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VIDAS

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. A VIDA ETERNA, DE RENÚNCIAS!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

SANTIFICAÇÃO


1) DEFINIÇÃO DE SANTIFICAÇÃO


O conceito de santificação ou de santo na Bíblia é exatamente o oposto do conceito do mundo. As pessoas não crentes entendem como santos as imagens de escultura. Essas coisas, de inspiração maligna, enganam e levam à condenação milhares de pessoas em todo o Mundo. Em Êxodo 20.3-6 (Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.), Deus proibiu fabricar, crer e adorar imagens. Em Deut. 7.25-26; 27.15 Deus determina que todas as imagens sejam destruídas, pois são maldições. Todo milagre que ocorre nesses meios é falso e de origem maligna (2a Tes. 2.9 [A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira]).
Na Bíblia, o conceito de santificação significa tornar santo; e ser santo significa ser separado ou consagrado para uso exclusivo de Deus. A palavra santo na Bíblia refere-se a três tipos de pessoas:A Deus, aos Anjos e aos crentes salvos. A Deus no grau Santíssimo. Toda a essência da natureza de Deus é Santa. Só Deus é Santíssimo em Si mesmo e fonte de toda a santidade.
Nós não temos santidade em nós mesmos, mas recebemos da fonte que é Deus (Is. 6.1-3; 30.15; 1aPed. 1.16). Os Anjos são santos porque assim foram criados por Deus (Apoc. 14.10; Luc. 9.26). Os crentes salvos são santos, porque, ao crerem em Jesus, foram separados para Deus, tanto os vivos como os salvos que já morreram, porque no Céu a vida continua. Todo o milagre que ocorre em nosso meio é feito por Deus, que atende às nossas orações, e não por nós (1a Cor. 1.2; Sal. 149.5; Tiago 5.14-16).
2) OS DOIS SENTIDOS DA SANTIFICAÇÃO
A santificação faz parte do plano da salvação e começa no momento em que nos convertemos.
Pela fé cremos em Jesus e fomos salvos.
Deus nos perdoou, justificou, regenerou e passou a chamar-nos santos, porque, nos olha salvos em Jesus Cristo e separados para Deus. 
É um processo contínuo e progressivo de aperfeiçoamento espiritual e de experiência cristã, na vida das pessoas salvas. E é sobre este segundo sentido que vamos estudar hoje (2a Cor. 6.14-187.1).


