VIDAS
A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS.   A VIDA ETERNA, DE RENÚNCIAS!
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
MATEMÁTICA BÍBLICA
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
HERÓIS DA FÉ - JONATHAN GOFORTH
Jonathan Goforth
«por meu espírito»
(1859-1936)
Certo dia, no ano de 1900, em Changte, no 
interior da China, passou um correio galopando à doida. Levava um 
despacho da imperatriz para o governador, ordenando que tomasse medidas 
para exterminar imediatamente todos os estrangeiros. Na horrenda 
carnificina que se seguiu, Jonathan Goforth, com sua esposa e filhinhos, foram cercados por milhares de Boxers, determinados a tirar-lhes a vida.
O pai da família, ao cair no chão com uma 
tremenda pancada que quase lhe partiu o crânio, ouviu uma voz dizer-lhe:
 "Não temas! Teus irmãos estão orando por ti." Antes de ficar 
inconsciente, viu chegar a galope um cavalo que ameaçava atropelá-lo. Ao
 voltar a si, viu que o cavalo caíra ao seu lado, esperneando de tal 
maneira que os seus atacantes foram obrigados a desistirem do propósito 
de matar o missionário. Assim ele reconheceu que a mão de Deus o 
guardava maravilhosa e constantemente durante o tempo do morticínio dos 
boxers, no qual centenas de crentes foram mortos. Jonathan Goforth
 e sua família, foram sal-vos de inumeráveis situações angustiosas entre
 o povo amotinado, até que, por fim, vinte dias depois, chegaram ao 
litoral do país.
Rosalind e Jonathan Goforth
 tinham as suas vidas escondidas com Cristo em Deus. Eis como viviam, 
nas suas próprias palavras: "Não é somente tolice aceitar para nós 
mesmos a glória que pertence a Deus, mas é grave pecado, porque o Senhor
 diz: 'A minha glória a outrem não darei'."
Quando ainda jovem, Jonathan Goforth
 adotou as palavras de Zacarias 4.6 como lema da sua vida: "Não por 
força nem por violência, mas por meu espírito, diz o Senhor dos 
Exércitos."
Alguém que o conhecia intimamente escreveu: "Antes de tudo, Jonathan Goforth
 era um ganhador de almas. Foi por essa razão que se tornou missionário 
para o estrangeiro; não havia outro interesse, outra atividade, outro 
ministério que o atraísse. Com o fogo do amor de Deus no coração, ele 
manifestava um entusiasmo irresistível e uma energia incansável. Nada 
podia impedir os esforços dinâmicos na obra, para a qual Deus o chamara.
 Era assim tanto aos setenta e sete anos como quando tinha cinquenta e 
sete. Com a perda da vista durante os últimos três anos da sua vida, não
 diminuíram seus esforços - parece que aumentaram."
Revela-se, nas suas próprias palavras, como 
foram lançados os alicerces da sua vida constantemente esforçada no 
serviço do Senhor: "Minha mãe, quando eu e meus irmãos éramos ainda 
crianças, com desvelo incessante, nos ensinava as Escrituras e orava 
conosco. Uma coisa que teve grande influência sobre a minha vida foi o 
fato de minha mãe me pedir que lesse os Salmos para ela em voz alta. 
Tinha apenas cinco anos, quando comecei a fazer esse exercício e achei a
 leitura fácil. Com a continuação, adquiri o costume de decorar as 
Escrituras, coisa que continuei a fazer com grande proveito".
Todos podemos testificar que é fácil fazer 
com que a leitura das Escrituras e a oração cheguem a uma monótona 
formalidade. Mas, ao contrário, o semblante de Jonathan Goforth
 se iluminava com o reflexo da glória das Escrituras que recebia na 
alma. Depois da sua morte, uma criada católica romana declarou: "Quando o
 senhor Goforth se hospedava na casa onde trabalho, eu mirava seu rosto e
 dizia a mim mesma: O rosto de Deus pode ser assim!"
Acerca da conversão de seu pai, Jonathan escreveu:
 "No tempo da minha conversão, morava com meu irmão Guilherme. Certa 
vez, nossos pais nos visitaram, passando conosco mais ou menos um mês. 
Fazia tempo que o Senhor me dirigira a fazer culto doméstico. Assim, 
certo dia, anunciei: Faremos o culto doméstico de hoje e peço que todos 
se reúnam depois do jantar'. Esperava que meu pai se manifestasse 
contrariamente, porque em casa não costumávamos dar graças antes das 
refeições, quanto mais fazer culto doméstico! Li um capítulo de Isaías 
e, depois de falar algumas palavras, oramos juntos, de joelhos. 
Continuamos a realizar os cultos domésticos durante o tempo que eu 
estava em casa. Depois de alguns meses meu pai foi salvo."
O jovem Goforth, no tempo de estudante no 
ginásio, visava a ser advogado, até que, certo dia, leu a inspiradora 
biografia do pregador Roberto McCheyne. Não somente se desvaneceram para
 sempre todas as suas visões de ambição, mas ele dedicou, também, a sua 
própria vida a levar almas ao Salvador. Nesse tempo, "devorou" os 
livros: "Os Discursos de Spurgeon"; "Os Melhores Sermões de Spurgeon"; 
"Graça Abundante" (Bunyan); e "O Descanso dos Santos" (Baxter). A 
Bíblia, contudo, era o seu livro predileto, e costumava levantar-se duas
 horas mais cedo para estudar as Escrituras, antes de se ocupar em 
qualquer outro serviço do dia.
