VIDAS

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. A VIDA ETERNA, DE RENÚNCIAS!

domingo, 15 de maio de 2016

ISRAEL NO PLANO DA REDENÇÃO

Os capítulos 9 ao 11 de Romanos formam uma unidade. O tema dos três capítulos é a nação de Israel. Num certo sentido, estes capítulos são um parêntese. Pois como se pode ver, a linha de pensamento de Paulo poderia ter seguido do capítulo 8 direto ao capitulo 12.  Nos primeiros 8 capítulos, Paulo expressa o Evangelho de Deus, ou seja, as boas novas da Justificação (capítulos 1-5), Santificação (capítulos 6-8) e Glorificação (capitulo 8). No capitulo 12, ele trata com as implicações práticas do evangelho (como a verdade do evangelho pode afetar nosso viver diário em nossa relação para com Deus e o próximo). De modo que o capitulo 8 deveria desembocar naturalmente no capitulo 12, porém em vez de fazer isso, Paulo nos dá um parêntesis de três capítulos nos quais nos ajuda a entender  onde fica situada a nação de Israel nos planos e propósitos de Deus.

A eleição de Israel dentro do plano da redenção. Os próximos 3 capítulos tratam a história espiritual de Israel: passada (cap.9), presente (cap.10), e futuro (cap.11).  

A TRISTEZA DE PAULO (Rm 9.1-5

Como prefácio do principal problema de que vai tratar, ele expressa sua angústia pela condição dos judeus. Digo a verdade em Cristo. É o seu juramento solene. Seus adversários judeus acusavam-no de falta de sinceridade; daí sua defesa veemente, na qual se revela como verdadeiro patriota. Amava os de sua raça e não se envergonhava de chamá-los meus irmãos, meus compatriotas segundo a carne. Ufana-se dos privilégios judaicos e refere-os com certo floreio de linguagem, sendo o maior deles ser o Cristo descendência de Israel. A sinceridade do desapontamento do apóstolo, pelo fato de sua própria raça não estar desempenhando sua função e aceitando o Messias, evidencia-se por seu nobre desejo de ser anátema, separado de Cristo, por amor de seus irmãos; cfr. a oração de Moisés, Êx 32.32-33).
Há quem diga que as palavras de Paulo não poderiam ser interpretadas literalmente, isto é, chegar à conclusão de que ele desejaria ser condenado por amor aos irmãos. Isto por que: a) As palavras não indicam isto; b) Não conceberia nenhum benefício aos judeus; c) Tal desejo não pode ser expresso; d) Seria ímpio e absurdo; e) Nenhum homem poderia desejar ser o inimigo eterno de Deus.
Paulo vai explicar como Deus abandonou temporariamente Seu povo Israel, o que é o propósito de Deus para com os gentios, e como no futuro Deus restaurará o seu povo Israel a sua posição exaltada. 
O fato é que Israel como nação e a integridade de Deus tem um relacionamento bem mais próximo do que naturalmente poderíamos idealizar. A história da igreja nos informa que não se delongou muito para que a membrezia da igreja tornar-se predominantemente gentia. Desse "quadro étnico" questões teológicas relevantes poderiam e/ou já estariam surgindo em solo romano. Seriam elas: "Porque Israel não está sendo redimido como prometido no Antigo Testamento?"; "Deus mudou sua mente ou voltou em suas promessas"?
A predominância gentílica em contraponto à rejeição judaica aparentemente gerava um conflito entre as promessas de Deus no Antigo Testamento e o Evangelho agora rejeitado por grande número de judeus. Deste modo, o caráter de Deus e do Evangelho poderiam ou já estariam sendo questionados. "De acordo com entendimento típico de um judeu cristão nos dias de Paulo, a história da salvação tinha tomado um rumo não esperado". Para responder a essa questão, Paulo escreve essa longa seção. "Ele escreve esses capítulos para comprovar a Palavra de Deus para Israel à luz da rejeição generalizada do evangelho por parte de seus contemporâneos judeus".

PAULO FAZ UMA DISTINÇÃO DOS ISRAELITAS NA CARNE, DAQUELES QUE ELE CHAMA DE ESPIRITUAIS

O versículo “6” é o texto chave do cap. 9, porque realmente ele faz uma perfeita conexão entre a introdução e o desenvolvimento do capítulo.  Sei que é verdade que os fiéis da terra, que compõem a igreja invisível, pode até ser chamada de israelitas, porém as evidências contextuais mostram que os “verdadeiros israelitas” de Rm 9.6 não incluem os gentios, mas se refere somente aos fiéis da nação de Israel. Vejamos: “Não que a palavra de Deus haja falhado. Porque nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9.6).
Quem era o objeto da preocupação de Paulo no texto, os rejeitados gerais ou somente os judeus? A resposta se encontra na introdução, nos versículos 2, 3: “que tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração. Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne”.
Versículo 3: “Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus compatriotas segundo a carne”. Podemos observar que nos primeiros versículos deste capítulo Paulo tenta externar a sua tristeza por causa da incredulidade de Israel. Aqui no versículo 3 o apóstolo declara com firmeza que está se referindo ao Israel “segundo “a carne” e não ao Israel espiritual.
Versículos 4 e 5: “os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a entrega da lei, e o culto, e as promessas; de quem são os patriarcas; e de quem descende o Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito eternamente. Amém”. Três fortes evidências que o apóstolo se referia ao Israel etnia podem ser apresentadas daqui: primeiramente, a frase “os quais são israelitas” está gramaticalmente e contextualmente ligada à última frase do versículo anterior: “que são meus parentes segundo a carne”.
Segundo, os termos: “a entrega da lei” e “de quem são os patriarcas”, jamais podem ser empregada para o Israel espiritual, porque a legislação foi entregue à nação de Israel, e não para os crentes gentios; terceiro, a oração: “e de quem descende o Cristo segundo a carne” declara explicitamente que Paulo se refere aos judeus, visto que Jesus não descende dos gentios, mas da sárka judaica.
Qual foi a palavra que Deus disse que o texto (Rm 9.6) defende que não falhou? O contexto aproximado mostra que foi uma promessa divina: “os quais são israelitas, de quem é… as promessas” (Rm 9.4), “… mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Rm 9.8). Referia-se a promessa de salvação à nação judaica, que os judaizantes imaginavam que era incondicional e fatalística para todos os descendentes de Abraão, coisa que Paulo estava refutando. 

DEUS NÃO É INFIEL A SUAS PROMESSAS (Rm 9.6-13)

Este é o conteúdo da primeira objeção. Paulo começa sua réplica por negar que a palavra de Deus haja falhado. As promessas que acabava de mencionar (4) não foram quebradas, mas cumpridas com o verdadeiro Israel. O Israel de Deus, daqui por diante, é contrastado com o Judaísmo, que até a pouco fora o herdeiro oficial de Abraão, porém agora foi rejeitado devido à sua falta de fé e recusa de aceitar os direitos do Messias. O apóstolo esclarece a distinção que faz entre a filiação espiritual e a carnal, empregando ilustrações tiradas à história dos patriarcas. Dava a história a entender à raça judaica ter ela direitos sobre Deus, invertendo o que parece ser mais normal, Deus ter direitos sobre ela? Por que era semente de Abraão, seriam todos os judeus filhos de Deus? Paulo declara que Deus, no exercício de sua vontade soberana, tem decretado que a fé, não hereditariedade, é o princípio eterno de filiação. 

Deus cumpre suas promessas.

