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VIDAS

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. A VIDA ETERNA, DE RENÚNCIAS!

terça-feira, 31 de julho de 2018

HERÓIS DA FÉ

Christmas Evans
O «John Bunyan de Gales»
(1766-1838)

Seus pais deram-lhe o nome de Christmas porque nasceu no dia de "Christmas" (Natal), em 1766. O povo deu-lhe a alcunha de "Pregador Caolho" porque era cego de um olho. Alguém assim se referiu a Christmas Evans: "Era o mais alto dos homens, de maior força física e o mais corpulento que jamais vi. Tinha um olho só; se há razão para dizer que era olho, pois mais propriamente pode-se dizer que era uma estrela luzente, brilhando como Vênus". Foi chamado, também, "O John Bunyan de Gales", porque era o pregador que, na história desse país, desfrutava mais do poder do Espírito Santo. Em todo o lugar onde pregava, havia grande número de conversões. Seu dom de pregar era tão extraordinário, que, com toda a facilidade, podia levar um auditório de 15 a 20 mil pessoas, de temperamento e sentimentos vários, a ouvi-lo com a mais profunda atenção. Nas igrejas, não cabiam as multidões que iam ouvi-lo durante o dia; à noite, sempre pregava ao ar livre, sob o brilhar das estrelas. Durante a sua mocidade, viveu entregue à devassidão e à embriaguez. Numa luta, foi gravemente esfaqueado; outra vez foi tirado das águas como morto e, ainda doutra vez, caiu de uma árvore sobre uma faca. Nas contendas era sempre o campeão, até que, por fim, numa briga, seus companheiros cegaram-lhe um olho. Deus, contudo, fora misericordioso durante esse período guardando-o com vida para, mais tarde, fazê-lo útil no seu serviço.

Com a idade de 17 anos, foi salvo: aprendeu a ler e, não muito depois, foi chamado a pregar e separado para o ministério. Seus sermões eram secos e sem fruto até que, um dia, em viagem para Maentworg, segurou seu cavalo e entrou na mata onde derramou a sua alma em oração a Deus. Como Jacó em Peniel, de lá não saiu antes de receber a bênção divina. Depois daquele dia reconheceu a grande responsabilidade de sua obra; regozijava-se sempre no espírito de oração e surpreendeu-se grandemente com os frutos gloriosos que Deus começou a conceder-lhe. Antes destas coisas, possuía dons e corpo de gigante; porém, depois, foi-lhe acrescentado o espírito de gigante. Era corajoso como um leão e humilde como um cordeiro; não vivia para si, mas para Cristo. Além de ter, por natureza, uma mente ativa e uma maneira tocante de falar, tinha um coração que transbordava de amor para com Deus e o próximo. Verdadeiramente era uma luz que ardia e brilhava.

No Sul de Gales andava a pé, pregando, às vezes, cinco sermões num só dia. Apesar de não andar bem vestido e de possuir maneiras desastrosas, afluíam grandes multidões para ouvi-lo. Vivificado com o fogo celestial, subia em espírito como se tivesse asas de anjo e quase sempre levava o auditório consigo. Muitas vezes os ouvintes rompiam em choro e outras manifestações, coisas que não podiam evitar. Por isso eram conhecidos por "Saltadores Galeses".

Era convicção de Evans que seria melhor evitar os dois extremos: o excesso de ardor e a frieza demasiada. Porém Deus é um ser soberano, operando de várias maneiras. A alguns Ele atrai pelo amor, enquanto a outros Ele espanta com os trovões do Sinai, para acharem preciosa paz em Cristo. Os vacilantes, às vezes, são por Deus sacudidos sobre o abismo da angústia eterna, até clamarem pedindo misericórdia e acharem gozo indizível. O cálice desses transborda até que alguns, não compreendendo, perguntaram: - "Por que tanto excesso?"

Acerca da censura que faziam dos cultos, Evans escreveu: "Admiro-me de que o gênio mau, chamando-se 'o anjo da ordem , queira experimentar tornar tudo, na adoração a Deus, em coisa tão seca como o monte Gilboa. Esses homens da ordem desejam que o orvalho caia e o sol brilhe sobre todas as suas flores, em todos os lugares, meos nos cultos ao Deus todo-poderoso. Nos teatros, nos bares e nas reuniões políticas, os homens comovem-se, entusiasmam-se e são tocados de fogo como qualquer 'Saltador Galês'. Mas, segundo eles desejam, não deve haver coisa alguma que dê vida e entusiasmo à religião! Irmãos, meditai nisto! - Tendes razão, ou estais errados?"