Acerca da sua chamada, nesse tempo, ele 
escreveu: "Apesar de sentir-me dirigido ao ministério da Palavra, 
recusava terminantemente a ser missionário no estrangeiro. Mas um colega
 me convidou a assistir à reunião de um missionário, o qual fez o 
seguinte apelo: 'Faz dois anos que passo de cidade em cidade contando a 
situação de Formosa e rogando que algum jovem se ofereça para me 
auxiliar. Mas parece que não consegui transmitir a são a nenhum. Volto, 
então, sozinho. Dentro de pouco tempo meus ossos estarão embranquecendo 
na encosta dum morro em Formosa. Quebranta-me o coração saber que nenhum
 moço se sente dirigido a continuar o trabalho que iniciei'.
"Ao ouvir essas palavras, senti-me vencido 
pela vergonha. Se o chão tivesse me engolido, teria sido um alívio. Eu, 
comprado com o precioso sangue de Cristo, ousava planejar a minha vida 
como eu mesmo queria. Ouvi a voz do Senhor dizer: 'A quem enviarei, e 
quem há de ir por nós?' E respondi: Eis-me aqui, envia-me a mim! Desde 
então sou missionário. Lia avidamente tudo que podia achar acerca de 
missões no estrangeiro e me esforçava por transmitir aos outros a visão 
que eu alcançara - a visão dos milhões da terra sem oportunidade de 
ouvirem um pregador".
Por fim chegou o tempo de iniciar seus 
estudos em Toronto. O primeiro domingo ele o passou trabalhando entre os
 prisioneiros, na prisão "Don", um costume que continuou durante todos 
os anos de estudos nessa cidade. Durante a semana, dedicava muito tempo a
 andar de casa em casa ganhando almas para Cristo. Quando o diretor do 
colégio onde estudava perguntou-lhe quantas casas visitara durante os 
meses de junho a agosto, ele respondeu: "Novecentas e sessenta."
Foi nesse tempo dos estudos que Jonathan Goforth se casou com Rosalind Bell-Smith. Acerca desse ato ela escreveu:
"Comecei, aos vinte anos de idade, a orar 
pedindo que, se o Senhor desejasse que eu me casasse, Ele me dirigisse 
um moço inteiramente dedicado a Ele e ao seu serviço... Certo domingo, 
achei-me em uma reunião de obreiros da Toronto Mission Union. Um pouco 
antes de começar a reunião, alguém à porta chamou Jonathan Goforth.
 Ele, ao levantar-se para ir lá fora, deixou a Bíblia na cadeira. Então 
eu fiz uma coisa que nunca pude explicar, nem para ela achei desculpas; 
senti-me impelida a ir à cadeira dele, apanhei a Bíblia, e voltei à 
minha cadeira. Ao folhear rapidamente o livro, achei-o quase gasto pelo 
uso, e marcado de capa a capa. Fechei-o, e sem demora, coloquei-o de 
novo na cadeira. Tudo isso aconteceu em um intervalo de poucos segundos.
 Ali, sentada no culto, eu disse a mim mesma: 'Esse é o moço com quem 
seria bom que eu me casasse".
"No mesmo dia fui apontada, juntamente com outras para abrir um ponto de pregação em outra parte de Toronto. Jonathan Goforth
 estava também entre o grupo. Durante as semanas que se seguiram, eu 
tive muitas oportunidades de ver a verdadeira grandeza da alma desse 
homem, a qual nem seu exterior desprezível podia esconder. Assim, quando
 ele me perguntou: - "Queres unir a tua vida à minha para irmos à 
China?" Sem vacilar um só momento, respondi: - Quero! Mas, alguns dias 
depois, foi grande a minha surpresa quando ele me perguntou: - "Prometes
 nunca me impedir de colocar o Senhor e a sua obra em primeiro lugar, 
mesmo antes de ti?' Era essa mesma a qualidade de moço que eu pedira, em
 oração, para que Deus mo desse como marido, e firmemente respondi: 
Prometo fazê-lo sempre! Oh! Como fora benigno o Mestre, ao esconder-me o
 que essa promessa significava!"
"Poucos dias depois de eu haver prometido o 
que me pediu, veio a primeira prova. Eu sonhava, como mulher que era, 
com o bonito anel de casamento que ia receber. Foi então que Jonathan me
 disse: - 'Não te importas se eu te não comprar uma aliança?' A seguir 
explicou com grande entusiasmo, como se esforçava na distribuição de 
livros e folhetos sobre o trabalho na China. Queria economizar o mais 
possível para essa importante obra. Ao ouvi-lo, e depois de contemplar a
 luz no seu rosto, as visões de uma aliança bonita se desvaneceram: Era a
 minha primeira lição sobre os verdadeiros valores!"
Em 19 de janeiro de 1888, centenas de 
crentes se reuniram na estação em Toronto para se despedirem do casal 
Goforth que ia trabalhar na obra de Deus na China. Antes de sair o trem,
 todos baixaram a cabeça em oração e, ao partir o trem, a grande 
multidão cantava: "Avante, soldados de Cristo!" E, uma vez fora da 
estação, os dois no trem rogaram a Deus que os guardasse para viverem 
eternamente dignos da grande confiança que esses irmãos depositaram 
neles.