Dentro do propósito redentor de Deus, suas reais promessas a Sara e a Rebeca foram cumpridas. Deus era livre para exercer Sua graça seletiva no caso dos patriarcas, uma vez que somente Ele é o originador dos propósitos dela. A justiça, pois, não é por obras, mas por aquele que chama, excluindo destarte todo mérito humano. Jacó e Esaú não foram tratados de modos diferentes por motivo da vida e do caráter deles, porque Jacó fora escolhido antes que ele e o irmão nascessem. Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú deve ser isto interpretado no sentido das duas nações, não dos indivíduos, segundo se deduz da referência original nas duas citações do Velho Testamento (Gn 25.23; Ml 1.2-3).

A ELEIÇÃO E A SOBERANIA DE DEUS.

Os judeus de fato criam que, por direito de nascimento e como povo de Deus, incontestavelmente seriam salvos. Por isso, existe aqui a tensão com o evangelho que Paulo pregava, pois, a justificação que os judeus pensavam ser por méritos e descendência física, não era possível senão pela fé em Cristo. Portanto, o apóstolo deixa claro que o propósito de Deus em salvar israelitas não era baseado em descendência ou mérito próprio e, por isso, no verso 11, ele esclarece que os gêmeos não haviam sequer nascido ou feito qualquer bem ou mal, ou seja, tal escolha não foi feita com base nas obras, seja de Jacó ou Esaú, quer sejam boas ou más.

É interessante a observação feita por Picirilli: “... são unânimes as declarações da Bíblia de que a salvação não é pelas obras. Mas, segue-se que, a Bíblia não diz que a salvação é por nada! O que a Bíblia diz é que a salvação é pela fé! Contudo, embora Paulo já tenha asseverado o fato de que a salvação é pela fé e não por obras nos capítulos anteriores da epístola, e que o leitor original naturalmente já tivesse fixado tal fato em sua mente, devemos lembrar que até essa altura do capítulo 9 a palavra fé ainda não havia aparecido explicitamente, entretanto o apóstolo está até aqui deixando claro que a eleição de Deus não é baseada na descendência física de Abraão, e nem em obras, coisas estas em que os judeus se estribavam, e que estavam causando a profunda tristeza no coração do apóstolo.
 
O Exemplo de Faraó (vs 17-18)

Enquanto os versículos 15-16 mostram uma ênfase positiva na misericórdia de Deus, o segundo exemplo de Paulo, (o de faraó), possui uma ênfase negativa, ou seja, no Juízo de Deus. De fato, enquanto misericórdia é um atributo do caráter de Deus que ele dispensa a todos que ele deseja, endurecimento é um juízo de Deus aos que resistem a sua misericórdia (vs 17, 18).
A citação aqui feita por Paulo como exemplo de resistência é de Êxodo 9.16. Este Episódio ocorre no contexto da sexta praga, quando Deus manda Moisés dizer a faraó para libertar o seu povo. Após o aviso, Deus diz que poderia ter eliminado faraó, bem como sua nação e terra, todavia, Deus não fez assim, porque tinha um propósito: primeiro, mostrar seu poder em faraó. Como bem menciona Grant Osborne, o poder de Deus demonstrado aqui pode ser ambos: tanto o de salvar, como o de julgar, pois no episódio de Êxodo Deus com seu poder salvou seu povo e com o mesmo poder condenou faraó. Também em Romanos, o poder de Deus salva os da fé (Rm 1.16) e o mesmo poder condena os incrédulos. Em segundo lugar, Deus desejava que seu nome fosse proclamado em toda a terra.


A JUSTIÇA DE DEUS – CAP. 10

Este capítulo explica a péssima condição espiritual de Israel.
Para os israelitas que procuravam ser justificados pela lei, a justiça ficou fora de seu alcance (9.31). Mas em Cristo, a justiça chega perto e pode ser alcançada pela fé. Paulo deseja a salvação dos israelitas, mas entende que é possível somente por meio de Jesus.
Ao invés de aceitar a justiça de Deus, eles procuraram, em vão, estabelecer o seu próprio sistema de justiça (2-3).

Essa descrição dos judeus se aplica bem a muitas pessoas religiosas hoje. Muitas pessoas zelosas ainda andam conforme doutrinas humanas. Da mesma maneira que os judeus precisavam abrir os seus corações para examinar as suas crenças, todos nós devemos ser abertos para aprender melhor e mudar as nossas convicções para fazer a vontade de Deus.

O tropeço dos judeus - A razão da rejeição – 10.1-13 

A palavra chave aqui é JUSTIÇA. Os judeus queriam justiça, mas a procurou no lugar errado. Como os Fariseus em Mat. 25.15, os judeus gastaram muito tempo, força, e dinheiro para ganhar a justiça, mas tudo isso foi feito em ignorância. As pessoas religiosas estão fazendo a mesma coisa hoje em dia com suas boas obras. Deus não aceitou este tipo de justiça dos judeus, e não aceita hoje em dia dos gentios. 
A Bíblia fala de dois tipos de justiça: justiça pelas boas obras ou pela obediência à lei, e justiça pela fé que é o Dom gratuito de Deus a todos que aceitam Seu Filho. 
Os judeus não aceitaram a justiça pela fé, mas rejeitaram Cristo e sem saber que Deus fez a lei não para salvar, mas para mostrar a necessidade de salvação para o pecador e aquela salvação está em Cristo. 
Deus não usa mais a lei para julgar o homem, mas agora usa a cruz onde Cristo morreu. Quem crê não está condenado, mas quem não crê já está condenado porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus (João 3.19). 

Os gentios não buscavam a justificação pela lei, contudo, vieram a alcançá-la mediante a fé em Cristo. Enquanto os judeus buscavam tal justificação por justiça própria. Veja, por exemplo, Fp 3.4-10, onde o próprio apóstolo mostra a dependência que tinha na lei e em sua linhagem judaica para alcançar ou manter sua justificação. Entretanto, lembramos que Paulo considerou aquilo tudo como esterco, no que se referia à sua justificação perante Deus (Fp 8-10). Portanto, este fora o grande problema dos judeus: buscaram a justificação de justiça própria e não decorrente da fé em Cristo. Ao lermos o final do verso 31 e o início do 32 notamos que Israel buscava a coisa certa (a justificação) todavia, com o método errado (obras e descendência abraâmica), enquanto os gentios, que não buscavam a justificação (1.18-32) vieram a alcançá-la por meio da fé (que é oposto a obras 3.20, 27-28; 4.2,6; 9.11).
Portanto, nos versos 32-33 a citação de textos como Isaías 8.14, 28.16 são mencionados para demonstrar que o tropeço de muitos israelitas era não crer na pedra angular que é Cristo.

A REDENÇÃO DE ISRAEL

Neste capítulo vamos ver o futuro de Israel e receber a resposta da pergunta "Deus tem abandonado Seu povo Israel permanentemente, ou ainda há esperança para a redenção e recuperação deste povo?"
I. A prova pessoal – 11.1
"Também sou israelita", diz Paulo para mostrar que sua salvação é uma prova que Deus ainda salva o judeu. A salvação de Paulo é um exemplo (1Tim. 1.16), para todos que querem aprender, que Deus ainda salva o judeu e que vai salvar muito mais no Milênio. 
A salvação de Paulo não é um exemplo para a salvação dos gentios hoje em dia, mas para a salvação dos judeus quando Cristo vier. 
Paulo viu Cristo glorificado e ouviu Suas Palavras pessoalmente. Paulo era incrédulo e rebelde e perseguia os crentes em Cristo. 
Zacarias diz que os judeus, "olharão para mim, a quem traspassaram." (Zac.12.10) Em Apocalipse lemos: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!" (Ap. 1.7). 
Em 1Cor. 15.8, Paulo diz que era, "como um abortivo", porque ele foi salvo centenas de anos antes da salvação da nação de Israel que só vai acontecer depois da vinda de Cristo. 
Deus não rejeitou os judeus, porque um resto foi salvo. Os judeus não acharam Deus injusto quando rejeitou a maioria na época do profeta Elias, pois sabiam que os injustos não mereciam estar com Deus. Deus mostrou a sua bondade poupando 7.000 fiéis que não serviam aos ídolos. Aqueles que mostraram a sua fé foram poupados. Em Cristo, os judeus que acreditam em Cristo são salvos. A eleição não foi aleatória, um ato do capricho de Deus. Os eleitos são aqueles que aceitam a palavra de Deus.