Conta-se que, em certo lugar, havia três pregadores para falar, sendo Evans o último. Era um dia de muito calor; os primeiros dois sermões foram muito longos, de forma que todos os ouvintes ficaram indiferentes e quase exaustos. Porém, depois de Evans haver pregado cerca de quinze minutos, sobre a misericórdia de Deus, tal qual se vê na parábola do Filho Pródigo, centenas dos que estavam sentados na relva, repentinamente, ficaram em pé. Alguns choravam e outros oravam sob grande angústia. Foi impossível continuar o sermão: o povo continuou a chorar e orar durante o dia inteiro e de noite até amanhecer.

Na ilha de Anglesey, porém, Evans teve de enfrentar certa doutrina chefiada por um orador eloqüente e instruído. Na luta contra o erro dessa seita, começou a esfriar espiritualmente. Depois de alguns anos, não mais possuía o espírito de oração nem o gozo da vida cristã. Mas ele mesmo descreveu como buscou e recebeu de novo a unção do poder divino que fez a sua alma abrasar-se ainda mais do que antes:

"Não podia continuar com o meu coração frio para com Cristo, sua expiação e a obra de seu Espírito. Não suportava o coração frio no púlpito, na oração particular e no estudo, especialmente quando me lembrava de que durante quinze anos o meu coração se abrasava como se eu andasse com Jesus no caminho de Emaús. Chegou o dia, por fim,que nunca mais esquecerei. Na estrada de Dolgelly, senti-me obrigado a orar, apesar de ter o coração endurecido e o espírito carnal. Depois de começar a suplicar, senti como que pesados grilhões me caíssem e como que montanhas de gelo se derretessem dentro de mim. Com esta manifestação, aumentou em mim a certeza de haver recebido a promessa do Espírito Santo. Parecia-me que meu espírito inteiro fora solto de uma prisão prolongada, ou como se estivesse saindo do túmulo num inverno muitíssimo frio. Correram-me abundantemente as lágrimas e fui constrangido a clamar e pedir a Deus o gozo da sua salvação, e que Ele visitasse, de novo, as igrejas de Anglesey que estavam sob meus cuidados. Tudo entreguei nas mãos de Cristo... No primeiro culto depois, senti-me como que removido da região estéril e frígida de gelo espiritual, para as terras agradáveis das promessas de Deus. Comecei, então, de novo os primeiros combates em oração, sentindo um forte anelo pela conversão de pecadores, tal como tinha sentido em Leyn. Apoderei-me da promessa de Deus. O resultado foi, que vi, ao voltar a casa, o Espírito operar nos irmãos de Anglesey, dando-lhes o espírito de oração com importunação."

Passou então o grande avivamento do pregador ao povo em todos os lugares da ilha de Anglesey e em todo o Gales. A convicção de pecado, como grandes enchentes passava sobre os auditórios. O poder do Espírito Santo operava até o povo chorar e dançar de alegria. Um dos que assistiram ao seu famoso sermão sobre o Endemoninhado Gadareno, conta como Evans retratou tão fielmente a cena do livramento do pobre endemoninhado, a admiração do povo ao vê-lo liberto, o gozo da esposa e dos filhos quando voltou a casa, curado, que o auditório rompeu em grande riso e choro. Alguém assim se expressou: "O lugar tornou-se em um verdadeiro 'Boquim' de choro" (Juizes 2.1-5). Outro ainda disse que o povo do auditório ficou como os habitantes duma cidade abalada por um terremoto, correndo para fora, prostrando-se em terra e clamando a Deus.

Não semeava pouco, portanto colhia abundantemente; ao ver a abundância da colheita, sentia seu zelo arder de novo, seu amor aumentar e era levado a trabalhar ainda mais. A sua firme convicção era de que nem a melhor pessoa pode salvar-se sem a operação do Espírito Santo e nem o coração mais rebelde pode resistir ao poder do mesmo Espírito. Evans sempre tinha um alvo quando lutava em oração: firmava-se nas promessas de Deus, suplicando com tanta importunação como quem não podia desistir antes de receber. Dizia que a parte mais gloriosa do ministério do pregador era o fato de agradecer a Deus pela operação do Espírito Santo na conversão dos pecadores.

Como vigia fiel, não podia pensar em dormir enquanto a cidade se incendiava. Humilhava-se perante Deus, agonizando pela salvação de pecadores, e de boa vontade gastou suas forças físicas, ou mentais, pregou o último sermão, sob o poder de Deus, como de costume. Ao findar disse: "Este é meu último sermão". Os irmãos entenderam que se referira ao último sermão naquele lugar. Caiu doente, porém, na mesma noite. Na hora da sua morte, três dias depois, dirigiu-se ao pastor, seu hospedeiro, com estas palavras: "O meu gozo e consolação é que, depois de me ocupar na obra do santuário durante cinqüenta e três anos, nunca me faltou sangue na bacia'. Prega Cristo ao povo". Então, depois de cantar um hino, disse: "Adeus! Adeus!" e faleceu.

