantia, fora desperdiçado! Tornou-se necessário voltar para o Exeter Hall.

Mas nem o Exeter Hall comportava mais os auditórios e a igreja tomou uma atitude espetacular - alugou o Surrey Music Hall, o prédio mais amplo, imponente e magnífico de Londres, construído para diversões públicas.

As notícias, de que os cultos passaram do Exeter Hall para Surrey Music Hall, eletrificaram toda a cidade de Londres. O culto inaugural foi anunciado para a noite de 19 de outubro de 1856. Na tarde do dia marcado, milhares de pessoas para lá se dirigiram para achar assento. Quando, por fim, o culto começou, o prédio no qual cabiam 12.000 pessoas, estava superlotado e havia mais 10.000 fora que não puderam entrar.


Surrey Music Hall
No primeiro culto em Surrey Music Hall, notaram-se vestígios da perseguição que Spurgeon tinha de encarar.Ele estava orando, e depois da leitura das Escrituras, os inimigos da obra de Deus se levantaram, gritando: 'Togo! Fogo!" Apesar de todos os esforços de Spurgeon e de outros crentes, a grande massa de gente alvoroçou-se e movimentou-se em pânico, de tal modo que sete pessoas morreram e vinte e oito ficaram gravemente feridas. Depois que tudo serenou, acharam-se espalhados em toda a parte do prédio, roupas de homens e senhoras; chapéus, mangas de vestidos, sapatos, pernas de calças, mangas e paletós, xales, etc., objetos esses que os milhares de pessoas aflitas deixaram, na luta para escapar do prédio. Spurgeon comportou-se com a maior calma durante todo o tempo da indescritível catástrofe, mas depois passou dias prostrado, sofrendo em consequência do tremendo choque.

As notícias sobre as trágicas ocorrências durante o primeiro culto em Surrey Music Hall, em vez de prejudicarem a obra, concorreram para aumentar o interesse pelos cultos. De um dia para outro Spurgeon, o herói do Sul de Londres, tornou-se um vulto de projeção mundial. Aceitou convites para pregar em cidades da Inglaterra, Escócia, Irlanda, Gales, Holanda e França. Pregava ao ar livre e nos maiores edifícios, em média oito a doze vezes por semana.

Nesse tempo, quando ainda moço, revelou como conseguia entender, nas Escrituras, os textos difíceis, isto é, simplesmente pedia a Deus: - "Ó Senhor, mostra-me o sentido deste trecho!" E acrescentou: "É maravilhoso como o texto, duro como a pederneira, emite faíscas quando batido com o aço da oração." Quando mais velho, disse: "Orar acerca das Escrituras, é como pisar uvas no lagar, trilhar trigo na eira, ou extrair ouro do minério."

Acerca da vida familiar, Susana, a esposa de Spurgeon, assim escreveu: "Fazíamos culto doméstico, quer hospedados em um rancho nas serras, quer num suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença de Cristo, que muitos crentes dizem impossível alcançar, era para ele a atmosfera natural; ele vivia e respirava nele (em Deus).

Metropolitan Tabernacle
Antes de iniciar a construção do famoso templo em Londres, o Metropolitan Tabernacle, Spurgeon, com alguns dos seus membros, se ajoelharam no terreno entre as pilhas de materiais e rogaram a Deus que não permitisse que trabalhador algum morresse ou ficasse ferido durante a execução das obras de construção. Deus respondeu maravilhosamente, não deixando acontecer qualquer acidente durante o tempo da construção do imponente edifício que media oitenta metros de comprimento, vinte e oito de largura e vinte de altura.

A igreja começou a edificar o tabernáculo com o alvo de liquidar todas as dívidas de materiais e pagar toda a mão-de-obra antes de findar a construção. Como de costume, pediram a Deus que os ajudasse a realizar esse desejo, e tudo foi pago antes do dia da inauguração.

"O Metropolitan Tabernacle foi acabado em março de 1861. Durante os trinta e um anos que se seguiram, uma média de 5.000 pessoas se congregavam ali todos os domingos, pela manhã e à noite. De três em três meses Spurgeon pedia aos que haviam assistido neste período, que se ausentassem. Eles assim faziam, porém, o tabernáculo era superlotado por outras pessoas das massas ainda não alcançadas pela mensagem."