Em suma, Deus era perfeitamente justo em sua maneira de agir porque é soberano para salvar (justificar) e rejeitar (condenar) quem ele quiser, e ele (Deus) desejou salvar (justificar) aqueles que tinham fé em Jesus Cristo, o que tristemente, como menciona Paulo nos versos 1-3, não era o caso da maioria de seus patrícios.


E assim todo o Israel será salvo.

É impossível sustentar uma exegese que tome "Israel" aqui em sentido diferente de "Israel" no versículo 25: "Veio endurecimento (ou "cegueira") em parte a Israel". Quanto ao argumento de que Paulo não diz: "e então todo o Israel será salvo", mas, "e assim todo o Israel será salvo" (como se a colheita do número completo dos gentios fosse só por si a salvação de todo o Israel), basta apontar para o bem fundamentado emprego do grego houtõs ("assim", "desta forma") em sentido temporal. "Todo o Israel" é expressão que aparece repetidamente na literatura judaica, onde não significa necessariamente "todo judeu sem uma única exceção", mas, "Israel como um todo". Assim, "todo o Israel tem um quinhão na era por vir", diz o tratado do Mishnah sobre o Sinedrim (X. 1), e passa imediatamente a mencionar os israelitas que não têm quinhão nela.
Virá de Sião o Libertador; ele apartará de Jacó as iniquidades. Citação de Isaías 59.20: "E ele virá a Sião como Redentor, para aqueles de Jacó que se voltarem da transgressão". O texto de Paulo se harmoniza com a LXX, exceto em que a LXX diz: "por amor de Sião", e não: "de Sião". Seja qual for a forma do texto adotada, a referência é à manifestação a Israel do seu divino Redentor — manifestação que em sua mente Paulo bem pode ter identificado com a parousia de Cristo.

CONCLUSÃO

É importante descrever a relação entre Israel e Igreja como substituição é inapropriado. Se a igreja cumpriu ou substituiu tudo que Deus prometeu ao Israel nacional, porque Paulo congrega a integridade de Deus a sua promessa com o Israel étnico? Porque Paulo entraria no mérito racial, se tudo prometido a Israel foi cumprido espiritualmente na Igreja?

Para que um futuro para o Israel étnico se a igreja já cumpriu tudo? O fato é que mesmo depois do advento da Igreja, Paulo alimentou o mérito racial em suas argumentações guiado pelo pressuposto de que a promessa foi dada a uma nação. Nas palavras de Cranfield: A igreja não pode alimentar a ideia "má e contrária às Escrituras de que Deus rejeitou o seu povo Israel e simplesmente o substituiu pela Igreja cristã".

Reconhecer uma distinção entre Israel e a Igreja, não implica necessariamente na negação de uma relação de continuidade.

Os cristãos gentios não se devem render à tentação de mostrar desdém aos judeus. Não fora a graça de Deus que os enxertou no Seu povo e fez deles "concidadãos dos santos" (Ef 2.19), teriam permanecido para sempre sem vida e sem frutos. A nova vida que os capacita a produzir frutos para Deus é a vida do velho tronco de Israel, no qual foram enxertados. Israel não lhes deve nada; eles são devedores a Israel.

Pr. Dr. Adaylton Conceição de Almeida (Th.B.;Th.M.;Th.D.;D.Hu.) - R.I.P.

Assembleia de Deus em Santos (Ministério do Belém) - São Paulo.

(O Pr. Dr. Adaylton de Almeida Conceição, foi Missionário no Amazonas e por mais de 20 anos exerceu seu ministério na Republica Argentina; é Licenciado, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia, Doutor em Psicologia e em Humanidade, Escritor, Professor Universitário, Pós-graduado em Psicanálise e em Ciências Políticas, Juiz Arbitral do Tribunal de Justiça Arbitral-RJ, membro da Academia de Letras Machado de Assis de Brasília e Diretor da Faculdade Teológica Manancial).

Facebook: adayl manancial
Email: adayl.alm@hotmail.com

BIBLIOGRAFIA
Adaylton de Almeida Conceição – Introdução à carta aos Romanos
Daniel Gouvêa - A Interpretação de Romanos 9
Ebenezer José de Oliveira – A Soberania de Deus em Romanos 9
F. F. Bruce – Romanos – Introdução e Comentário
Nelson Salviano – Análise da Carta aos Romaos
Rômulo Monteiro – Exegese de Romanos 9 a 11

sábado, 21 de fevereiro de 2015

NÃO MATARÁS

INTRODUÇÃO 
A cada hora são assassinadas dezenas pessoas no mundo. No entanto, o texto bíblico soa muito claro. "Matar é pecado". Mais de dois milhões de pessoas morrem de forma violenta a cada ano no mundo, destes, no entanto, a instrução desce cristalina no Monte Sinai: "não matarás".

Tirar a vida de um ser humano é o mais radical ato de violência. Quem o faz destrói a mais preciosa criação de Deus — o homem, feito “à imagem e semelhança do Criador”. Por isso, quando Deus sintetizou em dez mandamentos o que ele exige do homem, Ele ordenou: “Não matarás” (Êx 20.13).

Os teólogos de Westminster concluíram que nesse mandamento Deus proíbe “o tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto no caso de justiça pública, guerra legítima, ou defesa necessária; a negligência ou retirada dos meios lícitos ou necessários para a preservação da vida; a ira pecaminosa, o ódio, a inveja, o desejo de vingança; todas as paixões excessivas e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, bebida, trabalho e recreios; as palavras provocadoras; a opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos e tudo o que tende à destruição da vida de alguém” 



Regulamentando a aplicação desse mandamento, o Antigo Testamento traz leis rigorosas e severas para punir a violência contra a vida humana. O assassinato era punido com a pena de morte (Êx 21.12). A mesma punição era aplicada ao proprietário de um animal que matasse um ser humano, caso ficasse provado que a morte resultou da negligência do dono do animal (Êx 21.29). O homicida tinha direito à defesa, mas era julgado com rigor.

O sexto Mandamento - Não Matarás

De Deus recebemos a existência, pois só n’Ele “está a fonte da vida” (Sl 35.10) e o poder de concedê-la ou de tirá-la é exclusivo do Criador. Quem ousará, então, interromper o curso de uma vida, antes do tempo desejado por Ele, sem incorrer em grave culpa?

No Antigo Testamento, Deus interpelou severamente a Caim, primeiro assassino da História: “Que fizeste! Eis que a voz do sangue do teu irmão clama por mim desde a terra. De ora em diante, serás maldito” (Gn 4.10-11). E, como expressão da lei natural que protege a vida humana, Ele estipulou no Decálogo: “Não matarás” (Ex 20.13).