A morte de Christmas Evans foi um dos eventos mais solenes em toda a história do principado de Gales. Houve choro e pranto no país inteiro.

O fogo do Espírito Santo fez os sermões deste servo de Deus abrasar de tal forma os corações, que o povo da sua geração não podia ouvir pronunciar o nome de Christmas Evans sem ter uma lembrança vivida do Filho de Maria na manjedoura de Belém; do seu batismo no Jordão; do jardim do Getsêmani; do tribunal de Pilatos; da coroa de espinhos; do monte Calvário; do Filho de Deus imolado no altar, e do fogo santo que consumia todos os holocaustos, desde os dias de Abel até o dia memorável em que esse fogo foi apagado pelo sangue do Cordeiro de Deus.

sábado, 28 de julho de 2018

Não Dobre seus Joelhos a Baal

Não Dobre seus Joelhos a Baal

O apóstolo Paulo se referiu aos judeus que criam em Yeshua co
mo “remanescente de Israel” (Romanos 11.5). Ele os comparou aos 7 mil do tempo de Elias que “não dobraram os joelhos diante de Baal” (verso 4). Já que sou um judeu messiânico e não participo de idolatria, eu certamente me qualifico como um dos que não dobram os joelhos a Baal.

Será?

Baal era o deus cananeu promovido por Jezabel. Em Apocalipse 2.20, somos exortados a não tolerar o espírito de Jezabel (e, portanto, a não tolerar a Baal). Esse espírito permeia a sociedade moderna por meio de rebelião, pecados sexuais e entretenimento carnal. “Dobrar os joelhos” pode ser um ato físico, mas também pode se referir a ceder à tentação nos pensamentos e emoções. Será que tenho dado lugar a imaginações impuras?

Talvez eu esteja dobrando meus joelhos à sensualidade e ao comodismo de Baal-Jezabel mais do que gostaria de admitir. E talvez você também. Compartilhei essa mensagem com nossa equipe na semana passada, e todos nós nos ajoelhamos ali mesmo e nos arrependemos. Logo depois, eu fui ao shopping local; e próximo à entrada havia um anúncio gigante com uma mulher vestida apenas em roupas íntimas.

Eu senti o temor de Deus (Provérbios 1.7; 8.13). Entrei na loja e pedi educadamente, porém com firmeza, para que o pôster fosse removido, e que meu pedido fosse enviado para a gerência dessa rede de lojas ao redor do país. Tive a sensação de que o pôster seria removido em três dias. Na terceira manhã, alguns operários chegaram para trocá-lo. Que Deus nos conceda graça para não dobrarmos nossos joelhos a Baal!

Asher Intrater
O Senhor tem o seu caminho na tormenta e na tempestade. (Na 1.3)

Quando rapazinho, eu estudava em um instituto nas vizinhanças do Mt. Pleasant. Certa vez, sentei-me numa elevação da montanha, observando uma tempestade que vinha subindo o vale. O céu estava carregado, e a terra estremecia com a força dos trovões. Parecia que a paisagem, antes tão linda, tinha-se mudado dali e a sua beleza havia desaparecido para sempre.

Mas a tempestade seguiu seu curso e deixou o vale. Se eu tivesse voltado àquele mesmo lugar no dia seguinte, e tivesse perguntado: "Onde está aquela horrível tempestade com todo o seu negrume?", a relva teria respondido: "Parte dela está em mim"; e a flor do campo: "Parte dela está em mim", e os frutos e tudo o que cresce do solo teriam dito: "Parte da tempestade está ardente em nós."

Você pediu para ser semelhante ao seu Senhor? Você tem desejado o fruto do Espírito em sua vida, e tem orado pedindo brandura, bondade e amor? Então não tema o tormentoso temporal que está varrendo a sua vida neste momento. Há uma bênção nessa tempestade; e haverá rica frutificação no "após". — Henry Ward Beecher
 

quinta-feira, 26 de julho de 2018

DEVOCIONAL - 26 DE JULHO DE 2018

Nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. (Gl 5.5)

Há momentos em que tudo nos parece muito escuro — tão escuro que temos de esperar até mesmo a esperança. Esperar já não é agradável, mesmo tendo esperança. A demora em se realizar uma esperança nos faz sofrer; mas esperar a própria esperança, não ver nenhum lampejo no horizonte, e contudo recusar o desespero; nada ver ante a janela senão noite, e contudo conservá-la aberta para um impossível aparecimento de estrelas; ter um lugar vazio no coração e contudo não consentir que o ocupe uma presença inferior — nisto consiste a maior paciência do universo. É Jó na tempestade. É Abraão no caminho de Moriá. É Moisés no deserto de Midiã. É o Filho do homem no jardim do Getsêmani.