3) A NECESSIDADE DE SANTIFICAÇÃO
A) NOSSO CORPO NÃO SE CONVERTE
Cada um de nós é um ser triúno: espírito, alma e corpo. A consciência é a voz do nosso espírito; as emoções são a voz da nossa alma; e os 5 sentidos são a voz do nosso corpo. É no nosso espírito que Deus fala conosco. A nossa alma faz a ligação entre o espírito e o corpo, entre o espiritual e o material. A pessoa em si é o espírito humano, que possui uma alma e habita no seu corpo.
Ao crermos em Jesus, fomos salvos por inteiro: espírito, alma e corpo. Fomos recriados e nascemos de novo, passamos a ser filhos de Deus, e a partir daí o Espírito Santo habita em nosso espírito. Tudo foi feito novo, mas só em nosso espírito (2a Cor. 5.17). Nossa alma é liberta pelo poder da Palavra de Deus (Tiago 1.21; João 8.32 e v. 36; 15.3; Sal. 19.7).
A salvação do corpo é a ressurreição em corpo espiritual santo após esta vida. Nós recebemos poder em nosso espírito para trazer nosso corpo em obediência a Deus, porque a inclinação da nossa carne é inimizade contra Deus. Porquanto o nosso corpo não se converte; continuará pecaminoso e com desejo de pecado até a morte. Assim, necessitamos de santificação, para vencer a tendência do nosso corpo ao pecado (Rom. 8.5-16).
 B) A CARNE LUTA CONTRA O ESPÍRITO
O processo de santificação é uma luta sem trégua contra os desejos pecaminosos da nossa carne, que luta contra o nosso espírito, para que não façamos o que queremos. É como se fossem duas pessoas brigando dentro de nós. É o velho homem lutando contra o novo homem (Cols. 3.1-10). Assim, a santificação é necessária porque o nosso corpo não se converte.
Nossa carne luta contra o nosso espírito dificultando a santificação de todo o nosso ser. Em Gen. 4.5-7; Gal. 5.16-21 fala dos desejos da carne. À medida que vencemos a nossa carne, recebemos o fruto do Espírito (Gal. 5.22-25).
4) A NOSSA PARTE NA SANTIFICAÇÃO
A) DECIDAMOS SANTIFICAR-NOS
A santificação exige disposição permanente de buscá-la e esforço para vencer a nossa carne. Dentro do plano da salvação está a santificação, que começa na conversão. A nossa participação começa com o desejo de santificação. Devemos consagrar a Deus o nosso espírito, alma e corpo.
Separar-nos do mundo de pecado e dispor-nos a andar com Deus. Saibamos possuir nosso corpo em santificação e honra. Lembremos que nosso corpo é templo do Espírito Santo. Devemos mortificar pelo espírito todos os desejos pecaminosos do nosso corpo (1a Ped. 2.1-2; 1a Ped. 1.15-16 e v. 22Rom. 12.1-2; 1a Tes. 4.3-4; 1a Cor. 6.18-20; Sal. 1.1-3).
B) SANTIFIQUEMOS A LINGUAGEM
Não falemos chocarrices, palavras torpes (palavrões) e não mintamos (Ef. 5.4; 4.25 e v. 29). Não digamos palavras como: “nossa!”, “nossa senhora!”, “virgem!”, “minha nossa!”, “meu são!”, “cruz credo!... Estas expressões são malignas. Ame os seus queridos, mas nunca diga: "adoro meu filho, meu marido, minha esposa, esta roupa”, “ou, adorei sua comida”, etc... As pessoas querem dizer que amam ou gostam muito. Porém, no reino espiritual, a palavra adorar mantém o significado de adoração. A Bíblia diz que  a Deus devemos adorar e, nestes casos, Deus se entristece e Satanás recebe essa adoração. Façamos uma limpeza em nossas palavras. Usemos vocabulário compatível com a Bíblia.
Sobre a língua leiam Tiago 3.3-12. Nossa língua é terrível. Em Mat. 12.34-37 trata deste assunto; Jesus diz, no verso 37, "por tuas palavras serás condenado e por tuas palavras serás justificado". Leiam sobre a conduta Efésios 4.17-32; 5.1-21; 6.10-18. Vistam-se decentemente (1a Tim. 2.9-10; 1aPed. 3.1-6; 1a Cor. 11.14-15).
Abandonem os vícios e jogos como do bicho, cartas, loterias, raspadinhas, bingos, etc... (Prov. 13.11; 28.8 e v. 20; Ecl. 5.10; Jer. 17.11). “Todo o crente deve orar pedindo o batismo no Espírito Santo e poder para vencer a si mesmo. Em 2a Cor.10:4-5 diz que nós recebemos armas espirituais paravenceronossoeu,o poder do pecado e as fortalezas do mal. Destruir os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levar cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”. Sem santificação ninguém verá a Deus (Heb. 12.14). Busque com fé e você receberá.
5) A PARTE DE DEUS NA SANTIFICAÇÃO
Deus está pronto a nos santificar. Porém nós limitamos a operação de Deus na santificação pelo grau de nossa participação. Façamos a nossa parte, através do estudo da Bíblia, da oração, do serviço e da adoração a Deus. Então Deus nos santificará de dentro para fora, operando em nosso espírito, alma e corpo. Ele nos dará poder na área espiritual para santificar a área material. Assim, nosso exterior (corpo) refletirá a santificação do nosso interior.
A) DEUS NOS SANTIFICA PELO PODER DA SUA PALAVRA
É inquestionável o poder santificador da Palavra de Deus. Só operará, porém, sobre os que estudam a Bíblia (João 17.17; 15.3; 6.63; Sal. 119.9-11 e v. 105; Ef. 5.26).
B) DEUS NOS SANTIFICA PELO PODER DO SANGUE DE JESUS
O poder do sangue de Jesus purifica-nos de todo pecado (já arrependido e abandonado) (1a João 1.7) e opera na nossa santificação (Heb. 9.1410.1013.12).
C) DEUS NOS SANTIFICA PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO
A Trindade Santa atua purificando o crente, para que seja santificado em todo o seu ser triúno: espírito, alma e corpo (1a Tes. 5.23; 2a Tes. 2.13; 1a Ped. 1.2). Se fizermos a nossa parte, entãoDeus usa o poder do Espírito Santo, junto com o poder da Sua Palavra e do sangue de Jesus, e nos santifica. Um dia lá no Céu receberemos a santificação em plenitude.
6) AS BÊNÇÃOS DA SANTIFICAÇÃO
Quanto maior for o crescimento em santificação, maior será a nossa certeza e segurança de salvação e vida eterna com Deus. Teremos maior conhecimento de Deus e receberemos poder e riquezas espirituais (Ef. 1.17-19).
Teremos um caráter de acordo com a Sua vontade (santo). A santificação nos torna cada vez mais participantes da natureza divina (2a Ped. 1.4), faz-nos agradáveis a Deus e pela fé contemplamos a Sua glória.
Faz-nos aptos para servirmos a Deus como Ele quer e sermos vitoriosos. Então podemos adorar a Deus como Ele deseja: em espírito e em verdade (João 4.23-24). Confira sobre adoração Sal. 148; 150; 95.6; 96:9. No Céu, Deus é sempre adorado, veja Apc. 4.10-11; 5.14; 7.11; 11.16; 19.4. A verdadeira adoração a Deus é fruto da santificação. As figuras abaixo lembram: estudo da Bíblia, oração, servir e adorar a Deus.
7) APELO
Este estudo aplica-se mais aos salvos. Se alguém, no entanto, ainda não nasceu de novo e não tem certeza da salvação, arrependa-se e creia pela fé que os seus pecados crucificaram Jesus. Creia que Cristo já recebeu na cruz o castigo que você merecia, e receba hoje pela fé o perdão e a salvação (Rom. 3.20 e v. 28; Efésios 2.8-9; Isaias 53.4-6)
CONCLUSÃO
Santificação significa tornar santo e ser santo significa ser separado ou consagrado para uso exclusivo de Deus. Necessitamos de santificação porque nosso corpo não se converte. A santificação exige disposição permanente de buscá-la e esforço para vencermos a nossa carne. Exige separação do mundo de pecado e consagração a Deus da nossa vida e linguagem.
Então seremos santificados pelo poder da Palavra de Deus, do sangue de Jesus e do Espírito Santo. Receberemos poder e riquezas espirituais que Deus quer nos dar, seremos vitoriosos na obra do Senhor e teremos comunhão íntima e profunda com Deus em oração e adoração. Leia a Bíblia. Amém.