Não Matarás - A vida pertence a Deus

Apesar dos evolucionistas afirmarem que o homem evoluiu de uma forma de vida inferior. A Palavra de Deus, no entanto, tem uma versão diferente para esse acontecimento, como podemos observar em Gênesis 2.7, que diz: "...E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente...". Observe também o que disse Davi de suas origens na vida humana, Sl. 139.13-16; ou a versão do amigo de Jó, Eliú, em Jó 33.4. Fica claro a partir destes versos que o ser humano é um produto do gênio criativo de um Deus Todo Poderoso, ou seja, Deus é o doador da vida, logo é Ele quem controla a entrada do homem nesta terra. Quando o homem apareceu pela primeira vez no planeta, Deus o Todo Poderoso estava lá; "...E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou..." (Gênesis 1.27).

Assassinato envolve mais do que matar.
  
Envolve a justiça de Deus - A morte carrega consigo uma penalidade, Jesus afirma categoricamente que os assassinos serão punidos quando diz: "...Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno..." (Mateus 5.21-22). Alguns, assassinos, infelizmente acabam por ficarem impunes pela justiça dos homens. Mas eles, no entanto, não escaparão da face de Deus onde todos terão que dar conta de suas ações - Apocalipse 20:.1-15. Vemos nas palavras de Jesus Cristo em Mateus 5.21-22, que o assassinato é mais do que um ato da carne, é uma atitude do coração.

No livro do Gênesis há um episódio muito triste e doloroso: a história de Caim e Abel. Ambos irmãos ofereciam sacrifícios a Deus, mas Caim oferecia o pior, enquanto Abel oferecia a Deus os melhores cordeiros do rebanho. Por isso, o fumo do sacrifício de Caim não subia ao céu, enquanto que o de Abel era agradável a Deus e subia ao céu. Caim sentiu inveja de seu irmão, convidou-o a passear pelo campo e com uma queixada de animal o matou.

Deus amaldiçoou a Caim por ter derramado o sangue de um homem inocente. O sangue inocente grita vingança ante Deus e Caim viveu errante durante o resto de sua vida, cheio de remorsos.

O quinto mandamento não só ordena “não matar”; mas também proíbe as brigas, agressões, invejas etc., e, sobretudo, ordena o respeito e o cuidado com a vida humana, que é um dom de Deus.

Só Deus é o dono e o senhor da vida

A vida humana é sagrada; desde seu início é fruto da ação criadora de Deus e sempre mantém esta especial relação com o Criador, origem e término de nossa existência. Só Deus é o senhor da vida desde o princípio até o fim; o ser humano não é mais do que administrador, e deve cuidar da própria vida e da de seus semelhantes.

Êxodo 20.13 Não Matarás ou

Êxodo 20.13 Não Assassinarás?


Os céticos, os ateus os hereges de maneira geral tem interpretado equivocada e/ou propositalmente o texto "Não Matarás". Alguns deduzem até que haja uma Contradição Bíblica, quando não há. Há um erro grotesco e obscuro de tradução da Bíblia. Já passou da hora de corrigir.

O texto original da Bíblia de Êxodo 20.13 usa a palavra hebraica:"rãsah" que se traduz como: assassinar/ assassinato.

Não se pode assassinar um animal, um inseto, um verme, uma arvore etc.. Somente é possível assassinar seres humanos. O texto também poderia ser traduzido como Não pratiqueis Homicídio? Não! Como se explicaria as mortes nas guerras de Israel? Como Israel poderia vencer a guerra sem matar?

A DIFICULDADE DE INTERPRETAÇÃO

O escritor Altair Germano, comentando o tema diz: “Sempre que um estudo no sexto mandamento é realizado, surge uma série de questões complexas, polêmicas e controversas.

O problema já começa quando se analisa a melhor tradução para o verbo hebraico ratsah que em nossas versões ganha um sentido geral para “matar”, quando na realidade o seu significado é específico. O Capítulo 20.23 de Êxodo no hebraico é lo’ tirtsah (não matarás).

No Dicionário Vine o verbo hebraico ratsah, de onde se deriva tirtsah, é traduzido por “matar, assassinar, destruir”. O Termo aparece principalmente no material legal (Lei), e nos profetas é usado para descrever o efeito da injustiça e ilegalidade em Israel (Os 4.12; Is 1.21; Jr 7.9). Na Septuaginta a tradução é phoneúseis (assassinarás). 

Baco, ao comentar sobre o verbo ratsah, diz: [...] não é o verbo comum, neutro “matar”. Sempre fala de homicídio, culposo ou não. O mandamento enfatiza a gravidade do crime. Gênesis 9.6 explica: “Quem derramar sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado; porque à imagem de Deus foi o homem criado”. No caso das cidades de refúgio este verbo é aplicado ao homicídio sem intenção dolosa (Nm 35.16, 17). Mesmo assim, a separação destas cidades para esse fim, enfatiza a gravidade do caso [...].”

Tirar a vida de um ser indefeso contraria princípios bíblicos muito sérios:

1º: A vida é sagrada para Deus: “Se alguns homens estiverem brigando e ferirem uma mulher grávida, e por causa disso ela perder a criança, mas sem maior prejuízo para a sua saúde, aquele que a feriu será obrigado a pagar o que o marido dela exigir, de acordo com o que os juízes decidirem. Mas, se a mulher for ferida gravemente, o castigo será vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, machucadura por machucadura.” (Êx 21.22-25).

2º: O Criador (e Juiz) não aprova que se mate o inocente: “[...] não matarás o inocente e o justo [...]” (Êx 23.7).

A pena capital:

Gênesis 9.6: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem”.

A pena capital não somente é permitida, mas exigida pela Lei de Deus como um princípio geral de justiça. O castigo da pena capital não é aplicado como satisfação de sentimento de vingança ou retaliação, mas como aplicação de justiça e preservação social.

Levítico 24.17: “Quem matar alguém será morto”.

Esta punição declarada de forma direta na Escritura constitui-se em obrigação perpétua para a humanidade, pois, esta é uma lei moral que foi dada a Noé, muito antes da existência do povo judeu e das leis cerimoniais e civis estabelecidas no Monte Sinai.

Êxodo 21.12: “Quem ferir a outro, de modo que este morra, também será morto”.

Esta exigência tem uma conotação muito ampla e envolve não somente o homicídio e os danos morais e materiais infligidos aos homens, mas também a danos causados por omissão de qualquer espécie e a tudo aquilo que degrada o homem em sua saúde.

Êxodo 21.14-16: “Se alguém vier maliciosamente contra o próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás até mesmo do meu altar, para que morra. Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto. O que raptar alguém e o vender, ou for achado na sua mão, será morto”.

No Novo Testamento temos claras indicações de que a pena capital é lícita e continua em vigor, como podemos ver na declaração do apóstolo Paulo no livro de Atos, onde ele considera expressamente válida a pena de morte em casos indicados.

Atos 25.11: “Caso, pois, tenha eu praticado algum mal ou crime digno de morte, estou pronto para morrer; se, pelo contrário, não são verdadeiras as coisas de que me acusam, ninguém, para lhes ser agradável, pode entregar-me a eles. Apelo para César”.

Na Carta aos Romanos o apóstolo diz que o magistrado traz a espada, esta simbologia do porte da espada pelo magistrado é considerada por todos os escritores da antiguidade como o poder da execução do malfeitor, não existe dúvida quanto a isto.

Romanos 13.4: “Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal”.

De acordo com Charles Hodge, a questão prática desta lei é a seguinte: “Quem deve morrer? O inocente ou o assassino?”.