Não há paciência mais difícil que a do que fica firme, "como quem vê aquele que é invisível": é a espera pela esperança.

Tu, Senhor, fizeste bela a espera; Tu fizeste divina a paciência. Tu nos ensinaste que a vontade do Pai pode ser recebida, simplesmente porque é a Tua vontade. Tu nos revelaste que uma alma pode ver no cálice apenas tristezas, e contudo tomá-lo, sabendo que o olho do Pai vê melhor do que o seu.

Dá-me esse Teu poder divino, o poder do Getsêmani. Dá-me o poder de esperar pela própria esperança, de ficar olhando pela janela, embora não haja estrelas. Mesmo que se afaste a própria alegria que me foi dada, concede-me o poder de ficar invicto no meio da noite e dizer: "Aos olhos de meu Pai ainda deve haver razão para alegria." Alcançarei o clímax da força, quando tiver aprendido a esperar a esperança. — George Matheson

Esforce-se para ser um daqueles — bem poucos! — que andam na terra com a consciência vivida de que o desconhecido que os homens chamam de Céu está "ali mesmo atrás da cena visível das coisas".
 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

DEVOCIONAL - 24 DE JULHO DE 2018

Então creram nas suas palavras, e lhe cantaram louvor. Cedo, porém, se esqueceram das suas obras, e não lhe aguardaram os desígnios; entregaram-se à cobiça no deserto, e tentaram a Deus na solidão. Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma. (Sl 106.12-15)
Lemos a respeito de Moisés que ele "permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível". Exatamente o oposto, aconteceu com os filhos de Israel no texto acima. Eles só ficaram firmes enquanto as circunstâncias eram favoráveis. Eram governados, em grande medida, pelas coisas que apelavam aos sentidos, em vez de descansar no Deus invisível e eterno.

Hoje em dia, há os que têm uma vida cristã intermitente, isto porque estão ocupados com o que é exterior e centralizam-se nas circunstâncias, em vez de em Deus. Deus quer que nós O vejamos em todas as coisas, e que não consideremos insignificante nada que nos traga uma mensagem Sua.

Aqui lemos que os filhos de Israel "então creram nas suas palavras". Eles não creram enquanto não viram alguma coisa — depois que O viram operar, então creram. Realmente duvidaram de Deus quando chegaram ao mar Vermelho; mas quando Deus abriu o caminho e os fez passar, e viram a Faraó e seu exército perecerem afogados, "então creram".

Eles levaram uma vida de altos e baixos por causa desse tipo de fé; era uma fé que dependia das circunstâncias. Este não é o tipo de fé que Deus quer que tenhamos.

O mundo diz: "Ver para crer", mas Deus quer que creiamos para ver. O salmista disse: "Oh! se eu não houvera crido que veria a bondade de Jeová na terra dos viventes!"

Você crê em Deus só quando as circunstâncias são favoráveis, ou crê a despeito das circunstâncias?



Fé é crer no que não vemos, e a recompensa desta fé é vermos aquilo em que cremos. — Sto. Agostinho

domingo, 22 de julho de 2018

Seis Atitudes a Tomar Quando Estiver Sob Ataque Espiritual


Seis Atitudes a Tomar Quando Estiver Sob Ataque Espiritual

Cody Archer

Como seguidores de Yeshua, todos nós passamos por períodos de ataques espirituais mais intensos, que podem nos desestabilizar caso não saibamos como reagir adequadamente. Como Satanás odeia a Deus, ele também nos odeia. Ele manifesta seu ódio através de tentações, mentiras, medo, doenças e divisões, dentre outros. Da perspectiva de Deus, ele permite tais ataques para nos testar, fortalecer e depois nos levar até a vitória, para que seu caráter e reino possam avançar dentro de nós e por meio de nós.

Conforme nos aproximamos do retorno de Yeshua, as batalhas espirituais crescerão a um nível sem precedentes (Ap 12.7-17), o que significa que temos de estar atentos e perseverantes desde já em preparação. As boas notícias são que juntos com Yeshua nós teremos a vitória definitiva! Enquanto isso, quando estivermos sob fogo pesado do inimigo, tomar estas seis atitudes nos ajudará a passar com vitória “pelo vale da sombra da morte”.

1. Arrependimento

Quando entramos em concordância com o inimigo, damos poder a ele para causar grandes estragos em nossa vida. Ao nos arrepender dos nossos pecados, quebrando a concordância com o inimigo, fechamos os pontos de acesso dos ataques demoníacos. Mas não pare por aí: o arrependimento leva ao perdão, e perdoar os que nos prejudicaram corta ainda mais o acesso de Satanás à nossa vida.