domingo, 11 de setembro de 2016

DEVOCIONAL - 12 de Setembro de 2016

Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada ao seu amado? (Ct 8.5.)

Alguém certa vez aprendeu uma lição valiosa, numa reunião de oração. Um modesto irmão de cor pediu ao Senhor várias bênçãos — como costumamos fazer — e agradeceu por muitas já recebidas — como todos nós fazemos, mas terminou com uma petição estranha: "E, ó Senhor, põe estacas em nós! Sim; põe estacas em todas as nossas necessidades de encostar!'' Você tem necessidade de se encostar? A oração daquele homem humilde as apresenta aos nossos olhos de uma maneira nova, e também nos mostra o Grande Sustentador sob uma nova luz. Ele está sempre andando ao lado do crente, pronto a estender Seu braço poderoso e escorar o fraco "Em todos as nossas necessidades de encostar".

Meu Jesus Se fez por mim Tudo, sim!
NEle encontro, pois, assim, Tudo para mim.
Santidade, amor, poder, — Cada instante em meu viver
Redenção e paz sem fim, Tudo Ele é pra mim!

Sobre a Cruz por mim sofreu Tudo, sim!
Resgatou-me e fez-me Seu. Tudo é para mim!
Só Jesus me satisfaz Tudo, sim!
Sempre limpo e são me faz, Tudo é para mim.

Ele é todo o meu prazer, — Tudo, sim!
Me segura e faz vencer! Tudo é para mim.
Glória, honra e amor Lhe dou!

Tudo, sim!
Seu eternamente sou!
Tudo é para mim!