- A legitima defesa:

A defesa própria ou de familiares e amigos ameaçados não se constitui em crime conforme este mandamento por vários motivos expostos abaixo:

Este homicídio cometido em defesa da vida ou da integridade da pessoa não é malicioso ou intencional, mas uma contingência onde se apresenta a opção da vida do agressor, em situação de dolo, e do agredido, sem razão ou justificação legal.

Tanto o juízo universal como o mandamento consideram inocente aquele que agiu em defesa da vida ou da integridade - a resposta acima diz: “O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes”.

Inclui-se neste caso, particularmente, os policiais e militares em serviço, que por força de sua profissão muitas vezes encontram-se face a face com bandidos e marginais da mais alta periculosidade e são obrigados a matar em defesa própria ou na defesa de outras pessoas ameaçadas.

Jesus Comenta o Sexto Mandamento

- “Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; aquele que matar terá que responder em juízo”.

OUVISTE - O ensino tradicional se transmitia oralmente, sobretudo nas sinagogas.

Jesus apresenta agora exemplos específicos de sua interpretação da lei. Como Autor e seu único verdadeiro Expositor. Pondo de lado a casuística rabínica, Jesus restaurou a verdade a sua formosura original. A expressão ouvistes implica que a maioria dos ouvintes nesta ocasião não tinham lido eles mesmos a lei. Isto era de se esperar, porque a maioria deles eram rudes lavradores e pescadores. Quando conversou mais tarde com os eruditos sacerdotes e anciãos, Jesus perguntou: Nunca lestes nas Escrituras? Mateus 21.42. No entanto, esse mesmo dia um grupo de pessoas comuns do povo, dentro do átrio do Templo, dirigiu-se a Jesus dizendo: Nós temos ouvido da lei, que o Cristo permanece para sempre João 12.34.

FOI DITO - Ao citar a antigos expositores da lei, os rabinos com freqüência apresentavam o que esses eruditos tinham dito, com as palavras que Jesus emprega aqui. Nos escritos rabínicos estas palavras se usam também para apresentar citações do AT.

A EXTENSÃO DO MANDAMENTO – “NÃO MATARÁS”
ABORTO : “Não matarás [o feto]” (Êx 20.13).

Certa vez, Ronald Regan, ex-presidente dos EUA, comentou: “todos que são a favor do aborto já nasceram”.
O ser humano deve ser respeitado desde o momento de sua existência, no ventre de sua mãe, e deve ter todos os seus direitos de pessoa humana. "Antes mesmo de Te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei" (Jr 1.5).

A Igreja repudia este ato de maldade moral. O aborto provocado é gravemente contrário ao quinto mandamento e à lei moral e consiste em uma prática monstruosa. Todos os que cooperam com este ato estão cometendo uma falta gravíssima e estão sujeitos à excomunhão pelo próprio fato de cometer o delito contra um inocente.

Desde a sua concepção, o embrião deverá ser defendido em sua integridade, cuidado e curado, na medida do possível.

Legalizar o aborto traria muito mais problemas do que soluções porque as pessoas irresponsáveis ser aproveitariam disso para se tornarem mais irresponsáveis ainda. Afinal, elas acham “mais fácil” tirar um feto depois de uma “gravidez indesejada” do que assumir a responsabilidade pelo filho (a) que fez. Infelizmente, na hora de “fazer”, quase ninguém pensa nas conseqüências.

Além disso, pessoas que optam pelo aborto desconsideram que um filho é uma “herança do Senhor” (Sl 127.3), que servirá de instrumento divino para desenvolver nelas a paciência e abrandar o sentimento egoísta. Quem é pai ou mãe sabe o quanto um filho melhora nosso caráter quando deixamos que isso aconteça. Quando temos um filho sabemos um pouquinho da profundidade do amor de Deus por cada pecador, de modo que O amamos ainda mais.
 
Tirar a vida de um ser indefeso contraria princípios bíblicos muito sérios:

1º: A vida é sagrada para Deus: “Se alguns homens estiverem brigando e ferirem uma mulher grávida, e por causa disso ela perder a criança, mas sem maior prejuízo para a sua saúde, aquele que a feriu será obrigado a pagar o que o marido dela exigir, de acordo com o que os juízes decidirem. Mas, se a mulher for ferida gravemente, o castigo será vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, machucadura por machucadura.” (Êx 21.22-25).

2º: O Criador (e Juiz) não aprova que se mate o inocente: “[...] não matarás o inocente e o justo [...]” (Êx 23.7).

A EUTANÁSIA:

Consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, gravemente doentes ou moribundas. Assim, toda ação de intenção ou omissão que acarrete o fim da dor, através da morte é gravemente contrária à dignidade do ser humano e ao Deus Vivo, seu criador. Quem prática e colabora com esta prática monstruosa está cometendo um assassinato.
Renovato destaca mais uma vez as complexidades éticas envolvidas na questão, se posicionando, no caso da eutanásia ativa, contrário à prática. No caso da eutanásia passiva, cita um dos pontos da Declaração da Congregação para a doutrina da Fé, com o posicionamento oficial da Igreja Católica sobre a questão, que é contrária à prática. Seguimos também os referidos posicionamentos.

O SUICÍDIO : - Abusos que atentam contra a vida:

A própria vida - intemperança, suicídio: É muito difícil acreditar que pessoas cristãs que esperam em uma vida futura venham a se suicidar, o suicídio é realizado com maior frequência entre pessoas que perderam ou não possuem a fé em Cristo.

Todos somos responsáveis por nossa própria vida diante de Deus, que é o seu único e verdadeiro soberano. Somos meros administradores de nossa vida e não podemos desfazer dela. O suicídio é contrário à perpetuação da própria vida e ao amor do Deus Vivo.

Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida. A Igreja ora pelas pessoas que atentam contra a própria vida.

Existem três casos de suicídio na Bíblia, Saul, Aitofel e Judas, todos eles haviam sido abandonados por Deus quando cometeram o suicídio.

1- Saul - 1 Samuel 31.4: “Então, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me traspassem, e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então, Saul tomou da espada e se lançou sobre ela”.

2- Aitofel - 2 Samuel 17.23: “Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai”. 

3- Judas - Mateus 27.5: “Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se”.

CONCLUSÃO

Devemos respeitar nossa própria vida. Nosso corpo é templo do Espírito Santo, pelo que devemos glorificar a Deus em nosso corpo e em nosso espírito (1Coríntios 6.19-20)

Devemos aceitar o oferecimento da vida, por meio da morte, apresentado a nós por Jesus Cristo. Sabemos que o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna através de Jesus Cristo, nosso Senhor (Romanos 2.23). Ele nos criou e nos dá a vida eterna.

Devemos respeitar a vida dos outros. E nós viveremos o absoluto de Deus,

- defendendo a vida, sempre, pois ela tem uma dignidade própria como criação de Deus, de quem o homem é imagem e semelhança;

- afirmando a vida, sempre, mesmo que isto nos coloque contra a corrente, que favoreça o aborto;

- praticando a distanásia, nao a eutanásia;

- promovendo a paz. (Ou será que os não-cristãos serão campeões desta causa?)


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Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição – (TH.B.Th.M.Th.D.)

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BIBLIOGRAFIA

- Adaylton de Almeida Conceição – Introdução à Exegese – CPAD – 1985.

- Altair Germano – Não Matarás

- Bioética, um Guia para os Cristãos, de Gilbert Meilaender, Vida Nova.

- GEISLER, Norman L. Ética Cristã: alternativas e questões contemporâneas. São Paulo: Vida Nova, 1984, p. 137-152.