2. Permanecer em Comunhão

Em João 10, Satanás vem como lobo para dispersar e isolar as ovelhas. Existe segurança quando nos submetemos e nos conectamos à família espiritual na qual Deus nos inseriu (Hb 10.25). Recentemente, experimentei um intenso ataque espiritual contra minha mente e pedi a dois dos meus líderes para orar comigo. Por meio de suas orações, tive uma libertação vitoriosa que não pude alcançar sozinho.

3. Permanecer na Palavra

Efésios 6.17 nos diz que a Palavra de Deus é uma espada, uma arma de ataque. A espada romana que Paulo menciona era uma adaga curta que não somente era eficiente contra inimigos em combate físico, mas também era usada para remover flechas de soldados feridos. Em outras palavras, usamos a Palavra de Deus para lutar e também para ministrar a nós mesmos e a outras pessoas. A meditação na Palavra de Deus nos purifica (Ef 5.26), ilumina nosso caminho (Sl 119.105) e nos guia à pureza e santidade (Sl 119.9).

4. Falar com Fé

Frequentemente, não é suficiente apenas meditar na Palavra de Deus em nosso interior, mas precisamos falar a verdade com fé à respeito de nossas circunstâncias. Palavras transformam a atmosfera ao nosso redor. Por isso, devemos sempre falar a verdade para combater as mentiras do inimigo. Devemos sempre, declarar com fé, o que Deus fala sobre nós, o que Ele tem feito por nós no passado e sobre o que Ele ainda há de fazer no futuro.

5. Continuar Adorando

Não se distraia com o inimigo, fazendo-o parecer maior do que ele realmente é. Mantenha Deus e sua grandeza no centro de suas atenções. Quando estiver sob ataque, você não sentirá vontade de adorar, mas faça o contrário do que sente! Vá até ele com ações de graças e entre em sua presença com louvores (Sl 100). Adore até que veja a verdade com clareza. Ore muito no Espírito. Entre na alegria do Senhor com risos e regozijo. Cante e dance com som de júbilo ao Senhor.

6. Permanecer Firme

Uma das passagens mais importantes nas Escrituras sobre resistir a ataques espirituais está em Efésios 6.10-18. Somos exortados a colocar nossa armadura espiritual para permanecer firmes diante dos ataques do diabo. Estar firme significa estar determinado a não ceder terreno. Se nos virarmos e corrermos da batalha, não somente perderemos terreno, mas deixaremos nossas costas desprotegidas contra os dardos inflamados. Existirão calmarias entre os ataques, e as investidas virão de diferentes formas, mas se permanecermos firmes na força do nosso poderoso Senhor, venceremos!

sexta-feira, 20 de julho de 2018

A EPÍSTOLA AOS ROMANOS


A EPÍSTOLA AOS ROMANOS
Pr. Adaylton de Almeida Conceição


 A IMPORTÂNCIA DA EPÍSTOLA


A epístola de Paulo aos romanos, segundo Martinho Lutero, é a principal composição do Novo Testamento e a mais pura descrição dos ensinos contidos nos Evangelhos. Romanos é a maior, mais rica e mais abrangente declaração do apóstolo Paulo sobre o Evangelho. Calvino escreveu “que entre as muitas e notáveis virtudes, a Epístola possui uma em particular, a qual nunca é suficientemente apreciada, a saber: se porventura conseguirmos atingir a genuína compreensão desta Epístola, teremos aberto uma amplíssima porta de acesso aos mais profundos tesouros da Escritura”.

João Crisóstomo, o maior pregador do século V, pedia que Romanos fosse lido em alta voz uma vez por semana. Agostinho, Lutero e Wesley, três figuras extremamente importantes para a nossa herança cristã, viveram a firmeza da fé através do impacto da carta aos Romanos em suas vidas. Todos os reformadores da igreja viam Romanos como sendo a chave divina para o entendimento de toda a Escritura, já que aqui Paulo une todos os grandes temas da Bíblia: Pecado, Lei, julgamento, destino humano, fé, obras, graça de Deus, justificação, eleição, o plano de salvação, a obra de Cristo e do Espírito Santo, a esperança cristã, a natureza e vida da igreja, o lugar do judeu e do gentio nos propósitos de Deus, a filosofia da igreja e a história do mundo, a mensagem do Antigo Testamento, os deveres da cidadania cristã e os princípios de retidão e moralidade pessoal. Romanos nos abre uma perspectiva através da qual a paisagem completa da Bíblia pode ser vista e a revelação de como as partes se encaixam no todo se torna clara.