Não muito depois de chegarem à China, Hudson
 Taylor lhes escreveu: "Faz dez anos que a nossa missão se esforça para 
entrar no Sul da província e somente agora é que o conseguimos..." Se a 
China Inland Mission, com missionários e auxiliares experientes na 
língua e nos costumes do povo sofre fracasso durante dez anos nessa 
província, como podia entrar ele, jovem inexperiente e sem conhecer a 
língua?! As palavras de Hudson Taylor, "avançar de joelhos", tornaram-se
 o lema da missão de Goforth para entrar no Norte de Honã.
Jonathan Goforth
 levou mais tempo a aprender a língua, do que seu companheiro que 
chegara um ano depois dele. Certo dia, ao sair para pregar, ele, em 
grande desespero, disse à sua esposa: "Se o Senhor não operar um milagre
 para eu aprender essa língua, serei um grande fracasso como 
missionário!" Duas horas depois voltou, dizendo: "Oh! Rosa! Que 
maravilha! Ao começar a pregar, as palavras e as frases tornaram-se tão 
fáceis que o povo me compreendeu bem." Dois meses depois receberam uma 
carta dos estudantes no colégio Knox, em Toronto, contando como em certo
 dia a certa hora eles se reuniram para orar por eles - "Somente pelos 
Goforth" - e ficaram convencidos de que eles foram abençoados por Deus, 
porque sentiram muito a presença e o poder de Deus na oração. Goforth, 
ao abrir seu diário, descobriu que foi no mesmo dia e hora que Deus lhe 
deu a habilidade de falar fluentemente. Alguns anos depois, certo 
patrício seu, que falava bem o chinês, disse-lhe acerca do seu estilo de
 falar: "Compreende-se a fala do senhor sobre uma área maior do que de 
qualquer outra pessoa que conheço."
Um missionário veterano assim aconselhou a 
Goforth: "Os chineses têm tantos preconceitos do nome de Jesus que deve 
esforçar-se para demolir os deuses falsos e só depois mencionar o nome 
de Jesus, se houver oportunidade." Ao contar isso à sua esposa, Goforth 
exclamou indignado: "Nunca! Nunca! NUNCA!" Em nenhum tempo ele se 
levantou para pregar sem a Bíblia aberta na mão.
Quando, alguns anos depois, os missionários 
novatos lhe perguntaram o segredo do fruto extraordinário do seu 
ministério, ele respondeu: "Deixo Deus falar às almas dos ouvintes por 
intermédio da sua própria Palavra. Meu único segredo para tocar no 
coração dos mais vis pecadores é mostrar-lhes a sua necessidade e 
pregar-lhes o Salvador poderoso para os salvar... Esse era o segredo de 
Lutero, era o segredo de John 
 Wesley e ninguém se aproveitou mais dele do que D. L. Moody". Para 
manejar a ''Espada do Espírito" com grande execução, Goforth a "afiava",
 estudando-a diariamente, sem falhar. Em vez de falar contra os ídolos, 
ele exaltava a Cristo crucificado. Isso atraía os pecadores para 
deixarem as suas vaidades.
Em 1896, ele escreveu: "Depois de chegar a 
Changté, há cinco meses, o poder do Espírito Santo se manifesta quase 
diariamente para nos alegrar. Durante esses meses, um total de mais de 
25.000 homens e mulheres nos visitaram em casa, e todos ouviram a 
pregação do Evangelho. Pregamos, na média, oito horas por dia. Há, às 
vezes, mais de cinquenta mulheres de uma vez no terraço. (Ele pregava 
aos homens, enquanto a sua esposa pregava às mulheres.) Quase todas as 
vezes que apresentamos Cristo como Redentor e Salvador, o Espírito Santo
 salva alguém e, às vezes, dez a vinte."
Contudo, não se deve pensar que esses 
missionários escaparam de grandes tribulações. Não muito depois de 
chegarem à China, um incêndio destruiu todas as suas possessões 
terrestres. O calor do verão era tão intenso que sua primogênita, 
Gertrude, faleceu e foi necessário levar o cadáver a uma distância de 75
 quilômetros, a um lugar onde se permitia enterrar os estrangeiros. 
Quando faleceu outro filhinho, Donald, foi necessário fazer de novo a 
mesma longa viagem de 75 quilômetros com os restos mortais. Depois de 
passarem doze anos na China, novamente perderam tudo quanto tinham em 
casa, quando as águas de uma enchente subiram à altura de dois metros 
dentro da casa.
No ano 1900, logo após outra filha, 
Florença, morrer de meningite, veio a insurreição dos Boxers - acerca da
 qual já nos referimos. No levante dos Boxers, muitas centenas de 
missionários e crentes foram brutalmente mortos. Só a mão de Deus os 
guiou e os sustentou na fuga de Changté -uma viagem de 1.500 
quilômetros, em tempo de intenso calor e de doença em um dos quatro 
filhos. Inúmeras vezes foram cercados pelas multidões que clamavam: 
"Matai-os! Matai-os!" Uma vez a multidão enfurecida arremessou pedras 
tão grandes que quebraram a espinha dos cavalos que puxavam a carroça, 
mas todas as pessoas do grupo escaparam! Goforth levou vários golpes de 
espada, um dos quais atingiu o osso do braço esquerdo, quando o ergueu 
para defender a cabeça. Apesar de o grosso capacete, que tinha na 
cabeça, ficar quase inteiramente cortado em pedaços, ele conseguiu 
manter-se em pé até que recebeu um golpe que, por pouco, não lhe partiu o
 crânio. Mas Deus não permitiu que a mão dos homens os destruíssem, 
porque ainda tinha uma grande obra para fazer na China por intermédio 
desses servos. Assim, sem poderem cuidar das feridas e com as roupas 
ensangüentadas, o grupo enfrentava as multidões furiosas, dia após dia, 
até alcançar Shanghai. De lá, a família embarcou em um navio para o 
Canadá.