- Itamar de Paula Marques - Itamar de Paula Marques

- LIMA, Elinaldo Renovato de. - Ética Cristã: confrontando as questões morais do nosso tempo. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 121-129.

- Silvio Dutra – Ouvistes o que foi Dito: Não Matarás.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

HONRARÁS PAI E MÃE

INTRODUÇÃO: “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.” (Êxodo 20.12).

“Ouve teu pai, que te gerou, e não desprezes tua mãe, quando vier a envelhecer.” (Provérbios 23.22).

Honrar significa reverenciar, estimar e valorizar. Honrar é dar respeito não apenas pelo que a pessoa faz, mas antes de todo pelo que ela é. Por exemplo, algumas pessoas podem não concordar com as decisões de seu presidente, mas ainda devem respeitar sua posição como líder de seu país.

Semelhantemente, filhos de todas as idades devem honrar seus pais, quer seus pais mereçam ou não.

Deus nos exorta a honrar nosso pai e mãe. Ele dá tanta importância ao honrar os pais que incluiu esse princípio nos Dez Mandamentos (Êxodo 20.12) e novamente no Novo Testamento: “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.” e “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” (Efésios 6.1-3)

Você sabia que, durante a época do Velho Testamento, falar mal contra os pais ou revoltar-se contra as suas instruções podia levar à morte? Isso está escrito em Êxodo 21.15 e 17: “O que ferir a seu pai, ou a sua mãe, certamente será morto...E quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto.”

DEUS EXIGE HONRAR TEU PAI E TUA MAE

Os quatro primeiros mandamentos do Decálogo indicam uma hierarquia bem clara de valores. No topo está Deus com Suas exigências para nos fazer felizes. Pouco abaixo, vem a família e, novamente, o objetivo é o bem-estar das pessoas.

Os termos são bem claros: Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá  (Êxodo 20.12).

Quando temos famílias bem estruturadas e pais dedicados, não temos qualquer dificuldade em aceitar a instrução. Se somos filhos de pais desajustados, o quinto mandamento nos soa amargo e injusto. Quando vemos filhos que honram os pais sendo ceifados ainda jovens, não temos como não perguntar sobre a validade da recomendação divina.

Não importam os nossos contextos, o mandamento continua esculpido nas nossas consciências. Ele está repetido integralmente no Novo Testamento, com um comentário: Honra teu pai e tua mãe - este é o primeiro mandamento com promessa - para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra (Efésios 6.2-3).

“Esse era um plano ordenado por Deus, escrito com sua própria mão, e foi entregue por Moisés a eles; era de natureza moral, e de obrigação eterna: é para ser entendido, não simplesmente como uma elevada estima que os filhos deveriam ter em relação aos seus pais, ou o uso de uma linguagem e gestos respeitosos diante deles, nem apenas uma alegre obediência a ser cedidas a eles; mas também de honrá-los com sua substância, alimentação, vestimenta, e os suprindo com as necessidades da vida, quando eles estiverem em necessidade dos mesmos; que é, porém serviço razoável deles, por todo o cuidado, despesa e problemas que eles tenha tido em trazê-los neste mundo” (Exposição de toda a Bíblia de John Gill, Dr. John Gill 1690-1771).

Honrar seu pai e mãe é demonstrado através de palavras e ações que surgem de uma atitude interior de estima e respeito pela posição que ocupam.

A palavra grega para honra significa reverenciar, estimar e valorizar. Honrar é dar respeito não apenas pelo mérito, mas pela posição. Por exemplo, algumas pessoas podem não concordar com as decisões de seu presidente, mas ainda devem respeitar sua posição como líder de seu país. Semelhantemente, filhos de todas as idades devem honrar seus pais, quer seus pais mereçam ou não.

É bem claro que somos comandados a honrar nossos pais, mas como? Honre-os tanto com suas ações como com suas atitudes (Marcos 7.6). Honre seus desejos, tanto os que eles já expressaram quanto os que não expressaram verbalmente. “O filho sábio {ouve} a correção do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão” (Provérbios 13.1).

Em Mateus 15.3-9, Jesus relembrou os fariseus do comando de Deus de honrar seu pai e sua mãe. Eles estavam obedecendo a letra da lei, mas tinham adicionado as suas próprias tradições, as quais em essência rejeitavam esse comando. Enquanto honravam seus pais em palavras, suas ações provavam o verdadeiro motivo do seu coração. Honrar é mais do que da boca pra fora. A palavra honra nessa passagem é um verbo e, como tal, exige uma escolha/ação correta.

Honrar traz consigo a idéia de dar glória a alguém. 1 Coríntios 10.31 nos diz que qualquer coisa que façamos deve ser feita para a glória de Deus. Devemos procurar honrar nossos pais da mesma forma que Cristãos tentam trazer glória a Deus – em nossos pensamentos, palavras e ações.

A palavra grega "hypakouo" significa obedecer, escutar, prestar atenção. Para uma criança pequena, obedecer os pais vai lado a lado com honrá-los. Isso inclui escutar, prestar atenção e submeter-se à sua autoridade. Depois que a criança cresce, a obediência que aprenderam ainda pequenos vai ajudá-los a honrar outras autoridades, tais como o governo, polícia e patrões.

 O PRIMEIRO MANDAMENTO DE DEUS QUE CONTEM UMA PROMESSA DE VIDA

Quando falamos da vida que temos que ter com nossos pais, precisamos saber que a Bíblia assim se refere no quinto mandamento da Lei de Deus:

“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a face da Terra”. (Efésios 6.1-3).

A Bíblia diz em Provérbios que  “É ruína para o pai o filho insensato”. Realmente, provérbios 19.26 cita que “O filho que rouba o seu pai e afugenta sua mãe é filho que envergonha e desonra”. Hoje as notícias continuam a nos dizer que isto continua acontecendo, mas não comigo e nem com você. Honre seu pai e sua mãe, cuide deles e você terá aprovação de Deus. Ontem eles o criaram da melhor forma possível; hoje eles o sustentam e sentem o maior orgulho de você; amanhã, eles serão o exemplo que deve ser seguido, mas eles vão precisar que você cuide deles na velhice. Os pais ajuntam para os filhos porque, quando envelhecerem, os filhos é que vão administrar tudo o que eles construíram.


A PROMESSA

Quero começar pela consideração de uma pergunta incômoda: o que significa a vida longa prometida neste mandamento? Há três possibilidades que se complementam numa única resposta. 

1. O primeiro sentido é contextual. A desobediência aos pais era punida com a pena de morte (Êxodo 21.17; Levítico 20.9; Deuteronômio 21.18-21). Quem os obedecesse estava livre deste peso. Em sentido mais largo, quem obedece aos seus pais evita cometer pecados que resultam na penas da lei.

2. O segundo sentido é que a promessa implica numa vida longa, em termos de tempo, de longevidade. Isto quer dizer que aquele que obedece a esta lei de Deus viverá mais tempo na terra. Este é um princípio geral e não uma regra absoluta; como tal, pode comportar exceções, que devem ser vistas como tais: exceções, por razões que só coração de Deus conhece. Deixemos claro que nem todos os adolescentes e jovens que morrem são filhos que não honravam seus pais. Se eles morreram é porque Deus permitiu que o princípio fosse quebrado.
Esta exceção não nos deve desviar da validade geral do princípio, demonstrável na experiência diária. Um filho que honra seu pai não se envolve com influências ruins que levam aos vícios e à irresponsabilidade, que levam à destruição.