Durante certo período, pregou trezentas vezes em doze meses. O maior auditório, no qual pregou, foi no Crystal Palace, Londres, em 7 de outubro de 1857. O número exato de assistentes era de 23.654. Spurgeon esforçou-se tanto nessa ocasião, e o cansaço foi tal, que após o sermão da noite de quarta-feira, dormiu até a manhã de sexta-feira!

Todavia, não se deve julgar que era somente no púlpito que a sua alma ardia pela salvação dos perdidos. Também se ocupava grandemente no evangelismo individual. Nesse sentido citamos aqui o que certo crente disse a respeito dele: "Tenho visto auditórios de 6.500 pessoas inteiramente levadas pelo fervor de Spurgeon. Mas ao lado de uma criança moribunda, que ele levara a Cristo, achei-a mais sublime do que quando dominava o interesse da multidão".

Parece impossível que tal pregador tivesse tempo para escrever. Entretanto os livros da sua autoria, constituem uma biblioteca de cento e trinta e cinco tomos. Até hoje não há obra mais rica de joias espirituais do que a de Spurgeon, de sete volumes sobre os Salmos: "A Tesouraria de Davi". Ele publicou tão grande número de seus sermões que, mesmo lendo um por dia, nem em dez anos o leitor os poderia ler todos. Muitos foram traduzidos em várias línguas e publicados nos jornais do mundo inteiro. Ele mesmo escrevia grande parte da matéria para seu jornal, "A Espada e a Colher", título este sugerido pela história da construção dos muros de Jerusalém no tempo angustioso de Neemias.

Além de pregar constantemente a grandes auditórios e de escrever tantos livros, esforçou-se em vários outros ramos de atividades. Inspirado pelo exemplo de Jorge Müller, fundou e dirigiu o orfanato de Stockwell. Pediam a Deus e recebiam o necessário para levantar prédio após prédio e alimentar centenas de crianças desamparadas.

Reconhecendo a necessidade de instruir os jovens chamados por Deus a proclamar o Evangelho, e, assim, alcançar muito maior número de perdidos, fundou e dirigiu o Colégio dos Pastores, com a mesma fé em Deus que mostrou na obra de cuidar dos órfãos.

Impressionado pela vasta circulação de literatura viciosa, formou uma junta de vendagem de livros evangélicos. Dezenas de vendedores foram sustentados e milhares de discursos feitos, além de muitas toneladas de Escrituras e outros livros vendidos de casa em casa.

Acerca de tão estupendo êxito na vida de Spurgeon, convém notar o seguinte: Nenhum dos seus antepassados alcançou fama. Sua voz podia pregar às maiores multidões, mas outros pregadores sem fama gozavam também da mesma voz. O Príncipe dos Pregadores era, antes de tudo, O Príncipe de Joelhos. Como Saulo de Tarso, entrou no Reino de Deus, também agonizando de joelhos. No caso de Spurgeon, essa angústia durou seis meses. Depois (assim aconteceu com Saulo) a oração fervorosa era um hábito na sua vida. Aqueles que assistiam aos cultos no grande Tabernáculo Metropolitano diziam que as orações eram a parte mais sublime dos cultos.

Quando alguém perguntava a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, O Príncipe de Joelhos apontava para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Tabernacle e dizia: "Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar. Todas as vezes que prego eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e suplicando ininterruptamente. Na sala que está sob os nossos pés é que se encontra a explicação do mistério dessas bênçãos."

Spurgeon costumava dirigir-se aos alunos no Colégio dos Pastores desta forma: "Permanecei na presença de Deus!... Se o vosso fervor esfriar, não podereis orar bem no púlpito... pior com a família... e ainda pior nos estudos, sozinhos. Se a alma se tornar magra, os ouvintes, sem saberem como ou por quê, acharão que vossas orações públicas têm pouco sabor."

Ainda sobre a oração, sua esposa deu este testemunho: "Ele dava muita importância à meia-hora de oração que passava com Deus antes de começar o culto." Certo crente também escreveu a esse respeito: "Sente-se, durante a sua oração pública, que ele é um homem de bastante força para levar nas mãos ungidas as orações duma multidão. Isto é a idéia mais grandiosa, de sacerdote entre Deus e os homens".