Foi lendo esta carta que Martinho Lutero foi tocado pela mensagem da salvação gratuita, fazendo-o insurgir-se contra a venda de indulgências que se disseminava entre a classe eclesiástica de então. Em Romanos 1.17 lê-se: "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o Justo viverá da fé'". Segundo esta epístola, a salvação que Deus proporciona à humanidade é dada gratuitamente através do sacrifício de seu Filho Jesus Cristo, na cruz do Calvário.


Apresentação pessoal e saudação 


Na antiguidade, toda carta grega seguia uma metodologia padrão de construção. A primeira parte deveria identificar o remetente e sua saudação. Paulo se vale dessa formalidade para apresentar-se de forma mais clara e ampla possível a uma comunidade de irmãos que até aquele momento ele não conhecia pessoalmente, mas esperava conhecê-los em breve. O apóstolo se apresenta como servo de Cristo. A palavra original ‘doulos’, derivada do verbo ‘deo’ (algemar, aprisionar), significa também escravo. Para um grego dessa época essa era uma expressão de vergonha e rebaixamento. Para os judeus, entretanto, era a mais expressiva forma de se posicionar em adoração ao Senhor Deus. Todo cristão é um servo do Senhor Jesus. O termo “servo” exprime total entrega à vontade de Cristo.

Paulo apresenta a relação entre a história, a humanidade e a divindade. O elemento histórico é o rei Davi. A questão humana é a descendência carnal de Cristo. O elemento divino é a declaração a sua filiação divina. Isso nos mostra que o evangelho está cravado no contexto humano de forma historicamente comprovada.

Interessante é que Paulo sempre justifica suas afirmações com respostas doutrinárias, nunca com o costume da época. Quando ele afirma que não se envergonha ele responde o por quê: “pois ele é o poder de Deus para salvar todos os que creem”. Se nós cremos nesse poder, então NÃO podemos ter vergonha de anunciar o evangelho!

No versículo 17, ele complementa: “Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé".” (faz referência a Habacuque 2.4). Só podemos ser salvos através da fé. 


A FÉ E A LEI


No primeiro século, nem todos concordavam que a justiça era creditada à base da fé. Uma minoria vociferante insistia em que algo mais era necessário. Não dera Javé a Lei mosaica? Como poderia alguém que não se submetesse àquela inspirada provisão ser justo? (Veja Gálatas 4.9-11, 21; 5.2.) Em 49 d.C, o corpo governante em Jerusalém analisou a questão de se aderir à Lei, e a conclusão foi que os gentios que aceitassem as boas novas não precisavam ser circuncidados e submeter-se aos regulamentos da Lei judaica. — Atos 15.1, 2, 28, 29.

Cerca de sete anos depois, Paulo escreveu a carta aos romanos corroborando aquela momentosa decisão. Deveras, ele foi ainda mais longe. Não só era a Lei desnecessária para os cristãos gentios, mas os judeus que fiavam-se na obediência a ela não seriam declarados justos para a vida. 


O CONTEXTO DA IGREJA DOS ROMANOS


De quem era formada a comunidade romana cristã nos seus primórdios? Já havia uma comunidade judaica em Roma: prova disto é a própria epístola aos romanos acompanhada por At 28.15.       

Rm 15.22s: mostra que antes de 50 d.C.,  já existia cristãos em Roma, pois “há muito tempo” o apóstolo pretendia ir visitá-los.

Era formada por Judeus e gentios. A estrutura da carta dá a entender tanto que havia judeus como gentios na sua formação (Rm 1:5, 12-16; 3.27-30, 4.6; 6.19; 11.13, 25, 28, 30; 15.1, 8, 15; a lista de nomes no cap 16 tanto existem nomes judaicos (16.7,11) como gentílicos), tendo, portanto, as mesmas responsabilidades diante de Deus (Rm 1.16; 2.9ss; 3.29; 10.12); além disto, por exemplo, grande parte das discussões paulinas nesta carta tem a ver com o conhecimento da lei judaica (Rm 9-11 é um exemplo disto), que seriam incompreensíveis se não houvesse cristãos judeus na igreja romana.



ÉPOCA E LUGAR DA ESCRITA


Provavelmente entre 54 - 57 d.C., na cidade de Corinto (Rm 15.25, At 20.2), quando do fim de sua 3ª viagem missionária, ao voltar para Jerusalém, já estando em posse da coleta de mantimentos para os irmãos pobres da Judéia.
Achamos em Romanos 16.23 que Gaio e Erasto estava com Paulo. Estes dois eram  membros da igreja de Corinto (I Cor.1.14, II Tim. 4.20). 
A carta foi levada por Febe (Rom.16.1) que morava em Cancréia, perto de Corinto (Atos.18.18). 
Os amigos de Paulo: Priscila e Áquila, já estavam em Roma, (Rom.16:3) onde eles nasceram (Atos 18.2).