Logo que diminuiu o perigo na China, os 
nossos incansáveis heróis estavam novamente ocupados no trabalho em 
Changté. A região foi dividida em três: a parte que caiu em sorte a 
Goforth foi o vasto território ao norte da cidade com inúmeras vilas e 
povoados.
O plano de Goforth era alugar uma casa em um
 centro importante, passar um mês evangelizando e, depois mudar-se para 
outro centro. Queria que a sua esposa pregasse no pátio da casa, de dia,
 enquanto ele e seus auxiliares pregavam nas ruas e nos povoados ao 
redor. À noite, faziam os cultos juntos, ela tocando o harmonium. No fim
 do mês, podiam deixar um dos auxiliares para ensinar os novos 
convertidos, enquanto o grupo passava para outro centro. Acerca desse 
plano a esposa de Goforth escreveu:
"De fato, o plano foi bem concebido, a não 
ser uma coisa: não se lembrou das crianças... Lembrei-me de como os 
meninos com varíola, em Hopei, me cercaram quando segurava a criança no 
colo. Lembrei-me das quatro covas de nossos pequeninos, e endureci o 
coração, como pederneira, contra o plano. Como meu marido suplicava dia 
após dia! 'Rosa, por certo o plano é de Deus e receio o que possa 
acontecer aos filhos se desobedecermos. O lugar mais seguro para ti e os
 filhos é no caminho da obediência. Pensas em guardar os filhos seguros 
em casa, mas Deus pode mostrar-te que não podes. Contudo, Ele guardará 
os filhos se obedeceres confiando nele!' Não muito depois, Wallace caiu 
doente de disenteria asiática e por quinze dias lutamos para salvar a 
criança; meu marido me disse: 'Oh! Roa, cede a Deus, antes de perder 
tudo.' Mas parecia-me que Jonathan era
 duro e cruel. Então nossa filha Constância caiu enferma da mesma 
doença. Deus revelou-se a mim como um Pai em quem eu podia confiar para 
conservar os meus filhos. Baixei a cabeça e disse: 'Ó Deus, é tarde 
demais para a Constância, mas confio em ti, guarda os meus filhos. Irei 
aonde quer que me mandes.' Na tarde do dia em que a criança faleceu, 
mandei chamar a senhora Wang, uma crente fervorosa e amada e lhe disse: 
'Não posso contar-lhe tudo agora, mas estou resolvida a acompanhar meu 
marido nas viagens de evangelização. Quer ir comigo?' Com lágrimas nos 
olhos, ela respondeu: 'Não posso, pois a menina pode adoecer sob tais 
condições.' Não querendo inistir, pedi que ela orasse e me respondesse 
depois. No dia seguinte ela voltou com os olhos cheios de lágrimas e, 
com um sorriso, disse: 'Irei com vocês'."
É coisa notável que não faleceu mais nenhum 
filho dos Goforth, na China, apesar dos muitos anos que passaram na vida
 nômade de evangelização. Goforth observou tão fielmente seu costume de 
levantar-se às 5 horas para oração e estudo das Escrituras, como quando 
estava em casa, em Chantgé. Geralmente, para o estudo tinha de ficar em 
pé diante da janela, com as costas viradas para a família. Acerca da 
obra em Chantgé, são de Goforth estas palavras: "Nos primeiros anos de 
meu trabalho na China, contentava-me com a lembrança de que sempre há 
sementeira antes da colheita. Mas já passavam mais de treze anos e a 
colheita parecia ainda distante. Tinha a certeza de que haveria uma 
coisa melhor para mim se eu tivesse a visão e a fé necessárias para 
adquiri-la. Estavam constantemente perante mim as palavras do Mestre em John 
 14.12: 'Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim 
também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque
 eu vou para meu Pai.' E sentia profundamente como no meu ministério 
faltavam as 'maiores obras'."
No ano de 1905, Jonathan Goforth
 leu na Autobiografia de Carlos Finney que um lavrador podia, com muita 
razão, orar pedindo uma colheita material independentemente de se 
cumprirem as leis da natureza, assim como os crentes podem esperar uma 
grande colheita de almas sem se cumprirem as leis que governam a 
colheita espiritual. Resolveu então saber quais eram essas leis e 
decidiu-se a cumpri-las, a qualquer preço.
Fez um estudo a fundo e de joelhos, sobre o 
Espírito Santo e escreveu as notas nas margens da sua Bíblia chinesa. 