Convicto do grande poder da oração, Spurgeon designou o mês de fevereiro, de cada ano, no Grande Tabernáculo, para realizar a convenção anual e fazer súplicas por um avivamento na obra de Deus. Nessas ocasiões, passavam dias inteiros em jejum e oração, oração que se tornava mais e mais fervorosa. Não só sentiam a gloriosa presença do Espírito Santo nesses cultos, mas era-lhes aumentado o poder com frutos abundantes.

Na sua autobiografia, desde o começo do seu ministério em Londres, consta que pessoas gravemente enfermas foram curadas em resposta às suas orações.

Spurgen e esposa
A vida de Spurgeon não era vida egoísta e de interesse próprio. Juntamente com sua esposa, fez os maiores sacrifícios para colocar livros espirituais nas mãos de um grande número de pregadores pobres e ambos contribuíam constantemente para o sustento das viúvas e órfãos. Recebiam grandes somas de dinheiro, mas davam tudo para o progresso da obra de Deus.

Não buscava fama nem a honra de fundador de outra denominação, como muitos amigos esperavam. A sua pregação nunca foi feita para sua própria glória, porém tinha como alvo a mensagem da Cruz, para levar os ouvintes a Deus. Considerava seus sermões como se fossem setas e dava todo o seu coração, empregava toda a sua força espiritual em produzir cada um. Pregava confiando no poder do Espírito Santo, empregando o que Deus lhe concedera para "matar" o maior número de ouvintes.

"Charles Hadon Spurgeon recebia o fogo do Céu, estudando a Bíblia, horas a fio, em comunhão com Deus."

Cristo era o segredo do seu poder. Cristo era o centro de tudo, para ele; sempre e unicamente Cristo.

J. P. Fruit disse: "Quando Spurgeon orava, parecia que Jesus estava em pé ao seu lado."

As suas últimas palavras, no leito de morte, dirigidas à sua esposa, foram: "Oh! querida, tenho desfrutado um tempo mui glorioso com meu Senhor!" Ela, ao ver, por fim, que seu marido passaria para o outro lado, caiu de joelhos e com lágrimas exclamou. "Oh! bendito Senhor Jesus, eu te agradeço o tesouro que me emprestaste no decurso destes anos; agora Senhor, dá-me força e direção durante todo o futuro."

Seis mil pessoas assistiram ao culto de funeral. No caixão estava uma Bíblia aberta, mostrando este texto usado por Deus para convertê-lo: "Olhai para mim, e sede salvos, todos os confins da terra."

O cortejo fúnebre passou entre centenas de milhares de pessoas postadas em pé nas calçadas; os homens descobriam-se à passagem do cortejo e as mulheres choravam.

O túmulo simples do célebre Príncipe dos Pregadores, no cemitério de Norwood, testifica da verdadeira grandeza da sua vida. Ali estão gravadas estas humildes palavras:

Aqui jaz o corpo de
CHARLES HADDON SPURGEON
esperando o aparecimento do seu
Senhor e Salvador
JESUS CRISTO

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

DEVOCIONAL - 14 de Janeiro de 2017

Tira para fora as suas ovelhas. (Jo 10.4.)

Ah, esse é um trabalho penoso para Ele e para nós — é penoso para nós o sair, mas é geralmente penoso para Ele o causar-nos sofrimento; contudo, isso precisa ser feito. Não seria bom para o nosso verdadeiro bem-estar permanecer sempre numa situação feliz e cômoda. Por isso, Ele nos tira para fora. O redil fica vazio, para que as ovelhas possam vaguear pelos salutares flancos das montanhas. Os obreiros precisam ser atirados ao campo da colheita, de outra forma se perderão os preciosos grãos.
Tomemos alento! Se Ele nos tira da proteção do aprisco, é porque ficar dentro não seria o melhor; e se a amorosa mão do Senhor nos faz sair, é porque isso é bom. Em Seu nome, avancemos para os pastos verdes, para as águas tranquilas e para os altos montes! Ele vai adiante.
O que quer que nos espere no caminho, Ele O encontrará primeiro. Os olhos da fé podem sempre discernir, à frente, a Sua majestosa presença; se não pudermos reconhecê-la, então é perigoso avançar. Guardemos no coração esta palavra de ânimo: o Salvador já experimentou todas as dificuldades que agora Ele nos pede para enfrentar; e não nos pediria para atravessá-las, se não estivesse certo de que não são difíceis demais para nós, nem estão além das nossas forças.
Assim é a vida abençoada: não fica ansiosa por ver à distância ou preocupada com o próximo passo; não deseja escolher o caminho nem se sobrecarrega com as responsabilidades do futuro; mas vai calmamente seguindo atrás do Pastor, um passo por vez.