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

DEVOCIONAL - 08 DE SETEMBRO DE 2016

Na angústia me deste largueza. (Sl 4.1)

Este é um dos maiores testemunhos dados pelo homem quanto ao governo moral de Deus. Não é uma palavra de ação de graças a Deus por ter sido livre de sofrimento. É ação de graças por ter sido libertado através do sofrimento, pois diz: "Na angústia me deste largueza." Ele declara que as próprias tristezas foram a fonte de um alargamento na vida.

E você já não descobriu mil vezes a verdade disto? Está escrito a respeito de José na prisão, que o ferro entrou em sua própria alma. Todos nós sentimos que aquilo que José necessitava para o bem de sua alma era justamente o ferro. Ele tinha visto o brilho do ouro; tinha-se alegrado nos sonhos dos dias jovens, e os sonhos endurecem o coração.

Quem derrama lágrimas sobre a narrativa de um romance não estará muito apto a servir de auxílio na vida real; a verdadeira tristeza lhe parecerá muito sem poesia. Precisamos do ferro para alargar a nossa natureza. O ouro é apenas uma visão; o ferro é uma experiência. A corrente que me liga à humanidade precisa ser de ferro. Aquele toque de humanidade que nos irmana com o mundo não é a alegria, mas a tristeza. O ouro é parcial, o ferro é universal.

Minha alma, se você quer ser alargada na sua compaixão e na sua capacidade de sentir com os outros, precisa ser estreitada dentro de limites de sofrimento humano. A prisão de José foi sua estrada para o trono. Você não é capaz de carregar a carga de ferro de seu irmão. Se o ferro ainda não entrou em seu coração. As coisas que a limitam na verdade são as que a alargam.

As sombras da sua vida é que são o verdadeiro cumprimento dos seus sonhos de glória. Não se queixe das sombras, minha alma, elas contém revelações melhores do que as dos seus sonhos. Não diga que as sombras da prisão a acorrentaram; os grilhões das horas sombrias na verdade são asas — asas que a levam em voo para dentro do seio da humanidade. A porta da sua prisão dá para o coração do universo. Deus a tem alargado, através dos grilhões da corrente do sofrimento. — George Matheson

Se José não tivesse sido prisioneiro, nunca teria sido governador do Egito. A cadeia de ferro em que prendeu seus pés foi a preparação para a cadeia de ouro que foi colocada em volta do seu pescoço.

domingo, 4 de setembro de 2016

O PREGADOR - Eclesiastes

Palavras do pregador, filho de Davi, rei em Jerusalém. Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu. O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois. Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. E apliquei o meu coração a esquadrinhar, e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; esta enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar. Atentei para todas as
obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito. Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular. Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; e o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento. E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.


Disse eu no meu coração: Ora vem, eu te provarei com alegria; portanto goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade. Ao riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve esta? Busquei no meu coração como estimular com vinho a minha carne (regendo porém o meu coração com sabedoria), e entregar-me à loucura, até ver o que seria melhor que os filhos dos homens fizessem debaixo do céu durante o número dos dias de sua vida. Fiz para mim obras magníficas; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz para mim hortas e jardins, e plantei neles árvores de toda a espécie de fruto. Fiz para mim tanques de águas, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. Adquiri servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também tive grandes possessões de gados e ovelhas, mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e
ouro, e tesouros dos reis e das províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens; e de instrumentos de música de toda a espécie. E fui engrandecido, e aumentei mais do que todos os que houve antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o meu coração de alegria alguma; mas o meu coração se alegrou por todo o meu trabalho, e esta foi a minha porção de todo o meu trabalho. E olhei eu para todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também para o trabalho que eu, trabalhando, tinha feito, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito, e que proveito nenhum havia debaixo do sol. Então passei a contemplar a sabedoria, e a loucura e a estultícia. Pois que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que outros já fizeram. Então vi eu que a sabedoria é mais excelente do que a estultícia, quanto a luz é mais excelente do que as trevas. Os olhos do homem sábio estão na sua cabeça, mas o louco anda em trevas; então também entendi eu que o mesmo lhes sucede a ambos. Assim eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que então busquei eu mais a sabedoria? Então disse no meu coração que também isto era vaidade. Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo! Por isso odiei esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito. Também eu odiei todo o meu trabalho, que realizei debaixo do sol, visto que eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim. E quem sabe se será sábio ou tolo? Todavia, se assenhoreará de todo o meu trabalho que realizei e em que me houve sabiamente debaixo do sol; também isto é vaidade. Então eu me volvi e entreguei o meu coração ao desespero no tocante ao trabalho, o qual realizei debaixo do sol. Porque há homem cujo trabalho é feito com sabedoria, conhecimento, e destreza; contudo deixará o seu trabalho como porção de quem nele não trabalhou; também isto é vaidade e grande mal. Porque, que mais tem o homem de todo o seu trabalho, e da aflição do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? Porque todos os seus dias são dores, e a sua ocupação é aflição; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade. Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus. Pois quem pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu? Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria e conhecimento e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, para dá-lo ao que é bom perante Deus. Também isto é vaidade e aflição de espírito.