Quando começou a ensinar essas lições aos crentes, houve grande 
quebrantamento, com confissão de pecados. Foi na grande exposição 
idólatra de Hsun Hsien que Deus primeiramente mostrou seu grande poder 
no ministério de Goforth. Durante o sermão, um obreiro exclamou em voz 
baixa: "Esse povo está tão comovido, pela pregação, como a multidão no 
dia de Pentecoste, pelo sermão de Pedro". Na noite do mesmo dia, num 
salão alugado e que não comportava toda a grande multidão pagã que 
queria assistir, Goforth pregou sobre o texto: "Levando Ele em seu corpo
 os nossos pecados sobre o madeiro". Quase todos mostraram-se convictos 
do pecado e quando o pregador fez o apelo, levantaram-se clamando: 
"Queremos seguir a esse Jesus que morreu por nós!" Um dos obreiros 
presentes assim expressou o que viu: "Irmão, aquele a quem oramos 
durante tanto tempo para que viesse, veio de fato esta noite." Nos dias 
que se seguiram, pecadores foram salvos em todos os pontos de pregação e
 em todos os cultos.
Acerca do avivamento, que nesse tempo 
visitou a Coréia, um dos missionários escreveu sobre o que presenciou: 
"Os missionários eram como os demais crentes: não havia alguém entre 
eles de talento extraordinário. Viviam e trabalhavam como quaisquer 
outros, a não ser nas orações... Nunca senti a presença divina como a 
senti nos seus rogos a Deus. Parecia que esses missionários nos levavam 
ao próprio trono no Céu! Fiquei muito impressionada, também, ao ver como
 o avivamento era prático... Havia dezenas de milhares de homens e 
mulheres transformados completamente pelo fogo divino. Grandes templos, 
com assentos para 1.500 pessoas, ficavam superlotados; era necessário 
realizar um culto para os homens e, em seguida, outro para as mulheres, a
 fim de que todos pudessem assistir. Em todos ardia o desejo de espalhar
 as 'boas-novas'. Crianças se aproximavam das pessoas que passavam pelas
 ruas, rogando-lhes que aceitassem a Cristo por seu Salvador... A 
pobreza do povo da Coréia era conhecida em todo o mundo. Contudo, havia 
tanta liberalidade nas ofertas, que os missionários não queriam ensinar 
mais sobre o dever de contribuir. Havia grande dedicação à Bíblia, quase
 todos levando um exemplar no bolso. E o maravilhoso espírito de oração 
permeava tudo."
Ao voltar da Coréia, Goforth foi chamado a 
Manchúria. Mais tarde, ele escreveu: "Quando iniciei a longa viagem, 
estava convicto de que eu tinha uma mensagem de Deus para entregar 
àquele povo. Mas não tinha idéia de como presidir a um avivamento. Sabia
 pronunciar um discurso e sabia levar o povo a orar, porém nada mais 
sabia do que isso..."
Goforth teve um grande desapontamento ao 
chegar à Manchúria: os crentes não oravam como lhe prometeram fazer e a 
igreja estava dividida! Depois do primeiro culto, ele, sozinho no seu 
quarto, caiu de joelhos em desespero. E Deus respondeu à sua 
insistência, enviando tão grande desejo de oração nas igrejas e tão 
profunda contrição pelo pecado, que elas não somente foram purificadas 
de toda a classe de pecado, inclusive dos mais horrendos crimes, mas os 
perdidos, em grande número, vinham e eram salvos.
A senha do avivamento do ano de 1859 foi: 
"Necessário vos é nascer de novo" e a de 1870: "Crê no Senhor Jesus!" 
Mas a meta de Goforth foi: "Não por força, nem por violência, mas por 
meu Espírito" (Zc 4.6). Que o Espírito Santo operava em vários lugares 
na Manchúria, em resposta às orações insistentes e em face de embaraços 
de toda a sorte, vê-se claramente no que ele escreveu acerca da obra na 
cidade de Newchang:
"Ao subir ao púlpito, ajoelhei-me um 
momento, como de costume, para orar. Quando olhei para o auditório, 
parecia como que todos os homens, mulheres e crianças na igreja 
estivessem com dores de julgamento. As lágrimas corriam copiosamente e 
houve confissão de toda a espécie de pecado. Como se explica isso? A 
igreja era conhecida como igreja morta e sem mais esperança, contudo, 
antes de enunciar sequer uma palavra, sem mesmo cantar um hino e antes 
de orar, começou essa obra maravilhosa. Não há outra explicação: foi o 
Espírito de Deus, que operou em resposta às orações das igrejas de 
Mukden, Liaoyang e de outros lugares na Manchúria, as quais haviam 
experimentado a mesma qualidade de avivamento e foram induzidas a 
interceder por sua pobre e necessitada igreja irmã".
Jonathan Goforth,
 quando foi à Manchúria, era quase desconhecido fora do pequeno círculo 
da sua denominação. Depois de algumas semanas, quando voltou, os olhos 
dos crentes de todo o mundo estavam fitos nele. Contudo, permaneceu o 
mesmo humilde servo de Deus, reconhecendo que a obra não era dele mas do
 Espírito de Deus.
Chansi é conhecida como "a província dos 
mártires". Certo chinês douto contou a Goforth como presenciara nessa 
província, durante a Insurreição dos Boxers, em 1900, de uma só vez a 
morte de 59 missionários. Todos eles encararam o carrasco com a maior 
calma. Uma mocinha, de cabelos louros, perguntou ao governador: "Por que
 devemos morrer? Os nossos médicos não vieram de países remotos para dar
 suas vidas para servir ao seu povo? Muitos doentes sem esperança não 
foram curados? Diversos cegos não receberam a vista? É por causa do bem 
que fizemos que devemos morrer?" O governador baixou a cabeça, e não 
respondeu. Mas um soldado, pegou a mocinha pelos cabelos, e com um só 
golpe, decepou-lhe a cabeça. Um após outro foram mortos; todos morreram 
com um sorriso de paz. Esse mesmo chinês contou como viu, entre eles, 
uma senhora falando alegremente ao filhinho. Com um só golpe ela foi 
prostrada, mas a criança continuou a segurar-lhe a mão; logo a seguir 
outro golpe, um pequeno cadáver jazia ao lado do cadáver da mãe.