Eu vou andando com meu Pastor;
Passo por passo. Não vejo ao longe,
- Nem posso ver —
Mas os caminhos a escolher
Meu Pastor sabe; e me dirige,
Passo por passo.
Tudo Ele sabe; tudo conhece;
Já palmilhou estes caminhos;
Pode valer-me. E vai à frente
Passo por passo.
Pra me atacar, todo inimigo
Terá primeiro de enfrentar
O meu Pastor. E Ele me guarda
Passo por passo.
Que temerei, o meu passado?
Seja por Ele achei perdão?
Quanto ao futuro,
Está guardado em Sua mão.
Quanto ao presente...
Eu vou andando com meu Pastor,
Passo por passo.

O pastor oriental ia sempre adiante das ovelhas. Qualquer ataque contra elas o tinha pela frente. Deus está adiante de nós. Ele está nos amanhãs. É o amanhã que enche os homens de pavor. Mas Deus já está lá. Todos os amanhãs da nossa vida têm que passar por Ele antes de chegarem até nós. — F. B. M.
 
 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Ocupação e Assentamento

À luz da recente decisão da ONU contra Israel, fala-se com frequência que o problema principal que impede a paz no Oriente Médio é a “ocupação” por Israel e os “assentamentos” na terra palestina. O argumento é que se fosse possível acabar com a ocupação israelense e os assentamentos, então a paz viria. A questão é: quem está ocupando a terra de quem? Será que é Israel que está ocupando a terra que pertence a outra nação ou será que outros é que estão ocupando a terra de Israel?

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Geografia – Há mais de 20 nações árabes e muçulmanas ao redor de Israel. Se é para ter alguma terra para o povo judeu, tem que ser a que está localizada nesta área em que estamos. Uma rápida olhada no mapa do Oriente Médio já torna esse fato óbvio. A fronteira no centro de Israel, próxima a Kfar Saba, entre um Estado palestino e o Mar Mediterrâneo, de acordo com exigências internacionais, seria menor do que 10 milhas (aproximadamente 16 km)!

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História – O povo judeu habitou essa terra desde o ano 1.000 A.C. Durante a maior parte dos anos entre 1517 e 1917, a terra foi ocupada pelo Império Otomano turco. De 1917 a 1947, o domínio da terra esteve sob o mandato britânico. Hoje, extremistas islâmicos querem destruir os locais arqueológicos a fim de negar a verdade histórica no Oriente Médio. Este ano de 2017 marca 500 anos desde o início do domínio turco, 100 anos desde o mandato britânico e 50 anos desde a libertação de Jerusalém. Estamos num outro ponto de virada.

Terrorismo – Os jihadistas querem conquistar e aniquilar Israel hoje, não viver lado a lado com os israelenses em paz. Eles tentam usar os assentamentos na Cisjordânia como desculpa para assassinar pessoas inocentes no mundo todo. Mas não são os assentamentos que estão causando a Jihad. O assentamento controverso de Amona possui 30 famílias morando em casas móveis. 30 famílias! A uma pequena distância, do outro lado da fronteira de Israel, 450 mil pessoas já foram mortas por muçulmanos radicais, 10 milhões perderam suas casas e inúmeras mulheres foram estupradas. A comunidade cristã em todas as nações do Oriente Médio foi brutal e violentamente dizimada.

Diplomacia – Talvez ter “Dois Estados” seja a solução: um para os árabes e outro para os judeus. Se todas as vilas judaicas forem removidas do lado árabe, isso significa que todas as vilas árabes serão removidas do lado judaico? Por que os assentamentos judaicos no lado palestino seriam o problema? Na verdade, os palestinos não querem dois estados. No lado da OLP (Organização de Libertação Palestina), se Israel retirar todas as suas forças de segurança da Cisjordânia, o Hamas assassinará os seus líderes, que foi exatamente o que aconteceu em Gaza quando Israel saiu. E o Hamas não quer dois estados. Eles querem apenas um estado palestino sem Israel de forma alguma.