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha? Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar. Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim. Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida; E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus. Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele. O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou. Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniquidade. Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra. Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais. Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó. Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra? Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?

Depois voltei-me, e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos e dos que não têm consolador, e a força estava do lado dos seus opressores; mas eles não tinham consolador. Por isso eu louvei os que já morreram, mais do que os que vivem ainda. E melhor que uns e outros é aquele que ainda não é; que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol. Também vi eu que todo o trabalho, e toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo. Também isto é vaidade e aflição de espírito. O tolo cruza as suas mãos, e come a sua própria carne. Melhor é a mão cheia com descanso do que ambas as mãos cheias com trabalho, e aflição de espírito. Outra vez me voltei, e vi vaidade debaixo do sol. Há um que é só, e não tem ninguém, nem tampouco filho nem irmão; e contudo não cessa do seu trabalho, e também seus olhos não se satisfazem com riqueza; nem diz: Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isto é vaidade e enfadonha ocupação. Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentarbá? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. Melhor é a criança pobre e sábia do que o rei velho e insensato, que não se deixa mais admoestar. Porque um sai do cárcere para reinar; enquanto outro, que nasceu em seu reino, torna-se pobre. Vi a todos os viventes andarem debaixo do sol com a criança, a sucessora, que ficará no seu lugar. Não tem fim todo o povo que foi antes dele; tampouco os que lhe sucederem se alegrarão dele. Na verdade que também isto é vaidade e aflição de espírito.

Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras. Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo da multidão das palavras. Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires. Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos? Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu teme a Deus. Se vires em alguma província opressão do pobre, e violência do direito e da justiça, não te admires de tal procedimento; pois quem está altamente colocado tem superior que o vigia; e há mais altos do que eles. O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo. Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade. Onde os bens se multiplicam, ali se multiplicam também os que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que os ver com os seus olhos? Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir. Há um grave mal que vi debaixo do sol, e atrai enfermidades: as riquezas que os seus donos guardam para o seu próprio dano; Porque as mesmas riquezas se perdem por qualquer má ventura, e havendo algum filho nada lhe fica na sua mão. Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu tornará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na sua mão. Assim que também isto é um grave mal que, justamente como veio, assim há de ir; e que proveito lhe vem de trabalhar para o vento, E de haver comido todos os seus dias nas trevas, e de haver padecido muito enfado, e enfermidade, e furor? Eis aqui o que eu vi, uma boa e bela coisa: comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias de vida que Deus lhe deu, porque esta é a sua porção. E a todo o homem, a quem Deus deu riquezas e bens, e lhe deu poder para delas comer e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus. Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe enche de alegria o seu coração.

Há um mal que tenho visto debaixo do sol, e é mui frequente entre os homens: Um homem a quem Deus deu riquezas, bens e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, e Deus não lhe dá poder para daí comer, antes o estranho lho come; também isto é vaidade e má enfermidade. Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele. Porquanto debalde veio, e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome. E ainda que nunca viu o sol, nem conheceu nada, mais descanso tem este do que aquele. E, ainda que vivesse duas vezes mil anos e não gozasse o bem, não vão todos para um mesmo lugar? Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e contudo nunca se satisfaz o seu apetite. Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos? Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isto é vaidade e aflição de espírito. Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem, e que não pode contender com o que é mais forte do que ele. Na verdade que há muitas coisas que multiplicam a vaidade; que mais tem o homem de melhor? Pois, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vida de vaidade, os quais gasta como sombra? Quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?