Produção da escrita  



Paulo passou os dez anos que vão de 47 a 57 A. D. realizando intensa evangelização dos territórios que margeiam o Mar Egeu. Durante aqueles anos, concentrou-se sucessivamente nas províncias romanas da Galácia, da Macedônia, da Acaia e da Ásia. O Evangelho fora pregado e igrejas tinham sido fundadas ao longo das principais estradas dessas províncias e em suas cidades principais. Paulo recebeu com justa seriedade a responsabilidade que lhe foi dada como apóstolo de Cristo entre os gentios.

Mas a missão de Paulo não estava de forma alguma terminada. Durante o inverno de 56-57 A. D., que ele passou em Corinto, na casa de Gaio seu amigo que se convertera, ficou ansioso (com alguma apreensão) para fazer uma visita a Jerusalém no futuro imediato — pois tinha de cuidar da entrega de uma oferta em dinheiro aos presbíteros da igreja de lá, por cuja arrecadação estivera trabalhando alguns anos entre os gentios convertidos pelo seu intermédio. Esperava que essa oferta fortalecesse os laços entre a igreja-mãe, na Judéia, e as igrejas gentílicas.

A excursão à Espanha lhe daria a oportunidade de satisfazer uma velha ambição — a ambição de ver Roma. Embora cidadão romano por direito de nascimento, nunca tinha visto a cidade da qual era cidadão. Quão esplêndido seria visitar Roma e passar algum tempo lá! Seria deveras esplêndido porque havia uma florescente igreja em Roma, e muitos cristãos que Paulo tinha encontrado aqui e ali em suas viagens, residiam agora em Roma e eram membros daquela Igreja. O próprio fato de que o Evangelho tinha chegado a Roma bem antes de Paulo, excluía Roma como lugar onde ele poderia estabelecer-se para fazer evangelização pioneira. Mas sabia que continuaria sua viagem para a Espanha com muito mais gosto se pudesse primeiro renovar seu espírito com algumas semanas de companheirismo com os cristãos de Roma

Portanto, durante os primeiros dias do ano 57 A. D., ele ditou a seu amigo Tércio — cristão posto às suas ordens talvez por seu hospedeiro Gaio, para servir-lhe de secretário — uma carta destinada aos cristãos romanos. Esta carta visava prepará-los para a sua visita à cidade e explicar a finalidade da mesma. E julgou de bom alvitre, ao escrevê-la, oferecer-lhes uma completa exposição do Evangelho como ele o compreendia e o proclamava.

Aproximadamente cinco anos depois de escrita a carta, o apóstolo chega à Roma. Mais tarde do que planejado e em condições (transporte de prisioneiros) que não imaginava na época da escrita.


Autoria


Paulo a ditou para Tércio (cf. Rm 16.22). As evidências internas desta afirmação são basicamente duas:

a) a reivindicação da autoria pelo apóstolo na introdução da Epístola (Rm 1.1), como é comum em suas epístolas;

b) o conteúdo, estilo literário e vocabulário são próprios de Paulo.


Já as evidências externas são muitas:

a) Irineu citou Romanos 4.10 num dos seus escritos, atribuindo a autoria ao apóstolo Paulo;

b) Policarpo, bispo de Esmirna, citou a Epístola aos Romanos como de autoria paulina;

c) No manuscrito mais antigo das epístolas paulinas, o papiro 46, proveniente do Egito, consistindo de dez epístolas, a carta aos Romanos vem em primeiro lugar.


Objetivo da Carta.


Fica claro, pela leitura da carta, que ela foi escrita a uma Igreja cristã composta tanto de judeus como de gentios. Havia muitos judeus em Roma naquela época; eles retornaram depois da morte do Imperador Cláudio, que os banira de lá algum tempo antes. Embora Paulo não tivesse estado em Roma, para sentir pessoalmente os problemas que a igreja enfrentava, é possível que tenha sido informado da condição e dos assuntos da Igreja por seus bons amigos e colaboradores, Priscila e Áquila, e possivelmente também por outros a quem Paulo encontrara. Seus cumprimentos no capítulo 16 indicam que conhecia pessoalmente um bom número de membros daquela igreja.

Em suas cartas, Paulo atacava problemas específicos e lidava com questões que considerava muito vitais para aqueles a quem escrevia. Quanto à oposição judaica, Paulo já havia escrito às congregações da Galácia, refutando-a, mas essa carta tratava mais especificamente dos esforços feitos pelos judeus que professavam o cristianismo, mas que eram “judaizantes” e insistiam que os conversos gentios fossem circuncidados e que em outros sentidos se exigisse deles observarem certos regulamentos da Lei mosaica. Na igreja romana não parecia haver um esforço sério neste sentido, mas, pelo que parece, havia inveja e sentimentos de superioridade da parte tanto dos judeus como dos gentios.