Espiritualmente – Parece não haver nenhuma solução política viável e prática de uma forma ou de outra. As raízes do problema são espirituais. Israel não está ocupando nem criando assentamentos numa terra que pertence a outros. Eles estão retomando a única terra na qual o povo judeu já habitou ao longo da história. Essa história está registrada na Bíblia. O reassentamento também foi profetizado na Bíblia. A oposição desmedida e desproporcional ao Estado de Israel não pode ser explicada logicamente. Salmo 2 afirma que as nações se rebelarão contra Deus, contra o Messias e contra Sião (Jerusalém). Ezequiel 38 e Zacarias 14 descrevem uma enorme guerra na qual as nações do mundo atacarão Israel. Em Isaías 2, vemos que o futuro reino Milenar Messiânico terá sua capital em Jerusalém.

Asher Intrater

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE

O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE  
Pr. Adaylton de Almeida Conceição
      
Vivemos em um mundo saturado com o pecado; "...o mundo inteiro jaz no Maligno”. (1 João 5.19) O iníquo usa todos os meios possíveis para que seus "dardos inflamados" (Efésios 6.16) atinjam a mente do cristão. O apóstolo João advertiu contra os perigos no campo de batalha espiritual, o mundo.

E afinal o que é a concupiscência?

Podemos seguramente defini-la como os desejos de nossa alma e de nossa carne. Segundo o dicionário Michaelis "Grande desejo de bens ou gozos materiais. Apetite sexual."

Partindo dessa premissa podemos dividir essa concupiscência em três grupos:

"Concupiscência da Carne, dos Olhos e Soberba da Vida”, segundo o que nos revela o magistério do Apóstolo João.

"Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não são do Pai, mas do mundo." I Jo 2.16

A concupiscência da carne

A concupiscência da carne é tudo o que atrai o apetite carnal e físico. Abarca o imediatismo. A satisfação pessoal e momentânea. O comer, o beber, o sexo fútil, toda e qualquer carnalidade. Embora os desejos naturais do corpo não sejam inerentemente maus (por exemplo, a necessidade de comida, bebida, e realização sexual), o diabo pode usar esses desejos lícitos (lícitos dentro de seus próprios limites) para escravizar o homem (1 Coríntios 6.12). Nesta categoria de tentação, Satanás usa os desejos lícitos internos para produzir paixões carnais ilícitas (por exemplo: a gula, a fornicação). Os israelitas sucumbiram sob este tipo de pecado quando "...O povo assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar" (1 Coríntios 10.7; Êxodo 32.6). O diabo tentou Jesus pela concupiscência da carne, quando ele pediu-lhe para transformar pedras em pão. (Mateus 4.3)

Muitas pessoas trocam, abrem mão de coisas boas, de promessas de Deus, pelo prazer momentâneo. Um grande exemplo desse tipo de mal se encontra na história de Esaú (Edom). Ele vendeu sua primogenitura a seu irmão Jacó em troca de um simples guisado vermelho. Ao fazer isso abdicou de todas as prerrogativas inerentes ao primogênito. Como por exemplo, maior quinhão na herança, no caso dos reis o direito ao trono, etc.

E disse Esaú a Jacó: "Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado." Por isso se chamou Edom. Então disse Jacó: "Vende-me hoje a tua primogenitura."
E disse Esaú: "Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura?"
Então disse Jacó: "Jura-me hoje." E jurou-lhe e vendeu a sua primogenitura a Jacó.
E Jacó deu pão a Esaú e o guisado de lentilhas; e ele comeu, e bebeu, e levantou-se, e saiu. Assim desprezou Esaú a sua primogenitura." (Gênesis 25.30-34)

Sabemos que mais tarde Esaú veio a se arrepender, mas já era tarde demais. Isso é um bom exemplo para nós de que decisões erradas (concernente as coisas espirituais) podem ser um caminho sem volta.

A concupiscência dos olhos

A concupiscência dos olhos é tudo o que atrai exigências insaciáveis do olho (Eclesiastes 1.8). Abarca a cobiça, as conquistas materiais, a ambição não do ser, mas do ter. Por essa concupiscência muitas pessoas abandonam a Deus, seus caminhos para tornarem-se adictos do trabalho (escravos), sem tempo para a família, para aproveitar o dom da vida e principalmente para dedicar tempo e disposição para as coisas de Deus.
Um bom exemplo disso é Judas Iscariótes. Apesar de ter andado com Cristo, aprendido com Cristo, visto as obras de Cristo, foi capaz de vender sua lealdade por 30 moedas.