Melhor é a boa fama do que o melhor unguento, e o dia da morte do que o dia do nascimento de alguém. Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria. Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo. Porque qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também isto é vaidade. Verdadeiramente que a opressão faria endoidecer até ao sábio, e o suborno corrompe o coração. Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o paciente de espírito do que o altivo de espírito. Não te apresses no teu espírito a irar-te, porque a ira repousa no íntimo dos tolos. Nunca digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Porque não provém da sabedoria esta pergunta. Tão boa é a sabedoria como a herança, e dela tiram proveito os que vêem o sol. Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor. Atenta para a obra de Deus; porque quem poderá endireitar o que ele fez torto? No dia da prosperidade goza do bem, mas no dia da adversidade considera; porque também Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele. Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há ímpio que prolonga os seus dias na sua maldade. Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? Não sejas demasiadamente ímpio, nem sejas louco; por que morrerias fora de teu tempo? Bom é que retenhas isto, e também daquilo não retires a tua mão; porque quem teme a Deus escapa de tudo isso. A sabedoria fortalece ao sábio, mais do que dez poderosos que haja na cidade. Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque. Tampouco apliques o teu coração a todas as palavras que se disserem, para que não venhas a ouvir o teu servo amaldiçoar-te. Porque o teu coração também já confessou que muitas vezes tu amaldiçoaste a outros. Tudo isto provei-o pela sabedoria; eu disse: Sabedoria adquirirei; mas ela ainda estava longe de mim. O que já sucedeu é remoto e profundíssimo; quem o achará? Eu apliquei o meu coração para saber, e inquirir, e buscar a sabedoria e a razão das coisas, e para conhecer que a impiedade é insensatez e que a estultícia é loucura. E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela. Vedes aqui, isto achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a razão delas; A qual ainda busca a minha alma, porém ainda não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas estas não achei. Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.

Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das coisas? A sabedoria do homem faz brilhar o seu rosto, e a dureza do seu rosto se muda. Eu digo: Observa o mandamento do rei, e isso em consideração ao juramento que fizeste a Deus. Não te apresses a sair da presença dele, nem persistas em alguma coisa má, porque ele faz tudo o que quer. Porque a palavra do rei tem poder; e quem lhe dirá: Que fazes? Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o juízo. Porque para todo o propósito há seu tempo e juízo; porquanto a miséria do homem pesa sobre ele. Porque não sabe o que há de suceder, e quando há de ser, quem lho dará a entender? Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; como também não há licença nesta peleja; nem tampouco a impiedade livrará aos ímpios. Tudo isto vi quando apliquei o meu coração a toda a obra que se faz debaixo do sol; tempo há em que um homem tem domínio sobre outro homem, para desgraça sua. Assim também vi os ímpios, quando os sepultavam; e eles entravam, e saíam do lugar santo; e foram esquecidos na cidade, em que assim fizeram; também isso é vaidade. Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal. Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temem diante dele. Porém o ímpio não irá bem, e ele não prolongará os seus dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus. Ainda há outra vaidade que se faz sobre a terra: que há justos a quem sucede segundo as obras dos ímpios, e há ímpios a quem sucede segundo as obras dos justos. Digo que também isto é vaidade. Então louvei eu a alegria, porquanto para o homem nada há melhor debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol. Aplicando eu o meu coração a conhecer a sabedoria, e a ver o trabalho que há sobre a terra (que nem de dia nem de noite vê o homem sono nos seus olhos); Então vi toda a obra de Deus, que o homem não pode perceber, a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a achará; e, ainda que diga o sábio que a conhece, nem por isso a poderá compreender.

Deveras todas estas coisas considerei no meu coração, para declarar tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus, e também o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante ele. Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento. Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol; a todos sucede o mesmo; e que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade, e que há desvarios no seu coração enquanto vivem, e depois se vão aos mortos. Ora, para aquele que está entre os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto). Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras. Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça. Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias da tua vida vã, os quais Deus te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade; porque esta é a tua porção nesta vida, e no teu trabalho, que tu fizeste debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos. que também o homem não sabe o seu tempo; assim como os peixes que se pescam com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de repente sobre eles. Também vi esta sabedoria debaixo do sol, que para mim foi grande: Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens, e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes baluartes; E encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre foi desprezada, e as suas palavras não foram ouvidas. As palavras dos sábios devem em silêncio ser ouvidas, mais do que o clamor do que domina entre os tolos. Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, porém um só pecador destrói muitos bens.

Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o ungüento do perfumador, assim é, para o famoso em sabedoria e em honra, um pouco de estultícia. O coração do sábio está à sua direita, mas o coração do tolo está à sua esquerda. E, até quando o tolo vai pelo caminho, falta-lhe o seu entendimento e diz a todos que é tolo. Levantando-se contra ti o espírito do governador, não deixes o teu lugar, porque a submissão é um remédio que aplaca grandes ofensas. Ainda há um mal que vi debaixo do sol, como o erro que procede do governador. A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi os servos a cavalo, e os príncipes andando sobre a terra como servos. Quem abrir uma cova, nela cairá, e quem romper um muro, uma cobra o morderá. Aquele que transporta pedras, será maltratado por elas, e o que racha lenha expõe-se ao perigo. Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve redobrar a força; mas a sabedoria é excelente para dirigir. Seguramente a serpente morderá antes de estar encantada, e o falador não é melhor. Nas palavras da boca do sábio há favor, porém os lábios do tolo o devoram. O princípio das palavras da sua boca é a estultícia, e o fim do seu falar um desvario péssimo. O tolo multiplica as palavras, porém, o homem não sabe o que será; e quem lhe fará saber o que será depois dele? O trabalho dos tolos a cada um deles fatiga, porque não sabem como ir à cidade. Ai de ti, ó terra, quando teu rei é uma criança, e cujos príncipes comem de manhã. Bem-aventurada tu, ó terra, quando teu rei é filho dos nobres, e teus príncipes comem a tempo, para se fortalecerem, e não para bebedice. Por muita preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos a casa goteja. Para rir se fazem banquetes, e o vinho produz alegria, e por tudo o dinheiro responde. Nem ainda no teu pensamento amaldiçoes ao rei, nem tampouco no mais interior da tua recâmara amaldiçoes ao rico; porque as aves dos céus levariam a voz, e os que têm asas dariam notícia do assunto.

Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra. Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e caindo a árvore para o sul, ou para o norte, no lugar em que a árvore cair ali ficará. Quem observa o vento, nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará. Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas serão igualmente boas. Certamente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol. Porém, se o homem viver muitos anos, e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade. Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Afasta, pois, a ira do teu coração, e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.

Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento; Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva; No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas; E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem. Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça; Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu. Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade. E, quanto mais sábio foi o pregador, tanto mais ensinou ao povo sabedoria; e atentando, e esquadrinhando, compôs muitos provérbios. Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e escreveu-as com retidão, palavras de verdade. As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor. E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

DEVOCIONAL - 2 DE SETEMBRO DE 216

Porque vos foi concedida a graça de padecerdes. (Fp 1.29.)

O preço da escola de Deus é muito elevado. Muitas de suas lições são lidas através de lágrimas. Richard Baxter disse: "Oh Deus, eu Te agradeço pela disciplina deste corpo, que já dura cinquenta e oito anos." E ele não foi o único que transformou a tribulação em triunfo.


Esta escola de nosso Pai celeste logo terminará para nós; nosso período escolar está cada dia mais perto do fim. Não fujamos de diante de alguma lição mais difícil, nem recuemos ante a vara da correção. Ao nos diplomarmos na glória, a coroa será mais bela, e o Céu mais doce se tivermos suportado tudo alegremente. — Theodore L. Cuyler

A mais fina porcelana do mundo é queimada pelo menos três vezes, e algumas mais de três vezes. A de Dresden sempre é queimada três vezes. E por que passa por esse calor intenso? Uma ou duas vezes deveriam ser suficientes. Não, aquela porcelana precisa ser queimada três vezes para que os adornos de ouro e carmesim fiquem mais belos e se fixem nela permanentemente.

Em nossa vida somos trabalhados segundo o mesmo princípio. Nossas provações ardem em nós uma, duas, três vezes. E pela graça de Deus as cores mais belas são nela gravadas, e se fixam para sempre. — Cortland Myers