Foi a essa mesma "província dos mártires" 
que Deus enviou seus servos, os Goforth, oito anos depois, e aconteceu o
 que vamos ler: "Em Chuwahsien, não muito depois de começar a falar, vi 
muitos dos ouvintes baixarem a cabeça, convictos, enquanto as lágrimas 
corriam-lhes pelas faces. Depois do discurso, todos que experimentaram 
orar, estavam quebrantados. O avivamento, que começou assim, continuou 
durante quatro dias. Houve confissão de toda a qualidade de pecados. O 
delegado regional se admirou grandemente ao ouvir confissões de 
homicídios, de roubos e de crimes de toda a sorte - confissões que ele 
só conseguiria arrancar deles açoitando-os até quase os deixar mortos. 
Às vezes, depois de um culto de três horas, ou mais, o povo voltava a 
casa para continuar a orar. Mesmo em horas tardias da noite, havia 
pequenos grupos reunidos em vários lugares para orarem até quase clarear
 o dia".
No colégio de moças, em Chuwu, na mesma 
"província dos mártires", "as alunas insistiram para que lhes 
concedessem tempo para jejuar e orar... No dia seguinte, quando as moças
 se reuniram de manhã, para oração, o Espírito caiu sobre elas e ficaram
 de joelhos até a tarde desse dia."
Das centenas de exemplos evidentes da 
operação poderosa do Espírito Santo nos corações, dentre muitos outros 
lugares, citaremos aqui apenas os seguintes:
Changté: "Quase setecentas pessoas 
assistiram pela manhã. Havia um ferver de homens se esforçando para ir à
 frente, de modo que Goforth só conseguiu pregar à tarde. O culto era 
contínuo, prolongava-se o dia inteiro, com intervalos para as 
refeições."
Kwangchow: "A igreja, com assentos para 
1.400 ouvintes, não comportava as multidões. O Espírito Santo veio com 
poder extraordinário. Havia, às vezes, centenas de pecadores contritos 
chorando..." Dois endemoniados foram libertos e se tornaram crentes 
fervorosos na obra de Deus. Em quatro anos o número dos salvos aumentou 
de 2.000 para 8.000.
Shuntehfu: "Inesperadamente, uma dúzia de 
homens começaram a orar e a chorar... sem poderem resistir ao poder do 
Espírito Santo... Velhos discípulos de Confúcio, vinham à frente, 
quebrantados e humilhados, para confessarem a Cristo como seu Senhor. Um
 total de quinhentos homens e mulheres foram salvos. Foi, talvez, a 
maior obra do Espírito Santo que eu tinha visto."
Nanquim: "Assistiram mais de 1.500 pessoas. 
Centenas que também queriam assistir, não puderam entrar e voltaram a 
casa. O culto da manhã durou quatro horas. O resto do tempo foi dedicado
 à oração e confissão de pecados. A massa de pessoas que desejava chegar
 ao estrado para confessar seus pecados foi tão grande que se tornou 
necessário construir outra escada... Subi de novo ao estrado, às 3 horas
 da tarde, para iniciar o segundo culto. Centenas de pessoas, nesse 
momento, começaram a vir à frente e por isso eu não podia pregar... Às 
nove horas da noite, seis horas depois de iniciar o culto, fui obrigado a
 me retirar e embarcar para Pequim onde os crentes me esperavam para 
outra série de cultos."
Shantung: "O avivamento foi tão grande que cerca de 3.000 membros foram acrescentados à igreja em três anos."
Acerca dos cultos entre os soldados do 
general Feng, a esposa de Goforth escreveu: ''Desde o início, sentimos a
 presença de Deus. Duas vezes, todos os dias, Goforth tinha auditórios 
de cerca de 2.000 pessoas, principalmente oficiais, que se mostravam 
grandemente interessados... A três cultos, às esposas foi permitido 
assistirem, e Deus me deu poder para falar-lhes. Quase todas 
declararam-se prontas a seguir a Cristo. O general Feng, ao experimentar
 orar, ficou quebrantado... A seguir outros oficiais, um após outro, 
começaram a clamar a Deus entre soluços e lágrimas."
Assim continuou a obra, ano após ano, 
geralmente com três cultos por dia, apesar de grandes obstáculos. No 
período da seca de 1920, 30 a 40 milhões dos habitantes ao redor 
encararam a morte pela fome. Em 1924, Goforth assim escreveu à sua 
esposa, forçada por doença a voltar ao Canadá: "Completo hoje 65 anos...
 Oh! Como cobiço, mais que qualquer avarento cobiça o ouro, vinte anos 
ainda para ganhar almas!"