3. O terceiro sentido que a promessa se refere a uma vida qualitativamente longa. Quem segue as instruções divinas para a sua vida, inclusive a de honrar seus pais, viverão de modo mais pleno, mesmo em meio às adversidades.

Sabeis os mandamentos: não cometereis adultério; não matareis; não roubareis; não prestareis falso-testemunho; não fareis agravo a ninguém; honrai a vosso pai e a vossa mãe. (Marcos, 10.19; Lucas, cap. 18.20; Mateus 19.18 e 19.).

 PIEDADE FILIAL

O mandamento: "Honrai a vosso pai e a vossa mãe" é um corolário da lei geral de caridade e de amor ao próximo, visto que não pode amar o seu próximo aquele que não ama a seu pai e a sua mãe; mas, o termo honrai encerra um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Quis Deus mostrar por essa forma que ao amor se devem juntar o respeito, as atenções, a submissão e a condescendência, o que envolve a obrigação de cumprir-se para com eles, de modo ainda mais rigoroso, tudo o que a caridade ordena relativamente ao próximo em geral. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que fazem as vezes de pai e de mãe, as quais tanto maior mérito têm, quanto menos obrigatório é para elas o devotamento. Deus pune sempre com rigor toda violação desse mandamento.

CRISTO NOSSO EXEMPLO

Como acontece com todos os mandamentos, o Salvador é o exemplo de como devemos guardar o mandamento de honrar nossos pais. Mesmo na hora de Seu sofrimento na cruz, Jesus demonstrou preocupação por Sua mãe terrena. (Ver João 19.26–27.)

Temos a tendência de pensar que honrar nossos pais significa meramente obedecer-lhes. Não há dúvida, porém, de que o Senhor tinha em mente mais do que isso, quando disse: “Honra a teu pai e a tua mãe”. Os dicionários dão diversas definições da palavra honra. A maioria delas se relaciona à consideração, ao respeito, estima e admiração e alta reputação. Honrar pai e mãe significa mais do que prestar-lhes obediência e respeito. Significa amá-los sem restrições, porque desejamos. Se realmente honramos nossos pais, desejamos obedecer aos seus justos desejos e escutar seus sábios conselhos.

Muitos têm pais dignos de respeito e amor, dignos de serem honrados. Outros, que talvez não possuam tais sentimentos por seus genitores, poderão achar difícil honrá-los. No entanto, ninguém está isento de honrar seus pais, não importa quão difícil possa parecer. Se nossos pais não guardam os mandamentos, podemos pôr em dúvida se merecem ser honrados; mas o quinto mandamento simplesmente manda honrá-los e não nos isenta de tal responsabilidade acrescentando qualificações tais como “se forem membros da Igreja”, “se forem ricos, saudáveis ou educadas” ou “se merecerem ser honrados”.

A VISÃO PAULINA SOBRE HONRAR E OBEDER AOS PAIS

O apóstolo Paulo afirmou que os filhos têm responsabilidade em obedecer a seus pais. Ele escreveu aos efésios, "Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo" (Efésios 6.1). É interessante que Paulo não escreveu, "Pais, façam com que vossos filhos vos obedeçam." Naturalmente os pais são responsáveis por ensinar e corrigir seus filhos, mas Paulo dirigiu-se aos filhos e colocou sobre eles a responsabilidade por obedecer a seus pais. É certamente verdade que esses pais têm que instruir seus filhos a seguir a trilha da justiça, mas os filhos não são robôs. Eles também têm uma vontade e podem resolver não aceitar a disciplina de seus pais. Assim, o apóstolo Paulo mandou que os filhos se submetam à vontade de seus pais.

Os filhos têm que obedecer a ambos os pais. Frequentemente os filhos obedecem ao pai que é mais provável que os castiguem e desatendem as instruções do outro! A palavra que é traduzida "pais" em Efésios 6.1 é uma palavra geral que inclui ambos, mãe e pai. Os primeiros nove capítulos do livro de Provérbios foram escritos como se um pai estivesse escrevendo ao seu filho. O autor começa seu conselho a seu filho com o seguinte: "Filho meu, ouve o ensino do teu pai e não deixes a instrução de tua mãe. Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares, para o teu pescoço" (Provérbios 1.8-9). Observe que o filho precisa seguir a instrução de ambos, pai e mãe.

Aos Colossenses, Paulo escreveu a respeito do alcance desta obediência dos filhos: "Filhos, em tudo obedecei a vossos pais, pois fazê-lo é grato diante do Senhor" (Colossenses 3.20). Os filhos deverão obedecer a seus pais quer entendam ou não a razão da ordem dos pais, quer concordem e gostem ou não da ordem dos pais. A verdadeira prova de obediência é quando nos é mandado fazer alguma coisa contra nossas inclinações ou vontade.

Observamos que Paulo escreveu aos efésios que os filhos deveriam obedecer a seus pais "no Senhor." A frase "no Senhor" deveria estar ligada com "obedecer" antes que com a palavra "pais." Paulo não estava sugerindo que os filhos deveriam obedecer a seus progenitores somente se seus pais e mães fossem cristãos (no Senhor") mas, que os filhos devem obedecer a seus pais enquanto tal obediência não conflite com seus deveres para com Cristo. Pedro exprimiu o mesmo princípio quando reprovado pelo Sinédrio judeu por pregar Jesus Cristo; "antes, importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5.29). "No Senhor" constitui a única limitação imposta à obediência de um filho.

Paulo escreveu que os filhos obedecerem "é justo" (Efésios 6.1). Aos Colossenses ele escreveu que obedecer assim "é grato diante do Senhor" (3.20). Muitas pessoas, incluindo alguns pais, acreditam que a desobediência é uma coisa natural com os filhos e precisa ser tolerada pelos pais. Contudo, a Bíblia revela que Deus considera ser a desobediência pelos filhos uma coisa séria. Vale a pena repetir que, o filho que amaldiçoasse ou batesse em seu pai ou em sua mãe era morto por apedrejamento (Êxodo 21.15, 17; Levítico 20.9). Quando Paulo relacionou os vários pecados comuns entre os gentios, ele incluiu "desobedientes aos pais" (Romanos 1.30; veja também 2 Timóteo 3.2).

 A FAMILIA NO PLANO DE DEUS

O casamento e a família são ordenados para o bem do casal, a procriação e educação dos filhos. Um homem e uma mulher unidos pelo casamento formam uma família que será reconhecida por qualquer autoridade pública, não se submetendo a ela. (ou seja, não depende desta autoridade para se formar). A família é feita por membros iguais em dignidade, responsabilidades, direitos e deveres.

A família cristã é chamada de "igreja doméstica", porque é uma comunidade de fé, esperança e caridade. Ela tem um papel muito importante na Igreja, como se vê no Novo Testamento. É um reflexo da comunhão entre o Pai o Filho e o Espírito Santo e sua atividade procriadora e também se parece com a obra criadora do Pai. A Leitura cotidiana da Sagrada Escritura, fortifica a caridade na família.

A família cristã é evangelizadora e missionária e as relações entre os membros dessa família estabelecem laços de intimidade, afetos e respeito mútuo entre si.

 "A família e a sociedade"

A família como se sabe, é a célula da sociedade e a autoridade, estabilidade, vida e relações dentro dela constituem a liberdade, segurança e fraternidade na sociedade. É na família que os jovens poderão aprender os valores morais, tais como honrar a Deus e usar corretamente a liberdade.