A Igreja de Roma


Roma, capital do império Romano, era maior que Atenas, Alexandria e Antioquia. Exercia domínio em todas as questões imperiais: políticas, sociais, militares, comerciais e religiosas. O calendário romano data a origem da cidade em 753 a.C. envolta em grande mistério. Foi edificada como resultado de conquistas militares e sustentadas pela capacidade de sua força bélica, competência administrativa e rapidez nas comunicações. Durante o primeiro século da era cristã, Roma tinha mais de 1.500.000 habitantes, dos quais 800.000 eram escravos. Através de a sua força militar, conservava as estradas relativamente livre da ação dos salteadores, ao ponto do primeiro século d.C. ter sido considerado a época da Pax Romana, o que facilitou a propagação do Evangelho nas regiões do Império.


A fundação da Igreja


Não há dados históricos sobre a origem da Igreja em Roma. O NT não traz nenhuma referência. Para Irineu, os fundadores foram Paulo e Pedro, mas não há nenhum registro que apoie essa tradição. A tradição mais aceitável é a de Ambrosiastas, um escritor que viveu no século IV d.C. e que era membro da Igreja em Roma. Segundo ele, essa comunidade eclesiástica havia aceitado a fé de acordo com o tipo judaico, sem ter a participação de qualquer apóstolo mais conhecido da época.

Portanto, a suposição histórica mais provável é a de que os que estiveram em Jerusalém, no dia do Pentecostes e também fizeram parte dos três mil convertidos, retornaram a Roma e formaram a primeira Igreja dos seguidores de Jesus Cristo.


Tema central


A justiça de Deus revelada (1.16,17) – Além desse tema central, os principais temas apresentados pelo apóstolo nesta epístola são:

a) Condenação – a falta de justiça da parte do homem (judeus e gentios): não há nenhum justo (1.18 - 3.20);

b) Justificação – a justiça de Deus em Cristo tornada a justiça do homem: todos podem ser justos (3:21 - 5.21);

c) Verdadeiro sentido da circuncisão;

d) O conflito entre as duas natureza – pecaminosa (antiga) e a santa (nova);

e) A lei e a graça;

f) Santificação – vida através do Espírito Santo: nossa identificação com Cristo;

g) A soberania de Deus; h) O propósito de Deus para Israel.


O PECADO DO HOMOSSEXUALISMO (1.26-32)


O apóstolo não poupa palavras para mostrar o quanto Deus odeia as relações sexuais anormais. O homem foi feito para a mulher e a mulher para o homem, para Deus não há meio termo. Todos que cometem homossexualismo terão a punição de Deus, se não se arrependerem. Quem age de maneira devassa sexualmente, despreza o conhecimento de Deus, e estão propensos a cometerem todos os tipos de pecado.


Conclusão. A carta, portanto, não é uma simples carta geral, escrita à igreja romana, sem nenhum objetivo específico, como alguns supõem, mas tratava, evidentemente, das coisas de que eles precisavam, nas circunstâncias existentes. A igreja romana conseguiria captar o pleno significado e a plena força do conselho do apóstolo, pois sem dúvida enfrentava exatamente os problemas de que ele, Paulo, estava tratando. É óbvio que o objetivo dele era solucionar as diferenças de ponto de vista existentes entre os cristãos judeus e os cristãos gentios e conduzi-los em direção à completa união, como um só homem, em Cristo Jesus. No entanto, ao escrever da maneira como o fez, Paulo ilumina e enriquece nossa mente no conhecimento de Deus e exalta a justiça e a benignidade imerecida de Deus, bem como a posição de Cristo com respeito à igreja cristã e a toda a humanidade.

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Pr. Dr. Adaylton Conceição de Almeida (Th.B.;Th.M.;Th.D.;D.Hu.) 

R.I.P.

 

(O Pr. Dr. Adaylton de Almeida Conceição, foi Missionário no Amazonas e por mais de 20 anos exerceu seu ministério na Republica Argentina; foi Licenciado, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia, Doutor em Psicologia e em Humanidade, Escritor, Professor Universitário, Pós-graduado em Psicanálise e em Ciências Políticas, Juiz Arbitral do Tribunal de Justiça Arbitral-RJ, membro da Academia de Letras Machado de Assis de Brasília e Diretor da Faculdade Teológica Manancial).
Meu orientador no Bacharelado em Teologia.


BIBLIOGRAFIA

Adaylton Conceição de Almeida – introdução à carta aos Romanos
F. F. Bruce I Introdução e Comentário aos Romanos
Nelson Salviano – Análise Bíblica da Epistola aos Romanos
Eduardo Galvão  - Carta aos Romanos
Paulo Corrêa – Estudo da Carta aos Romanos
J. Dias – Estudo da Carta aos Romanos