Depois de completar 68 anos de idade e sua 
esposa 62, idades em que a maioria dos homens se afastam do serviço 
ativo, os dois foram enviados para um campo inteiramente novo, na 
Manchúria - campo distante, vasto e frio, que se estende até as 
fronteiras da Rússia e da Mongólia. Acerca da sua partida, Goforth 
escreveu:
"Certo dia, em fevereiro de 1926, a minha 
esposa estava deitada esperando a chegada da assistência para levá-la ao
 Hospital Geral de Toronto. De repente, a campainha da porta e a do 
telefone tocaram simultaneamente. Pelo telefone fomos avisados de que 
não haveria lugar no hospital antes de três dias. Na porta recebemos um 
cabograma do general Feng, da China, rogando que eu fosse sem demora. 
Nesse momento eu disse à minha esposa: 'Que farei? Não posso deixar-te'.
 (Todos pensávamos que ela não viveria muitos meses mais.) Minha esposa,
 depois de orar, disse: 'Vou contigo.' Os membros da junta estavam 
reunidos na ocasião; apresentei-lhes o cabograma do general Feng e 
concordaram que eu fosse. Mas quando os informaram de que a minha esposa
 queria acompanhar-me, mostraram-se horrorizados, respondendo que ela 
morreria no caminho. Então eu lhes disse: 'Os irmãos não conhecem essa 
mulher como eu. Quando ela diz que vai, ela vai!' Assim concordaram em 
que ela fosse."
Durante muito tempo, avisados pelo cônsul do
 novo campo da Manchúria, viviam com as malas arrumadas, a fim de 
partirem imediatamente no caso de haver uma segunda insurreição dos 
Boxers, como todos esperavam. Contudo, desde o início, Deus honrou o 
serviço desses servos, conforme se lê no que ele escreveu na avançada 
idade de 70 anos: "Realizavam-se três horas de pregação de manhã pelo 
grupo de missionários e quatro horas à tarde... Desde o primeiro dia 
houve conversões; às vezes doze em um só dia. Grande foi o nosso gozo ao
 vermos cerca de duzentas pessoas aceitaram a Cristo durante o mês de 
maio."
Havia muito tempo que diversos amigos 
insistiam em que ele escrevesse a história de como o Espírito Santo 
operava no seu ministério. Em tempo de intenso frio, viu-se obrigado a 
extrair os dentes; durante quatro longos meses sofreu dores cruciantes 
nos maxilares, a ponto de não poder pregar. Foi nessa época que seu 
filho menor chegou do Canadá. Goforth então conseguiu ditar a matéria 
para o filho datilografar. Dessa forma foi impresso o livro "Por Meu 
Espírito", obra de grande circulação e influência.
Após quatro anos de serviço, foi-lhe 
necessário voltar ao Canadá, por causa da vista de sua esposa. Foi 
durante esse tempo que Goforth, também, começou a perder a vista. 
Enquanto convalescia das operações mal-sucedidas para restaurar-lhe a 
visão de um olho. Ele relatou, uma por uma, as histórias da obra na 
China, histórias que a sua enfermeira estenografou e que, agora, 
completam o famoso livro intitulado: "Vidas Milagrosas da China".
Em 1931, Goforth e sua esposa, ela com 67 
anos e ele com 72, com os corações ardendo pelo desejo de ganhar almas, 
voltaram mais uma vez à obra na Manchúria. Quatrocentos e setenta e dois
 convertidos foram batizados em 1932. Um dia Goforth voltou de uma 
viagem evangelística para entrar em casa às apalpadelas. Depois de ficar
 um momento ao lado da sua esposa, ele lhe disse em voz baixa: "Receio 
que a retina do olho esquerdo tenha saído do lugar." E assim tinha 
acontecido. A perda completa da visão era para ele uma tristeza, uma 
tragédia, sentida por todos. Ao mesmo tempo chegou-lhes uma carta 
informando-os de uma redução tão grande no que recebiam para o sustento 
dos missionários e nas despesas das viagens evangelísticas, que parecia 
impossível continuar a obra. Foi a maior crise de toda a vida de Jonathan Goforth.
 Contudo, sem vacilar, olhou para Deus. A própria cegueira parecia mais 
uma bênção do que uma aflição: os crentes mostravam-se mais ligados a 
ele do que antes. Vencendo o desânimo inevitável dos que perdem a vista,
 não cessou de pregar com a Bíblia que amava, aberta nas mãos. No ano de
 1933, setecentos e setenta e oito convertidos foram batizados.
Por fim, os Goforth cederam ao apelo dos 
crentes do Canadá a que voltassem para animar as igrejas a enviarem mais
 missionários. Durante os preparativos para a viagem, souberam que 
novecentos e sessenta e seis convertidos foram batizados naquele ano, 
1934. O culto de despedida foi um dos mais comoventes em toda a história
 da obra missionária. O missionário, tão amado pelos crentes, agora, por
 causa da cegueira, não podia ver como tinham enfeitado o templo, mas 
eles bondosamente e com prazer lhe descreveram tudo acerca das muitas e 
lindas bandeiras de seda e veludo que cobriam inteiramente as quatro 
paredes do templo. Os pregadores que falaram, o fizeram chorando. Um 
deles disse: "Agora Elias está para sair de nosso meio e cada um de nós 
deve tornar-se um Eliseu".