Nesta categoria de tentação, Satanás usa a atração externa (seja inerentemente bom, como um desejo de uma casa ou um carro, ou inerentemente mau, como um desejo para a esposa de um vizinho) para produzir a cobiça. Eva (Gênesis 3.6), e Acã (Josué 7.21) sucumbiram a esse tipo de pecado quando cobiçaram o que era proibido. O diabo tentou Jesus pela concupiscência dos olhos quando ele "...o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares." (Mateus 4.8-9)

A soberba da vida

A soberba da vida é tudo o que agrada a altivez, arrogância e orgulho. Abarca a ambição não do Ter, mas do Ser. É a busca pelo reconhecimento. Soberba, arrogância, prepotência são alguns dos frutos dessa vaidade. Em geral esse mal aflige aqueles que já conquistaram fortuna, mas isso não é o bastante, almejam também fama e poder.

Particularmente acho esse mal o mais letal, porque é comumente encontrado nas igrejas assim como no mundo.

Nesta categoria de tentação, Satanás usa a contemplação da realização pessoal (por exemplo, a popularidade, o sucesso acadêmico) para produzir uma atitude anárquica autossuficiente. Quando uma pessoa é vítima da soberba da vida, não é mais uma batalha contra a carne; o maligno ganhou a batalha sensual e intelectual. Os israelitas sucumbiram a esse tipo de pecado, quando eles "agiram com orgulho, endureceram a cerviz, e não deram ouvidos aos mandamentos [de Deus]" (Neemias 9.16). O diabo tentou Jesus pela soberba da vida, quando ele "o levou à cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo”, e pediu-lhe para desafiar a Deus. (Mateus 4.5-7)

Quantos não são os homens de Deus que vendem seus ministérios por um conchavo político, que toleram o pecado dentro da igreja para manter o templo cheio, e com isso obter prestígio. (Ap 2.20) Sem contar que esse tipo de concupiscência traz também em seu bojo condutas imorais, corrupção e toda sorte de mazelas. É por esse tipo de canal que se estabelece teologias materialistas, como a da prosperidade e da confissão positiva (que são quase sinônimas). Um bom exemplo de alguém que vendeu seu ministério é Balaão, Profeta de Deus, mas que pelas promessas de reconhecimento, de poder ensinou a Balaque a lançar tropeços diante do povo de Deus. 

"Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem." Apocalipse 2.14

A Definição de "Carne"

A palavra grega para "carne" no Novo Testamento é sarx, um termo que pode muitas vezes nas Escrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (léxico grego-inglês) descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que funciona como uma entidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpo constituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado a tal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as formas de pecado estão igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver."

A Bíblia deixa claro que a humanidade não começou assim. O livro de Gênesis diz que a humanidade foi criada originalmente boa e perfeita: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.... Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." (Gênesis 1.26-27) Porque Deus é perfeito, e porque um efeito sempre representa a sua causa em essência [isto é, um Deus totalmente bom só pode criar coisas boas, ou como Jesus disse: "Uma árvore boa não pode dar maus frutos" (Mateus 7.18)], Adão e Eva foram criados bons e sem pecado. Entretanto, quando Adão e Eva pecaram, sua natureza foi corrompida e repassada aos seus descendentes: "Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete." (Gênesis 5.3)

A Manifestação e Luta contra a Carne

Como é que a carne se manifesta em seres humanos? A Bíblia responde a essa questão desta forma: "Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus." (Gálatas 5.19-21)

QUALIDADES DO CARÁTER 

Caráter, no grego “charakter”, significa literalmente “estampa”, “marca”, “sinal”, “reprodução exata”.
Caráter é, portanto, aquilo que a pessoa é “por baixo” de sua personalidade. É a sua maneira de ser. É a soma de suas qualidades e defeitos morais integrados na sua personalidade, o qual determinam sua conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo.

De acordo com o dicionário Aurélio, caráter é a qualidade inerente de uma pessoa que a distingue de outra; é o conjunto de traços particulares, o modo de ser de um indivíduo, sua natureza e temperamento que o faz ser que é.