A família também deve ensinar os membros a cuidar dos jovens e dos mais velhos, dos pobres, doentes e deficientes. "A religião pura e sem macula diante de Deus o nosso Pai consiste, nisto: visitar os órfãos e a viúvas em suas tribulações e guardar-se livre da corrupção do mundo. (Tg 1.27)

A família deve ser apoiada pela sociedade quando não tem a capacidade de desempenhar as sua funções, porque o bem estar da sociedade depende de uma grande responsabilidade para com o casamento a ser fortalecido e da família também.
Temos que entender que em nossos irmãos e irmãs, vemos os filhos de nossos pais e seguindo esse raciocino também vemos nos nossos primos os descendente dos nossos avós. Nos batizados, os filhos de nossa mãe a Igreja; em cada pessoa humana, um filho de Deus. O próximo não é só um "indivíduo" da sociedade, mas "alguém" que merece o nosso respeito.
O bom governo na sociedade deve proporcionar relações justas entre patrões e empregados, governantes e cidadãos para dar dignidade às pessoas preocupadas com a justiça e a fraternidade.

"Deveres dos membros da família"

DEVERES DOS FILHOS :

Dentre os principais deveres enunciados pelo preceito divino, podemos expor:
Respeito pelos pais (piedade filial): É o reconhecimento para com aqueles que pelo Dom da vida, por seu trabalho e amor, nos puseram no mundo permitindo que crescêssemos em estatura, sabedoria e graça.
Respeito filial: Revelado através da docilidade e obediência. "Um filho sábio ama a correção do Pai, e o zombador não escuta a reprimenda" (Pr 13.1)
Responsabilidades para com os pais: Relembrados no quarto mandamento e dirigido aos filhos adultos. Eles devem dar ajuda material e moral na velhice, e na doença, na solidão e na angústia.
O respeito filial também diz respeito aos irmãos e irmãs. Nós cristãos, temos que ter um respeito especial àqueles que nos deu o dom da fé, a graça do batismo. E a vida na Igreja, podendo ser os pais, avós, tios, pastores, catequistas, etc.

DEVERES DOS PAIS:

Um dos mais importantes deveres dos pais é o papel de educadores dos filhos. É de importância tão grande que é quase impossível substituí-los nessa função.
Eles devem reconhecer nos filhos, como filhos de Deus e respeitá-los. Por terem tamanha responsabilidade, devem dar testemunho dela através da criação de um lar onde a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço sem interesses são a regra primordial. O lar é o local certo para a educação das virtudes.
Outra responsabilidade dos pais é dar o bom exemplo aos filhos, reconhecendo diante deles seus próprios defeitos, para melhor guiá-los e corrigi-los.
Os pais, pelo matrimônio, recebem também a missão de evangelizar os próprios filhos e isso deve ser feito desde pouca idade. Temos aqui o papel da educação para a fé. Os pais, nesse sentido, podem ser auxiliados pela paróquia que é o lugar ideal para a catequese, tanto dos filhos quanto dos pais.
Os pais têm a função de prover as necessidades físicas e espirituais dos filhos enquanto pequenos. Na fase de crescimento esse respeito e dedicação servem para educá-lo no uso correto da razão e liberdade. Quando adultos os filhos devem ter a liberdade de escolher uma profissão e um estado de vida. Os pais podem dar a esse respeito conselhos e opiniões de boa vontade. Os conselhos devem ser mais prudentes, quando os filhos estão pensando em constituir uma família.

Tornou-se de domínio público uma advertência bem-humorada sobre como os filhos consideram seus pais. Ei-la:

Aos 7 anos: "Papai é grande e sabe tudo".
Aos 14 anos: "Parece que papai se engana em certas coisas que diz".
Aos 20 anos: "Papai está um pouco atrasado em suas teorias. Elas não são desta época".
Aos 25 anos: "O coroa não sabe nada. Decididamente, está caducando".
Aos 35 anos: "Com minha experiência, meu pai seria hoje um milionário".
Aos 45 anos: "Não sei se consulto o velho. Talvez pudesse aconselhar-me".
Aos 55 anos: "Que pena papai ter morrido. A verdade é que ele tinha idéias notáveis".
Aos 60 anos: "Pobre Papai. Era um sábio. Como lastimo tê-lo compreendido tão tarde".

Diante destas visões, mesmo que estereotipadas, precisamos recordar o conselho bíblico: Meu filho, obedeça aos mandamentos de seu pai e não abandone o ensino de sua mãe. Amarre-os sempre junto ao coração; ate-os ao redor do pescoço. Quando você andar, eles o guiarão; quando dormir, o estarão protegendo; quando acordar, falarão com você (Provérbios 6.20-22).
Não espere ficar velho para valorizar seus pais. Talvez seja tarde. Diga-lhes o quanto você os ama. Você alguma vez enviou flores para sua mãe? Não espere seu pai envelhecer para reconhecer que eles sabem mais que vocês.

A LEI E O “CORBÔ

A palavra oferecer aqui é a palavra Corbã que o Senhor também usou para falar daqueles judeus que não honraram seus pais. Em essência, o que esses judeus estavam dizendo aos seus pais era “tudo que vocês poderiam se beneficiar de mim, minha propriedade, minha renda, é Corbã dedicado a Deus e eu não posso dar isso a vocês. Isso era um voto que eles costumavam fazer para evitar dar aos seus pais. Eles fizeram um voto dedicando tudo para Deus e, portanto, eles podiam alegar que nada tinham para apoiar e logo, nenhuma obrigação para tal apoio em relação a seus pais. Como Barnes explica:
 
“Se ele tinha uma vez dedicado sua propriedade e dito que era “Corbã” ou uma oferta a Deus – isso não poderia ser apropriado para o apoio dos pais. Se os pais eram necessitados e pobres e se dirigissem ao filho em busca de assistência, e o filho respondesse, embora irritado, “É dedicado a Deus; essa propriedade que vocês precisam, e por qual vocês poderiam estar aproveitando de mim é “Corbã” – Eu dei isso a Deus;” os judeus diziam que a propriedade não podia ser retirada e o filho não tinha obrigação de ajudar aos pais com ela. Ele tinha feito uma coisa mais importante ao oferecê-la a Deus. O filho estava livre. Ele não poderia ser requerido para fazer alguma coisa por seu pai depois daquilo. Assim, ele poderia em um momento se livrar da obrigação de obedecer ao seu pai ou mãe. 

Nosso Senhor Jesus Cristo condenou o uso da desculpa do “Corbã” – oferta a Deus – para evitar o auxílio aos pais. Obviamente para ele honrar aos pais era algo muito importante, tão importante quanto foi para Deus quando listou isso nos 10 mandamentos.

CONCLUSÃO.

Se queremos a bênção de Deus sobre nossas vidas, precisamos honrar nossos pais. Levemos a sério este mandamento com promessa. Um dia os filhos transformados em pais quererão ser respeitados.
Quando honramos nossos pais, obedecemos a Deus.
Quando honramos nossos pais, reconhecemos que não viemos do nada, que temos vínculos com nossos pais e que nossos filhos terão vínculos conosco, na longa cadeia das gerações.

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Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição – (Th.B.Th.M.Th.D.)   - R.I.P.
MESTRE E AMIGO

Facebook:  Adayl Manancial

BIBLIOGRAFIA

Adaylton de Almeida Conceição – A Família Moderna (Publicado na Revista da Familia – 2012)

Adaylton de Almeida Conceição – Ética Cristiana – Ed. Manantial-Buenos Aires-Argentina/1996.

Adriano Pinheiro  - Infringindo a lei de Deus

Jean Alves Cabral Macedo – Honra a Teu Pai e a Tua Mãe

Felipe Aquino  Honrar pai e mãe