Na hora da despedida, na plataforma da 
estação estava uma multidão de crentes chorando. Goforth, sentado diante
 da janela no trem, com o rosto virado para aqueles crentes que tanto 
amava, mas não podia ver, continuava a fazer-lhes sinais com a cabeça, 
de vez em quando, levantando os olhos para cima, indicando, assim, a 
bendita esperança de uma reunião no Céu. Quando o trem partiu, os 
crentes com os olhos cheios de lágrimas, tentaram acompanhá-lo, correndo
 paralelamente, a fim de conseguirem olhar mais uma vez para o rosto 
desses queridos missionários.
Durante dezoito meses, Goforth pregou a 
grandes auditórios no Canadá e nos Estados Unidos. Dia após dia, esse 
veterano estava em pé diante desses auditórios, com a sua amada Bíblia 
aberta nas mãos. Abria o livro, aproximadamente nas páginas, das quais 
citava as passagens de cor, durante o sermão. Isso ele fazia, tendo os 
olhos abertos e com tanta prática, que era difícil crer que as não lia 
como outrora.
O ponto principal de suas mensagens 
descobre-se nestas palavras que ele disse certo dia à sua esposa: 
"Querida, acabo de fazer um cálculo mental que prova com certeza qual o 
resultado de dar ao Evangelho a oportunidade de operar. Se cada um dos 
missionários enviados à China tivesse levado tantas almas a Jesus como 
os seis missionários do nosso campo durante o ano de 1934, o último ano 
que passamos na Manchúria, isto é, 166 por cada missionário, o número de
 conversões na China teria alcançado a cifra de quase um milhão de 
almas, em vez de apenas 38.724, isto é, teria sido vinte e cinco vezes 
maior!"
Certo dia, quando tinha de pregar somente à 
noite, ele disse á sua esposa: "Em vez de sairmos de casa hoje, acho 
melhor participarmos de um banquete da Palavra. Lê para mim o precioso 
Evangelho de John".
 Ela leu dezesseis capítulos desse livro. "Percebia-se que era um 
verdadeiro banquete para ele, pela atenção que prestava à leitura de 
certas passagens." Antes de falecer, tinha lido a Bíblia, de capa a 
capa, mais de setenta e três vezes.
Na noite do dia 7 de outubro de 1936, Jonathan Goforth,
 depois de um discurso fervoroso e longo, sobre o tema: "Como o Fogo do 
Espírito Varreu a Coréia", deitou-se tarde para dormir. Às sete horas da
 manhã seguinte, a sua esposa levantou-se e vestiu-se. Logo a seguir 
verificou que foi mais ou menos no momento em que ela se levantou que 
ele, "dormindo aqui na terra, num instante, acordou-se na Glória, vendo 
de novo." Poucos dias antes, ele tinha dito que se regozijava em saber 
que o primeiro rosto que ia ver, seria o de seu Salvador.
Cinco anos e meio depois de Jonathan Goforth
 haver dormido no Senhor, Rosalind Goforth reuniu-se ao seu amado marido
 e companheiro de lutas. As últimas palavras que pronunciou, foram 
estas: "O Rei me chama. Estou pronta".
Dela também pode-se dizer, como foi dito a 
respeito dele: "Entregava-se à oração e ao estudo da Palavra, para saber
 a vontade de Deus. Foi esse amor pela leitura da Bíblia e a 
ininterrupta comunhão com Deus que lhe deram o poder de comover 
auditórios e convencê-los do pecado e da necessidade do arrependimento. 
Em todas as ocasiões ele dominava a sua própria pessoa e confiava 
inteiramente no poder do Espírito Santo para descobrir as coisas de 
Jesus aos ouvintes."
Que o mesmo brado de guerra seja sempre 
nosso: "Não por força, nem por violência, mas por meu Espírito" - "Mas 
recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo".
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
DEVOCIONAL - 01 DE NOVEMBRO DE 2018
Este era o maior teste de obediência. Era relativamente fácil levantar 
acampamento, quando os flocos da nuvem iam-se ajuntando devagar e 
erguendo-se de cima do Tabernáculo e ela passava a flutuar 
majestosamente diante da multidão. A mudança de ares é sempre agradável;
 e havia emoções e interesses na caminhada, nos cenários e em saber como
 seria o próximo ponto de parada. Mas a espera...
Ali, por mais mormacenta ou sem atrativos que fosse a região, por mais 
irritante que fosse à carne e ao sangue, por muito cansativa que fosse 
ao coração impaciente e por mais perigosa que fosse — não havia escolha,
 senão ficarem acampados.
O salmista diz: "Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para
 mim, e ouviu o meu clamor". E o que Ele fez pelos santos do Velho 
Testamento, fará pelos crentes de todas as épocas.
Deus muitas vezes ainda nos deixa esperando. Face a face com inimigos 
ameaçadores, no meio de situações alarmantes, cercados de perigos, sob 
uma pedra que está para rolar. Não poderemos sair dali? Não será hora de
 levantar acampamento? Já não sofremos até o limite? Não podemos trocar 
este calor e esta claridade que dói na vista, por pastos verdes e águas tranquilas?
Não há resposta. A nuvem não se move, e precisamos ficar ali, embora 
seguros do maná, da água da rocha, do abrigo, da proteção. Deus nunca 
nos conserva num lugar sem nos assegurar da Sua presença e mandar-nos 
suprimentos diários.
Espere, jovem, não se apresse em mudar as coisas! Pastor, fique no seu 
posto! Enquanto a nuvem não se mover claramente, você não deve se mover. 
Espere, pois, a boa hora do seu Senhor!
Ele chegará no tempo certo! 
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