O Caráter: É o que formamos (construímos) ao longo da vida, à medida que nos relacionamos com as pessoas e com o meio que nos cerca; é aquilo que aprendemos ser, através do ensino, dos exemplos e daquilo que é aceito socialmente.

ANDAR SEGUNDO A CARNE E O AMOR AO MUNDO

A Palavra de Deus define como , como o comportamento, o jeito de se vestir, o jeito de falar, o estilo de vida e os estilos musicais dos que são infiéis a Deus. O espírito do mundo, que é satanás, é quem está por trás do modo de pensar e de agir das pessoas que não receberam a Cristo, ou não receberam verdadeiramente a Cristo, como seu salvador. Deus através da sua Palavra nos aconselha a não seguir o rumo desse mundo, não copiar o comportamento, o estilo de vida, o jeito de pensar, de falar e de se vestir dos que estão sob o domínio do espírito desse mundo.

A batalha entre as trevas e a luz é pelo coração do ser humano, a pergunta é: Vamos amar mais a luz, ou as trevas?
Se seguirmos o rumo desse mundo amaremos mais as trevas. Porém se seguirmos o rumo que palavra de Deus nos dá, amaremos mais a luz.

A Palavra de Deus nos diz: I Jo 2.15 - Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o Amor do Pai não está nele. 

I Jo 2.16 - Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.

I Jo 2.17 - E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

Amar as coisas do mundo é um perigo constante que cerca os cristãos. Isso significa que o cristão não pode amar o sistema moralmente corrupto desse mundo, ou seja: gostar, querer, praticar, se igualar e fazer o que a sociedade, que está sob o domínio do espírito do mundo faz.

Se a carne é fraca, como viver a vida cristã?

É comum usarmos a frase "A carne é fraca" para justificar nossas quedas, geralmente no âmbito sexual. Mas vamos dar uma olhadinha no contexto: "E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo. E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Mt 23.37-41)

SAINDO DA CARNE

“Digo, porém: Andai no Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis.” (Gálatas 5.16,17)

Vivemos em guerra vinte e quatro horas por dia; sete dias por semana. Trata-se de uma batalha ininterrupta, não só contra os demônios  mas contra a nossa própria carne. O apóstolo Paulo declarou que via em seu corpo uma guerra entre seu homem interior - que tinha prazer na lei de Deus, e a sua carne - que se via dominada pela lei do pecado.

Deus nos comissionou a vencer a carne; e podemos fazê-lo!

Esta é uma das áreas onde o Espírito Santo veio ministrar em nossas vidas para nos conduzir a um viver santo, vitorioso. E os benefícios do uso da linguagem de oração no espírito estão diretamente ligados às áreas de ação do Espírito do Senhor em nós. Em suma, se é ministério do Espírito nos fazer vencer a carne, então é certo que o falar em línguas nos auxiliará no tocante a esta área. E somente andando no Espírito venceremos os desejos e inclinações da carne.

O capítulo áureo na Bíblia sobre andar no Espírito e massacrar a carne é Romanos 8. No capítulo 7 Paulo declara que passava o conflito interior que todos nós também passamos: “o bem que quero este não faço, e o mal que não quero este faço”. Depois faz a pergunta: “quem me livrará do corpo desta morte?”, externando assim a sua incapacidade de vencer a carne. Muitos pensam que esta pergunta ficou sem resposta; mas não! Logo a seguir, ele mesmo afirma: “Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor.” (Romanos 7.25)

E o capítulo 8 revela como Jesus Cristo nos dá esta vitória. Temos a provisão de Cristo para vencermos. E da mesma forma como havia dito aos gálatas que o segredo de não cumprir os desejos da carne é ANDAR NO ESPÍRITO, o apóstolo também o diz em outras palavras aos crentes de Roma.

“Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.” (Romanos 8.2)
               
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Pr. Adaylton Conceição de Almeida (Th.B.;Th.M.;Th.D.)
Ass. de Deus em Santos (Ministério do Belém) - São Paulo.
Email: adayl.alm@hotmail.com
Facebook: adayl manancial

BIBLIOGRAFIA


Aldenir Araujo - A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida
Jânio Santos de Oliveira - As concupiscências que o mundo oferece
Mario Persona - Se a carne é fraca, como viver a vida crista?

Vanderlei L. Borkoski- Concupiscência da Carne, Concupiscência dos Olhos e Soberba da Vida.